quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Trump revoga acesso a segredos de Defesa de ex-diretor da CIA


John Brennan
JIM LO SCALZO / EPA

Donald Trump justificou a sua decisão com “os riscos que representam a conduta e o comportamento erráticos” de John Brennan. O antigo diretor da CIA tem sido um dos críticos da Administração Trump.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, revogou o acesso a segredos de Defesa do ex-diretor da CIA (Agência Central de Informações) John Brennan, antigo conselheiro do Presidente democrata Barack Obama, frequentemente crítico do magnata republicano, anunciou esta quarta-feira a Casa Branca.
Tal autorização, cuja revogação foi anunciada pela porta-voz do executivo Sarah Sanders, dá aos altos responsáveis que dele beneficiam acesso a informações sensíveis e confidenciais, mesmo depois de terem cessado funções.
Sanders leu um comunicado de Trump em que este justificou a sua decisão com “os riscos que representam a conduta e o comportamento erráticos” de John Brennan.
“Historicamente, os antigos diretores dos serviços secretos e das agências de segurança eram autorizados a conservar o acesso às informações classificadas como segredos de Defesa”, recordou no texto, sublinhando que esta tradição foi agora posta em causa.
Antigo diretor da CIA em exercício entre 2013 e 2017, John Brennan, continua a ser uma voz respeitada na arena política norte-americana, não poupando críticas a Trump.
No mês passado, Brennan condenou o inquilino da Casa Branca, após o encontro deste, em Helsínquia, com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, durante o qual o multimilionário norte-americano adotou uma postura considerada demasiado conciliadora em relação ao dirigente do Kremlin.
Brennan classificou a “performance” de Donald Trump na capital finlandesa como “nada menos que um ato de traição”.
“Não só as afirmações de Trump foram imbecis, como ele está totalmente nas mãos de Putin”, escreveu o antigo diretor da CIA na sua conta da rede social Twitter.
John Brennan reafirmou igualmente, em diversas ocasiões, a realidade de uma ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016, rejeitando as dúvidas avançadas por Trump sobre essa questão.

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