quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O guião russo para interferir na Europa já está escrito


Os próximos meses são cruciais para o futuro político da União Europeia. Para o influenciar, Moscovo deverá seguir uma estratégia semelhante à que foi aplicada nos EUA.
Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, tem feito visitas frequentes a Moscovo
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Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, tem feito visitas frequentes a Moscovo REUTERS/CHARLES PLATIAU
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de Novembro foi recebida com aplausos na Duma (Parlamento russo), mas é na Europa que residem os grandes interesses estratégicos do Kremlin. E, para os alcançar, os serviços secretos russos têm desenvolvido estratégias semelhantes às que foram detectadas pelas agências de informação norte-americanas. Esta “guerra híbrida” conjuga modalidades tradicionais — propagação de desinformação — e tácticas contemporâneas — pirataria informática. O objectivo tem um único sentido: minar a credibilidade das democracias liberais europeias, que Moscovo encara como ameaças à sua segurança.
Um dos alertas mais concretos foi lançado pelo director do MI6 (serviços de informação externa britânicos), Alex Younger, em Dezembro, numa rara aparição pública. “A conectividade que está no centro da globalização pode ser explorada por Estados com intenções hostis para alcançar os seus objectivos de forma refutável. Eles fazem-no através de meios tão variados como ciberataques, propaganda e subversão do processo democrático”, afirmou, sem, porém, referir directamente a Rússia.
A refutabilidade destas acções é, de facto, um dos maiores problemas que os serviços de segurança e informação europeus enfrentam, especialmente no que respeita aos ataques informáticos. Numa análise recente, a empresa russa de segurança informática Kaspersky previa um “uso generalizado de manobras de desorientação (conhecidas como bandeira falsa) para turvar as águas da atribuição”. “À medida que os ciberataques assumem um papel crescente nas relações internacionais, a atribuição irá tornar-se uma questão central para determinar uma resposta política, tal como a retaliação”, acrescenta o relatório.

Os espiões

Um dos episódios mais recentes que indicam uma intensificação da acção de espionagem russa na Europa envolve o espião português Frederico Carvalhão Gil, detido em Roma em Maio do ano passado, suspeito de vender documentos confidenciais da NATO a agentes russos. O agente do SIS tinha acesso a informações altamente confidenciais, mas negou em tribunal que as tivesse tentado vender.
Em 2010, Anna Chapman foi detida em Nova Iorque sob suspeita de pertencer a uma rede de espiões russos e acabou por ser deportada para a Rússia. Depois de se ter tornado uma celebridade que fez várias capas nos tablóides britânicos, Chapman foi nomeada conselheira do organismo juvenil do partido Rússia Unida, no poder, e passou a ter um programa televisivo.

Le Pen em Moscovo

O apoio a partidos populistas, críticos dos fundamentos da União Europeia e da NATO, é outra das estratégias de Moscovo. São várias as formações políticas com ligações e contactos com o Kremlin, mas o caso da Frente Nacional francesa é o que mais se distingue. Desde 2013 que a líder Marine Le Pen visita todos os anos Moscovo, onde é recebida por altos dirigentes políticos, mas a ligação vem de antes. Já o fundador da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, tinha visitado a capital russa em 2005, onde apelou à criação de um “espaço cristão” e “humanista”, que englobasse todo o continente europeu, lembra o Le Monde.
Hoje, as relações entre o Governo russo e o partido de extrema-direita vão além da retórica. De acordo com o site de investigação Mediapart, a Frente Nacional recebeu em 2014 um empréstimo de pelo menos nove milhões de euros do First Czech Russian Bank, sedeado em Moscovo. O financiamento aconteceu pouco depois de Marine Le Pen ter declarado publicamente o seu apoio à anexação da Crimeia pela Rússia, após um referendo “sem contestação possível” — a ONU não reconheceu a consulta por ter decorrido enquanto o território se encontrava sob ocupação militar russa.
Le Pen é uma das favoritas a passar à segunda volta das eleições presidenciais francesas, no início de Maio, mas já não poderá contar com o financiamento do banco russo. O FCRB declarou falência e pede agora o reembolso do empréstimo. Mas, do outro lado, é provável que o seu adversário seja François Fillon, que tem expressado apoio a uma reaproximação com a Rússia. É, portanto, muito possível que haja novos aplausos na Duma na manhã de 8 de Maio.

Alemanha em alerta

A estratégia russa passa invariavelmente pela exploração de situações pré-existentes que possam indicar uma clivagem social, com o objectivo de pôr em causa os poderes constituídos — o Governo, as instituições internacionais e a imprensa. Aconteceu assim com o sentimento antiglobalização partilhado por grande parte da população de estados industriais dos EUA, com o espírito eurocéptico em França e com o receio dos refugiados na Alemanha.
O desaparecimento, no início do ano passado, de uma jovem de origem russa de 13 anos na Alemanha foi o gatilho necessário para espalhar a confusão e a crítica em relação ao Governo de Angela Merkel. Depois de ter desaparecido durante quase dois dias, a jovem disse à mãe ter sido raptada e violada por três homens estrangeiros. As análises forenses nada indicaram nesse sentido e a jovem acabou por admitir ter inventado a história.
Porém, a versão de que uma adolescente russa tinha sido violada por refugiados na Alemanha tinha já ganho raízes na Internet e na televisão russa. O caso levou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, a acusar as autoridades alemãs de “encobrimento”, e grupos de extrema-direita convocaram manifestações com milhares de pessoas. O incidente encaixava numa das narrativas preferidas dos media estatais russos — a de uma Europa mergulhada num caos permanente por causa das políticas “liberais” dos seus dirigentes.
Tal como a França, a Alemanha tem este ano eleições que são vistas como um alvo sensível para ataques informáticos e campanhas de desinformação. O director da agência interna de informação, Hans-Georg Maassen, enquadrou o caso da adolescente numa “ameaça híbrida que pretende influenciar a opinião pública e os processos de tomada de decisão”.
Público
3 h
Os próximos meses são cruciais para o futuro político da União Europeia. Para o influenciar, Moscovo deverá seguir uma estratégia semelhante à que foi aplicada nos EUA.
Comentários
Victor Lopes Anda tudo louco...
Nunca pensei que volvidos 80 anos voltaríamos a ver o extremismo e o populismo chegar outra vez ao poder.
A UE? Não gostam dela? 

Qual é a alternativa? 
O nacionalismo?
O anticapitalismo? 
O nacional socialismo?
O islamismo?
Esta era ficará na história como o suicídio do ocidente num momento de loucura colectiva
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Rui de Oliveira Jornaleco e jornalistas da treta! O que interessa é escrever, a deontologia de quem deve informar(bem) ha muito foi esquecida!
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Pedro Caeiro Agora é a Europa (poleiros em Bruxelas que nunca o povo os elegeu e os presidentes de alguns países, leia-se) a fazer-se de vítima. Estamos a tentar imitar os States?
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Diogo Sousa As politicas de esquerda têm vindo a falhar miseravelmente, como é que vamos justificar isto? Fácil, a culpa é dos Russos. 

Teorias da conspiração não é jornalismo, é lixo.
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Hugo Arsénio Pereira Quais "políticas de esquerda"?
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Diogo Sousa Vives em que planeta? Não deve ser neste com certeza. A dificuldade de lidar com aquilo que é real/factual sempre foi um sintoma do esquerdismo.
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Pedro Caeiro Se fosse por culpa de políticas de Esquerda, nunca iam culpar um país de Esquerda. É uma idiotice só para dizer mal da esquerda. O ressabiamento tem destas coisas...
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Diogo Sousa A Russia não é um país de esquerda, já foi e morreram mais de 60 milhoes de pessoas devido a esse virus ideologico conhecido como socialismo/comunismo, mas hoje é um país totalmente diferente. Tanto não é um país de esquerda que até ganha cada vez mais adeptos de direita no Ocidente. Nas eleições Americanas fizeram o mesmo jogo, de forma a desviar as atenções da corrupção do partido democrata colocaram-nas nos supostos hackers russos.
Diogo Sousa Existe também a motivação financeira de considerar a Russia o papão que está pronto a conquistar o mundo para justiticar os triliões gastos em armamento, o que interessa a muita gente.
Jorge Nascimento absolutamente falso , ha sim alguma reação a interferencia dos eua em todas as eleiçoes na esfera ex sovietica com seu estrondo maior na revoluçao laranja na ucrania , foi um erro toda a politica de subtração de influencia da russia nos seus aliados com a ousadia de os englobar na otan e ue. quem anda a interferir nas nossas eleiçoes são os states, quem anda a manietar as agencias de media sao os states, quem nao tem interesse numa europa coesa com moeda propria e viavel são os states e o dollar, moscovo tem todas as vantagens numa europa viavel e em receber divisas numa moeda viavel que nao o dollar, quem disse nao a uma politica belica e espancionista dos states foi a sua populaçao e pior foi o eleitorado que manda seus familiares para a combater, o eleitorado que se diz humanista e pacificista, o democrata, tem apludido de pe todas as intervencoes belicas de obama com os resultados a vista desde a ucrania a libia, quem manda para la seus filhos votou não, votou num discurso de não a guerra e de não por mais seus filhos em cenarios belicos sem razao nos 4 cantos do mundo, é tirar o foclore dos media e enxergar o que obama fez ao mundo e seu pais, usa sua populaçao, engana seu eleitorado e faz pouco do outro que alem do o mandar ocupar paises inteiros ainda o apelida de xenofabo e ignorante, os iluminados vanguardistas democratas julgam mesmo ser superiores por nao sujarem as maos e julgam que discursos ocos com palavras bonitas em total contradiçao com a realidade lhes da superioridade moral, as elites liberais das profissoes liberais e das classes medias mais altas deviam sair mais das gares dos aeroportos das capiatais do mundo e ver o mal que fazem em vez de ofender quem o teve de conhecer em seu nome e das mentiras dos seus ideais. o tempo de bastar ter graça acabou
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Joao Antonio Camoes Ai Público! Quem te viu nascer e quem te vê hoje em dia, percebe facilmente onde vais acabar logo que deixes de ser um sonho do teu acionista fundador...
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Sérgio Loureiro Quem anda louco é a UE que tem loucos a dirigi-la, são eles que estão a criar todas as condições para que os partidos extremistas de direita vençam eleições, eles são os culpados fizeram as pessoas deixar de acreditar com a sua ditadura de interferência na soberania decisória de cada nação!
Alexandra Pereira Claro que sim, os russos vão votar pelos franceses. Curiosamente, não há país com imprensa mais disseminada pelo mundo, há mais tempo e com maior penetração (sobretudo na Europa, incluindo Rússia) do que os Estados Unidos. Quem é o corajoso que vai acusar os americanos (que têm milhares de tropas e tanques estacionados junto à fronteira russa e bases militares da Nato por todo o lado, incluindo Portugal) de interferir na Europa?
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Alexandra Pereira Não só a maioria dos hackers são actores individuais, corporativos ou pertencem a grupos organizados de hackers promovendo actividades ditas "ilegais" (o governo russo lida com alguns, que atacam corporações na Rússia... assim como o governo americanoe outros governos lidam com outros), como hackers situados fisicamente nos EUA atacaram o min. dos negócios estrangeiros russo semanas antes da queda do avião, do assassinato do embaixador, do ataque à embaixada russa em Damasco e (agora) de o consul russo em Atenas ter aparecido morto de "causas desconhecidas". Isto sem falar nas actividades de hackers na Rússia e Ucrânia aquando do golpe de estado/referendo da Crimeia.
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João Miguel Pelica Ingenuidade é pensar que os russos têm interesse numa França dentro da UE ao invés de uma França que destrua a UE e a zona euro com a sua saída! A UE é a grande força económica que se opõem à Rússia. Realmente a ingenuidade é uma candura, mas muito distraída também 😅
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Alexandra Pereira A UE perde milhões de euros com as sanções à Rússia. As sanções afectam macroeconomicamente outros países e a economia mundial. Todos os países do leste europeu dependem energeticamente da Rússia. Talvez para o ano quando a Rússia deixar de fornecer gás àquela deriva extrema-direitista sem bússola que vai na Ucrânia (apoiada pela cúpula desta UE), onde hoje em dia se exaltam heróis nazis e se destroem monumentos aos mártires da WWII, isso se note melhor. E sim, Fillon é o candidato que o governo russo oficialmente apoia. Sobre saídas ou não saídas, cabe aos franceses decidir isso (e só a eles). Ou você defende a tese de que o Brexit também foi responsabilidade russa?   
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João Miguel Pelica Ingenuidade portanto😅 cabe aos franceses sair, com um empurrão da Rússia😅 o Brexit pode enfraquecer a UE, mas não tem a capacidade de a destruir como seria a saída da França, que faz parte da zona euro também e que com a saída de uma economia da dimensão da França se desintegra, arrastando a UE para o colapso! Além da França ser um pilar da UE, juntamente com a Alemanha e um membro fundador, ao contrário da Grã-Bretanha que sempre esteve com um pé dentro e outro fora! Ingenuidade junta com ignorância já começa a perder o encanto 😅
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Alexandra Pereira Paranóia, portanto   A Rússia não defende que a França saia da UE.... não se pronuncia sobre isso. Na realidade, a Rússia preferia uma UE forte e que se pusesse de acordo, para poder falar com vizinhos a uma só voz.... mas não é isso que se passa, tem de negociar bilateralmente com muitos países (com ou sem UE). A Rússia é vizinha e teria muito interesse, inclusive económico, numa Europa mais forte e sem desigualdades (e numa alternativa forte ao dólar). Até porque boa parte das suas reservas estão em //EUROS//!!   Mas a Rússia também quer uma comunidade económica entre os países da ex-união soviética.... estava a fazer esforços nesse sentido quando engendraram o golpe na Ucrânia. Ora, a UE não pode impedir que isso suceda.... e líderes indigentes capachos dos americanos não perceberam que a Europa até sairia reforçada disso, porque o EURO seria a moeda adoptada nos dois espaços económicos europeus (oriental e ocidental). A interferência americana na Europa de Leste tem como objectivo proteger o dólar dum Euro que se tornaria sem dúvida mais forte com a entrada da Rússia e ex repúblicas soviéticas todas na moeda.
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João Miguel Pelica Ingenuidade ao cubo😅😅😅 A Rússia ia lá pronunciar-se sobre os seus objectivos estratégicos secretos😅😅😅
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João Miguel Pelica Deve de acreditar em tudo o que lhe dizem 😅
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Alexandra Pereira Devo de... devo de... 😁😁😁😂😂
Vladmír Baldé Então, os serviços falharam e ele tem razão ou os serviços não falharam e os russos não interferiram em nada. É como acusar um gajo de violação e afirmar que a vítima permanece virgem.
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Santos Sousa Segundo a teoria da cabala foram os russos e não os americanos que votaram Trump e agora preparam camionetes de excursões para ir até França votar na Marine Le Pen 
António Morais Rodrigues Em vez dos gigas jogas e trocas tintas, apontarem o dedo à Russia, que tenham mais hombridade e mais em conta os interesses das populações. Que não se cubram de vergonha com as opções relativas ao médio oriente. A culpa de Putin aparecer como estadista e líder apreciado é devido à falta de escrúpulos de uma elite cega e devido à sua inoperância em defender as populações da máquina neoliberal criminosa, que tem trucidado os mais fracos.
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Пауло Гамейски Viva a Russia e os partidos de extrema direita! Se eles ganharem vou ter de me tornar um chibo do regime e ser feliz para sempre a enterrar maltinha doida que defende a liberdade e a democracia!! Essa Malta devia tar toda atras das grades. Esses tontinhos axaxaxaxaxa
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Пауло Гамейски Desculpem mas quero aproveitar a liberdade de expressao enquanto der 
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Alexandra Pereira Isto não tem a ver com ideologia, tem a ver com fobia e discriminação relacionada com nacionalidade, já. Depois há outra coisa: esquerda e direita não têm equivalência directa entre países diferentes (há coisas que alguns democratas têm defendido que são claramente McCarthystas... ora McCarthy foi primeiro Democrata depois Republicano). Há valores que o centro-direita russo defende que são valores defendidos pelo centro-esquerda no sul da Europa. As coisas não são lineares. Depois, é duvidoso que os conceitos de "democracia" e "liberdade" americanos sejam exportáveis e absolutistas.
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Maria Manuela Silva estamos todos entregues à "bicharada" numa guerra de interesses da qual não sabemos onde vamos parar....
João Marques que mau jornalismo! existem provas concretas e irrefutaveis? se existem, então estamos perante espionagem... é só mim que isto soa muito propagandista?
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Luis Manuel Provas e evidências é coisa que já não faz parte deste "jornalismo".
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Claudio Parreira Não não as pessoas estão a acordar!!!!!.... Globalismo mais uma data de coisa que só é politicamente correto .... As pessoas já lhes sentem o cheiro a podre!!!!
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Jorge Mealha Engraçado, nada que os EUA e a Europa não tivessem feito na Ucrânia e na Geórgia, e o que dizer da campanha anti-russa protagonizada pela grande maioria da comunicação social Ocidental ? É para esquecer os mais de 14.000 milhões de Euros que a Europa perdeu com as sanções à Rússia.
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Paulo Monteiro Já estão a tentar arranjar desculpas caso os candidatos de Bruxelas e do sistema percam. Realmente a quem servem estes pseudo jornalistas? De certeza que não é à verdade.
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Arminda Almeida Parece teoria da conspiração...
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Rogério Serra Ao vencedor as batatas.
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João Tiago R Russos, não se esqueçam de Portugal sff!
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Alcino Roberto Firmino Acho que já sabem que com os russos não se brinca!kkkkkkkk
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Constantine Rud Este publico deixa muito a desejar , só propaganda anti-Russia.
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Luis Sobreiro O papão russo. Outra vez?
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Antony Gonçalves Russofobia primária
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João Miguel Pelica Os Boys e as Girls de Putin😅
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Mara Conceic Antunes Não há paciência!!
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Álvaro Vieira VIVA A RÚSSIA, VIVA, VIVA, VIVA....
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Pedro Nuno Silva Força Le Pen, força Putin!
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