quinta-feira, 23 de março de 2017

Ratos detectam mais de mil casos de TB que tinham sido dados como negativos


Resultados foram apresentados num seminário realizado ontem em Maputo
Os ratos da espécie Crycetomis gambianus podem ser usados para o diagnóstico rápido da tuberculose. A garantia foi dada, ontem, pelo projecto Apopo, que num total de 36 mil amostras identificou mil e quinhentos casos de tuberculose dados com negativos, nas unidades sanitárias. Através de 11 ratos treinados para o efeito, foi possível detectar casos de tuberculose dados como negativos pela avaliação médica.
“Os ratos estão divididos em dois grupos e, diariamente, recebem novas amostras para diagnosticar a tuberculose. Estamos desde 2013 a fazer este trabalho e os resultados são bem animadores”, disse o gestor do projecto, Emílio Valverde.
Os resultados foram apresentados num seminário realizado, ontem, em Maputo.
Actualmente, o projecto está a ser implementado apenas em Maputo, uma vez que são necessárias grandes quantidades de amostras. Mas há perspectivas de expansão. “Podemos estender o projecto para Nampula e Beira, mas, por enquanto, vamos intensificar as nossas acções aqui em Maputo, onde há muitas amostras, tal como os ratos exigem”, disse Valverde.
A segunda fase do projecto termina em Abril, entretanto, uma nova proposta está a ser desenhada, prevendo a continuação das operações de rotina, para aumentar a percentagem de pacientes diagnosticados que começam tratamento de TB e verificar se os tratamentos são cumpridos e completados, assim como as actividades de investigação para servir como complemento e apoio aos programas de formação de pesquisadores da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
O projecto de detecção acelerada de casos de TB é implementado em parceria com a UEM, através das faculdades de Veterinária e Medicina, e conta com financiamento da Cooperação Flamenga – FICA.

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