Da “expulsão” de Samora Machel à não coesão
O termo camarada encerra em si uma ideia de igualdade entre os seus cultores, não há súbitos nem Reis, nobres nem plebeus, muito menos diferença entre homens e mulheres... como também encerra a ideia de igualdade entre os camaradas na observância dos comandos que norteiam a actuação dos camaradas de verdade.
Vem este intróito por conta de uma azáfama que aguça os corredores da FRELIMO, alguns menos avisados gritam aos quatro ventos que Samora Machel Júnior, carinhosamente tratado por Samito, deva ser “excomungado” por violar as normas estatutárias, sem ideia da espiral de expulsões que podem daí advir.
A primeira nota de reflexão é que “condenar” Samito por violar as normas estatutárias pode significar subverter o próprio sentido de justeza das causas da FRELIMO! Porque não foi Samito o primeiro violador, é verdade que quebrou as normas, mas quase que em legítima defesa, para exercer um dos seus mais sagrados direitos fundamentais, de eleger e ser eleito, causa de honra da luta da FRELIMO pela independência de Moçambique... tudo começa por aqui, mas não tanto por aqui.
A violação das normas estatutárias não começou com este processo, começou com inobservância de uma directiva que não permitia que secretários do Comité Central cumulassem com os cargos de Deputados, uma paradigma que só vincou para os “pobres” Edson Macuácua, Sérgio Pantie, Moreira Vasco e Damião José. E que veio a resultar na “indicação” de outros na mesma situação, sem observar tal directiva... e nessa altura ninguém falou de violação de normas e de qualquer expulsão ou sanção...
Depois disso ficou assente a ideia de que as normas na FRELIMO eram figurativas e não de cumprimento obrigatório e ninguém foi responsabilizado por isso... e agora deve o “abestardo” do Samito ser expulso?
Penso por isso que deve haver uma reflexão profunda do problema e não uma fuga do mesmo com soluções simplistas, porque há direitos impedidos de exercer... lembro-me com nostalgia que em 2013, quando a comissão política propôs os camaradas Alberto Vaquina, José Pacheco e Filipe Nyusi (era assim o figurino na altura), houve quem entendesse propor outros candidatos e a direção de então não se opôs, todos concorreram e no fim saiu coesa a FRELIMO! Custava fazer o mesmo?
A fechar, penso que a direção da FRELIMO na cidade de Maputo deva demitir-se em bloco, não dá garantias de conduzir com lucidez e harmonia o processo eleitoral que se avizinha e a adivinhar pelas perseguições conduzidas por alguns dos seus membros nos grupos de WhatsApp aumenta esse receio...
Felicitações são devidas ao SG da FRELIMO, pois soube, “pressionado”, reagir com naturalidade e maturidade de um diferente daquele gabarito.
O termo camarada encerra em si uma ideia de igualdade entre os seus cultores, não há súbitos nem Reis, nobres nem plebeus, muito menos diferença entre homens e mulheres... como também encerra a ideia de igualdade entre os camaradas na observância dos comandos que norteiam a actuação dos camaradas de verdade.
Vem este intróito por conta de uma azáfama que aguça os corredores da FRELIMO, alguns menos avisados gritam aos quatro ventos que Samora Machel Júnior, carinhosamente tratado por Samito, deva ser “excomungado” por violar as normas estatutárias, sem ideia da espiral de expulsões que podem daí advir.
A primeira nota de reflexão é que “condenar” Samito por violar as normas estatutárias pode significar subverter o próprio sentido de justeza das causas da FRELIMO! Porque não foi Samito o primeiro violador, é verdade que quebrou as normas, mas quase que em legítima defesa, para exercer um dos seus mais sagrados direitos fundamentais, de eleger e ser eleito, causa de honra da luta da FRELIMO pela independência de Moçambique... tudo começa por aqui, mas não tanto por aqui.
A violação das normas estatutárias não começou com este processo, começou com inobservância de uma directiva que não permitia que secretários do Comité Central cumulassem com os cargos de Deputados, uma paradigma que só vincou para os “pobres” Edson Macuácua, Sérgio Pantie, Moreira Vasco e Damião José. E que veio a resultar na “indicação” de outros na mesma situação, sem observar tal directiva... e nessa altura ninguém falou de violação de normas e de qualquer expulsão ou sanção...
Depois disso ficou assente a ideia de que as normas na FRELIMO eram figurativas e não de cumprimento obrigatório e ninguém foi responsabilizado por isso... e agora deve o “abestardo” do Samito ser expulso?
Penso por isso que deve haver uma reflexão profunda do problema e não uma fuga do mesmo com soluções simplistas, porque há direitos impedidos de exercer... lembro-me com nostalgia que em 2013, quando a comissão política propôs os camaradas Alberto Vaquina, José Pacheco e Filipe Nyusi (era assim o figurino na altura), houve quem entendesse propor outros candidatos e a direção de então não se opôs, todos concorreram e no fim saiu coesa a FRELIMO! Custava fazer o mesmo?
A fechar, penso que a direção da FRELIMO na cidade de Maputo deva demitir-se em bloco, não dá garantias de conduzir com lucidez e harmonia o processo eleitoral que se avizinha e a adivinhar pelas perseguições conduzidas por alguns dos seus membros nos grupos de WhatsApp aumenta esse receio...
Felicitações são devidas ao SG da FRELIMO, pois soube, “pressionado”, reagir com naturalidade e maturidade de um diferente daquele gabarito.
Facto histórico.
A intenção do Samito foi dar o seu contributo para o bem da cidade de Maputo dentro do seu partido. Não tendo conseguido por esta via ele optou por viabilizar a sua proposta por via do movimento AJUDEM. O Samito mantém-se o mesmo, o eleitorado também e a intenção avança. Infelizmente o meu partido ficou dividido. Teremos dois camaradas por eleger. O que só dá vantagens a terceiros. A HISTÓRIA da FRELIMO registou um NOVO FACTO.
A intenção do Samito foi dar o seu contributo para o bem da cidade de Maputo dentro do seu partido. Não tendo conseguido por esta via ele optou por viabilizar a sua proposta por via do movimento AJUDEM. O Samito mantém-se o mesmo, o eleitorado também e a intenção avança. Infelizmente o meu partido ficou dividido. Teremos dois camaradas por eleger. O que só dá vantagens a terceiros. A HISTÓRIA da FRELIMO registou um NOVO FACTO.
“MELHOR QUE A FRELIMO É A PRÓPRIA FRELIMO!”
Discurso proferido pelo Presidente Armando Emílio Guebuza, por ocasião das cerimónias de lançamento das celebrações dos 50 anos da FRELIMO, a 3 de Fevereiro de 2012
[...] Caros compatriotas,
A FRELIMO não é uma essência que não muda.
Tal como o nosso Moçambique, a FRELIMO, ao longo deste meio século de vida, passou por várias provações que engendraram a sua evolução para continuar a conferir uma liderança de crescente qualidade.
Tal como o nosso Moçambique, a FRELIMO, ao longo deste meio século de vida, passou por várias provações que engendraram a sua evolução para continuar a conferir uma liderança de crescente qualidade.
Ela sempre soube responder à conjuntura nacional e internacional para cumprir, com responsabilidade, firmeza e serenidade, a agenda do nosso maravilhoso Povo que, em cada dia que passa, adensa a sua certeza de que o seu sonho de 25 de junho de 1962, o sonho de bem-estar, está a ganhar forma e expressão [...].
Como no passado, uma definição correcta e clara dos obstáculos a vencer e uma participação de todos na sua superação, são condições essenciais da vitória [...]
Como no passado, uma definição correcta e clara dos obstáculos a vencer e uma participação de todos na sua superação, são condições essenciais da vitória [...]
Compatriotas,
[...] A FRELIMO que vamos celebrar ao longo deste ano é a FRELIMO que a todos nós brindou com a nacionalidade moçambicana. É a FRELIMO de todos nós. É a FRELIMO deste Povo muito especial, o maravilhoso Povo Moçambicano.
Há quem queira sugerir que existem duas ou mais FRELIMOS. É compreensível. Estão a tentar compreender um movimento que levou, que está a percorrer e que vai completar 50 anos, a partir da sua experiência pessoal, limitada e sem necessariamente olhar para este movimento que só é movimento quando tem os seus membros unidos; os seus membros a trabalharem com o mesmo propósito. É assim que alguns querem aparecer como sendo melhores do que a própria FRELIMO.
Há quem queira sugerir que existem duas ou mais FRELIMOS. É compreensível. Estão a tentar compreender um movimento que levou, que está a percorrer e que vai completar 50 anos, a partir da sua experiência pessoal, limitada e sem necessariamente olhar para este movimento que só é movimento quando tem os seus membros unidos; os seus membros a trabalharem com o mesmo propósito. É assim que alguns querem aparecer como sendo melhores do que a própria FRELIMO.
Melhor que a FRELIMO é a própria FRELIMO!
Ninguém isoladamente pode ser melhor que a FRELIMO! E pode no processo correr o risco de se marginalizar. De ser marginal. Abandonar o seu colectivo, os seus camaradas, as decisões dos órgãos, para reproduzir as suas próprias ideias pensando que está a falar em nome desta cinquentenária FRELIMO!
Ninguém isoladamente pode ser melhor que a FRELIMO! E pode no processo correr o risco de se marginalizar. De ser marginal. Abandonar o seu colectivo, os seus camaradas, as decisões dos órgãos, para reproduzir as suas próprias ideias pensando que está a falar em nome desta cinquentenária FRELIMO!
Quem fala em nome da cinquentenária FRELIMO é o Congresso. É o Comité Central. É a Comissão Política. São os Comités Provinciais. São os Comités Distritais. Esses quando falam, quando se pronunciam, estão a falar em nome da FRELIMO. E nós indivíduos, só estamos a falar em nome da FRELIMO quando o nosso discurso se conforma ou concretiza aquilo que os órgãos da FRELIMO dizem!
Compatriotas,
[...] A FRELIMO que nós temos é feita por cada um de nós. Aquilo que há de melhor em cada um de nós reproduz-se na FRELIMO. E aquilo que não é assim tão bom em cada um de nós, através da FRELIMO pode ser melhorado e pode também transformar-se em lição e contribuição para a consolidação da FRELIMO, para a consolidação das nossas conquistas, para o reforço da nossa auto-estima, do nosso amor-próprio, porque quem não tem amor-próprio é um desgraçado! [...]
Caso para reafirmar:
Wa misala ndiye adawona moto (foi o doente mental quem viu o fogo a chegar) - ditado Chewa/Nyanja/Ngoni.
Significado: muitas vezes não prestamos atenção aos alertas vindos daqueles que não gostamos ou que não vão com a nossa cara.
Significado: muitas vezes não prestamos atenção aos alertas vindos daqueles que não gostamos ou que não vão com a nossa cara.
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