sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Ex-assessora de Trump divulga gravação de nora do Presidente a propor-lhe emprego, depois de ter sido despedida da Casa Branca


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Depois de uma gravação do seu despedimento, Omarosa divulga agora gravação sobre proposta de emprego de Lara Trump, nora do Presidente. Proposta foi "tentativa de comprar o seu silêncio", diz.
Omarosa Manigualt Newman foi concorrente do reality-show de Donald Trump, The Apprentica
Alex Wong/Getty Images
Omarosa Manigualt Newman, a ex-assessora da Casa Branca e antiga concorrente do reality show The Apprentice, divulgou uma gravação onde Lara Trump  — nora do Presidente e dirigente da campanha para a reeleição de Donald Trump — lhe propõe um emprego lucrativo, naquilo que Omarosa classifica como tentativa de “comprar” o seu “silêncio”.
A divulgação deste telefonema surge depois de a antiga assessora ter divulgado uma outra gravação do seu despedimento da Casa Branca, pelo chefe de gabinete John Kelly. Omarosa Newman garante que o telefonema com Lara Trump aconteceu dias depois do seu despedimento.

A divulgação da conversa foi feita numa entrevista à estação de televisão MSNBC, onde foram revelados excertos do telefonema. “Parece um bocadinho que, obviamente, tens algumas coisas guardadas no bolso de trás que podes usar. É claro que se te juntares à campanha, não podemos ter… Temos de…”, balbucia. “Tudo, toda a gente, positivo, certo?”
Lara passa de seguida a explicar o valor monetário da proposta — cerca de 15 mil dólares por mês, o equivalente a cerca de 13 mil euros — e as funções que Omarosa teria, participando em alguns encontros em Nova Iorque e em “eventos públicos”. Na entrevista à MSNBC, a ex-concorrente do The Apprentice classificou assim o telefonema da nora do Presidente: “Foi uma tentativa de comprar o meu silêncio, de me censurar e de me subornar, por 15 mil dólares por mês.”
A gravação corrobora as afirmações feitas inicialmente por Manigualt Newman no seu recém-publicado livro Unhinged (sem edição em português), onde declara que esta proposta de emprego tinha como contrapartida a assinatura de um contrato de confidencialidade — algo que não é dito na gravação. No mesmo livro, Omarosa garante que existem registos do Presidente a usar a palavra nigger, utilizada nos EUA para referir uma pessoa negra de forma ofensiva, já desde os tempos da escravatura. Contudo, a antiga assessora não conseguiu confirmar ter visto essas gravações.
Em reação num comunicado divulgado na CNN, Lara Trump explicou o telefonema justificando-o com o grande apreço que a equip de Trump tem por Omarosa: “Continuávamos a querer tê-la na nossa equipa porque gostamos muito da personalidade dela. Foi por isso que lhe ofereci uma posição na campanha de Trump para 2020”, disse.
Estou completamente chocada e entristecida pela traição dela e por esta violação a um nível muito pessoal. Espero que isto valha a pena, Omarosa, porque há coisas onde não se pode pôr um preço.”
Nos últimos dias, depois de serem conhecidas as críticas da antiga assessora no seu livro à presidência Trump, o Presidente tem-se desdobrado em ataques à sua antiga colaboradora, a quem chamou de “cão”, “maluca” e “maldosa, mas esperta”.
Na mesma entrevista, Omarosa Manigualt Newman deixou no ar a ameaça de que pode ter mais material prejudicial aos Trumps. “Cada vez que alguém da equipa de Trump me desafie, vou trazer os recibos”, disse. “Há coisas sobre as quais vou escrever e há coisas que vou guardar e partilhar quando for a altura certa.”

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