quinta-feira, 23 de março de 2017

Quem era Khalid Masood, o autor do atentado terrorista em Londres?

LONDRES


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Khalid Masood, autor do ataque em Londres, tinha 52 anos. Fora condenado por crimes violentos, mas não estava a ser investigado pelos serviços de informação. Vivia sob diferentes pseudónimos.
Masood chegou a ser referenciado pelos serviços de informação britânicos como uma figura "periférica" numa investigação sobre terrorismo
Lentamente, vão sendo conhecidos mais detalhes sobre Khalid Masood, o homem de 52 anos que as autoridades britânicas identificaram como o autor do ataque terrorista de Londres, que vitimou três pessoas e deixou 40 feridos.
O atacante nasceu em Kent, no sudeste da Inglaterra, mas, segundo a informação avançada pela polícia e citada por vários órgãos de comunicação britânicos, mudara-se para as Midlands Ocidentais, região que envolve as cidades de Birmingham, Wolverhampton e Coventry.
Masood terá nascido no dia de Natal em 1964 e atualmente vivia sob diferentes pseudónimos. Apesar de ter um passado violento, o suspeito não estava atualmente no radar dos investigadores. De resto, não existia qualquer pista sobre as verdadeiras intenções do homem de 52 anos. Nada fazia prever que Masood planeava levar a cabo o ataque de quarta-feira.
De acordo com a informação avançada pela primeira-ministra britânica, Theresa May, Masood chegou a ser referenciado pelos serviços de informação britânicos como uma figura “periférica” numa investigação sobre terrorismo. Até ao momento, não há mais nenhuma ligação identificada a organizações terroristas.
Ainda assim, Khalid Masood já estava referenciado pelas autoridades britânicas. Tinha cadastro depois de ter sido condenado algumas vezes por crimes como agressão, posse de armas e perturbação da ordem pública. A primeira condenação foi em novembro de 1983 e a última em dezembro de 2003.
Às 14h40 da tarde de quarta-feira, Masood, que seguia de carro, entrou pela ponte de Westminster, perto do Parlamento britânico e de outras atrações turísticas como o London Eye, com a intenção de atropelar o maior número de pessoas. Fez 40 feridos, dois dos quais não resistiram aos ferimentos graves causados pelo impacto.
De acordo com a BBC, Masood ter-se-à identificado como professor junto da empresa que de aluguer de automóveis, na região de Birmingham.
O atacante acabaria por se despistar e embater contra os portões laterais do Parlamento. Vestido de preto, na posse de uma arma branca, Masood passou as portas que dão acesso ao pátio à frente do Parlamento e atacou um polícia que o abordou. O agente de autoridade acabou por não resistir aos ferimentos. Quando tentava correr de novo para fora do recinto, outros dois membros da polícia terão disparado contra o atacante que ficou gravemente ferido, acabando por morrer. Foi baleado três vezes no peito pelas forças de segurança.
Mesmo no fundo da maca, onde o suspeito está deitado, vê-se um par de botas castanhas que poderão pertencer ao atacante, uma vez que ele surge na fotografia descalço e sem uma meia.
Durante a tarde de quarta-feira, começam a surgir imagens aproximadas da cena do crime. Junto ao atacante são visíveis duas facas. Uma delas parece ser uma faca grande de cozinha, com um cabo preto (está entre um homem com uma camisa branca e um agente da polícia à sua esquerda). A outra faca está à direta do pino laranja.
Nesta imagem, o atacante está de tronco nu, com o que parece ser uma compressa branca do lado esquerdo. Um dos indivíduos dos serviços de emergência tem a mão direita, com uma luva azul, em cima do peito do suspeito, que se acredita ser Khalid Masood.
O grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico reivindicou o ataque através da agência de propaganda Amaq, afirmando que o atacante era “um soldado do Estado Islâmico”.
Durante a tarde foram surgindo alguns rumores de que o atacante fosse Trevor Brooks, um cidadão britânico de 42 anos, nascido a 18 de abril de 1975 em Hackney (leste de Londres) que se terá convertido ao Islão assim que fez 18 anos. Conhecido pelas suas posições extremistas, descrito pelo Counter Extremism Project (CEP) — uma organização sem fins lucrativos que se dedica a combater ideologias extremistas –, como “propagandista islamita” e um “clérigo radical”, tudo indicava que Abu Izzadeen, nome que adotou depois de se converter, era o verdadeiro autor do atentado. No entanto, essa informação acabaria por se desmentida pelas autoridades britânicas, até porque Trevor Brooks continua preso.

Durante a madrugada, as autoridades britânicas levaram a cabo um raid policial na cidade de Birmingham, cerca de 200 quilómetros a noroeste de Londres. A ação policial estava relacionada com o ataque em Londres. Oito pessoas foram detidas até ao momento, numa altura em que as investigações ainda decorrem.Quem são as vítimas do ataque a Westminster?

Entre as três vítimas mortais do atentado em Londres, dois são cidadãos estrangeiros e o outro era um dos polícias que guardava o Parlamento.
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Keith Palmer

Foi desarmado que Keith Palmer tentou travar o autor do ataque terrorista, mas não sobreviveu aos golpes de faca que lhe foram desferidos. Há 15 anos nas forças de segurança, Palmer, de 48 anos, fazia parte do comando de protecção do Parlamento britânico da Scotland Yard. Era casado e tinha dois filhos. O deputado Tobias Ellwood ainda tentou reanimá-lo, sem sucesso. “Era um herói, as suas acções nunca vão ser esquecidas”, declarou a primeira-ministra britânica, Theresa May. Em menos de 24 horas, foram doadas cem mil libras para apoiar a família de Palmer.

Kurt Cochran

O norte-americano originário do Utah estava em Londres com a mulher, Melissa, para celebrar o 25.º aniversário de casamento. Tinham o regresso programado para esta quinta-feira. A mulher partiu uma perna e uma costela e estava a ser tratada num hospital. O casal pertencia à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e os pais de Melissa são missionários mórmones em Londres.

Aysha Frade

Esta galega de 43 anos, casada com um português, estava a caminho da escola das filhas, segundo o jornal La Voz de Galicia. Filha de pai cipriota e mãe espanhola, Aysha vivia em Londres, onde os seus pais se terão conhecido, e estava a sair do emprego quando se deu o ataque em que foi atropelada. Trabalhava num colégio onde dava aulas de espanhol.

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