quarta-feira, 11 de maio de 2016

Dilma no fim da linha

Por Celso Lungaretti, de São Paulo:
Não vai ter golpe, e não houve mesmo, a destituição de Dilma é legal e garantida pelo STF.
Não vai ter golpe, e não houve mesmo, a destituição de Dilma é legal e garantida pelo STF.
Dilma Roussett vive seu dia que no me quieras.
As rosas não se engalanarão para ela nem vão exibir-lhe suas melhores cores.
E nenhuma estrela sentirá ciumes ao vê-la passar (já não mais descendo a rampa —Lula caridosamente lhe explicou que o povo antes levaria na galhofa do que se comoveria com tal simbolismo—, mas, ainda assim, caindo… despencando do pedestal no qual não conseguiu se manter, tanto por culpa de circunstâncias adversas quanto de sua crassa incompetência, pois salta aos olhos que ela deu substancial contribuição para a própria desgraça).
Também o PT, invertendo o título e o sentido da canção de Luis Miguel que Carlos Gardel interpretava como ninguém, vive seu dia que no me quieras, mais melancólico ainda que o de Dilma.
Pois, em 13 anos e quatro meses no poder, conseguiu frustrar, uma a uma, as esperanças que despertou.
Tinha como missão defender os explorados, mas se tornou cúmplice dos exploradores em vários sentidos, inclusive o do Código Penal.
Cabia-lhe assegurar a governabilidade com a força de suas convicções e a mobilização dos homens de bem, mas achou mais fácil compactuar com a fisiologia e a traficância.
Deveria conduzir os coitadezas para participarem do banquete dos opulentos, mas os colocou ao pé da mesa, recebendo apenas as migalhas que os pantagruéis do capitalismo deixavam escapar pelos cantos da boca.
Estava comprometido com a preservação do nosso patrimônio natural, mas vendeu sua alma ao agronegócio (e as gerações futuras que se danem!).
Tinha uma pauta de modernização dos costumes e fim de preconceitos, mas precisava dos votos das bancadas evangélicas.
Era herdeiro dos heróis e mártires da luta contra a ditadura, mas não ousou inculpar os ogros do passado, nem mesmo quando cortes internacionais o exigiam.
Prometeu diferenciar-se do regime militar não mentindo para o povo nem o manipulando, mas acabou cometendo o pior estelionato eleitoral brasileiro de todos os tempos.
De tanto jogar fora suas bandeiras, ficou sem nenhuma proposta positiva para conquistar os corações e mentes dos eleitores, daí só lhe terem restado os trunfos negativos: o alarmismo falacioso, a satanização dos adversários e a exacerbação do ódio.
Mas, quem ganha eleições erigindo todos os opositores (inclusive os de seu próprio campo) em inimigos a serem moralmente exterminados, tem, depois, de governar um país despedaçado.
Foi o que Dilma não conseguiu fazer, por lhe faltarem aptidões para tarefa tão delicada e porque sua índole autoritária a levava a tentar sempre resolver os problemas com os berros e murros na mesa característicos de uma gerentona.
A pá de cal foi tentar fazer a economia, numa conjuntura internacional já desfavorável para o Brasil, pegar no tranco, recorrendo às anacrônicas receitas do nacional-desenvolvimentismo da década de 1950 (o Estado, e não o povo, é o deus de Dilma).
Ao se dar conta do desastre que seu primeiro governo engatilhou, perdeu a cabeça e tentou desfazer o malfeito rendendo-se incondicionalmente à ortodoxia econômica da direita. Nem isto conseguiu e seu segundo governo derreteu.
Como nações não se suicidam, alguma solução institucional teria de ser encontrada para afastá-la de um poder que desde janeiro de 2015 deixara de verdadeiramente exercer.
Hoje (4ª feira, 11) sua agonia finalmente chegará ao fim.
Celso Lungarettijornalista e escritor, foi resistente à ditadura militar ainda secundarista e participou da Vanguarda Popular Revolucionária. Preso e processado, escreveu o livro Náufrago da Utopia. Tem um ativo blog com esse mesmo título.
Direto da Redação é um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.

AO VIVO | Votação do impeachment no Senado

Sessão no Senado que irá votar o afastamento da presidenta Dilma Rousseff já dura mais de 10 horas

Votação do impeachment no Senado ao vivo. 
Começa nesta quarta a votação no Senado do processo de impeachment, que deve culminar no afastamento no afastamento de Dilma Rousseff da presidência do país. A saída temporária da presidenta precisa de maioria simples dos presentes. A votação no Senado está prevista para as 19h. Se efetivado, a mandatária é notificada e, após isso, Michel Temer assume. Se for destituída, Dilma ficará fora do cargo por 180 dias ou até que o Senado a julgue politicamente pelos crimes de responsabilidade de que é acusada. Participe pela nossa fanpage do Facebook.
"O voto exemplar do senador Anastasia [relator do pedido de impeachment no Senado] nos dá segurança para votar favoravelmente pela aceitação do pedido", diz Aécio Neves.
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Gil Alessi
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O senador tucano diz que o presidente "jamais pode transferir suas responsabilidades" para os subordinados. "A responsabilidade pela condução das finanças públicas é intransferível", afirma.
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Gil Alessi
Aécio Neves: "Os poderes e as atribuições no presidencialismo são claramente distintas".
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Agora o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem a palavra.
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Gil Alessi
Placar da votação no Senado até o momento: 19 votos favoráveis ao impeachment e 4 contra.
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Gil Alessi
O senador Amorim diz que sempre "apoiou" bons projetos do Executivo. "A política é o ofício de servir, por isso estarei aqui sempre atento e vigilante", afirma. De acordo com ele, "os ensinamentos deste triste período" ajudarão a "superar o momento".
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Gil Alessi
"Não dá mais para acreditar no Governo que aí esta", afirma Amorim. Ele cita o aumento do desemprego e "o grave quadro na educação" que "assola o país".
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Gil Alessi
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Gil Alessi
"O impeachment é mecanismo que dá ao presidencialismo a possibilidade de responsabilização do presidente", diz Amorim. Para ele, os crimes de responsabilidade de Dilma "aconteceram".
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Gil Alessi
O senador Eduardo Amorim (PSC-SE) é o primeiro a falar neste segundo bloco de pronunciamentos. 23 parlamentares já falaram hoje.
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Gil Alessi
Guerra de hashtags no twitter entre internautas contra e pró impeachment de Dilma.
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Ana Carolina Cortez
Confira como está a Av Paulista neste momento. Em frente ao MASP, manifestantes contrários ao impeachment de Dilma Rousseff começam a se reunir no início da noite desta quarta:
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Gil Alessi
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Gil Alessi
Ainda falta o pronunciamento de 47 senadores. A sessão não tem hora para acabar.
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Talita Bedinelli
Renan Calheiros já voltou ao plenário. Ele havia dito que recomeçaria a última parte da sessão pontualmente às 19h, mas poucos senadores voltaram. Agora, a programação é que se continue até o final, sem intervalos.
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Talita Bedinelli
A senadora petista Gleisi Hoffmann diz que o Governo está confiante de que poderá comprovar que a presidenta não cometeu crime de responsabilidade fiscal. Ela afirmou que conversou com Rousseff ontem e a renúncia permanece descartada
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Gil Alessi
A sessão deve ser reiniciada em instantes.
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Gil Alessi
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Faz 54 minutos
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Talita Bedinelli
O senador e ex-presidente Fernando Collor, que também passou por um processo de impeachment, está inscrito para falar. É o número 38 da lista, daqui a 16 oradores. É o discurso mais esperado pela imprensa que cobre o julgamento.
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