terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Procurador-geral de Trump insultado durante audição no Senado

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


Jeff Sessions, nomeado por Donald Trump para ser procurador-geral (o equivalente ao ministro da Justiça) está a ser ouvido no Senado. Manifestantes gritaram: "Sessions é um racista!"
Jeff Sessions foi ouvido no Senado
Getty Images
O antigo senador do Alabama Jeff Sessions, escolhido por Donald Trump para ocupar o lugar de procurador-geral na próxima administração norte-americana, está esta terça-feira a ser ouvido pelo Senado, uma audição necessária para o seu nome ser confirmado para o cargo. No início da segunda parte da audição, um conjunto de manifestantes invadiu a audição e gritou: “Black lives matter [as vidas negras importam, nome de um movimento norte-americano contra o racismo], Jeff Sessions é um racista!”. Pode acompanhar aqui a transmissão em direto (em inglês):
Perante o comité judicial do Senado norte-americano, Jeff Sessions, cuja nomeação foi marcada por um conjunto de declarações e posições polémicas, está a discutir as questões relacionadas com os seus planos para quando ocupar a pasta da justiça na equipa de Trump, a partir de 20 de janeiro, quando o novo Presidente tomar posse. Conservador, anti-casamento homossexual, anti-legalização do comércio e consumo de canábis, Sessions, 69 anos, tem sido uma das vozes mais ativas contra a imigração ilegal, um dos principais temas da campanha eleitoral de Trump, que prometeu expulsar os cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem em território norte-americano. Leia aqui mais sobre as polémicas que envolvem Jeff Sessions.

Expulsão dos muçulmanos? Não.

Durante a audição, Jeff Sessions tem estado a ser confrontado com alguns dos principais temas que marcaram a campanha de Donald Trump. O primeiro assunto polémico foi a expulsão dos muçulmanos, a que Sessions já se tinha mostrado favorável inicialmente. Questionado sobre se iria apoiar uma lei que impede os muçulmanos de entrarem nos EUA, Sessions respondeu de forma perentória: “Não”.

Investigar emails de Clinton? “Este país não castiga os inimigos políticos”

Era uma das promessas mais polémicas de Trump: mandar investigar os emails de Hillary Clinton. Mas acabou por desistir da ideia. Foi uma das questões colocadas esta terça-feira ao próximo procurador-geral. “Pretende recusar qualquer envolvimento com investigações à questão dos emails de Clinton e à fundação Clinton, se existir alguma?”, questionou o senador Charles E. Grassley. “Sim. Este país não castiga os inimigos políticos”. O que significa que, a ser iniciada alguma investigação pelo sistema de justiça norte-americano relativamente ao caso dos emails, o responsável pela pasta da Justiça irá manter-se afastado, para “não pôr em causa a objetividade”, depois de ter defendido uma investigação ao caso durante a campanha eleitoral.

Legalizar a tortura por waterboarding? “A lei é clara”

Outra das questões polémicas colocadas na audição foi relativa ao waterboarding — tortura que utiliza água para dar a sensação de afogamento, que foi utilizada pela CIA, mas agora é ilegal. Sessions, que já se tinha anteriormente mostrado a favor da utilização deste tipo de técnicas de tortura, confirmou perante os senadores que dificilmente o waterboarding será novamente legal — depois de Trump ter sugerido, no ano passado, que se trata de “uma forma menor de tortura” e que pode ser útil. A lei atual afirma que esta prática é “absolutamente imprópria e ilegal”, sublinhou o próximo responsável pela pasta da Justiça, o que significa que dificilmente haverá uma reversão.

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