segunda-feira, 14 de março de 2016

Detido assassino de quatro membros da mesma família

Polícia da República de Moçambique neutralizou, há dias, o indivíduo que na madrugada da passada segunda-feira ateou fogo contra uma residência que provocou a morte de quatro pessoas, todas da mesma família, no distrito de Vanduzi, província de Manica.
ATrata-se de Joãozinho José, de 29 anos de idade, que fogueou a casa do seu irmão mais novo por causa de conflitos familiares. No interior da residência estava o casal mais dois filhos menores de três e cinco anos de idade e todos morreram carbonizados. Joãozinho José foi detido no cruzamento de Macossa, distrito de Báruè, quando seguia viagem à cidade de Tete onde pretendia se refugiar com a sua esposa depois de ter cometido o macabro crime.
Nas celas do comando distrital da Polícia da República de Moçambique em Moçambique no distrito de Vanduzi, Joãozinho José confessou o crime tendo afirmado que decidiu incendiar a residência porque a vida seuirmão prosperava graças à superstição que, entretanto, comprometia o desenvolvimento dos restantes membros da família.
Explicou que parte da sua família perdeu a vida porque o seu irmão recorria a magia negra para aumentar a sua riqueza, daí
que, como forma de vingar-se
dele, decidiu incendiar a casa e
matar ele juntamente com esposa
e dois filhos como forma de resolver
o problema que já se arrastava
há bastante tempo.Meu filho perdeu a vida. Fui
ao profeta que me disse que o
meu irmão é quem deitou feitiço
para a criança morrer e ele
enriquecer. Minha mãe também
teve problemas de saúde
porque meu irmão procurou
drogas para desenvolver sua
vida. Agora queria enfeitiçar
outro meu filho. O curandeiro
informou-me por isso que decidi
queimar a casa e acabar
com todos.Disse que não estar arrependido
pelo sucedido, pois, conseguiu
atingir o objectivo que
era de destruir a vida do seu
irmão. “Quando o curandeiro
me disse que outro filho meu
estava prestes a morrer, fui a
uma bomba de combustível e
comprei dez litros de gasolina.
Cheguei a casa do meu irmão
naquela noite, amarrei a porta
principal com arame, espalhei
combustível e acendi. Não estou
arrependido porque consegui
queimar a casa dele”, disse
o nosso entrevistado que acredita
que o insucesso na sua vida era
causado pelo próprio irmão.Entretanto,
vizinhos das vítimas quetestemunharam o incidente que
chocou a comunidade de vanduzi
e arredores contaram que
quando eram zero horas e alguns
minutos ouviram gritos de pedido
de socorro.
Bartolomeu Chote explicou
que acordou e viu a casa a arder.
“ Dirigi-me ao local, tentei
abrir a porta não consegui, fiquei
com medo porque pensei
que alguém estivesse perto
com arma de fogo e podia atingir-
me. Regressei para minha
casa. Quando vi outras pessoas
a chegarem para socorrer,
ganhei coragem e voltei para
ajudar. Depois descobrimos
que a porta estava amarrada
com arame. Desamarramos,
mas já era tarde”, referiu Chote.Ademais, contou que depois
de várias tentativas e já desesperado
foi possível arrombar a porta
com apoio de um bloco. Enquanto
a casa queimava, o proprietário
de tanto desespero dirigiu-se à
cama onde perdeu a vida deitado.
A esposa saiu do quarto para
sala e sentou-se no sofá. A criança
de cinco anos sucumbiu na porta
principal quando também tentava
encontra saída. A menor de três
anos de idade estava nas mãos
da mãe. Devido à intensidade
das chamas a mãe jogou-a para
o chão e também ficou em cinza.
Do interior da residência nada foi
retirado. Todos os bens ficaram
totalmente destruídos.
Até à altura em que o domingo
visitou o local ainda eram visíveis
os estragos provocados pelo
fogo no interior da casa, de tipo
dois, com uma pequena sala. Na
verdade, a vítima não levava umavida capaz de amparar as acusações
levantadas por Joãozinho
José. Ou seja, a vítima não era
considerada rica tal como achava
o referido criminoso.
O choque pelo sucedido ainda
era evidente nos rostos dos
vizinhos que disseram ao nosso
jornal que o chefe da família vitimada
convivia normalmente com
toda gente sem alguma suspeita
que levasse a crer que estava envolvido
em práticas diabólicas.“Ele não era rico como se
pode imaginar. Aqui na zona
ninguém desconfiava que ele
pudesse ir aos curandeiros
para matar seus sobrinhos
e obter riqueza. Isso é uma
pura mentira. O Joãozinho é
que era problemático porque
não gostava de trabalhar. Vendo
que seu irmão mais novo
empenhava-se para sustentar
a família criou inveja que desembocou
em brigas recorrentes”,
sustentaram alguns cidadãos
residentes em Vanduzi, que
também relataram que Joãozinho
José sempre enveredou pela
violência quando se envolvia em
discussões com o irmão agora
falecido.A porta-voz da Polícia da
República de Moçambique em
Manica, Elcídia Filipe, disse que
a neutralização daquele cidadão
foi graças a denúncias populares.
No cruzamento de Macossa,
Joãozinho José foi a uma unidade
sanitária onde pretendia receber
tratamento das queimaduras
contraída no braço esquerdo durante
incêndio da residência. Foi
exactamente no hospital onde foi
neutralizado pela polícia depois de o agente de serviço naquela
unidade hospitalar ter identificado
o criminoso através dos ferimentos.
“Quando chegou à unidade
sanitária, o enfermeiro perguntou
o que teria acontecido
e ele respondeu que havia
sido queimado com água. Inconformado
o agente pediu a
sua identidade e viu que era
residente de Vanduzi, onde
aconteceu o incidente. Tratou
de comunicar a polícia que
imediatamente se fez ao local.
Investigação levada a cabo ficou
claro tratar-se do cidadão
que matou as quatro pessoas”,
explicou Elcídia Filipe
Aquele porta-voz disse que
neste momento o processo segue
passos subsequentes para que o
indivíduo seja levado à barra do
tribunal para responsabilização
criminal.
Domingos Boaventura

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