O Venancismo vai a Polícia
Quando na segunda-feira a Comissão Nacional de Eleições (CNE) publicar sua derradeira deliberação a qual aprovará as listas definitivas das candidaturas para o pleito autárquico de 10 de Outubro, eventualmente chancelando também a tão temida corrida de Venâncio Mondlane, em Maputo, este jovem Engenheiro recentemente ingressado na Renamo estará terminando uma batalha para, no minuto seguinte, começar outra. Ele vai responder em audiência de perguntas na Procuradoria da Cidade num processo de difamação movido a partir do Distrito Municipal de KaMabhukwane, que compreende as zonas do Choupal e Bagamoyo, entre outras.
Quando na segunda-feira a Comissão Nacional de Eleições (CNE) publicar sua derradeira deliberação a qual aprovará as listas definitivas das candidaturas para o pleito autárquico de 10 de Outubro, eventualmente chancelando também a tão temida corrida de Venâncio Mondlane, em Maputo, este jovem Engenheiro recentemente ingressado na Renamo estará terminando uma batalha para, no minuto seguinte, começar outra. Ele vai responder em audiência de perguntas na Procuradoria da Cidade num processo de difamação movido a partir do Distrito Municipal de KaMabhukwane, que compreende as zonas do Choupal e Bagamoyo, entre outras.
Amanhã, sábado, a CNE reúne-se em plenária para decidir sobre as listas definitivas. A publicação de listas provisórias ontem deu azo a duas reclamações, submetidas hoje ao órgão eleitoral. Uma do MDM tentando impugnar a corrida de Mondlane e outra de dois cidadãos que alegam que a inclusão de seus nomes na lista da AJUDEM, o grupo de cidadãos que tem à cabeça Samora Moisés Machel Júnior, não teve a sua anuência. A CNE vai deliberar sobre estes dois casos em concreto. Tudo indica que, no caso de Venâncio Mondlane, a CNE vai empurrar qualquer decisão final para o Conselho Constitucional, evitando emitir amanhã um juízo definitivo. Assim, quem não se conformar com as listas definitivas deverá solicitar um parecer ao CC.
Ao longo desta semana, Mondlane viveu momentos dramáticos. Uma bateria de interpretações legais contra sua candidatura foi accionada, nada que levasse o órgão eleitoral a declarar sua candidatura improcedente. Na noite de quarta-feira, a plenária do órgão eleitoral concordou em publicar as listas provisórias e esperar por eventuais reclamaçōes. O vendaval hostil contra sua candidatura está, no entanto, perdendo força. Mas na segunda-feira ele vai enfrentar um novo teste de resiliência. Um processo de difamação que resulta da sua acção como deputado da AR pelo MDM na luta contra a usurpação de um campo de futebol localizado entre o Choupal e o Bagamoyo.
Venâncio se barricou contra essa usurpação numa acção política que envolveu manifs com dísticos acusando responsáveis da edilidade de terem vendido o campo, num acto de corrupção, a uma cadeia de supermercados de marca portuguesa. O campo acabou sendo devolvido aos residentes. Venâncio foi incisivo na defesa das comunidades suburbanas de Maputo cada vez mais indefesas contra a expropriação de terrenos desportivos pelo fortíssimo lobby imobiliário da capital. Ele ganhou a luta e agora, também, um processo judicial por difamação, movido pelo Vereador por KaMabhukwuane.
O caso, que podia ser tratado como uma acção normal de um cidadão se sentido ofendido, surgiu em timing propício para lhe darem outro cunho, o de uma perseguição política. Venâncio acredita que se trata de mais um expediente para minar sua corrida. Com a Frelimo no meio de uma clivagem entre a corrente radical e a corrente lite, com sinais evidentes de uma recomposição de alianças entre as suas principais famílias e o espectro de uma batalha por 2019 no ar, Venâncio Mondlane parece estar destinado a ser combatido até o último cartucho. Mas ele é um homem fadado para o combate.
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