Só o faria se fosse louco, atravessando um
grande lago como o Niassa com dezenas de pessoas sob sua guarda,
susceptiveis de serem capturados antes de atingirem o rio Rovuma. Sempre
que o fazia, era pela fronteira de Tunduma que está na ponta norte do
Malawi, separando este país da Tanzania e Zâmbia. Atingido o território
tanzaniano, Dhlakama, habitualmente, dirigia-se imediatamente a Mbeya
onde permanentemente residia a sua esposa e filhos.
Em Fevereiro de
1969, Samuel Rodrigues Dhlakama atravessou a fronteira de Tunduma, vindo
do Malawi para Tanzania, exactamente no dia 1. Contava seguir para
Dar-es-Salaam no dia 2 de Fevereiro para conferênciar com Eduardo
Mondlane e pôr-lhe a par da situação dos refugiados que vinham por
aquela via juntar-se à luta e do trabalho da clandestinidade então sob
controle de Dique Chipare e outros no Malawi.
Infelizmente, Dhlakama não
o faria simplesmente porque no dia 2, a
sua esposa, Sra. Francisca Dhlakama, teve uma queda que lhe entorceu a
coluna vertebral ao sair da casa das meninas grávidas (vindas do
Instituto Moçambicano e outros locais) então sob sua protecção em Mbeya.
Samuel Dhlakama tomaria conhecimento do assassinato de Mondlane pelo
noticiario da Rádio na noite de 3 de Feveriro e seguiria para
Dar-es-Salaam no dia 4 de Fevereiro, na companhia de Manuel Bernardo
Mumba, outro combatente que o Departamento de Segurança da Frelimo
dirigida por Vieira mandou matar fora das barras dum tribunal. Sérgio
Vieira pode dizer tudo o que lhe passa pela cabeça hoje, porque as
pessoas que visa não podem responder.
Pode até forjar documentos à
posterior, tanto no País como fora, e fazé-los passar por autênticos,
pois tem ainda o privilégio de mentir oficialmente. Porém, compulsados
os arquivos existentes em torno das circunstâncias da morte de Mondlane,
conclui-se que a própria polícia tanzaniana ocultou a verdade ou nadou
em águas turvas por falta de provas bastantes contra seja quem for.
Embora se tenha especulado que a bomba havia sido fabridada no exterior
do território tanzaniano por ostentar baterias não disponiveis no
mercado local, a policia tanzaniana não descartou a possibilidade dos
explosivos e o detonador provirem dos stocks de armamentos sob controle
da própria FRELIMO, e da bomba ter sido montada no próprio território
tanzaniano.
Em relatório ao então Se cretário de Estado norte americano,
datado de Abril de 1969, entre várias coisas que relata sobre os
problemas na FRELIMO e a morte de Mondlane, Thomas L. Hughes afirma:
”Parece bastante certo agora que a livro-bomba que matou Mondlane foi
feito localmente e, provavelmente, introduzido localmente no sistema do
correio tanzaniano”.
Na verdade, embora a hipótese de ter havido
cérebros da PIDE naquele crime nunca tenha sido posta de lado, nunca as
autoridades tanzanianas chegaram a traçar uma trajectória da bomba
semelhante à de Vieira, senão que a encomenda foi postado em
Dar-es-Salaam e chegou ao escritorio da Frelimo no dia 1 de Fevereiro. A
ter interrogado o Padre Polet sobre esta matéria, Vieira fê-lo apenas
em 1971 ou nos anos subsequentes, antes da morte daquele padre, pois,
expulsos os padres brancos de Moçambique (em 1971), Pollet viveu alguns
anos na Tanzania.
Embora Chissano, Raimundo Simango, Panela, Marcelino e
Betty King tenham sido detidos, uns por algumas horas, e outros mais
alguns dias, o que lhes impossibilitou de assistirem às exéquias
fúnebres de Mondlane à 6 de Fevereiro (encabeçados por Simango,
sublinhe-se, e não por Samora Machel ou Marcelino dos Santos), a policia
tanzaniana demorou a perceber que a bomba vinha armadilhada num livro.
Segundo declarações de um funcionário da Embaixada dos Estados Unidos
expedidos por telegrama no fatídico dia 3 a
partir de Dar-es-Salaam, suspeitou-se que a morte de Mondlane fora
causada por uma bomba colocada na casa de Betty King. A despeito da
imprensa local afirmar que a casa havia sofrido danos avultados com a
explosão, a própria dona da casa (Betty King) afirmaria ao embaixador
americano em Dar-es-Salaam que a casa não-se estragou tanto como se
propalava pela imprensa.
“A bomba destruiu o corpo de Mondlane, m as
somente deixou um buraco na cadeira onde se supõe que Mondlane sentou
antes da explosão – disse King. Esta situação deu azo a especulações
diversas, mormente a da bomba ter sido colocado debaixo da cadeira.
Betty King seria preso não só porque o crime ocorreu na sua casa, mas
também porque de início se suspeitou que mais do que ninguém, somente
ela sabia em que lugar da casa e cadeira sentava habitualmente Mondlane.
A descoberta final de que a bomba “vinha armadilhado num livro”
constituiu um alibi bastante para ilibar King, pois tendo Mondlane
trazido a encomenda de fora daquela casa, só um “profeta de Deus”
poderia adivinhar que Mondlane não a abriria antes de chegar ao seu
destino.
E é estupidez aqui confundir namorados e amantes com maridos,
como o faz Sérgio Vieira. Todo o mundo sabe que antes da morte de
Mondlane Betty King vivia sozinha e não tinha marido nenhum que se
chamasse Willy Sunderland, como o afirma Vieira.
Contrariamente ao
Director da CID, que investigou o caso, Vieira nem sequer viu o estado
em que ficou o corpo de Eduardo Mondlane após a explosão, para hoje
afirmar que “ao abrir o pacote a armadilha funcionou, matando Mondlane
instantaneamente, a bomba dilacerou-lhe o torax”. Muito menos teve, o
coronel, acesso aos destroços do próprio engenho.
Pouco depois da
explosão, Sawaya deslocou-se na companhia de Aly Mafude e outros quadros
ligados as forças de defesa e segurança ao local para a primeira
peritagem. De seguida, mandou deter algumas pessoas que estão hoje vivas
e em convivência connosco nesta sociedade. Em nenhum momento fê-lo em
relação a Samuel Dhlakama, Silvério Nungu ou Uria Simango.
Contrariamente à Nungu e Simango que tiveram que prestar algumas
declarações de rotina, Dhlakama nem sequer foi interrogado pela polícia
tanzaniana. Viria apenas a ser interrogado 10 anos depois da morte de
Mondlane em Maputo por uma suposta Comissão de Inquérito que tinha à
testa Sérgio Vieira. E isso já é outra história.
Dhlakama foi preso pelo
SNASP – certamente a mando de Vieira – no dia 1 ou 2 de Fevereiro de
1979, numa tentativa de forjar um dossier sobre a morte de Mondlane,
passados 10 anos depois do seu assassinato. Permaneceu 12 dias numa casa
do SNASP algures por aqui, e 18 dias nas masmorras da Cadeia Central da
Machava, depois de ter feito parte da Comissão encarregue da construção
da Cripta dos heróis e da preparação da transladação dos seus restos
mortais para Maputo.
Chegado a hora do grande dia, tudo fez Vieira e sua
camarilha para evitar que Samuel Dhlakama estivesse presente na cripta
que ajudou a erguer, pois, 3 de Fevereiro de 1979, era o dia
estabelecido para que os chamados “herois”, entrassem, definitivamente,
na praça a eles destinado em Maputo. No seu regresso do exilio forçado
em Cairo e Argel, Vieira encontrou Samuel Dhlakama na Tanzania
desempenhando a função de Secretário de Manica e Sofala, coadjuvando
cumulativamente a chefia do Departamento de Organização Interna do
movimento, então sob chefia de Mariano Matsinhe.
Aquando do governo de
transição, em 1974-75, Dhlakama viria a ser nomeado Secretário de Estado
de Saúde. Findo esse período, desempenhou diversos cargos, entre os
quais, o de Director do Hospital de Mavalane. E contrariamente à
obras-feitas que se caracterizam por crimes contra a humanidade, como as
protagonizadas por Vieira e seus comparsas, Dhlakama deixou como legado
um grande pomar de mangueiras que circundam hoje aquele hospital, que
pode ser vistas por todos os que pela estrada passam ou vão aquele
hospital.
Segundo relataria o próprio Dhlakama, a primeira vez que ouviu
o seu nome associado à morte de Mondlane foi pela boca do coronel
Sérgio Vieira que, torturando-o psicologicamente, queria que confessasse
que transportou a bomba que matou Mondlane de Blantyre à Dar-es-Salaam,
aquando da sua detenção. Vieira afirma no seu artigo que imediatamente
após a sua chegada à Dar-es-Salaam “Samuel Rodrigues Dhlakama telefonou a
Nhungu, que lhe marcou um encontro num quarto de hotel que ficava junto
à representação do MPLA em Dar-es-Sallaam”. E que “Dhlakama entregou o
embrulho a Nhungu, que estava acompanhado por Simango”.
Ora, esta
afirmação, cheia de suposições de dificil negação pelos visados, porque
mortos, ilustra não só a falta de ética e “educação de berço” por parte
do seu autor, como, também, procura chamar os moçambicanos de
“invertebrados mentais”, capazes de acreditar em qualquer porcaria desde
que essa sáia de quem se assume como dirigente, pois, amigos que eram e
“exímíos conspiradores” contra o grande líder da linha correcta como a
Frelimo propala, nada impedia a Nungu, Simango e Dhlakama de se
encontrarem na casa de um deles para conspirarem à vontade como era
apanágio dum certo grupo numa famosa casa em Oyster Bay.
E a história de
encontro num quarto de hotel da autoria de Sérgio Vieira, não soa menos
ridícula do que aquela que um certo juiz nos nossos tempos mandou
passear, acabando por ilibar pessoas dum crime que, em tudo , aparenta
provir de mentes férteis como à do nosso Coronel. É preciso não ter
vergonha na cara para acusar pessoas que não se podem defender.
Vieira
fâ-lo para justificar a sanha assassina que ele próprio e seus camaradas
montaram. Não pode ser verdade que Simango tenha telefonado à Lázaro
Kavandame no dia 1 de Fevereiro. Kavandame havia sido expulso da Frelimo
a 10 de Janeiro e vivia praticamente em parte incerta pois receava ser
preso na sequência do assassinato de Paulo Samuel Kankhomba.
Não sabemos
se na época, na mentalidade tacanha de Vieira já existiam telefones
celulares, mas conhecida que era a dificuldade de conversasão telefónica
na época, a palavra de Sérgio Vieira será sempre contra a nossa, e
vice-versa, pois nem Simango, nem Kavandame e nem as testemunhas
arroladas pela suposta Comissão de Inquerito vivem para se defenderem da
fúria deste caudilho da maldição. Vieira mente quando afirma que a
bomba dilacerou o torax de Mondlane.
Na verdade, os ferimentos mais
demolidores que vitimaram Mondlane foram da região abdominal para baixo e
não para cima como o Coronel diz. A hipótese da policia tanzaniana é de
que Mondlane estaria sentado à mesa e com o embrulho sobre o colo. Ia
abrindo a encomenda quando se dá a explosão. Podemos até apostar que à
nenhuma Rosária a “Comissão de Inquerito” dirigida por Vieira alguma vez
ouviu.
Segundo informações existentes, essa senhora vive e pode ser
arrolada como testemunha em qualquer tribunal, se Vieira assim o
desejar. E nem precisamos de consultá-la para perceber que Vieira cita o
seu nome apenas por saber que ela e o marido são simpatizantes da
Frelimo e membros da primeira hora que escaparam da purga, portanto,
pessoas capazes de virem em socorro da sua teoria.
Não é a primeira vez
que Vieira sái à rua com suas babozeiras. Gorada a hipótese de conter a
inquirição em torno de seus crimes, Sérgio Vieira esforça-se agora por
tornar perenes as suas mentiras históricas, justificando assim os crimes
que, mesmo cometidos num determinado contexto histórico do país, jamais
deixaram de ser repugnantes.
Africanamente falando, a estar já no auge
de tormentos com os espíritos das suas vítimas, pensamos que é altura de
Vieira resolver seus problema com os sobrevivos de Nungu, Casal
Ribeiro, Simango e outros, pois de contrário, corre o risco de legar
seus problemas aos seus filhos e netos. Que consulte nhamussoros e
n’hangas lá em Moatize e Chifunde onde parece que o Coronel gosta de
passear à coberto dum suposto grande projecto de desenvolvimento do Vale
de Zambeze.
E que pergunte o preço a pagar pelas vidas roubadas, pois
em Machanga, Mambon e e outros locais aqui em África, há “nvukos” que
perseguem pessoas na “RDA”, China e américas. Que pergunte ao país real,
em Machanga, Maonga ou Maropanhe, quem foi Mutchotchotwa, quem nem
sequer o país de muitos de nós conheceram, mas que hoje, filhos, netos e
bisnetos, são obrigados a “pagar tributo”, pelo simples facto de
pertencerem a linhagem sanguínea de quem bebeu da água do poço onde,
inadvertidamente, foi, Mutchotchotwa, atirado, depois que seus
assassinos terminaram o ritual satânico.
Entre “pseudo-patriotas” e
“traidores”, Vieira é um caso de estudo Há coisas que evitamos dizer e
parece que é preciso dizé-lo agora, porque o tempo, para muitos,
escasseia, e é preciso que os homens saibam que estão de passagem pela
terra e podem deixar a imagem de cobardes para todo o sempre.
É estranho
que a “disciplina partidária” na Frelimo obrigue que pessoas que
conheceram outras e com elas traçaram estratégias de fuga para o exílio,
e para a luta, permaneçam mudos perante escárnios em torno de pessoas
que sabemos que respeitam e admiram às escondidas. Somos forçados a
dizê-lo: repugna-nos a confortável cobardia desses senhores, muitos
deles, então amigos de Nungu e Simango, que hoje assistem passivamente a
loucura de homens como o Vieira. Gwengere, Nungu e Simango foram presos
pela PIDE em Moçambique.
Os pais dos dois últimos sofreram perseguições
e represálias em Machanga aquando do motim que ditou a prisão de muitos
naquele distrito e o desterro para São Tomé de alguns. Das mesmas
perseguições não se pode lamentar Sérgio Vieira no Moçambique colonial
da era salarazista. Vieira, ou Sérgio Maria Castelo Branco da Silva
Vieira, era um produto da burguesia colonial.
A família tinha posses
para matriculá-lo no Colégio de Santo Tirso em Portugal, reservado à
fina-flor da sociedade portuguesa. Sérgio Vieira saiu de Tete para
Lisboa sem restrições e os país continuaram a pagar-lhe as mesadas,
algumas das quais em moeda estrangeira, obtidas pessoalmente pela mãe,
Nini Vieira da Silva, junto de Lucinda Serras Pires Feijão no consulado
da Rodésia na Beira.
Amiga da família Vieira desde os te mpos de Tete,
Lucinda Serras Pires Feijão, enquanto ao serviço do consulado rodesiano,
chegou a receber encomendas da mãe de Sérgio Vieira para que fossem
entregues por portador quando ele já se encontrava exilado em París
depois de ter saido, novamente sem restrições, de Portugal. É este
“patriota” oportunista, forjado às pressas, que destruiu familias e
lares em Moçambique, que somos obrigados a aceitar em nome da
concóncordia democrática. Mas tudo tem limites.
Assisti-lo passivamente a
atirar torpedos cheirosos contra pessoas indefesas é cobardia. Tendo
interiorizado a linha marxista ortodoxa, de “pequeno burguês” Vieira
passou a assumir-se como vanguardista de tudo e de todos, secundarizando
os que eram tidos por essa linha como “reaccionários”, designadamente
as pessoas de origem camponesa que tiveram a ousadia de discordar com
ele e sua linha politica.
É assim que se compreende o seu ódio natural e
o desprezo pelos valores sócio-culturais desta classe e dos que com ela
se identificam. Por isso, vêmo-lo depois da independência de
Moçambique, arrancada a fogo e ferro e à custa dos sacrifícios
consentidos fundamentalmente por essa mesma classe, entre os mais
fervorosos defensores do sistema totalitário preconizado pela
auto-intitulada “vanguarda revolucionária das classes
operário-camponesa”, embora nenhuma destas lhe tivesse passado
procuração.
É essa vanguarda que põe em prática o princípio estatutário
da eliminação daquilo a que pejorativamente rotulam de “sequelas da
sociedade tradicional feudal”. Daí ao abraçar da doutrina stalinista de
combate aos valores da própria classe que o gerou – sem abdicar
pessoalmente de nenhum deles, claro está – o “salto quantitativo” é
rápido, enérgico e contundente, e sempre em nome do povo.
Mas que não
pense, Vieira, que nós, os moçambicanos de origem camponesa, não o
cultivamos o suficiente, à medida do seu carácter. A história humana é
uma bola de neve, cheia de surpresas, Sr. Vieira. Em que ficamos,
Coronel Vieira? Lemos a peça de Sérgio Vieira na edição do semanário
Domingo de 8 do corrente (Sobre 40 Anos Depois de um Crime).
Comparámo-la a uma entrevista que o mesmo Sérgio Vieira em tempos
concedeu ao semanário Savana. Surgem algumas dúvidas: Afinal, a bomba
que matou Mondlane foi entregue em Mbeya ou em Songea? Se Mbeya não faz
fronteira com o Malawi, como é que o Padre Pollet poderia ter-se
deslocado de Blantyre para essa localidade? Consultado o mapa da
Tanzânia, verificámos que nem Mbeya nem Songea são postos fronteiriços
tanzanianos.
Afinal quem é que estava no consulado português em Blantyre
– Jardim ou Pombeiro de Sousa? Se Jardim era cônsul do Malawi na Beira,
como é que poderia ser simultaneamente cônsul português em Blantyre? Em
que ficamos, Coronel? Para refrescar a memória de Sérgio Vieira,
transcrevemos os seguintes excertos das suas declarações:
“O livro-bomba
é montado na Beira. É levado da Beira para o Consulado Geral de
Portugal, no Malawi, em que estava Jorge Jardim e um outro funcionário
que acompanhava sempre Jardim, que era o senhor Orlando Cristina.”–
Sérgio Vieira, in Savana, 18 de Fevereiro de 1994. “No Malawi, no
consulado português em Blantyre, dirigido por Jaime Pombeiro de Sousa,
um associado de Jorge Jardim, Orlando Cristina entregou um pacote a um
sacerdote belga, o Padre Pollet.”
– Sérgio Vieira, in Domingo, 8 de
Fevereiro de 2009. “O Padre Pollet recebe a bomba. […] A bomba é levada
para Mbeya. Em Mbeya, o Padre Pollet entrega a bomba a uma pessoa,
dizendo: “É para entregar em Dar-es-Salaam a fulano ou beltrano, mas
tenha cuidado porque disseram que é uma coisa frágil.” – Sérgio Vieira,
in Savana, 18 de Fevereiro de 1994.
“Orlando Cristina pediu ao Padre
Pollet, que ia para Songea, que levasse o embrulho para essa fronteira e
aí buscasse alguém da FRELIMO, para que o remetesse a Silvério Nhungu
ou a Urias Timóteo Simango em Dar-es-Salam. Assim fez o sacerdote e,
encontrando na fronteira Samuel Rodrigues Dhlakama, que já conhecia,
solicitou-lhe que entregasse o volume a Simango ou Nhungu.”– Sérgio
Vieira, in Domingo 08 Fevereiro 2009. Mais uma questão, Coronel.
Sendo o
Padre Pollet um conhecido oponente do regime colonial, será que a
PIDE/DGS poderia confiar nele para que levasse uma encomenda-bomba por
um itinerário tão extenso, com o perigo de ser acidentalmente accionada,
para já não falar da sua muito provável detecção pelas autoridades
tanzanianas ou até mesmo malawianas?
A afamada vigilância tanzaniana
estava de folga nesse dia? E as encomendas-bomba endereçadas a Marcelino
dos Santos e Uria Simango, detectadas pela polícia tanzaniana após a
explosão que vitimou Mondlane, quem foi o portador ou portadores, já que
ao Padre Pollet teria sido apenas entregue uma encomenda-bomba? As duas
outras encomendas-bomba saíram também do Consulado português em
Blantyre?
E, já agora, estando Silvério Nungu implicado na morte de
Mondlane, como se explica que a polícia tanzaniana não o tenha detido?
Então a Frelimo era um Estado dentro de outro Estado, com poderes para
desterrar uma testemunha-chave para Cabo Delgado sob o olhar sereno da
CID tanzaniana? e de uma postura indiferente da Interpol?
Mais um caso
de ocultação de testemunhas, Coronel? como a outra, que o senhor
despachou para Moscovo, bem longe de outras comissões de inquérito sobre
uma outra história mal contada? Barnabé Lucas Ncomo ZAMBEZE –
19.02.2009 Comentário: É estranho que a história de Moçambique é
DESCONHECIADA. Só a Frelimo é que conhece.
Podem mentir a vontade!
Afinal quantos Dhlakamas teve a Frelimo até à independência? Respeitando
o trabalho do Historiador moçambicano, Dr Barnabé Ncomo, falta o
esclarecimento dos Dhlakamas- *primeiro -director Geral de Saúde-pós
independência, *segundo Coronel dos Blindados-Jossias
Dhlakama-apresentado como "comandante da CIA"no estádio da Machava,
juntamente com Capitão Alcido Marcos Chivite, familiar do Presidente da
Renamo-tio Chibawawa. * terceiro-General Dhlakama-ex combatente da
Frelimo ,e posteriormente Comandante das forças da Renamo, e Presidente
da Renamo. Alguém poderá responder e esclarecer, QUEM ERA EFECTIVAMENTE O
SECRETÁRIO PROVINCIAL DA FRELIMO de Manica e Sofala em 1969(Coronel
Dhlakama dos Blindados ou o Dhlakama da Saúde?)
MUSSANDIPATA – 29.03.2010