terça-feira, 14 de agosto de 2018

Política em Portugal: o reino onde os pobres não entram


É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um pobre em Portugal ascender às elites da política. E é mais assim em Portugal do que noutros países europeus. Porquê?
Parafraseando o Evangelho de São Marcos ("é mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar o rico no Reino de Deus"), este é um dos grandes paradoxos da política em Portugal: sendo um dos países com um nível de escolaridade média mais baixa da Europa, é no entanto, em simultâneo, um dos países com uma classe política mais elitista.
A política nacional é um território onde, genericamente, os pobres não entram. Existem, é claro, exceções - mas que fazem o habitual serviço das exceções: confirmam a regra.
Basta olhar para o panorama das atuais lideranças partidárias com assento no Parlamento. Jerónimo de Sousa é a exceção: nasceu em meios desfavorecidos da periferia operária de Lisboa (Loures, onde aliás ainda vive), começando a trabalhar aos 14 anos como afinador de máquinas. Filiou-se no PCP depois do 25 de Abril e ascendeu na hierarquia do partido por via do sindicalismo metalúrgico.
De resto, temos António Costa (filho da elite intelectual de Lisboa); Rui Rio (educado num dos mais seletos colégios privados do Porto, o Colégio Alemão); Catarina Martins (filha de pais professores, classe média do funcionalismo público); Assunção Cristas (mãe médica, pai herdeiro de empresas na Angola colonial).
E se olharmos para o panorama geral das lideranças partidárias em Portugal desde o 25 de Abril constata-se exatamente o mesmo, desde os "pais fundadores" do regime (Mário Soares, Álvaro Cunhal, Sá Carneiro e Freitas do Amaral, todos originários de meios sem dificuldades), passando para as gerações seguintes: Cavaco Silva (filho de um proprietário agrícola e comercial do Algarve), Jorge Sampaio (elite do funcionalismo público), Carlos Carvalhas (proprietários rurais de Viseu). E as outras a seguir também: António Guterres, Durão Barroso, José Sócrates, Pedro Passos Coelho, António José Seguro, Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes, Pedro Santana Lopes, Manuel Monteiro, Paulo Portas, só para dar alguns exemplos; ou ainda o corpo fundador do Bloco de Esquerda (Francisco Louçã, Fernando Rosas, Miguel Portas e Luís Fazenda): nenhum deles nasceu na pobreza e, nalguns casos, muito pelo contrário.
Mais uma vez, há sempre exceções. Mas na verdade é preciso procurar com uma lupa para as encontrar. Vítor Constâncio, por exemplo, foi quase tudo em Portugal - membro do governo, governador do Banco de Portugal, líder do PS -, chegando na UE ao cargo de vice-presidente do BCE, apesar de ter sido criado num dos bairros mais pobres de Lisboa, o Bairro da Liberdade.
Ora, o que acontece é que Portugal não tem apenas uma classe política em que os pobres pouco ou nada entram. Na verdade, essa marca distingue o país dos outros da UE, nomeadamente Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido ou os países escandinavos.
"Portugal sempre teve uma elite política mais elitista do que as outras"
António Costa Pinto, cientista político no ICS (Instituto de Ciências Sociais), tem dedicado o essencial do seu esforço como investigador nos últimos anos ao estudo das elites políticas não só portuguesas como europeias. Foi, por exemplo, um dos coorganizadores de um estudo sobre o recrutamento de todos os ministro dos países da Europa do sul entre 1840 e 2000 ("Quem governa a Europa do sul", edições Imprensa de Ciências Sociais). Baseado no que estou estudou, assegura: "Portugal sempre teve uma elite política mais elitista do que as outras."
E a coisa não é de hoje. Como tudo, tem uma raiz histórica: na 1.ª República, fundada em 1910, "a grande maioria dos ministros eram licenciados" - algo particularmente extraordinário num país com quase 80% de analfabetos; depois Salazar (filho de um feitor agrícola de Viseu) recrutou essencialmente nas elites académicas da universidade (Coimbra, em particular, a universidade onde se formou). Conta-se até que António Ferro (1895-1956), o principal artífice da propaganda do Estado Novo e da imagem (interna e externa) do regime liderado por Salazar, nunca chegou a ministro porque o ditador recusava não licenciados no seu executivo.
Qual foi então o fator que distinguiu - e ainda distingue - Portugal dos restantes países? Costa Pinto avança uma explicação: por múltiplas circunstâncias, no espaço entre as duas grandes guerras do século XX, "não existiram em Portugal grandes partidos que romperam com as formas tradicionais de recrutamento" do seu pessoal, recrutando a partir da base da hierarquia social e em vez de a partir das classes médias ou do topo.
Esses partidos foram, nos restantes países, os partidos comunistas, fascistas e trabalhistas. Nos comunistas, o recrutamento fez-se em grande parte - e até com formas de discriminação positiva - nos setores operários (o que explica que hoje o líder do PC português seja um operário); os partidos fascistas como o alemão e o italiano e até um pouco o espanhol também se afirmaram mobilizando os setores mais desfavorecidos da sociedade, que alguns qualificam mesmo como a ralé; e os partidos trabalhistas, que deram origem aos partidos socialistas e sociais-democratas, também nasceram a partir de estruturas sindicais (daí chamarem-se trabalhistas).
Nada disso existiu em Portugal. O PCP nasceu em 1921 e no final dessa década já tinha sido declarado ilegal. Cinco décadas na clandestinidade (até ao 25 de Abril de 1974) nunca lhe permitiram tornar-se um grande partido de massas - e muito menos um partido dominante. Os fascismos italianos e alemão e a sua forma de organização e recrutamento também nunca se transladaram para o partido único do Estado Novo, a União Nacional, uma organização que Salazar nunca permitiu que fosse de massas; e o PS português, que é o partido homólogo dos partidos trabalhistas europeus, não teve origem sindical, sendo antes formado a partir de elites liberais ( principalmente advogados, começando pelo próprio Mário Soares).
A pobreza e o combate à pobreza ocupam uma parte significativa dos discursos políticos hoje em dia. Mas a pobreza nunca foi um território que tivessem habitado.



47 comentários
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Luís Câmara Leme
Essa realidade é ainda mais profunda. Uma das razões que leva absentismo cronico nas eleições portuguesas, reside no facto de serem precisamente os partidos que afastam o eleitorado da sã e normal convivência democrática. Os partidos políticos, todos sem excepção, estão fechados hermeticamente numa concha, abrindo a mesma de quando em vez, por via de influências bem conhecidas em Portugal. Mas, ainda há mais. Dentro dos partidos há também barreiras bem consistentes, que só permitem a ascensão de alguns, barrando/impedindo a lugares de destaque na hierarquia partidária. E em certos partidos existe até uma espécie de regime hereditário como se de uma monarquia se tratasse.
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Antonio Jose
O absentismo existe porque os partidos politicos não são capaz de representar a população. Mas também aos partidos não lhes interessa representar a população mas sim fazerem-se representar a eles mesmo... Portugal está na cauda da Europa e quase a ser apanhado pelo terceiro mundo, mas são todos uns sabichões está tudo bem para eles. O absentismo politico não é grave. Quando a nova geração de politicos cometer problemas graves manda-se o pessoal emigrar novamente... se virar para muito grave arranja-se um Salazar. Portugal já tem a receita há muitos anos!
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Paulo Neves
Já a falta de mobilidade social é um problema tuga bem conhecido, mas prende-se com a rigidez e o conservadorismo generalizados e transversais a todo o espectro político. A inveja e a falta de dinamismo alimentam-se mútuamente num ciclo decadente que se arrasta há décadas.
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Sergio Machado
A Filandia e a Suecia eram paises pobres ha poucas decadas e tornaram.se os paises mais desenvolvidos do mundo e com um optimo nvel de vida. Porquê? Verdadeiros partidos sociais democrtas e socialistas londe a corrupção não existia...
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Sergio Machado
Por cá é a "cultura do futebol" falsos partidos e corrupção e um povo inculto...
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Manuel Dourado
Sergio Machado - A Suécia (que ocupou durante muito tempo a Filândia) no princípio do século XX praticamente já não tinha analfabetos. Essa política de investimento no ensino estendeu-a à sua "colónia" vizinha e é curioso que na Filândia ainda hoje se vê, em muitos locias, designadamente nos nomes das ruas e as indicações das localiddes nas estradas, os nomes em Filandês e em Sueco. Já agora, por curiosiddade, é interessante saber a opinião dos Irlandeses (da República) e dos Filandeses sobre o que pensam dos seus colonizadores/ocupantes.
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Manuel Dourado
No rincípio do século XX o analfabetismo em Portugal era de cerca de 80%.
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Licínio Fonseca
O povo é pouco interessado em gerir, basta ver o que acontece na administração dos condomínios em que poucos comparecem nas assembleias, preferindo que sejam os outros a decidirem inclusive nos seus assuntos particulares.
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Feliz Reis Pinto
Falo por mim: tem razão... mas eu ja era quase velho quando fui libertado: outros, os mais novos é que são um desperdicio por falta de educação e de preparação social: o futuro devia pertencer-lhes...!!!
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Nicolau Viana
Isto vem confirmar aquilo que eu ando a dizer. Não haja dúvidas que enquanto a burguesia estiver instalada no poder, os pobres vão gemer e não vão levantar cabeça. Por outro lado vão asfixiar as classes médias e transformar-las em mais classes pobres ou desfavorecidas. Portugal está a precisar de gente, com novas ideias e ligadas à espiritualidade, para que as vaidades deixem de existir e que se dê lugar ao virtuosismo. Diria mesmo que no mundo inteiro, no campo da política temos de dar o lugar aos humildes, sábios, e virtuosos retirando os arrogantes, vaidosos, desvirtuados que ainda não perceberam o que é efémero na vida. Os valores, estão-se a perder e deve-se a esses senhores.
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Helena Pereira
Como em todas as áreas da sociedade.Ainda .vivemos num fascismo camuflado.O poder ainda continua nestas elites fascistas que proclamam a liberdade em nome dos seus interesses pessoais.se o mundo voltasse novamente a não ter liberdade, Portugal era o primeiro pais da Europa a introduzir novamente a ditadura.Fazemos de conta que somos um país livre porque estamos na comunidade europeia,é devido ao fenômeno da globalização.mas internamente continuamos o país dos senhores doutores e o que não é senhor doutor é cidadão de segunda
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Bernardino Lizuarte Gomes
Para agravar e explicar a progressiva degradação a que assistimos , apesar da elevação do nível de frequência da escola , que significa pouco em relação ao que devia ,temos as autênticas maternidades partidárias , vulgo juventudes partidárias , onde utilizando linguagem associada à gestação , proliferam os abortos , naturalmente protegidos pelos seus ascendentes, políticos, que aí vêm o futuro assegurado a quem estaria votado , na maioria dos casos , se não fosse o previlégio , a gravitar em torno do emprego precário e mal pago , como acontece a muitos dos nossos licenciados , frequentemente muito mais capazes e aptos do que os que lhes asseguram o futuro.
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Pedro Machado
A atual legislação não ajuda e as máquinas partidárias "selam entradas" a cidadãos com recnhecidos méritos gerando o atual status quo nos partidos politicos mais tradicionais. Este povo acredita na partidocracia e no atual sistema eleitoral português e de todos os seus interesses instalados. Mas não é só na politica, veja-se o caso ao nível económico. É preciso em Portugal quase 6 gerações para um cidadão pobre ter um seu descendente rico. Na Dinamarca, por exemplo só precisa puco mais de uma geração. Acorda povo, acorda para a vida e para a realidade cruel.
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Antonio Santos Santos
Os politicos em Portugal assaltaram o poder, e dai diserem que vivemos em democracia é a mentira maior de todas.Em Portugal e no Mundo vivemos numa ditadura democratica,È uma ditadura em que vês não consegues ver, ouves mas ficas surdo com a confuzão do baralho politico, falas mas as paredes não tem ouvidos e nada as trans põe porque são grossas demais.sao os politicos que se promovem a eles mesmos, que fazem as regras para os outros mas para eles não se pode tocar por isso não admira que vivamos num regime sem legitimidade com regras pura e simplesmente aprovadas por eles mesmos, antigamente dizia-sse eles comem tudo e não deixam nada, mas agora o taxo é lambido por dentro e por fora e como não chega procuram migalhas nos bolsos dos mais desfavorecidos e se as puderem sacar tambem essas lá vão. Temos uma assembleia da Republica que alem de ser iligitima tem de obedecer ás regras dos governos e ás manobras sindicais e claro aos altos intereces do capital (atenção não é crime ser rico desde que as regras sejam iguais a todos, pois quem nos dera termos muiticimo ricos e os politicos inteligentes se aventura-ssem no privado mas eles não sao tolos o guardachuva Estado é mais seguro, e é sempre mais facil gerir o alheio) e em vez de legislarem enteresses a todas vão legislando interesses de podridão,Só um exemplo dos milhares que afligem o povo a politica das Aguas, para já porque se mistura aguas residuais com aguas de consumo porque rasão hade o nosso povo ser obrigado para ter asseço a um ter estar ligado ao outro, então porque o saneamento não é taxado por cabeça e por igual a nivel nacional, porque áde pagar o mesmo tanto o rico como o pobre e mais porque pagam os viuvos no fim da vida taxas como se de uma familia de 6 pessoas e o que é mais grave as instalações foram pagas pela sociedade com fundos Europeus no entanto muitos pagaram as taxas de ligações e agora como o povo não aderem obrigam a ligar gratis aumentando as facturas dos anteriores para suportar as mesmas despesas passando a pagar os anteriores 3 vezes. Uma das coisas mais graves é os proprietarios das casas terem gasto por veses fortuna para resolver o probelema da água para consumo e vem agora estes Sr. dizer que se tem de gastar agua das companhias em beneficio da saude, mentirosos as pessoas que viverem nessas habitações não adoecerao antes, e tudo isto por gula dos governos sempre á babuje de impostos que é outra vergonha dos governos que encobre a corrupção ao nos apresentarem um produto cujo valor nos apresentam mas na realidade está viciado na mentira custando por vezes 3 ou 4 veses mais Quando incluindo os impostos e taxinhas.Caros cidadões não confundamos Estado somos todos nós, governos são o alicersse de interesses cada vez maiores de capitais de partidos de associações politicas, de organizações sindicais de interesses de grupos e de divisão de cidadãos, nunca houve tanta desigualdade em Portugal por esse motivo 40% vivem no limiar da pobreza, SE o Sr. P. da Republica em vez de correr o Pais com sua coxia se senta-sse a penssar como democratizar o Pais e devolver o mesmo ao povo bem melhor seria, Quanto ao governo não engana ninguem tem de obedecer ás regras do mais fortes para isso lá o puseram, infelizmente o mal não é só nosso mas global e isso o mais certo é que nos leve á falencia da raça humana, mas enfim temos aquilo que queremos e claboramos na fantoxada e na mentira! ATENÇÃO SR. PR. VOÇÊ É O UNICO QUE TEM A CHAVE PARA DEVOLVER A VERDADEIRA DEMOCRACIA AO POVO E FASER COM QUE OS POLITICOS SEJAM SÓ E MAIS NADA FUNCIONARIOS AO SERVIÇO DO ESTADO,
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Feliz Reis Pinto
Erra numa coisa: ninguém assaltou o poder... ele foi-lhes confiado pelo povo impreparado e quase nada polititazado (foi a situação imposta desde o 28 de Maio até ao 25 de Abril)...!!!
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Jorge Oliveira
É o sistema viciado, porque na politica só entra os amigos dos amigos, os familiares, etc. Se reparar-mos bem são sempre os mesmos há muitos anos e quando entra um é estudado e tem que fazer o que os "antigos" mandam. Por fim "eles" não querem que ninguém lhes faça frente.
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Sergio Machado
Para alem disso um exemplo: O Millenium BCP? Mas o que é insuportável é a falta de respeito daquele banco para com os seus trabalhadores e reformados, apesar de terem recebido ajuda do Estado paga por todos os cidadãos.Ate a União Europeia sugeriu aquele Banco a redução do numero de administradores Na última Assembleia Geral criaram um fundo extraordinário de milhões de euros exclusivo para pagamento de pensóes para os membros da Comissão Executiva do banco. Quanto ao Fundo de pensões dos trabalhadores, cuja contribuição se encontra suspensa, não contou com qualquer proposta na Assembleia Geral. Recorde-se que os reformados do Millennium BCP têm o aumento das suas reformas congeladas ha ja 10 anos. Portanto. conclui-se que não ha dinheiro para atualizar as reformas dos seus trabalhadores, mas ha folga suficiente nas contas do banco para perdoar dezenas de milhões de euros de divída a instituições do futebol.
Nota:-Tenho uma reforma do BCP de 748 euros com decadas de antiguidade, como posso sobreviver dignamente e pagar as minhas despesas de saúde e voltar a ter acesso a algumas actividades culturais e voltar a comprar livros como fazia anteriormente..Este ano nem fui pela primeira vez em décadas à Feira do Livro. O Millenium BCP é um Banco com uma politica anti social, ,mas de menesses para os seus ADMINISTRADORES, enquanto os Sindicatos afectos à UGT náo passam de uns simples "mansos"......
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Filipe Duarte
Se olharmos para as universidades que a esmagadora maioria dos nossos políticos frequentou conseguimos perceber claramente de que classe social de que são originários. Podemos resumir a sua edução a um par de escolas privadas em Lisboa ondem apenas a classe alta consegue suportar. A nossa democracia deveria pois ser muito mais representativa da sociedade e não asfixiada por elites.
Vários países europeus tem universidades públicas com programas/cursos de cariz politico onde a grande maioria dos jovens podem aceder como qualquer outro curso. Há interesse em manter o status...
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Antonio Jose
Em Portugal confunde-se Lei e Ordem com Propriedade e Poder. Não se respeita nada, quem tem autoridade age como se fosse dono... A administração pública é um autentico cancro neste país....
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Feliz Reis Pinto
Isto revela o povo que, que, ainda, somos, mesmo depois de termos sido libertados da "canga" salazarista (ou talvez por isso - pelo muito tempo em que usamos a canga salazarista)
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Celeste Feital
.... "mas a pobreza nunca foi um território que tivessem habitado".
Como podem mentir tanto... dizendo quer a defendem????....
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Manuel Mariante
É de todos sabido que a abstenção em eleições tem aumentado. Pergunta-se: Que fez a elite política para combater tal situação? NADA! Limitam-se a prometer este mundo e o outro, só blá-blá e fica tudo na mesma. Quanto à primeira de todas as reformas, a adopção dum novo sistema eleitoral para a AR - voto nominal em listas abertas ou o sistema misto alemão - quase ninguém fala! Pudera! Como iriam os carreiristas medíocres, incompetentes, lambe-botas, quando não, corruptos, "ganhar" a vida? Pois...
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Virgilio Afonso
Como é óbvio, num regime capitalista como são quase todos no mundo, onde Portugal ainda está, não pode haver lugar para pobres mandando em ricos, isso é que era bom! Os filhos dos ricos estudam em ''bons'' colégios, entram para as associações de estudantes e depois para o vespeiro das juventudes, está o caminho feito.Os outros se estudam é nas escolas públicas como os meus filhos, logo aí começa o crivo. As competencias não importam muito. Depois como resultado temos Senhores Doutores que nem à universidade foram e se foram foi ao fim de semana quando não estava lá mais ninguém a não ser o reitor. Onde é que eu já vi disto? Os coelhos deste pa
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Virgilio Afonso
Eu queria dizer País
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Carlos Cunha
Que seria deste país de "sucesso" sem estas elites que apenas sabem de privilégios....
Nunca tiveram de suar para ganhar fosse o que fosse de forma DIGNA
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André Silva
Isto acontece porque nao houve, como noutros países, uma razia nos políticos, nem na primeira República nem no 25 de Abril, o que foi uma pena... pois se isso tivesse acontecido os homens e mulheres do Povo poderiam estar no governo da Nação.
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Manuel Pereira
As eleições têm um custo muito alto, como pode um pobre eleger-se? As ditas democracias na realidade são PLUTOCRACIAS. Nós, os pobres temos a liberdade de criticar, mas eles não tomam conhecimento porque a maioria silenciosa é carneira e vota porque o SENHOR estendeu-lhe a mão uim dia. Os sindicalistas lidam com verbasàs vezes milionárias, potanto são ricos.
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Pedro Braz
Ora aqui está "o dedo na ferida" este artigo espelha a sociedade no nosso Pais.
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Carlos Valente
....acho que o titulo da noticia está errado....deveria ser.....Portugal o país onde os politicos entram pobres e saem ricos....
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Rodolfo Batalha
A REALIDADE NUA E CRUA.
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Nuno Silva
É preciso social democracia e socialismo a sério, e não de faz de conta.

Infelizmente, nos últimos 20 anos em toda a Europa está a acontecer o mesmo...
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Carlos Hydalgo Pinto
A questão que se coloca tem a ver com a mobilidade ou estratificação social que estagnou ou até regrediu. Sendo o salário medio algo reduzido no território nacional (a mediana ou o salario mediano) ainda pior, o país corre um serio risco de perder população para os outros paises da U.E.
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Isabel Maria de Barros
Texto muito pobre, com gralhas, falta de estudo para concluir muitas das afirmações, que ainda por cima não são verídicas.
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Celeste Feital
Todos eles sao "os escolhidos" dos Bilderbergers......quem quiser saber mais...procure....
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José Ramos
E esse "fenómeno" acontece só em Portugal? Poderíamos também acrescentar que os realmente ricos não enveredam pela vida política, em Portugal ou em qualquer outro sítio (talvez com a excepção de Trump, que é um "outsider"). Por outro lado, quando supostos "pobres" ascendem a lugares políticos, com destaque para a América Latina, o resultado é desastroso e o enriquecimento rápido e corrupto não é a excepção, é a trágica regra.
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Luis Botelho
José Ramos, Trump não vem de nenhuma elite. Bush júnior foi cuspido pela elite, mas Trump nem isso. As elites de que o texto fala não são necessariamente ricas. São as que se alimentam do seu esforço mas que, no fim, o desprezam.
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Paulo Neves
Este artigo é um panfleto de marxismo cultural, com pouca imaginação e nada de novo. Trata-se de elogiar as supostas qualidades morais inerentes à pobreza. É um logro . A pobreza mesmo que seja em termos relativos não traz virtudes.
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Inês Meneses
ai coitadinho. Paulo, se não consegue comentar os dados mais vale estar calado. Porque são objectivos
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Patrícia Prata de Almeida
lol!, o artigo é mais do que pertinente... pode é não agradar a todos
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Paulo Neves
Inês Meneses eu não contesto os dados, contesto a interpretação. É sabido que o país é muito conservador, mas as pessoas ainda são livres de discordar e ter participação política, eventualmente mudando o que não gostam.
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Carlos Branquinho
Reconheço a importância deste artigo, com o seu titulo O REINO ONDE OS POBRES NÃO ENTRAM talvez abra memórias adormecidas de tantos portugueses que no caso de serem chamados a ocupar cargos importantes, mesmo sem cursos académicos, podiam fazer melhor para Portugal e o seu povo do que muitos que estão ou estiveram no pedestal de altas funções. Em Portugal não só os "doutores" que tiveram a sorte de ter nascido em berço de ouro, são inteligentes e capazes de resolver situações várias a bem do País, há inumeras pessoas competentes, apenas e confirmando todo o artigo, NA POLITICA OS POBRES NÃO TÊM LUGAR. Será que este artigo dará uma lição a quem manda ou pretende mandar em Portugal?
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António Patrício
E aqueles que eram paupérrimos e, agora, estão sofregamente ricos?!... Qual o paradigma sociopolitólogo que explica esta ascenção nas mordomias do efémero e a queda profunda no abismo mais fétido e pantanoso do desassossego, da suspeição, dos olhares cruzados?!... E em que medida os partidocratas e - nunca políticos - de duvidosa ascendência burguesa contribuiram, enquanto estiveram a viver à custa dos impostos do povo, para a dignificação deste país e de quem sustentou e sustenta lautas mordomias e reformas?!...
Antonio Soares
Bem triste claro, mas a eternidade não se encontra na terra. A observar: Evangelho de S. Mateus 5:1 a 12.
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Bruno Miguel Lima Gonçalves
E sendo que no Portugal laboral a única forma de nos prolongarmos numa empresa é fazendo e recebendo o mesmo durante 20, 30, 40 anos, a meu ver também explica muito do que é a face deste pais. Quem nos governa nunca viveu a nossa realidade, assim como quem nos chefia nunca viveu "a nossa" realidade... Ou seja, é mais fácil estar 20 anos num trabalho (As tais excepções à regra) e dar formação a alguém que saia agora da universidade para nos chefiar, que progredir na carreira. Isto facilmente é provado, assim como também deve estar ligado ao facto da nossa politica ser das mais elitistas.
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António Miguel Trindade
A resposta à pergunta é simples: citando José Saramago, "Portugal não tem partidos de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem para roubar juntos".
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Paulo Neves
Pois. E a solução é acabar com os partidos políticos? Não me parece. Isso não existe. Ou existem vários, ou existe apenas um.
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Rodolfo Batalha
Primeiro : MUDAR AS LEIS ELEITORAIS. Caso contrario sera' sempre MAIS DO MESMO ....... DITADURA DOS PARTIDOS
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António Madaleno
Isto explica muita coisa...
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Miguel Barroso
Alguem me explique o que é um "pobre" em Portugal.Obrigado.
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Manuel Fernandes
Concordo com o artigo.
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Leo Viride
Analfabetos ao poder, já! Lula, Maduro, Chavez, o índio da Bolívia e tal comandita...isso é que é bom! Desgraça, peste e fome equitativamente distribuídas pela população...a verdadeira democracia!
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Patrícia Prata de Almeida
De facto, as nossas elites têm feito um bom serviço... além disso é melhor um "analfabeto", como lhe chama, com bons princípios e noção de valores, do que um homem instruído mas cuja opção é servir-se do país e influência para o seu benefício.
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Paulo Neves
Patrícia Prata de Almeida a Moralidade e a Ética não se vendem, portanto não têem a ver com poder de compra. E a pobreza ( ou a riqueza) também não são virtuosas ou viciosas por si. A Educação também não permite resolver todos os problemas. Mas a Ignorância não é uma alternativa melhor... As Elites políticas são apenas quem nós deixarmos que sejam.
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Rodolfo Batalha
Paulo Neves VER O SISTEMA ELEITORAL.
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Rodolfo Batalha
Patrícia Prata de Almeida SE LA' ESTIVESSE O ZE' MARIA PINCEL E COMPANHIA NAO FARIA PIOR.
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Paulo Neves
Rodolfo Batalha pior é sempre possível, vide USA...
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