quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Quando ganhar uma aposta é perder


Elisio Macamo

Quando ganhar uma aposta é perder

Ontem a minha turma de análise qualitativa teve direito a almoço pago por um estudante americano. Ele tinha apostado comigo que Clinton ia ganhar. Não é que eu estivesse convencido disso – ou que quisesse que Trump ganhasse. Apostei com ele porque queria que os estudantes se concentrassem no que me parecia então, e me parece ainda hoje, o mais essencial: o sistema político americano é suficientemente robusto para lidar com um presidente idiota? O meu interesse nessa questão era, e continua a ser enformado, pela nossa própria experiência em Moçambique onde estivemos muitas vezes à beira de entregar o poder a um indivíduo que não é lá muito diferente de Trump.

Como era de esperar, estamos a ser bombardeados por todo o tipo de análises que procuram explicar porque um idiota ganhou eleições numa das democracias mais fortes do mundo. Invariavelmente, essas explicações não conseguem resistir à tentação de chamar de “parvas” às pessoas que votaram como votaram quase como se a democracia fosse um sistema político desenhado para fazer com que as pessoas tomem as decisões certas. A vantagem que a democracia como sistema leva sobre os outros sistemas políticos não reside aí. Ela reside na sua capacidade de corrigir os seus próprios erros.

Quando vejo alguns comentários na Pérola do Índico, mas também pelo mundo fora, fico sem saber se os que se pronunciam realmente têm uma ideia clara do que é uma democracia liberal. Por outro lado, porém, é de certo modo confortante saber que mesmo aqueles que nasceram, cresceram e vivem em democracias têm dificuldades com isto, o que para mim parece confirmar algo que sempre tive em mente, nomeadamente que ao contrário dos vários programas de democratização que nos são impostos com frequência, a democracia não exige a existência de democratas, mas sim a existência de pessoas comprometidas com o respeito pelas regras do jogo. A diferença não é muito grande, mas importante.

No passado, falei com alguma insistência sobre dois aspectos. Primeiro, adverti o governo de Guebuza sobre a necessidade de não descredibilizar a política para não dar espaço a demagogos. Fiz esta advertência não como sugestão para que a Frelimo se perpetuasse no poder, mas sim como sugestão para que não colocasse o eleitorado – que sempre tem razão – numa posição de dar crédito a demagogos. Segundo, falei insistentemente – a outra pessoa que, tanto quanto eu saiba, também falou sobre isto com alguma insistência foi o malogrado Gilles Cistac- sobre a necessidade de limitar os poderes do Chefe de Estado. Até cheguei a pedir que o presidente imaginasse o seu pior inimigo a ocupar o posto que ele ocupava e ver se essa era uma perspectiva que o levaria à cama sossegado.

Levanto estes assuntos para sugerir que uma maneira útil de discutir o desfecho das eleições americanas seria de reflectir sobre nós próprios e menos sobre as motivações dos americanos. O nosso próprio sistema é suficientemente robusto para sobreviver à eleição dum Trump pérola indiano? Haverá de certeza quem dirá que já houve vários Trumps entre nós, mas isso reforça o convite à reflexão.



Elvino Dias
9/11 às 19:07 ·
VICTORIA DE TRUMP, LICOES

Não sou analista politico, mas sempre vaticinei que Donald Trump venceria estas eleições. Lembro-me que aquando das primartias em sede do seu partido publiquei um artigo aqui na minha pagina do facebook, segundo o qual, por mim, e atento ao que ele defendia na sua campanha Trump venceria estas eleicoes, alias, ontem enquanto a eleicao estava a iniciar publiquei reafirmei o que há mais de 8 meses eu tinha publicado.

Para ser sincero, ainda que não seja cidadão americano, estou feliz com a sua eleicao, pelos motivos que nos artigos anteriores mencionei. Que a sua mão dura contribua para nos livrar dos partidos ou dirigentes africanos, que estão há mais de 40 anos no poder, a subjugando o seu povo, em que Moçambique não é excepção.
Voltando ao titulo, da eleicao que teve lugar hoje tirei as seguintes licoes:

1º Temos péssimos analistas em Mocambique, alguns dos quais se vangloriam ter passeado ou tido contacto com o Povo americano. Não me recordo nenhum analista Politico, exceptuando o meu amigo Simao Nhambi, que previu a victoria de Trump. Alias, para o cumulo da minha tristeza, um falso analista, sei la de onde trouxe aquela informacao, parabenizou a Hillary pela victoria e que era bem vinda a presidência dos EUA.

2º Os medias não tem tanta influencia nas nossas mentes como alguns dirigentes pensam. A campanha da Hillaruy, foi mais feita pelos medias que por ela própria. Li um artigo de um jornalista sénior em Portugal, a dizer que a vitória de Trump foi uma vergonha aos medias ocidentais que de tudo fizeram para manchar o seu nome. É só recordarem a forma como o líder era diabolizado pelos G40, e qual foi a reacao dos curiosos aquando do seu regresso da parte incerta.

3º temos que reformular o nosso sistema eleitoral no que tange aos prazos para o anuncio dos resultados. Nos EUA, votaram em media 200 milhoes de eleitores e em Moçambique 8 milhoes, mas em Moçambique, precisamos de 4 meses para cozinharmos os resultados e da-los a conhecer ao Povo.

Melhores cumprimentos



Joaquim Dias É verdade o que diceste e ñ dei quando Moçambique vai querer rmitar
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Yaqub Sibindy VALE MAIS SER GOVERNADO POR UM TIRANO CONFESSO DO QUE SER GOVERNADO POR UM SANTO HIPÓCRITA
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Mbuya Chaves Dezanove Essa ilustre Yaqub Sibindy nao agurntei mas è verdade.
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Senito Dalas Cadango Sem comentários ilustre Yaqub Sibindy


Kelvintino Massas Epha esse elvino já está de volta! Estamos tramados

Alberto Dausse Meneses Desta vez até algumas sondagens norte americanas falharam.
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Valdemar Miguel Alberto Onde á dinheiro ha tudo victorias e conquistas. ..so o dinheiro
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Valdemar Miguel Alberto Dirigente sem dinheiro declina o k sao os bens estatais...
Gosto · Responder · 9/11 às 19:57


Telma Adilene Cacue Big likeVer Tradução
Gosto · Responder · 9/11 às 20:07


Emília Salato Tudo bem analisado!
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Salvador Alberto Faduco Grande Elvino
Gosto · Responder · 9/11 às 21:04


Rutuane Valgy Pessimos analistas mesmo.
Gosto · Responder · 9/11 às 21:13


Aira Rui Guerra
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Valdemar Miguel Alberto Mundo bom
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Manuel Ernesto Pedro Pedro Nao temos analistas mas sim papagaius
Gosto · Responder · 1 · 9/11 às 22:30


Taiobo Ahamada Mussucupiri A mao dura que agrada ao africano foi,é e sempre será do ocidente, porque ja tivemos dirigentes com a mao dura "tiranos"mas as suas nações em franco desenvolvimento contra todas as expectativas mas nunca os reconhecemos a nao ser depois da mortes destes,onde nos lembramos tardiamente do seu legado...
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Neidy Neves Hummmm, essa eleição do Trump.....quero só ver as relações com a África, especialmente com Moçambique.
O pior ainda pode ficar péssimo.
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Filipe Nhalungo De acordo Elvino, mesmo ca alguma imprensa impingiu-nos (desinformando) fazendo campanha a favor da Hillary....
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Domingos Macuacua Estava tentando puxar pela memória a ultima vez em que um partido norte-americano elegeu um Presidente por mais que dois mandatos consecutivos ... Nada.. Será que nunca isso ocorreu? Caso não a alternância de poder para eles é coisa séria...
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Geraldina Mabilia Donald trump mostrou ao mundo que o poder arranca-se e não se conquista do contrário que Hilary pretendiam mostrar que já o tinha o feito.

Edson Godinho Viva Prof, hoje aprendi algo essencial consigo e, porque nao com os americanos....PARADOXALMENTE, a DEMOCRACIA NAO EXIGE A EXISTENCIA DE DEMOCRATA, mas sim a existência de pessoas comprometidas com o respeito pelas regras do jogo. Nesta senda, ocorre-me a relacao entre o SISTEMA e o INDIVIDUO.....Prof.....MAKE USA GREAT AGAIN!
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Fernando Costa " DEMOCRACIA NAO EXIGE A EXISTENCIA DE DEMOCRATA, mas sim a existência de pessoas comprometidas com o respeito pelas regras do jogo"
Paradoxal é o facto de Trump ter conduzido toda a campanha contra as regras do jogo e apenas por isso ter vencido. Das duas uma ou se mudam as regras do jogo e o sistema formal respeitoso e democrata, ou se arranjam formas de impedir candidaturas fora dessas regras. No fundo Trump prometeu implementar medidas anti democráticas escala global e anti constitucionais pela lei que ele vai jurar cumprir no dia da investidura. E é essa perversidade que me incomoda é muito. Prometeu medidas que a constituição americana impede de implementar e ganhou. ou ele ou a constituição vão ter de ceder...
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Elisio Macamo não vejo nenhum paradoxo. vejo apenas uma campanha populista que foi eficaz. aí é que se levanta a questão da robustez. vai ser como hitler? acho que não. na argélia e no egipto derrubaram-se governos com o mesmo tipo de programa. na turquia está em curso o mesmo processo. na alemanha proíbe-se esse tipo de partidos hostis aos valores que sustentam o sistema político, daí também a mensagem bem perspicaz de merkel.
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Fernando Costa É legitimamente democrático ou mesmo legal, eu prometer aos meus eleitores que vou impedir todos os muçulmanos de passar nas fronteiras mesmo sabendo que a lei mãe me impede de fazer isso?
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Elisio Macamo depende das leis do país. na alemanha, há certas coisas que são consideradas "incitação do povo" e são penalizadas.
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Elisio Macamo sedição é o melhor termo.



Gabriel Muthisse Pensar em reformar o nosso sistema politico e de governação atee podemos faze-lo Elisio. A questão que me escapa ee se poderíamos, com a mesma facilidade, construir as instituições robustas que enformam o sistema politico americano. Instituicoes e, eu sei que Elisio tem bem presente isso, seria mais do que ter um Parlamento, um executivo e um poder judicial. Quao robusta e independente ee a nossa administração publica? Se assumimos que tem fragilidades, quais seriam estas? De formação? De remuneração? De ética? De moral? De integridade? Quao robusto ee o nosso sistema judicial, em todas as suas vertentes? Tem fragilidades? Estas poderiam ser abordadas, razoavelmente, em quanto tempo? Como são os nossos Partidos politicos? Sao democráticos na sua essência? Como ee o clero? Sera forte, prestigiado e atentamente ouvido? Quando ainda precisamos de arcebispos estrangeiros, como estes podem, com legitimidade, influenciar o jogo de poderes em Mocambique? Como ee a nossa sociedade civil? Pratica a democracia e a ética que apregoa? A nossa academai ee robusta, diversa, plural e prestigiada? A coberto da academia não se estará, em muitos casos, a fazer combates ideológicos?.... Creio que sera tudo isto que nos tornaria frágeis aa emergência de um idiota ou um diminuído mental em postos cimeiros da governação do paiis
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Elisio Macamo sem dúvidas, Gabriel, é por isso que tenho dito que a democracia, antes de ser solução, é problema entre nós. estava também a pensar nos pérola indianos aparentemente preparados a entregar o poder a aventureiros cientes da ausência dessa robustez, mas que ficam alarmados com trump...
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Lyndo A. Mondlane É curiosos professor, os partidarios do aventureiro Sao fanáticos de Hillary, é tem um desprezo profundo por Trump..ou seja quando é la longe Sao sensatos e de bom gosto, más quando é casa, sim q estao dispostos a entregar o poder ao primeiro cantamanhas e encantador de serpentes que se apresente.. É curiosa a fauna perla indiana..
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Elisio Macamo aí está, Lyndo!



Lyndo A. Mondlane Os equilibrios de poder lhe vao serenar, se dará conta que nem tudo o q dizia é factivel, será um mais, com alguma intervencao em algum pais por Ai, e pouco mais...
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Elisio Macamo ah sim. todo o populista acaba vítima de si próprio.
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Lyndo A. Mondlane Sobre tudo nos EUA, onde ha uma forte divisao de poderes é o sistema democrático é sólido.. Professor.. Em mz, teria minhas duvidas

Lyndo A. Mondlane Com separar efectivamente o poder judicial do executivo e este do legislativo, ja sería um bom avanco, as possibilidades de aparecer un ditador mermariam..
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Juma Aiuba Exactamente. A democracia é um jogo onde os jogadores respeitam as regras do tal jogo independentemente de eles (os competidores) acharem a tal modalidade bonita ou não. Sim, é isso. O nosso problema aqui na Pérola é de termos gajos que se deram bem no basquetebol e acham que, por isso, vão se dar bem também no hoquei em patins. Dai que quando perdem culpam as regras do hoquei. Pior ainda são os que ganham partidas do hoquei com regras de basquete. Pior mesmo são os adeptos que não entendem patavina de regras de basquete e muito menos de hoquei e vão achando que a sua equipa tem razao em reclamar das regras usadas ou que a sua equipa tem razão em ganhar hoquei com regras de outra modalidade. E voltamos a estaca zero.
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Elisio Macamo hmmm, é um pouco isso, razão pela qual acho este tipo de reflexão útil. como ter regras que mesmo não sendo respeitadas permite que o sistema em si continue funcional?
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Rildo Rafael Muito bem dito Elisio Macamo: No passado, falei com alguma insistência sobre dois aspectos. Primeiro, adverti o governo de Guebuza sobre a necessidade de não descredibilizar a política para não dar espaço a demagogos. Fiz esta advertência não como sugestão para que a Frelimo se perpetuasse no poder, mas sim como sugestão para que não colocasse o eleitorado – que sempre tem razão – numa posição de dar crédito a demagogos. Segundo, falei insistentemente – a outra pessoa que, tanto quanto eu saiba, também falou sobre isto com alguma insistência foi o malogrado Gilles Cistac- sobre a necessidade de limitar os poderes do Chefe de Estado. Até cheguei a pedir que o presidente imaginasse o seu pior inimigo a ocupar o posto que ele ocupava e ver se essa era uma perspectiva que o levaria à cama sossegado
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Rildo Rafael Quando o comando constitucional é elaborado como relação necessária que deriva da natureza das coisas " Com espírito da lei



Valdano Tchaka Esse "post" visa substancialmente diabolizar e desacreditar o Trump ...argumentos falaciosos e altamente tendenciosos,engenhoso e sofista ,o Trump conquistou todos os cargos elegíveis nos EUA com mérito próprio e sem apoio da imprensa,seus pares do partido,e vai criar nova ordem global que e necessário e urgente sobretudo para África e suas lideranças ..lembra -te que todo norte americano essencialmente sem hipocrisia reflecte -te naquela postura do presidente Trump...arrogante,prepotente,pro-activo,engajado,galvanizado,sem máscaras,que diz o que pensa,radical,liderança,etc...
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Andy Silva Caro professor... o resultado das eleicoes americanas pos me estupefacta, mas ao mesmo tempo nao fico muito admirada.... pelo que vejo pela historia americana, nao ha nenhuma mulher que chegou ao poder para governar a maior potencia... penso que ha varias hipoteses: questao de genero, EUA tem o historico de orgulho patriotico onde sao os homens que defendem a patria... outra coisa que estou a pensar: durante as eleicoes havia o movimento anti-Trump... como foi possivel reverter a situacao? Como disse a Hillary Clinton no seu discurso:"America esta dividida mas ainda tenho fe"... no fundo sao todos americanos, nao importa se sao republicanos e democratas, decidiram o futuro do seu pais, o mesmo podemos colocar no nosso contexto e perguntar: O que queremos no nosso pais? A quem devemos confiar o poder politico? Porque aceitamos viver numa situacao decadente se temos maos para lutar, ideias para impor a liberdade? Infelizmente avanco com uma hipotese: temos medo de avancar, vivemos num pais que fala se de democracia mas nao sabemos do que se trata e vivemos na ilusao de que tudo vai passar... por outra laisse faire. Muitas questoes na minha cabecinha. Au revoir.
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João Carlos Caro Elísio Elisio Macamo, já pensou que a eleição de Trump não fosse má como pretensamente se da a perceber? E os que votaram nele fizerem no conscientemente? Que querem mesmo uma pessoa como ele e com as ideias dele para resolver os problemas que acreditam que só a maneira Trump podem ser resolvidos?
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Elisio Macamo interessa-me mais a discussão do significado para nós, não para os americanos. por tudo o que disse e fez, é um idiota, mas se vai ser bom presidente ou não, é outro assunto. nem no futebol ganha sempre o melhor...


Maria Paula Meneses Sem duvida! Mas a crise política norte-americana já começou há tempo, desde meados de 1990s...
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Elisio Macamo sim, Paula, começou antes, se calhar com nixon passando por reagan. na verdade, a américa nunca teve um bom presidente salvo algumas excepções.
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D C Batone Batone Kiiiii.... quais seriam as qualidades deste bom presidente? Acredito que provavelmente o bom e mau esteja nos olhos do eleitor e não em uma lista de itens fabricadas por raciocínios que tentam antecipar o futuro. Parece que maior parte dos analistas soaram o alarme apenas nos pontos negativos de Trump, esqueceram-se da sua brilhante carreira como empresário. Claro, dirão que não se governa um país como uma empresa..... Mas, o povo americano quer reduzir ainda mais o desemprego, isso ele pode ajudar. O resto: se apoia Putin, constrói murros e não pontes.... Proibe a entrada de outros povos, são opções políticas possíveis, mas, difíceis de operacionalizar. Não se esqueçam que o mundo já teve governates piores que também "foram apoiados pelo povo". Trump é uma carta branca, até agora ninguém sabe o que será capaz de fazer. Pode ter usado a democracia para instituir uma governação falhada (o que implicaria assumirmos que a democracia já não está a mostrar-se viável como foi proclamado por Robert Dahl ou mesmo Fukuyama). Contudo, pode ser que Trump tenha sido a solução para a América que tem desafios enormes dentro e fora, e este trará soluções mais endógenas que exogenas. Espero que tenhamos aprendido com a "Democracia na América, no século XXI, muitos anos depois de Tocqueville ter observado a existência da tirania da maioria e igualdade de condições, nos anos 1830".
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Elisio Macamo parece que não é necessário ir à américa para entender o voto de ontem...
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D C Batone Batone Kiii... acredito que sim prof. Elisio Macamo. Foi uma perspectiva diferente
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Elisio Macamo certo.
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Maria Paula Meneses Elisio Macamo sem dúvida. O que eu 'aprecio' no Trump é a transparência ruthless do sonho americano: sexista / misógeno, racista, colonialista, capitalista. Sem filtro! América dos que querem faze dinheiro sem pagar impostos, sem respeityar as regras que supostamente regem o jogo ´político. Por isso... não é preciso ir ao EUA para compreender os resultados de ontem
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Elisio Macamo hahaha, não é.
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D C Batone Batone Kiiii..... Será que Trump não respeitou as regras que regem o jogo político Maria Paula Meneses? "Que regras políticas foram violadas?

Mauricio Domingos Matsinhe Acredito que a maioria no mundo nutria certas simpatias pela Clinton e torcia que ela venceria, isto porque ela foi mostrando que tinha um dominio sobre a politica interna e externa e acima de tudo por ser uma mulher, diferentemente de Trump que proferia discursos incediarios. É aqui que surge algumas questões que não se calam: até que ponto os americanos estariam preparados para aceitar uma mulher no poder? até que ponto suportariam mais um mandato dos Democratas depois de serem liderados por um negro? Quanto a mim sobressaiu a ala mais conservadora e com um nacionalismo americano exacerbado que acredita que a america é só para os americanos. Esqueceram que as instituições norte americanas são bastante robustas e que nem tudo que Trump disse terá espaço para efectivar. Este exemplo de democracia levou-me a pensar seriamente na realidade da Perola do Indico. Na Perola do indico há um longo caminho a percorrer, que passa necessariamente pela criação de instituições independentes e robostas, há que se separar os três poderes: legislativo, executivo e judicial. Os sistema politico deve mudar para uma eleição directa dos deputados por exemplo. Caso isto não exista não havera nunca uma integridade publica pura. Há que se construir um estado inclusivo que esta acima de qualquer partido politico.
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Elisio Macamo a questão é: como se criam instituições fortes?

Eliha Bukeni Agreed. De facto, mais do que de democratas, a democracia precisa mesmo e do acatamento das regras de jogo. Quando vi os numeros a indicarem a vitoria de Trump por apenas 1% de vantagem sobre Hillary, nao quia imaginar o que ocorreria na perola do indico, onde mesmo uma vantagem de 20% e banalizada por eventos que podem nao representar 1% de potencial de correccao . Note-se que Hillary ate teve maior votacao popular, mas poucas horas depois nao se coibiu de enderecar os parabens ao adversario. Sobre a demagogia e o populismo, nao tenho duvidas que em 2019 vao colocar DHL na ponta vermelha, e nessa altura, provavelmente, vai ser correndo bastante riscos, que vamos fazer estes comentarios no face!
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Elisio Macamo ah sim, quando o adido de imprensa vier do canal ou do savana estaremos fritos.



Fernando Wilson Sabonete Trump não é Tramp e nem os votantes são, talvez isso aconteceu para ensinar o mundo que luta para democratizar o sistema politico que o presidente não lidera sozinho uma nação, mesmo que o candidato proponha projetos radicais a fundarão ou serão requalificados na Assembleia, o secreto está na equipe e não sempre no individuo. O próprio sistema democrático e a constituição lhes impedirá criar outro sistema, e alias foi por isso que ele passou, foram a democracia e constituição que o deixou passar. Assim os mesmo não lhe permitirão implementar outros métodos que ferem princípios democráticos e nem a constituição estará ferida. Suas promessas só serão implementadas mediante a lei, alias a própria constituição dos EUA prevê isso, criou um mecanismo que assegura a democracia - Impeachment, mas eu também acredito no que ele disse em 1998, segundo Trump "o povo aceita qualquer coisa que os políticos prometem", com esse pensamento então ele navegou em águas não navegáveis, e mesmo assim alcançou a margem continental. Os conceitos da modernidade levam à um resultado atônito, e principalmente quando o conceito "relativo" filosoficamente é mal aplicado. As promessas que ele prometeu obedecerão a constituição americana que o impede de implementar, até poderá propor a ementa a Constituição, mas tudo passará na Assembleia isso é que podemos comparar a um jogador no campo, ele jamais faria o golo se não confiar em seus parceiros, o que não acontece com os nossos camaradas africanos, eles se divinizam (tornam deuses) depois das eleições. Trump não Trampo e nem o povo é.
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Elisio Macamo sim, é preciso ter em conta o sistema político. essa é a discussão que interessa.


Claudio Tamele Bom! eu nao sei se ele é mesmo Idiota como se pensa, aliás como os seus concorrentes Republicanos pensavam na Pré-campanha e como a Cliton e os Democratas pensavam ou ainda como grande parte dos analistas internacionais. Eu penso que ele é um "Politico Real" porque? Ora vejamos:
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Elisio Macamo está bem.


Mauro Brito quando ontem eu me opunha pelo debate fervoroso em que todos têm opiniões brilhantes era também no sentido de parar um pouco e olharmos para os nossos botões, quantos Trumps já elegemos e sequer reflextimos profundamente... é mais do que tempo. Se na suposta democracia mais forte aconteceu o inesperado, e à nós que nos poderá suceder? O que aconteceu ontem é uma menagem para as restantes democracias, sobre o tipo de eleitorado e os corredores por onde ela opera.
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Elisio Macamo aí está.
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Mauro Brito Não podemos esperar que a democracia funcione como Sócrates e os outros a desejaram, não estamos mais na idade de ouro. O povo ama o dirigente ou governante que lhe diga o que quer ouvir, mas aquele que diz outras coisas , que quebra o rótulo, já tem outra conotação. Não espanta que o ex presidente Guebuza e o actual foram tão sempre acarinhados, falam de coisas doces e do se quer ouvir...
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Elisio Macamo faz parte do jogo político.



Rui Armando Matavele Parece surpreenfente de facto a Victoria de Trump, mas não é de todo! Os americanos sao patriotas de modo geral. Os ultimos 8 anos foram relaxantes e a hegemonia dos Estados unidos ficou biliscada. Qdo ele diz "quero America grande de novo" isso agrada a ala conservadora. Lembram-se do resultado do brexit? De como Zuma chega ao puder substituindo Mbeki e xenofobia? Por tanto, os americanos conservadores se viam identificados nesse homem. Agora ca em casa se não fosse batotas teríamos sido os primeiros a trumpizar isto. Qualicença
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Elisio Macamo receio não ter entendido nada.



Mussa Abdula Por mim o que esta em causa nao é a existencia de tantosTrumps no poder, mas o tratamento que esse mesmo povo vai ter perante tantos desafios da vida. Discursos sempre existiram para intimidar o outro. Discursos sao para intimidar o adversario nao o povo.
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Faizal Jamal Donald Trump têm a vantagem de falar abertamente o que muitos teriam medo...

Aquele homem é verdadeiro, real e tudo o mais... Estamos habituados a políticos mafiosos, com caras de bons amigos e uma moral fingida... Eu prefiro aquele homem que pode até falar demais tal como muitos apregoam mas fala o que pensa e não o politicamente correto para adormecer as massas...

Quem me dera ainda em vida ver um Trump moçambicano ascender ao poder... Quem me dera...
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Fernando Wilson Sabonete Isso é verdade, a identidade americana que nós conhecemos é "I am American", por onde ele passa se identifica como alguém poderoso, é do tipo de raça de cão "bulldog" entre os viras latas, o cão vira lata esconde a cauda, american é como cão selvagem, ele pode cheirar na cauda do vira lata, mas se o vira lata cheirar será uma luta, por muito tempo o americano não sentiu mais isso, então agora que o Trump prometeu todos sentiram no direito de renovar a grandeza americana, para tanto, devemos nos preparar com agressões piores
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Elisio Macamo não necessariamente, Fernando, todos somos assim, não só os americanos. há certos momentos em que isso é importante, outros em que não é. o voto por trump reflecte um certo empobrecimento do debate político lá e que não é de hoje.
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Fernando Wilson Sabonete Somos todos assim, mas por vezes a condição da politica local reduz o nosso orgulho de angolanidade, me lembro dois momentos angolanos, ao longo da guerra e depois, quando passava nas fronteiras o meu passaporte era periciado para encontrar falsidade, ação que reduz angolanidade, mas tivemos outro momento depois da Guerra, bastava entregar o passaporte todos os agentes perguntavam como vai a economia angolana, essa ação coloca uma posição privilegiado de angolanidade, essa unidade precisa de alguém que cria os mecanismos que reforçam angolanidade por exemplo, mas isso só é possível no Norte da América, os lideres africanos privilegiam o "outro".


Julião João Cumbane
com Julião João Cumbane.
1 h ·

Que lições tirar? (ii)


Quando ontem, dia 9 de Novembro de 2016, Donald Trump foi pronunciado o vencedor da corrida à Presidência dos Estados Unidos da América, Barack Obama, o Presidente ainda em exercício telefonou ao vencedor para o congratular pela vitória e o convidar para visitar a Casa Branca no dia seguinte, para discutir iniciar as discussões sobre o processo de transição.


Hoje, dia 10 de Novembro de 2016, Barack Obama esteve reunido 90 minutos com Donald Trump, para lhe falar do que foi feito, dos sucessos realizados, das dificuldades encontradas e do que não foi possível fazer. Depois Obama anunciou que todo o staff ora servindo na casa Branca vai tudo fazer para que Trump tenha bom início de mandato que lhe assegure sucesso, porque o sucesso do Trump será o sucesso dos Estados Unidos, um país que é de ambos e ambos amam.

Lembrar que Barack Obama é democrata que esperava ser sucedido por Hillary Clinton, dai que os dois fizeram vida negra ao Beernie Sendera, que concorria com Hillary Clinton para a candidatura à Presidência pelo Partido Democrático; e Donald Trum é um republicano cuja maioria dos correlegionários TUDO fez para lhe negar o direito de concorrer à presidência dos Estados Unidos, mas o povo norte-americano—verdadeiro detentor do poder soberano—disse «queremos esse mesmo que vós não quereis!». Até manifestações de rua houve contra a eleição do Donald Trump, mas a Hillary Clinton e o próprio Barack Obama, aceitaram a derrota, mesmo inconformados.

E é preciso anotar que é a Hillary Clinton ganhou em alguns Estados. Mas não está a reivindicar o direito de governar esses Estados, porque as regras do jogo democrático assim não estipulam nos Estados Unidos da América. Em Moçambique também não, mas a Renamo reivindica a governação das províncias onde obteve maioria de votos nas eleições de 2014. E há que apoia a subversão da ordem constitucional vigente, para a satisfação de interesses egoístas de indivíduos ou de grupos.

Quem me dera que na "Pérola do Índico" esta lição de como funciona o jogo democrático fosses apreendida por TODOS os cidadãos!




Yaqub Sibindy Meu caro Julião João Cumbane!

A Clinton perdeu eleições por causa de orgulho e vaidade. Minimizou à rica experiência de Moçambique:

1 - Se ela tivesse contactado às autoridades moçambicanas para contratar os serviços da propaganda eleitoral de Gustavo Mavie, apoiado com o seu G40, claro que iria ganhar!

2 - Se tivesse contratado a nossa famosa Polícia de Intervenção Rápida para vigiar às assembleias de votos, de facto a Clinton já estaria na Casa Branca!

3 - Se ela tivesse contrato às nossas brigadas operacionais da Electricidade de Moçambique, sem falta que os problemas de interrupção de energia nas horas nocturnas durante a contagem de votos não podiam faltar!

4 - Ela esqueceu convidar como observador uma brigada de observadores eleitorais da SADEC, dirigida por um dos antigos presidente moçambicano, que na sua longa experiência eleitoral não brinca com serviços, pois ela teria pelo menos a chance de ir à segunda volta!

Perguntem Manuel Pinto da Costa, de São Tomé e Príncipe, pois se ele desistiu à segunda volta não foi por causa ingenuidade da "nossa engenharia"!

Quem me dera que à nossa "pérola do índico" fosse graduada como modelo de influências eleitorais nas democracias mais civilizadas do mundo!
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Amonny Efraime Chabell Risos


Julião João Cumbane Isaias Adelino Joao!?!?!!?!?!!?!?!?.... Não estou a entender, ó meu caro Yaqub Sibindy!
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Yaqub Sibindy Esse não constitui um diálogo personificado ao Isaías, mas sim julgamos que é um diálogo extensivo para todos pensadores que deviam dirigir às suas críticas de uma forma equilibrada!
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Julião João Cumbane Yaqub Sibindy, estás a quer dizer que o pensamento expresso no meu 'post' é desequilibrado?!...
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Yaqub Sibindy O Professor antes de apelar o civismo da Oposição moçambicana em relação aos resultados eleirorais ao exemplo das norte americanas, deve fazer uma análise dialética para compreender o que está por detrás de cada uma das partes do processo eleitoral!

É por isso que concluo o seu pensamento está desprovido de um equilíbrio, pois não é só a oposição que merece ser crucificada, mas sim o regime da Frelimo não é católico nos processos de organização das eleições!

Razão pela qual, não tem merecido um reconhecimento civilizado de vitórias eleirorais, por causa própria! Quero salientar, por causa dos aconselhamentos dos meninos da classificação "C"


Amonny Efraime Chabell Ivan Matos Bahule. Jose Albuquerque... oq vocês tem a dizer?
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Crespim Mabuluko Querer comparar essas duas realidades é um convinte ao vazio há factores muito próprios dos dois processos que os tornam diferentes mas iguais ... Qual a relação que pode existir realisticamente falando entre o comportamento da renamo e dos democratas perante a derrota ... haaaaaaa silêncio
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Augusto Tembe Yaqub Sibindy já nem sabe o que fala minha gente tem razão sobrinho do presidente da renamo . Este senhor é como rato
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Yaqub Sibindy O Professor antes de apelar o civismo da Oposição moçambicana em relação aos resultados eleirorais ao exemplo das norte americanas, deve fazer uma análise dialética para compreender o que está por detrás de cada uma das partes do processo eleitoral!

É por isso que concluo o seu pensamento está desprovido de um equilíbrio, pois não é só a oposição que merece ser crucificada, mas sim o regime da Frelimo não é católico nos processos de organização das eleições!

Razão pela qual, não tem merecido um reconhecimento civilizado de vitórias eleirorais, por causa própria! Quero salientar, por causa dos aconselhamentos dos meninos da classificação "C"
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Crespim Mabuluko mais não disse! há comparações vazias...


Joice Tembe Siibindy não tem ideias!

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