quinta-feira, 23 de março de 2017

Ex-deputado russo assassinado na Ucrânia

UCRÂNIA

ATUALIZADO
Voronenkov encontrava-se em Kiev a testemunhar contra o ex-presidente ucraniano Yanukovych.

D.R.
O chefe da polícia de Kiev, Andriy Grishchenko, confirmou que o homem morto esta quinta-feira de manhã em Kiev, nas imediações do hotel Premier Palace, é o ex-deputado russo Denis Voronenkov. “O atirador está sob sob custódia policial e encontra-se a receber assistência médica prioritária”, explicou Grishchenko, não adiantando mais pormenores sobre a condição do homicida.
Denis Voronenkov, de 45 anos, foi procurador no Ministério Público Militar russo durante a década de 1990 e chegaria ao parlamento como deputado em 2011, então pelo Partido Comunista, sendo membro da comissão de Segurança e Anti-Corrupção. Curiosamente, ele, Voronenkov, seria em 2015 investigado pela justiça russa por ter adquirido um edifício em Moscovo no valor de cinco milhões de dólares. No ano passado a Forbes publicou uma lista com os dez deputados ou senadores russos que, durante o mandato, ocuparam igualmente o controlo de empresas offshore. Voronenkov era um deles.
O ex-deputado deixou recentemente a Rússia natal acompanhado pela mulher, a cantora Maria Maksakova, e pediu a nacionalidade ucraniana, vivendo em Kiev desde o último outono. Voronenkov alegava estar a ser perseguido pela justiça russa.

Entretanto, e já a residir na Ucrânia, Voronenkov testemunhou contra o anterior presidente ucraniano Viktor Yanukovych, acusado de traição. Alegadamente, Yanukovych terá apelado (por carta) ao parlamento russo para que este aprovasse o envio de tropas russas para o território ucraniano. Voronenkov confirmou a versão em tribunal.FESTIVAL EUROVISÃO DA CANÇÃO

Rússia pede que Ucrânia reconsidere proibição de cantora russa na Eurovisão

A Rússia apelou a Kiev que "reconsidere a sua decisão" de proibir a entrada em território ucraniano da candidata russa que deveria participar no concurso musical Eurovisão, que se realiza em 13 de maio, na Ucrânia.
RUSSIAN TV CHANNEL 1 PRESS SERVICE HANDOUT/EPA
A Rússia apelou esta quinta-feira a Kiev que “reconsidere a sua decisão” de proibir a entrada em território ucraniano da candidata russa que deveria participar no concurso musical Eurovisão, que se realiza em 13 de maio, na Ucrânia.
“Do nosso ponto de vista, esta decisão é extremamente prejudicial e injusta e nós realmente esperamos que seja reconsiderada”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas, referindo que espera que a “candidata russa possa participar” da Eurovisão.
O serviço de informação ucraniano (SBU) proibiu, na quarta-feira, a entrada de Ioulia Samoilova na Ucrânia por três anos, acusando-a de ter realizado um concerto em junho de 2015 na Crimeia, cerca de um ano após a anexação da península ucraniana pela Rússia.
Dmitri Peskov também referiu que Kiev “está a diminuir o prestígio da competição” ao privar um grande país como a Rússia de participar na Eurovisão.
“De maneira geral, não estou enervada (….). Devo continuar. Penso que de alguma forma tudo vai mudar”, disse na quarta-feira à noite Ioulia Samoilova ao canal público Perviy Kanal, que deverá transmitir a competição musical para a Rússia. A cantora de 27 anos, que possui uma deficiência e usa uma cadeira de rodas, não compreende como o Governo ucraniano pode considerá-la uma ameaça.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, declarou que a responsabilidade desta decisão ficará “na consciência dos organizadores” na Ucrânia, segunda a agência de notícias Interfax. Esta quinta-feira, os meios de comunicação russos levantaram a possibilidade de um boicote da emissão na Rússia. Ioulia Samoilova foi selecionada em 12 de março e iria interpretar na Eurovisão uma balada romântica intitulada “Uma Chama Queima”.
O Festival Eurovisão da Canção é regularmente abalado por tensões políticas. A Rússia e a Ucrânia estão em conflito desde a anexação da Crimeia, em 2014, seguido por um conflito armado no leste da Ucrânia entre Kiev e as forças separatistas pró-russas que já deixou mais de 10.000 mortos.

Sem comentários: