terça-feira, 14 de agosto de 2018

“Camionista do milagre”. O condutor que ficou a poucos metros da tragédia


A imagem está a correr mundo. Por uma questão de frieza, de velocidade ou de tempo - ou de tudo junto -, o condutor do camião verde que ficou a poucos metros do abismo salvou-se de uma tragédia.
AFP/Getty Images
As histórias das tragédias também se fazem daqueles que por pouco não as sofrem. É o caso do condutor de uma carrinha de uma cadeia de supermercados italiana, a Basko, que conseguiu por escassos metros evitar ser mais um dos cerca de 35 veículos que se viram envolvidos no colapso da Ponte Morandi, que ruiu parcialmente na manhã desta terça-feira em Génova. A fotografia fala por si e correu rapidamente o mundo inteiro. A sorte deste condutor pode ter-se devido à pouca velocidade a que circulava, à sua frieza ou à distância a que se encontrava  do abismo. Pode até ter sido uma combinação de todos estes fatores. Certo é que conseguiu evitar a queda.
A imprensa italiana tem tentado contactá-lo diretamente mas é o próprio que tem recusado falar à comunicação social. Segundo os meios internacionais, o condutor tem estado sob acompanhamento psicológico e não quer ser exposto nesta fase. Quem aceitou prestar declarações foi o diretor-geral da cadeia italiana Basko, Giovanni D’Alessandro. Segundo o gerente da empresa que tem sede em Génova, “o motorista está bem mas em choque”. “Ele foi resgatado e já realizou todos os exames médicos”, acrescentou.
O condutor estava a regressar do turno de distribuição matinal quando entrou na Ponte Morandi. Instantes depois, e debaixo de um forte temporal, um trecho da infraestrutura colapsou. Por sorte, ou “milagre” — como escrevem os media italianos —, o camião ficou a poucos metros do local do desabamento. “Aquela é uma estrada por onde todos os dias passam os nossos camiões. Sabemos que é uma ponte muito movimentada e não costumamos viajar em alta velocidade naquela parte do percurso. Talvez tenha sido por isso que o camionista teve tempo de travar”, sugere Giovanni D’Alessandro.
Apesar de ter sido o diretor-geral da Basko a responder aos jornalistas, o motorista trabalha na realidade para a transportadora Damonte Trasporti, que colabora com a cadeia de supermercados há mais de 30 anos. O contacto entre as duas empresas, garante D’Alessandro, tem sido permanente para garantir que o motorista “continua a estar bem”.
Na manhã desta terça-feira, um trecho desta ponte em Génova colapsou e provocou a morte de pelo menos 35 pessoas. As operações de socorro continuam e ainda não foi feita a contabilização total dos danos. Há ainda 13 feridos, cinco em estado grave. Pelo menos sete pessoas sobreviveram à queda. Para evitar que os números continuem a crescer, as autoridades italianas evacuaram nas últimas horas cerca de 20 edifícios vizinhos, de modo a evitar que um novo colapso aumenta a contagem.

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