sábado, 4 de agosto de 2018

Nicolás Maduro: presidente da Colômbia “está por detrás do atentado”


Presidente da Venezuela promete mão forte contra "extrema-direita" e Juan Manuel Santos, que responsabiliza por alegado atentado. "Se me fizerem mal, haverá justiça nas ruas", garantiu.
Getty Images
Menos de três horas depois do alegado atentado contra a sua vida em Caracas, Nicolás Maduro surgiu no canal estatal venezuelana com muitas certezas e uma acusação, com nome e tudo: Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, tentou assassiná-lo.
Neutralizámos a situação em tempo recorde. Foi um atentado para matar-me. Hoje tentaram assinar-me e não tenho dúvidas que tudo aponta para a direita, a extrema-direita venezuelana em aliança com a extrema-direita colombiana e que o nome de Juan Manuel Santos está por detrás deste atentado.”
Na sua comunicação, o presidente da Venezuela revelou que já foram detidos vários suspeitos e disse que tem provas que já estão na posse das autoridades. Maduro prometeu “justiça e castigo máximo” para os responsáveis. “Esqueçam o perdão!”, afirmou ainda, citado pelo jornal espanhol El País.
Maduro descreveu ainda como reagiu ao som das alegadas explosões, que terá ouvido enquanto discursava num palanque ao ar livre: “A minha primeira reação foi de observação, de serenidade, porque tenho plena confiança nas Forças Armadas e na sua lealdade. Pensei que se tinha passado alguma coisa com um fogo de artifício”.
Seguiu-se o que o regime venezuelano considerará um aviso. Já a oposição achará que se trata de uma ameaça explícita: “Digo aos opositores que eu é que garanto a paz para que vocês possam viver neste país. Se algum dia me fizer alguma coisa, a direita ver-se-á cara a cara  com milhões de humildes, de operários e camponeses, de soldados nas ruas a fazer justiça pelas próprias mãos.
A versão oficial acerca do incidente foi avançada por vários elementos do próprio regime venezuelano minutos depois das explosões, que indicaram que Maduro saiu ileso de um ataque com drones equipados com explosivos. Maduro discursava perante forças militares na Avenida Bolívar, em Caracas, na tarde de sábado (noite em Lisboa).
Nas últimas horas, começaram a surgir versões que contradizem a narrativa do governo venezuelano, nomeadamente a de que uma explosão acidental num apartamento próximo do local do desfile terá sido aproveitada pelas autoridades para construir um relato de um atentado falhado e assim abrir caminho a repressão contra as forças anti-regime. Que essa explosão num apartamento aconteceu, “é certo”, reportou um jornalista, colaborador da Vice e da Amnistia Internacional, na rede social Twitter. A dúvida é se além dessa explosão, terá existido ou não uma outra, resultante de um possível atentado contra a vida de Nicolás Maduro.

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