A causa fundamental da pobreza em Moçambique
Negar factos, não ajuda a mudar o "status quo" de quem é pobre. Moçambique é um país pobre, onde a maioria das pessoas vive uma vida de má qualidade, mesmo não passando fome. A desnutrição, por exemplo, afecta pessoas mesmo onde há alimentos bastantes.
Qual é o problema?
"Educação", é a resposta! Mas educação orientada para um objectivo bem definido: o progresso nas dimensões científico-tecnológica, cultural, espiritual e material. O progresso material, sem as outras dimensões, é insustentável.
O argumento que sustenta este ponto de vista é seguinte.
Nesta semana que hoje (sábado) termina, estiveram a decorrer exames de admissão à Universidade, na UEM.
Cursos mais concorridos?
"Administração Pública, Direito, Contabilidade e Finanças, Gestão e Economia", é a resposta!
Agora vamos lá ser sinceros aqui. Estes cursos formam pessoas que depois vão engrossar o exército de desempregados, os quais já começaram a lutar abertamente contra o poder político instituído, com a ajuda dos "media" anti-regime.
Moçambique é um país abençoada com enormes reservas de uma vasta de recursos naturais que são usados como matérias-primas nas indústrias de alimentos, medicamentos, utensílios domésticos e industriais, incluindo agulhas, alfinetes, pregos, parafusos, electrodomésticos, mobiliário do todo tipo e maquinaria pesada, tudo isto que este país importa com a parca renda que obtém da exportação dos seus abundantes recursos naturais em bruto.
O que se passa aqui? Por que não mudar o paradigma de educação em Moçambique, instituindo um sistema de educação que privilegie a habilitação de pessoas para gerar soluções que promovam o progresso científico e tecnológico do país, contanto que que é o progresso científico e tecnológico que permite a geração de soluções que promovem o progresso material sustentável de uma Nação?
Visitando algumas as feiras de ciência, tecnologia e inovação—organizadas pelo agora Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Ensino Técnico-Profissional—, pude dar-me conta de que o espírito de inovação existe em Moçambique, mas não tem o estímulo e acompanhamento de que necessita para gerar o embrião da indústria transformadora moçambicana. Vi protótipos de máquinas engenhosas para cascar mandioca, ralar coco, pilar amendoim, ideadas por mentes moçambicanas conhecedoras dos hábitos alimentares do nosso mosaico cultural.
Quem abraçou esses inventores/inovadores? Qual é a atitude do empresariado, em colaboração com o Governo, gestor do Estado? Qual é a política nacional para a promoção da invenção e da inovação científica e tecnológica? Como está sendo implementada essa política? Quem avalia o seu sucesso ou insucesso? O que se faz com os resultados dessa avaliação, crendo que se faz?
Sabeis, compatriotas, a Arábia Saudita está no topo da lista dos países que produzem petróleo, presentemente a principal matéria-prima para a indústria de geração de energia cinética artificial do planeta Terra, e também para as indústrias petroquímica (para o fabrico de borracha sintética, espuma de borracha, e diversos tipos de plásticos) e de medicamentos. A riqueza material dos sauditas deriva a exploração e comercialização deste recurso natural (petróleo). Paradoxalmente, a Arábia Saudita é o país científica e tecnologicamente mais vulnerável do mundo! Dá para entender? É simples: os sauditas compram tudo com o petróleo, mas menos inteligência e habilidades para assegurar a replicação e sustentabilidade da sua riqueza material. Será que os moçambicanos querem ser como os sauditas…?
Outro exemplo, clássico, é o grego. Grécia é conhecida como o berço da ciência universal. Foi na Grécia onde se desenvolveu o primeiro sistema de instrução científica e tecnológica. Mas é a Grécia é hoje um país científica e tecnologicamente atrasado. O que aconteceu? Simples: a Grécia desenvolveu um sistema de educação que não privilegiava a experimentação e a invenção. Resultado: Grécia é ausente dos países de originários das invenções que transformaram o modo de vida dos seres humanos. A única invenção de relevo dos gregos é a "Democracia", que até nem se quer é bom sistema de organização da sociedade, sem que seja combinado com a noção de "República", esta inventada pelos romanos. Será que os moçambicanos querem ser como os gregos…?
Enfim, o meu ponto é que, para desenvolver Moçambique, os moçambicanos precisam de inventar um sistema de educação que promova a formação de pessoas que usam o conhecimento para *fazer* mais e *falar* pouco; um sistema de educação que promova o progresso científico e tecnológico de Moçambique, por forma a facilitar o progresso material sustentável. Temos que encontrar um esquema de educação que promova a produção de cientistas e engenheiros empreendedores. Temos que encontrar um esquema de educação que faça com que as nossas crianças gostem de Matemática, Física, Química, Biologia, Ciências Médicas e Veterinárias, Ciências Alimentares e Nutricionais, Geografia Física, Geologia, Geofísica e Engenharia. Estas é que são as áreas de formação que habilitam a invenção de soluções materiais para assegurar o desenvolvimento efectivamente sustentável de Moçambique. A causa fundamental da pobreza em Moçambique é a falta de visão desenvolvimento nos moldes propostos neste textículo (não testículo!).
Algum protesto? Havendo, então que venha com argumentos que não tenham nada com o que estou a imaginar…!
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