Monday, October 3, 2016

Três mil quadros da Frelimo estudam teses do 11º Congresso

Início  Política  Política  Três mil quadros da Frelimo estudam teses do 11º Congresso


Reunidos na 10ª Conferência Nacional
Mais de 3 mil quadros do partido Frelimo provenientes de todas as províncias do país estão reunidos, desde última sexta-feira, na sua escola central, na cidade da Matola, com o objectivo de estudar as teses para o 11º Congresso, que terá lugar no mesmo lugar, em Setembro do próximo ano.
A cerimónia da abertura foi dirigida pelo Presidente da República, na qualidade de presidente do partido Frelimo, e seguiram-se trabalhos em grupos, onde os “camaradas” analisaram as teses propostas para o Congresso. Durante o discurso de abertura, Filipe Nyusi abordou os desafios que o país enfrenta a nível político e económico, como também olhou para questões internas do partido.

No campo económico, Filipe Nyusi mostrou preocupação com o aumento do custo de vida, tendo apontado razões exógenas, que estão fora do alcance do país, ainda assim, vislumbra alguns sinais de esperança, principalmente porque o Governo  está a implementar o roteiro de medidas acordadas com o Fundo Monetário Internacional para o restabelecimento da confiança perdida com a descoberta das dívidas consideradas ocultas.

“Os sinais têm sido prometedores, resultantes dos esforços do Governo em promover cada vez mais, dentro e fora do país, as oportunidades de investimento, aliados à nossa postura de abertura, frontalidade, cordialidade e cooperação com as instituições de Bretton Woods”, disse.

Mas referiu que o país deve, também, apostar no aumento da produção e produtividade, bem como aumentar as exportações, e que cada moçambicano deve trabalhar cada vez mais, para se inverter a situação actual, porque só com trabalho é que o país pode sair da crise em que se encontra mergulhado.

O Presidente abordou também a actual situação político-militar. Condenou a Renamo por estar a protagonizar ataques, principalmente nas províncias da zona centro do país, e assumiu a responsabilidade de convencer a Renamo de que este não é o caminho para se construir uma sociedade. “Temos a responsabilidade de repor a paz. O sentido responsável que nos move ao diálogo, a nossa tolerância e a paciência não devem significar nunca o receio de defender esta pátria que com muito sacrifício libertámos… a paz sim, mas não a qualquer preço. A tarifa da nossa paz está na nossa ‘lei-mãe’, que é a Constituição da República, e nas demais leis”.

Ainda sobre este tema e referindo-se a um dos pontos colocados pela Renamo na mesa do diálogo político em curso na comissão mista criada por Governo e Renamo, a questão da descentralização, Filipe Nyusi disse que a Frelimo sempre se antecipou aos fenómenos e que não irá fugir à regra. “Nós, a Frelimo, não temos nenhum tabu em relação a esta e outras matérias de grande importância na vida do nosso povo. O que sempre faremos é respeitar a nossa história, os passos firmes que demos no processo de implantação de Moçambique como um país livre, independente, soberano e democrático. E defendemos o princípio de que a descentralização deve ocorrer e pode ser aprofundada com a salvaguarda do principio unitário do nosso Estado”.



Transição geracional exige ponderação e paciência

Filipe Nyusi também fez um discurso para dentro do partido. Começou por se referir à questão da transição geracional em curso, cujo ponto alto foi a sua eleição para dirigir o partido. O presidente do partido disse que gerir correctamente a transição geracional é uma das grandes experiências que aquele partido viveu nos mais de 50 anos da sua existência. No entanto, recordou a todos que o processo exige uma grande ponderação e paciência, por isso, pediu que o partido não perdesse de vista a coesão interna e a disciplina partidária. Filipe Nyusi pediu a todos que combatessem a intriga, a fofoca, e todos os males que concorrem para enfraquecer aquela organização, que todos trabalhassem conjuntamente e que se respeitassem as ideias contrárias que os membros possam ter sobre determinados assuntos.

No comments: