domingo, 5 de fevereiro de 2017

Sapiência


Elisio Macamo
31/1 às 20:22 ·


Recentemente, fui considerado para dar uma aula de sapiência por ocasião da abertura de mais um ano lectivo. Não pude aceitar por colisão de compromissos. Confesso que até fiquei aliviado porque não sei muito bem o que teria dito aos estudantes. Pensei nisso hoje ao ver o anúncio dos resultados dos exames de admissão para a Universidade Eduardo Mondlane e a alegria dos pais e amigos dos que foram contemplados. Dei comigo a pensar no que diria aos contemplados, sobretudo aos que escolheram cursos das áreas das letras e ciências sociais. Falar-lhes-ia, talvez, de três coisas que continuam a fazer falta na formação de muitos de nós.

Faz falta, primeiro, um entendimento mais robusto do que ciência significa. A melhor maneira de explicar isto é dizer que a ciência substitui a verdade que se impõe pela autoridade de quem a proclama. Parece trivial, mas não é. Entre nós, mas não só, a nossa relação com a verdade – se é que verdade existe – ainda está refém do poder que alguém se outorga para falar verdade. Politicamente, isso tem muito a ver com o nosso percurso histórico. Somos herdeiros intelectuais duma cultura política que no período imediatamente a seguir à independência esteve assente numa verdade histórica perene proclamada por gente infalível. Algumas das nossas melhores referências intelectuais no país continuam ainda presas a esta folia e do alto da sua arrogância conferem veracidade às suas opiniões com recurso à ideia segundo a qual a verdade só pode estar do lado daquele que fala com razão forte.

Se você não aprendeu a questionar esta prerrogativa, o ensino superior é a sua última chance. Aproveite-a! Aprenda a procurar a verdade na congruência naquele espaçozinho pequeno que lhe permite articular premissas com conclusões. A verdade, no sentido científico do termo, não é aquilo que confirma os seus palpites sobre seja o que for, muito menos aquilo que corresponde ao que você considera justo, bom ou desejável. Se não aproveitar o seu tempo na universidade para aprender estas diferenças, vai terminar como alguns que pululam pelo Facebook fortemente convencidos que militância é um critério legítimo de validação do conhecimento. Ponha-se a pau!

Faz falta também saber que na universidade você não aprende necessariamente factos ou factos novos. Você aprende a identificar factos. É diferente. Você faz isso aprendendo a olhar para o mundo com outros olhos. Pensa no vendedor lá do Mercado do Estrela. Ele sabe, intuitivamente que este cliente dá para enganar, aquele não dá. Ele sabe isso porque tem uma lente que usa para ver os clientes. Pode não ter consciência dessa lente, mas tem-na e usa-a. Pois bem, é isso que você aprende na Universidade. Você aprende a dar nova estrutura ao que vê e, por essa razão, a apreciar o que é um facto. Aqui no Facebook, infelizmente, alguns ainda têm dificuldades com isso. Só sabem usar factos identificados por outros, factos esses que eles não submetem ao teste da nova maneira de ver que eles deviam ter aprendido na Universidade. É por isso que muitas vezes até dizem coisas que ninguém entende. Isso é porque eles também não entendem o que estão a dizer.

Essas pessoas são vulneráveis a todo o tipo de “factos”. Quando um relatório qualquer diz que o nosso país é assim ou assado essas pessoas instintivamente aplaudem, ou zangam-se, dependendo do que sentem em relação ao assunto. Não interpelam os factos porque na Universidade não aprenderam a fazer isso. E antes que venha a desculpa de sempre: se não aprenderam não foi porque os docentes não ensinaram isso. Foi porque essas pessoas não perceberam o que foram fazer à Universidade. Partiram do princípio de que iam buscar conhecimento, tipo quando vão ao mercado buscar mandioca. Nunca interiorizaram que “buscar conhecimento” na universidade significa aprenderem a produzir conhecimento elas próprias, o que implica ser desconfiado em relação à autoridade e saber ver com outros olhos.

Falta, finalmente, a consciência de que qualquer afirmação que a gente faz, depois de passar pela Universidade, deixa de ser inocente. É sustentada por toda uma bagagem de conhecimento enterrada em milhões de livros, debates, reflexões, etc. Só para dar um exemplo: vi, recentemente, um anúncio dum organismo das Nações Unidas que dizia qualquer coisa como “empoderar as mulheres rurais é a chave para acabar com a fome”, qualquer coisa assim. Soa bem e pode ser que quem escreveu isso tenha razão. O sentido que essa afirmação faz, contudo, não está no significado das palavras. Está em todos os pressupostos que a sustentam. Há nessa afirmação toda uma filosofia política, todo um pensamento económico, toda uma economia política que torna a afirmação plausível apenas para quem aceita isso tudo. Você só aceita uma afirmação desta natureza depois de ter estabelecido que está de acordo com essas outras coisas.

Infelizmente, em muita coisa que nós dizemos na esfera pública não temos o cuidado de passar os pressupostos em revista para falarmos com conhecimento de causa. Em resultado disso, a relação que alguns de nós temos com o mundo é mimética. Dito doutro modo, imitamos os outros ou, o que é mais frequente, refugiamo-nos na sombra daqueles que se deram à maçada de pensar. O que estou a dizer aqui é que se você sai da Universidade com muita vontade de falar e partilhar o seu conhecimento – tendências a todo o título louváveis – a sua formação não está completa porque se estivesse você saberia que uma afirmação pressupõe muita leitura, algo que aposto consigo que não tem. No fundo, somos iguais, embora eu esteja sempre a repetir as mesmas coisas em outras palavras... Um teste simples que você pode fazer para saber se tem direito de falar: se você reclama do comprimento dos meus textos está claro que não tem pachorra para a leitura, logo, não pode saber lá muito do que anda aí a dizer...

Se você apostar na Universidade como o lugar onde pode colmatar estas lacunas você tem fortes probabilidades de sair de lá e não fazer parte do grupo daqueles que responsabilizam a má qualidade do ensino – docentes, falta de condições, fome, etc. – pelas suas próprias limitações, aqueles que engrossam as fileiras da militância, da defesa intransigente de posições políticas ou que fazem da indignação uma actividade profissional.

Comentários

Ricardo Santos O pensamento será sempre um retorno às origens. Não é uma facilidade. Será, normalmente, uma dificuldade. Uma dificuldade fecunda. Essa tua sapiência conforta os que julgam que ainda não sabem tudo.
Gosto · Responder · 4 · 31/1 às 20:35

Egidio Vaz Aposto que um OUTRO Doutor vai pegar nisso e ministrará em seu próprio nome numa cerimónia de abertura do ano letivo de uma instituição qualquer. Os conselhos são magistrais pelo que andarei atento a quem usar indevidamente as dicas aqui deixadas sem devida atribuição!
Gosto · Responder · 22 · 31/1 às 20:36 · Editado

Mussa Abdula Kkkkk ilustre Egidio Vaz, parece ser piada mas na verdade ha quem ja preparou mesmo. Mas nao me parece mau pegar dicas de alguem, desde que a cite.
Gosto · Responder · 4 · 31/1 às 20:45

Emidio Dos Santos Obrigado pelo esclarecimento...pois muitos rodeios levaria para te perguntar.
Natureza implica dentro e fora e acredito que és.
De Maputo ?
Gosto · Responder · 31/1 às 20:47

Emidio Dos Santos Fora do contexto por sobreposição de textos.
Desculpas.

Michaque Tembe Tembe Cá por mim, mais do que aprender na universidade, nossos estudantes deviam apreender de toda interacção de que serão permanentes actores. Durante e depois da vida universitária.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 20:57

Zacarias T. Sumbana A aula está dada Doutor Elísio e para muitos mais pessoas.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 21:00

Calbe Jaime Plenamente de acordo professor, essa reflexão se torna mas pertinente nas nossas instituições de ensino superior
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 21:01

Tiago Tendai Chingore Concordo plenamente amigao
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 21:14

Mussá Roots Desculpe,profe se vou saír um pouco do que propõe,(se calhar nem tanto) mas essa de "há estudo x e y" , faz-me pensar que é por conveniência, também. Ou seja, o(s) governo(s) , não só nosso, muítas vezes, socorrem-se de estudos desses desde que justifiquem alguma coisa que lhes convém, ou lhes coloque no topo de boa governação.
Gosto · Responder · 3 · 31/1 às 21:44 · Editado

Sweepa O MozDemente A aula de sapiência acaba de ser dada.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 21:18

Rui Armando Matavele Grande aula Profe. Essa aula serve para todos, nao so para os novos ingressos, porque na realidade sao muitos que fazem o Curso todo copiando, plagiando e ate luvas. "...se você reclama do comprimento dos meus textos está claro que não tem pachorra para a leitura..."
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 21:21

Amosse Macamo está aqui uma verdadeira aula de sapiência Mpoyombo mor !
Gosto · Responder · 4 · 31/1 às 21:37

Wilson Profirio Nicaquela "... algumas das nossas melhores referências intelectuais no país continuam presas a esta folia e do alto (....) conferem veracidade às suas opiniões (....) a verdade só pode estar ao lado [dele]".

Seria está a parte mais profunda do texto? Não. Mas, infelizmente, são muitos que de facto o passado está sempre em "sua frente". Ou seja, o passado lhes persegue intuitivamente.
Valha-me lembrar aquele comentário de prof no qual aborda que, se confunde o domínio de estratégia políticas como sinónimo de intelectualidade.

Como se esperaria boas notas na admissão ao ensino superior, obtidas por um aluno que fez 5a, 7a,10a ou 12a com notas administrativas?
Esse aluno (candidato) onde ira aprender a constatar novos factos?

Que tipo de problemas temos na educação: conjunturais ou estruturais?
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 21:46 · Editado

Júlio Mutisse Acabei de dar minha aula. Minhas filhas agradecem.
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 21:43

Juma Aiuba "[...] fazem da indignação uma actividade profissional".
Gosto · Responder · 3 · 31/1 às 21:47

João Carlos A aula acabou sendo dada... assim, involuntariamente
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 22:06

Xavier Jorge Uamba Ilustre e respeitado Elísio Macamo sempre com aulas de sapiência, eu pessoalmente não preciso de admitir na Universidade para receber um dia sua aula de sapiência porque o simples facto de ser seu amigo virtual já recebo a dobrar. Li atentamente o post e cheguei a conclusão de que o academismo não é aquilo que sempre pensei que fosse, academismo transcende os limites de estar numa simples universidade, vai para além de se admitir na Universidade ou ter feito licenciatura até mais que isso. O academismo é ser que nem Elísio Macamo e outros que os reconheço. Enfim a dica ficou cabe a cada um aproveitar da melhor maneira.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 22:17

Bruno Pinto Obrigado 👌👏
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 22:45

Lurdes F. T. Magneli Gostei da aula!
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 22:52

Faizal Jamal "A escola não forma nem deforma... A pessoa formasse na escola" (Jacques Rousseau)

Contudo professores ha que acabam interferindo na vida do estudante criando traumas quando este lê mais que o professor, quando este exige do professor o cumprimento do seu dever, quando o professor de forma directa e indireta alicia o estudante para esquemas vergonhosos... Quando o professor não é coerente, não é exemplar, não é autêntico... Enfim o estudante só consegue ser estudante diante de um professor que sabe ser, estar e saber fazer, pois este serve de alavanca, de motivador e um pouco mais...
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 22:57 · Editado

Ilidio Lobato Aqui temos uma aula sapiencia gratis com pontuações necessárias e oportunas Augusto Junior Macucule
Gosto · Responder · 2 · 1/2 às 0:09

Samuel Chacate Humm Professor Doutor Elisio Macamo, que sapiência...+ ñ deixa de ser verdade que pode se dizer muito em poucas palavras...! outrossim, está provado que a fome pode comprometer os resultados de ensino...(i.e., ñ é igual ensinar o esfomeado e o saço) ñ deixa de ser erro a utilização de indicadores de avaliação de educação entre escolas diferentes...(i.e., com laboratórios e outra sem isso) foi boa a sua aula me lembrou tudo isto + alguma coisa .
Gosto · Responder · 2 · 1/2 às 0:46 · Editado

Edgar Cubaliwa Yannick T'eles é deste post que falava. Inspira-te nessa aula fora da sala e tenha uma boa caminhada nessa nova etapa.
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 2:29

Aníbal Das Índias Professor! Acabei participando na sua aula! Hum o Sr. não faltou....esteve presente e deu a almejada aula. Esta aula fez me lembrar muitas coisas como o mito da caverna e ......mais não digo!
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 9:37

Alvaro Simao Cossa As vezes utilizamos a palavra estudante para referirmo-nos ao aluno, porque estes termos disignam os indivíduos que aprendem com outras pessoas. Aluno do latim alumnum que deriva de alere (“alimentar”). Alimentaste-nos Prof. Elisio Macamo
Gosto · Responder · 3 · 1/2 às 9:51

Samuel Chacate Pouco + dito tanta coisa ...esta Tb foi + uma aula ...a educação envolve a todos de facto!


Zaqueu Sithole
Traduzido do Inglês
Profundo.Ver Original
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 10:24

Mario Bento Vasco Aula dada, Professor Elísio, aqui no seu mural. Já agora, obrigado por nos ajudar a reflectir.
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 11:28

Hlomulo Zimba Interessante apresentação professor, más creio que se tivesse sido na Universidade teria maior abrangência e mais impacto para os recéns admitido e porque não para o público em geral, tomando em consideração que teria a cobertura dos demais órgãos de comunicação, e que por sua vez se encarregariam em difundir essa realidade. Digo sem margens para dúvidas, que essa aula ajudaria a desmistificar aquela ideia que predomina na sociedade, segundo a qual quem sai da universidade tem o caminho mais que aberto para o sucesso imediato na vida( materialmente). Esta aula possibilita a qualquer um a perceber que a riqueza que a Universidade te proporciona e que tanto a sociedade precisa é o pensar diferente, a tolerância, a busca incansável do conhecimento, e demais valores que ajudam a desenvolver a nossa sociedade, e que o único caminho para a produzir é a leitura, por último, ajuda nos a perceber que a Universidade não tem cursos superiores que os outros, como aí se diz, pois, os conhecimentos adquiridos em cada curso, contribuem para o bem da sociedade..Agora quem quer riqueza matéria que vá vender no mercado.
Gosto · Responder · 2 · 1/2 às 11:55 · Editado

Bella Materrula Não esteve presente, mas esta seria a aula de sapiência que muitos iriam agradecer em ter ouvido. Uma aula nobre, com certeza irei guarda-la e transmiti-la para outros. Obrigada Professor.
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 12:22

Manuel Jossefa Este post, fez-me logo recordar alguém, que depois de um encontro de trabalho, perguntou-me: - Que acha do futuro do nosso belo país? Sem pensar disparei: - Educação, educação é o futuro deste e de muitos países africanos. Para os outros também, mas particularizei!
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 16:12

Adelino Buque Estou lhe grato pela sobrecarga na agenda, assim, beneficiou a muito mais gente, incluindo os estudantes visados que, acredito, usam estas plataformas, obrigada Dr.
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 16:13

Hlomulo Zimba Adelino Buque, não acha que a televisão, ou os órgãos de comunicação em geral seria mais abrangente comparado ao fb é mais restrito para o tema muito importante como este?
Gosto · Responder · 1/2 às 16:19

Adelino Buque Caro Zimba! Pode ser, contudo, na TV nem todos assistem um determinado canal, mais, noticiou, passou, aqui não, mas é tudo relativo. Obrigado
Gosto · Responder · 1/2 às 16:46

Hlomulo Zimba Nessa perspectiva até concordo com o ilustre, porém, a que ter em contas que o fb, em particular a conta do professor não tem tantos seguidores, para aquilo que é a importância da informação trazida pelo Professor Elisio Macamo.

Eugénio Gujamo Magistralmente, a aula foi dada! Obrigado, Prof. Elisio Macamo!
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 16:51

Nadia Zafirah Excelente!
Gosto · Responder · 1 · 1/2 às 17:25

Fernanda Alvim
Gosto · Responder · 2/2 às 2:50

Fernanda Alvim Porque continuo a ter pachorra para alguns autores, que sabem o que escrevem, embora com textos longos
Gosto · Responder · 1 · 2/2 às 2:50

Elisio Macamo risos.


Rildo Rafael Caro Elisio Macamo, parabéns pelo convite recebido e pela virtuosa recusa! Excelente aula! Professor, confesso que acompanhei atentamente o seu texto, li todo sem olhar para o “tamanho” do texto (e de novo vem a colisão de compromisso, mas agora da minha parte) não pode comentar imediatamente! Volto ao seu texto, não para comentar, em primeiro lugar, sobre o entendimento do que é ciência e muito menos do “princípio de autoridade” que teimosamente muito de nós carregamos como um daqueles “vultos” que fazem bem a alma do intelectual (Sócrates disse, logo é verdade). O nosso processo educativo esta muito centrado no “certo” em detrimento do “erro”…É só ver como as crianças regozijam quando o professor atribui um “bom” e como se entristecem quando tem um “mau”…Esses mecanismos avaliativos perseguem até ao ensino superior, quer por parte dos estudantes e dos docentes e as redes sociais (Facebook) tornaram-se uma janela ideal onde perfilam condutas desta natureza e desprovidas de humildade científica…Estão elas a produzir falsos especialistas com análises “a la mutola” (Meio fundistas). O próprio espírito de “Sapiência” anda totalmente desvitalizado nas universidades moçambicanas… É só fazer uma análise retrospectiva das aulas de sapiência proferidas nas universidades da Pérola do Índico para perceber quais os conteúdos/temas abordados e quem são os convidados para as proferir (perfil)—Aqui podemos (probabilidade) entrar no mato… As aulas de sapiência, muitas vezes politizadas e a pessoa que provavelmente irá proferir é selecionada com os mesmos óculos e sem nenhum “espírito de questionamento e ou de competência no debate”. As zonas de conforto e desconforto continuam a ser a bússola para o seu posicionamento ou “localização” nos debates e o Facebook é a grande montra para observamos os alinhamentos “nós” e “outros” como critério para se endereçar o “LIKE” e ou comentar favoravelmente ou ainda desfavoravelmente. A aula de sapiência pode ser o ponto de uma boa “partida” no ensino superior, mas ela precisa de ser “regada” com mais elementos para que se tenha esse “espírito”. Muitas aulas ao invés de se intitularem de sapiência, concorrem para a “aula de deformação” Esta aula (a sua Elisio Macamo) devia ser aquele "VULTO" que persegue os estudantes e docentes!!! Um abraço...
Gosto · Responder · 2 · 2/2 às 2:54

Manuel Jossefa Este comentário e o post em si do Professor Elisio Macamo, remetem-me para a oração de sapiência de Boaventura de Sousa Santos, na Universidade de Coimbra no ano lectivo de 1985/86: " Um discurso sobre as ciências". Leio e não tenho receio de reler esta oração pelo que recomenda-se a todos os que vão ou estão nas universidades.


Joaquim Tomas Kanimambo , a aula esta dada
Gosto · Responder · 1 · 2/2 às 6:21

Adérito Mariano Muito obrigado por mais uma aula que considero ser de introdução à pesquisa científica!
Gosto · Responder · 1 · 2/2 às 14:34

Reginaldo Mutemba Entao, devo voltar a Universidade!
Gosto · Responder · 1 · 2/2 às 16:22

Andy Silva Eu aprendo cada dia que passa consigo professor. Universidade é lugar para abrir a mente, perguntar, ser curioso, rebelde; muitos de nos quando vamos a universidade repetimos o que Durkheim, Weber e Marx dizem, somos discos riscados, nao temos pensamento critico, construtivo. Somos quadrados. Ler é muito bom, leia qualquer livro, mesmo que o autor seja um idiota, ha sempre algo a aprender... somos ignorantes e ha quem vai ficar ofendido (a).
Gosto · Responder · 1 · 2/2 às 18:12

Driftzen Ruths Ritzemberg Parabens Professor. Senti-me numa verdadeira aula de sapiência!!!!
Gosto · Responder · 3/2 às 8:35

Hiuane Abacar Mesmo sabendo que o contributo que o Professor espera não é esse de andarmos aqui com os "gostei", pela alegria que senti ao ler esta contribuição - chamada de atenção não resisto a dizer que gostei.
Um dos problemas que deveria ser encarado com alegria seria o de cada um transformar esse tal "problema" em desafio de perceber ou sentir o limite a partir do qual se pode dizer que "sim, li e leio muito". Isto me faz recordar algo que diz que para os chineses, um sábio é / era aquele que tenha lido mais de 1000 livros ou tenha percorrido mais de 10.000 milhas. E, aí está. Entre nós qual será o marco?
Outro aspecto minante ou minador ( essa coisa de "português não ser nosso e tê-lo apanhado pelo caminho" nos faz recorrer a palavras sem certeza de ser correctas) é o facto de nem sempre os testes, mesmo nas cadeiras de ciências sociais e políticas privilegiar e mesmo premiar o tal pensamento, atitude, de o estudante questionar. Pode ser que eu esteja errado, mas me parece sempre complicado aquela de se ter guião de respostas (universidades o chamam "guião de correcção"). Acredito que o docente humanamente não tenha a capacidade de produzir mil e uma respostas numa situação em que o pensar é livre e particular, quer dizer, um ativo valioso dos testados e examinandos. Em, poucas, palavras, os estudantes receosos de que o docente pode não acolher positivamente toda a resposta fora do "padrão" do raciocínio ministrado / partilhado na aula, opta por reproduzir obviamente com as consequências a virem a sociedade, que premeia diplomas e não necessariamente o saber fazer.
Os 3 pontos que o Professor atribui importância são verdadeiras muletas para um caminhar na vida, quer dizer, não somente quando se está na universidade. Mas, preparem-se, nem sempre a sociedade fica preparada para compreender, pelo menos a primeira. Quando isso acontecer não "se frustrem".
Aquele abraço e boa jornada aos conseguiram e aos que não conseguiram entrar na universidade.
Gosto · Responder · 3/2 às 9:58

Dolce Saia O nosso mestre! Quero voltar a universidade para acompanhar novamente esta bela mestria. Talvez possa reformular as minhar preposições! Obrigada pela aula!
Elisio Macamo
31/1 às 11:44 ·


Começo a gostar de Trump

Não porque me identifique com as suas acções. Nem pelo que Slavoj Zizek, o filósofo esloveno, disse em relação à necessidade deste tipo de experiência para que as pessoas acordem da sua letargia. Nada disso. Começo a gostar dele porque a forma como ele põe o sistema político americano à prova – e a reacção americana a isso – deveria ser instructiva para nós os outros que vivemos em democracias bastardas e admiramos abertamente líderes e sistemas autoritários.

Estou a imaginar Trump no Kremlin e Putin na Casa Branca. Se agora ninguém dorme sossegado sabendo que a Casa Branca foi ocupada por um lunático, era insónia global saber que esse lunático se instalou no Kremlin, onde os mecanismos democráticos de controle foram mandados para as urtigas. Fidel na Casa Branca ou Trump na liderança máxima de Cuba de Fidel. Gadafi na Casa Branca ou Trump em Tripoli de Gadafi.

É impressionante a forma como os americanos reagem ao seu próprio erro. Protestam, accionam todos os mecanismos jurídicos ao seu alcance, insubordinam-se, fazem tudo quanto podem para viver – e dar conteúdo a – os valores democráticos na base do seu sistema político. Putin manda envenenar quem abre o bico e ainda obstrói a justiça. Fidel mandou executar. Gadafi idem, para além de que mandou o exército à rua para “repôr a ordem revolucionária”. E ainda há gente por aí que acredita religiosamente na ideia de que Gadafi foi vítima do imperialismo...

Os americanos são completamente inocentes? Claro que não. A sua história não é de fazer inveja a ninguém. A sua arrogância custou milhares e milhares de vidas inocentes, as suas aventuras inviabilizaram muitas nações, a sua miopia interna tem sido um espinho para parte da sua própria população que ainda hoje sofre as consequências da escravatura. Seria bastante ingênuo ignorar tudo isto e celebrar a democracia americana acriticamente. Mas é aí onde está o equívoco de muitos de nós.

Não se trata de celebrar a democracia americana, mas sim a própria ideia de democracia que, apesar de tudo, tem sido central à maneira como os americanos lidam com a sua própria imperfeição humana. A segregação racial chegou ao fim com o apelo do movimento de direitos cívicos aos valores na base da democracia. O protesto contra Trump hoje faz o mesmo tipo de apelo. Vejo muita gente a abanar a cabeça contra Trump hoje e que alimenta muitas dúvidas em relação à democracia americana, gente que sabe, porém, que lá nessa democracia que não presta teria toda a liberdade de se manifestar, o que não seria o caso na Rússia, Cuba ou Líbia ou, já agora, se essa gente ela própria estivesse no poder, gente que confunde a esquerda com a imbecilidade.

Vejo gente aí numa boa que aplaudiu medidas arbitrárias das nossas autoridades – expulsão de portugueses ou sul africanos “mal criados”, espanhola que feriu os nossos valores culturais... – a torcer o nariz perante o decreto de Trump contra os muçulmanos. E não só. Gente que considerou todo aquele que se opôs à medida como um infiltrado que quer trazer valores decadentes ao nosso país. Este é talvez o nosso maior problema, a nossa incapacidade de aprender da História. É um problema das nossas gerações.

As outras, aquelas que fizeram a luta anti-colonial, aprenderam muito bem a licção da História. Aprenderam que você não luta contra a injustiça sem abraçar a História. Para que a sua luta tenha alguma hipótese de sucesso você precisa de abraçar os valores humanos que o seu adversário diz defender. Liberdade, Igualdade, Auto-determinação. Quando você abraça esses valores tem que aceitar deixar para trás algumas das coisas que você considera sagradas porque, como a gente diz em xangan, “a tolo a nga ha vuyi” (o dia de ontem não volta). Isso não significa abandonar tudo, mas sim conciliar.

É esse trabalho de conciliar que a gente não faz. A gente ri-se e ri-se de Trump e dos americanos, ou finge consternação, mas não aprende nada deles. Pior ainda: alguns usam isso como uma oportunidade para reforçarem as suas reticências em relação à democracia. A gente não aprende. Mas, prontos, é por isso que começo a gostar de Trump. Expõe os hipócritas ou aqueles que são iguais a ele, que é tudo mesma coisa.

Comentários

Lyndo A. Mondlane eu o que estou a ver de trump, é a confirmaçao a minha crença de que ha que ter cuidado ao eleger, alguns me chamarao conservador, mas talvez devido a minha formaçao em engeharia, sou reaccio a mudanças nao antes comprovadas, analizo as mudanças antes de acomete-las, detesto experimentos (da mesma forma que niguem aceita ser operado de coraçao por um novato) o mesmo acontece com os dirigentes.. nos EUA, ha mecanismos para parar o trump, incluoso destitui-lo, e se continua assim é questao de tempo..mas num pais como mz, carecemos desses mecanimos, se algum dia decidimos experimentar, as consequancias podem ser catastroficas...
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 14:13 · Editado
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Elisio Macamo não, Lyndo, qualquer pessoa pode ficar presidente. a questão é: as instituições são fortes? a esfera pública aposta na democracia? o que está a acontecer na américa mostra que o problema não é de colocar inexperientes, mas sim de fazer o jogo. os americanos estão a fazer esse jogo. muito interessante.
Gosto · Responder · 3 · 31/1 às 14:14

Lyndo A. Mondlane Por isso más no nosso nao o Sao, ademais eu nao acho q qualquer poca, veja se q o presidente americano para ordenar bombardeios a outras nacoes nao faz falta consultar ao parlamento, e um desequilibrado pode fazer muito dano, como ja esta fazer Trump.. Viste o caso de Irak..
Gosto · Responder · 31/1 às 14:21 · Editado

Elisio Macamo tem que passar pelo congresso e ainda corre o risco de comprometer o seu poder se a coisa não se sair bem. malta gadafi e fidel podia fazer e desfazer à vontade. idem com putin. a democracia não é perfeita, mas é melhor que algumas das nossas aventuras lunáticas em nome do povo injustiçado.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 14:26

Lyndo A. Mondlane Nao professor um ataque é ordem presidencial,nao necessita aprovacao do congresso, outra coisa é a declaracao de guerra.. Naquele caso de siria de 2013, Obama submeteu ao congresso so para ganhar tempo, porque havia duvidas sobre os autores dos ataques químicos e nao lhe interessava ir la.. Ordens executivas..
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 14:38 · Editado

Lyndo A. Mondlane As democracias Sao imperfeitas además essas de deveriam adaptar as circunstancias de cada país.. Aquí dizia outro día, ha liberdades, más se feicham jornais, se mete pessoas na cadeia por tuits..em q ficamos????
Gosto · Responder · 31/1 às 14:40

Elisio Macamo estás equivocado, Lyndo. só o congresso tem essa autoridade, o que não significa que presidentes antes tenham recorrido ao argumento de serem comandantes em chefe e terem a obrigação de defender o país. houve muita discussão em torno da decisão de obama de se meter na síria e o consenso entre os constitucionalistas é que ele violou a constituição por não ter pedido a autorização do congresso.
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 15:41

Lyndo A. Mondlane Necessita autorizacao desde 1973, más tambem lhe autoriza a iniciar as hostilidades durante 60 días a espera de ordem do congresso, se pode entender aquí q se os ataques Sao de menos de 60 días os pode realizar sem q o congresso lhe autorize é Ai esta o perigo de um lunatico na casa branca, o exercito americano pode fazer muito dano em 15 días num pais
...http://www.infobae.com/.../1593737-obama-advirtio-al.../



Obama advirtió al Congreso que no necesita su autorización para atacar…
infobae.com
Gosto · Responder · 31/1 às 16:56 · Editado

Lyndo A. Mondlane Recordo dos ataques ao sudao, aquela fábrica de medicamentos para tapar o caso Mónica lewinski de Clinton,nao necessitou nenhuma ordem do congresso.. Ok foram pontuais... Ai estao as falhas das democracias
Gosto · Responder · 31/1 às 16:59 · Editado

Elisio Macamo referes-te a "war powers act" de 1973 que, precisamente, não dá ao presidente esse poder. sem entrar nos detalhes, essa lei só confere ao presidente essa prerrogativa se o congresso tiver dado a sua aprovação à estratégia. tudo isso é, naturalmente, discutível, o que diferencia a democracia da autocracia. fidel não precisaria de nada disso... esse, no fundo, é o ponto.
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 17:02

Lyndo A. Mondlane Na libia pelos vistos nao pediu..... Ai esta amigo Elisio Macamo... pode atacar esquivando a leí.. "Barack Obama puede atacar Siria sin permiso del Congreso
ACTUALIZADO EL 27 DE AGOSTO DE 2013 A LAS 12:00 AM
Washington D.C.AFP Tal y como sucedió en Libia en 2011, el presidente estadounidense, Barack Obama, tiene el poder de lanzar un ataque aéreo contra Siria sin la aprobación del Congreso, al que sí debe informarle, proceso que ya se ha iniciado, según el Gobierno y la Cámara Baja.

“El Gobierno consulta activamente con los miembros del Congreso y continuará manteniendo estas conversaciones en los próximos días”, declaró ayer el secretario de Estado, John Kerry, implicando que el presidente Barack Obama tomaría una decisión.

Brendan Buck, portavoz del presidente de la Cámara de Representantes, John Boehner, afirmó que “ha habido comunicaciones preliminares con la Casa Blanca sobre la situación en Siria y cualquier respuesta potencial por parte de Estados Unidos”.

Según Buck, Boehner habría “dejado claro que antes de que se emprenda cualquier acción debe haber una consulta importante con los miembros del Congreso, así como objetivos claramente definidos y una estrategia más amplia para lograr estabilidad”.

En 1973, tras la guerra de Vietnam y a pesar del rechazo del mandatario Richard Nixon, el Congreso estadounidense votó la ley War Powers Resolution para obligar al presidente a pedir su aval para desplegar tropas.

Sin embargo, en la práctica, todos los mandatarios, desde Nixon, han considerado que esta ley es contraria a la Constitución y suelen rechazar pedir la autorización al Congreso, al que se limitan a informar.

El tema ha levantado un gran debate político y un determinado número de congresistas ha tratado de impedir, de manera preventiva, el posible ataque. En todo caso, el calendario favorece a Obama si decide iniciar un bombardeo, ya que el Congreso seguirá en receso hasta el 9 de setiembre." la nación de argentinaVer Tradução
Gosto · Responder · 31/1 às 17:07

Elisio Macamo mas não vês que esse artigo confirma o que estou a dizer? o assunto é controverso mesmo lá. alguns congressistas não concordaram que ele tivesse essa prerrogativa. o próprio obama, enquanto ainda senador, insistiu que o presidente não tinha essa prerrogativa.
Gosto · Responder · 3 · 31/1 às 17:09

Lyndo A. Mondlane Onde quería chegar é que as democracias esssas q nos incutem todos dias nao Sao perfeitas, foi essa mesma democracia q arrasou hiroxima é nagasaki em uns minuntos sem consequencias para os autores.. Ha muita falacia por este lado tambem...
Gosto · Responder · 31/1 às 17:13 · Editado

Elisio Macamo
Traduzido do Inglês
Mais uma vez: Ninguém disse que como democracias são perfeitas e isentas de erros. Mas são decididamente menos más e imperfeitas que o autoritarismo. Tu não trocarias uma Espanha nem por Cuba, nem pela correia do norte e sabes isso muito bem. Sie o que obama na linha do tempo não "The Boston Globe" um sentido das prerrogativas do presidente. Isso foi em 2007 durante uma campanha eleitoral: " o presidente não tem poder sob a constituição para autorizar, unilateralmente, um ataque militar em uma situação que não envolva parando um real ou ameaça iminente para a nação. Como comandante-em-Chefe, o presidente tem o dever de proteger e defender os Estados Unidos. Em casos de auto-Defesa, o presidente seria dentro de sua autoridade constitucional para agir antes de aconselhar o congresso ou buscando o seu consentimento. A história tem mostrado uma e outra vez, porém, que a ação militar tem mais êxito quando é autorizado e apoiados pelo poder legislativo. É sempre preferível a ter o consentimento informado do congresso antes de qualquer ação militar."Ver Original
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 17:13

Lyndo A. Mondlane Kakakakak... Mas ha muitas coisas de aquí q as trocaria sem pestanhear. Aqueles la te dizem, nao critiques senao irás a cadeia.. Aquí te dizem es livre, podes falar o q quiseres. E despertas no tribunal.. Como aquele cantante de Moss deef.. Ou alguem a alguns dias por anedotas de general carrero blanco.. Em todo caso o professor tem razao em muitos dos seus postulados
Gosto · Responder · 31/1 às 17:23 · Editado

Lyndo A. Mondlane Ves professor.. É o q diz a teoría, más na pratica la foi bombardeiada libia sem autorizacao do congresso...o Trump pode fazer o mesmo, ninguem lhe pode impedir, menos mal q o uso de armas nucleares sim esta muito restringida. É ha 3 pessoas q devem autorizar com suas Chaves.. Senao.. Nao sei eu...
Gosto · Responder · 31/1 às 18:04 · Editado

Elisio Macamo eu só te olho já.
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 18:01


Josina Malique A mim impressiona a sua honestidade e o facto de que concorre para mudar a historia mundial. Coisa que por mais apaixonada que eu fosse pelo Obama nao vi. O que perdemos nos (que ainda nao fomos mexidos) com as politicas do Trump? Mas olhando a coisa assim de fora faz todo o sentido. Agora me pergunto: se ele esta, a meus olhos, por exemplo, a resulver os problemas dos americanos porque se insurgem eles?
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 12:06

Elisio Macamo os "americanos" não existem. isso é o que ele pensa. existem os que pensam como ele e os que não pensam como ele.


Celia Meneses Na minha opinião isto acontece porque andamos sempre a receber lições dos americanos e outros sobre as vantagens da democracia. Estamos agora a ver o que tb pode dar essa democracia... ela está a ser manipulada que nem uma galinha ... mas ainda assim acreditamos nela como se fosse o melhor... bem continuo com dúvidas, muitas dúvidas. Então agora delicio me com este belo resultado ainda mais com a consciência que a resolução disto tudo,tenho dúvidas que seja democrática.., muitas dúvidas. Mas estaremos cá para ver!
Gosto · Responder · 5 · 31/1 às 12:15

Elisio Macamo sim, trump está a manipular a democracia. mas o que vemos é a excelente reacção dos americanos e do sistema. tudo indica que ele não vai completar o mandato porque ele está a pôr em causa os valores do sistema. eu admiro isso!
Gosto · Responder · 31/1 às 14:16

Celia Meneses Elisio Macamo eu preferia que ele não chegasse lá! Mas eu acho que vão ser mortos uns tantos... mas vamos ver a musculatura do sistema. Estou curiosa. Mas com o supremo cheio de republicanos tenho as minhas dúvidas. Mas vamos ver!
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 15:21

Elisio Macamo vamos ver, Celia. aposto uma caixinha de chocolate que vai terminar tudo bem (ou mal, dependendo da perspectiva)...
Gosto · Responder · 31/1 às 15:45

Celia Meneses Risos ... it is on..,I usually winVer Tradução
Gosto · Responder · 31/1 às 15:47

Elisio Macamo hahaha. a ver vamos...


Danilo da Silva Perola indiana: um país democrático sem democratas.
Há anos que pergunto; como é possível alguém se dizer democrata se não consegue abraçar e viver dos valores da democracia- liberdade, igualdade e auto-determinação?
Gosto · Responder · 3 · 31/1 às 12:27

Elisio Macamo o maior problema é o da incoerência. você não pode ser pela democracia e achar que fidel, gadafi ou putin são exemplos de alguma coisa. bom, até porque são, mas não de valores democráticos. isso é incoerente.


Ana Claudia Machava Pela primeira vez consegui ler o seu post até ao fim.. Obrigada por está oportunidade (há muito que pretendia)...
Gostando ou não Trump, as suas medidas misturadas com algum bussalismo na forma expressiva, tem seus prós e contras... tem alguns aspectos aproveitáveis como explicitou acima. Toda mudança gera controvérsias e até um caos.
Mas não consigo imaginar um cenário político similar dentro da nossa pérola do indico onde "tudo fez... e tudo se faz"!!!
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 12:37

Alcídes André de Amaral E quanta juventude e,briagada na perola do Indico apoia Trump... Nao pelas politicas, pelas atrocidades civicas e politicas que ele, de mao dura, vem aprovando, mas pelo nivel de espetaculo que tudo ele se apresenta. E irritante coisas como estas!
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 12:39

Elisio Macamo é a incoerência em grande estilo!


Xavier Jorge Uamba Agora pode se acreditar quando se diz que EUA mexe com todos e tudo ao nível mundial. Certamente que as medidas ou as políticas que o Trump tem vindo a tomar desde a sua eleição não são boas mas seria bom deixarmos o assunto com os que o votaram, e malta nos cá sermos simples espectadores. Que a lição do Trump antes de mais nada sirva para os próprios Americanos.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 12:57

Elisio Macamo mas podemos também tirar licções úteis para nós próprios.
Gosto · Responder · 31/1 às 14:19

Xavier Jorge Uamba De facto meu professor.


Mussa Abdula A democracia americama não me parece ser boa ou má, ou seja, o processo democrático norte-americano obedece critérios que a meu ver são pouco claros para a eleção de um chefe de estado, eis a razão dos protextos que se observaram um pouco por todos estados. O Trump tem discursos predadores que em nada contribuem para a democracia americana. Ele só traz problemas para América e que os mesmos alimentam os medias internacionais. Ainda é cedo para findar o filme Trump, porque a cada dia que passa aparece com novo roteio.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 13:24

Elisio Macamo os critérios da democracia americana são claros. trump é um presidente legítimo que um eleitorado equivocado colocou no poder. esse mesmo eleitorado está agora a tentar corrigir o erro tudo de forma transparente e constitucional.
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 14:21

Mussa Abdula Kkkk. Concordo Prof.


Ser - Huo Quando vi que os americanos já diagnosticaram-lhe narcisismo, me faltava uma palavra que melhor ilustrar o homem sem bagagem psicológica: LUNÁTICO. É isso, o homem parece estar a viver na lua, que em pouco tempo já tomou medidas sobre as quais os próprios americanos (seus eleitores) agora se perguntam "é sério isso?". Aí está o que poderiamos aprender. (e de pensar que o o pérola temos um aspirante a trumpismo)
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 13:27

Lyndo A. Mondlane Me entemdeste... O povo mz de momento está demostrar mais senso comum q o americano
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 13:29

Elisio Macamo na verdade, não é só um. e milhões de assessores!


Elisio Miambo Trump demostrou, desde a sua campanha, que tem tudo para ser inesquecível como presidente dos estados unidos e como líder, em geral. Essa impossibilidade de ele ser remetido ao esquecimento reside na sua frontalidade que se avizinha a uma crueldade não inaugural nos Estados Unidos nem no mundo. Com as suas atitudes pode restituir a grandeza da América, conforme promete, assim como jogar a que ficou no precipício da memória.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 13:37

Elisio Macamo autismo não é frontalidade!


João Carlos Estou de acordo consigo Elísio . O Trump oferece nos um valor heurístico impreterível. Assim de caras para quem quer ver e tirar ilações...em várias dimensões, na verdade.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 14:27 · Editado

Isalcio Mahanjane Prof., tenho estado a defender o triunfo da hipocrisia objectiva sobre a dissimulada/oculta...
Gosto · Responder · 31/1 às 14:43

Elisio Macamo acho que não entendi, muito sarcasmo para mente xangana como a minha...


Juma Aiuba Exactamente. Boa analogia. E veja que aqui são ministros que mandam embora estrangeiros e são muito aplaudidos sob pretesto de preteger a moçambicanidade. E hoje que o Trump quer proteger a sua americanidade, já não estão a gostar. Nós gritamos tanto aqui que respeitar o diferente era muito bom. E eu, quando não entendo as pessoas, só olho.
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 14:55

Danilo da Silva O americano pode a qualquer momento, em qualquer espaço público, desde que respeite os limites, protestar... não precisa de pedir autorização.... uma pessoa só pode pegar seus placards e ir a ficar a protestar em frente de um edifício do estado.
Gosto · Responder · 4 · 31/1 às 15:32

Danilo da Silva O americano, diante de uma violação dos seus direitos pode, individualmente submeter o seu caso a tribunal federal...aqui? Pode um moçambicano reclamar injustiça do estado?
Gosto · Responder · 3 · 31/1 às 15:34

Elisio Macamo perguntas e mais perguntas. quando já não estiverem ocupados com trump talvez os pérola indianos responsam...
Gosto · Responder · 31/1 às 15:44

Celso Morane Cumbe Temos provedor da Justiça nós. ... Ntlhaa


Danilo da Silva Eu cheguei à conclusão que não existe cultura democrática em Moçambique. Existe sim, uma democracia formal... de eleições de 5 em 5 anos, de instituições que fazem de forma cínica o seu papel. O verdadeiro espírito democrático não está lá. E a culpa não é só das instituições ou dos políticos.
Gosto · Responder · 3 · 31/1 às 15:57

Elisio Macamo é de cada um de nós. o problema da incoerência. um país que não se importa com o uso arbitrário do poder (como os ministros de justiça têm feito em relação à lambda) não pode ser terreno fértil para a democracia.


Margarida Paredes Não sei como é em Moçambique a oposição a Trump mas em Angola a adesão e a admiração pelo novo presidente dos EUA é assustadora, baseados em argumentos como, ele promete mas cumpre, vai tornar a América Grande outra vez, ou "não me importa que ele seja racista, sexista ou nazi, eu gosto do homem" e o problema de quem diz estas coisas é que são muitos. Quanto à vitalidade e criatividade da oposição americana a Trump concordo que é muito inspiradora para quem defende a democracia.
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 16:10

Celia Meneses Os moçambicanos são muito mais tolerantes pois tem uma vivência diferente
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 16:56

Elisio Macamo sim, Margarida, em moçambique a atitude parece diferente como sugere a Celia Meneses. vejo pouco apoio a trump (a julgar pelo facebook), mas muita diversão à sua custa. a renamo apoia, mas parece que faz isso por um falso sentido de solidariedade com a "direita" americana. para mim o maior problema é o da incoerência.
Gosto · Responder · 2 · 31/1 às 17:05

Margarida Paredes Boa notícia, então os angolanos são um estudo de caso.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 17:12

Elisio Macamo não, não são os angolanos. são todas as pessoas que passaram pela experiência autoritária. isso deixa marcas profundas. a distância que nos separa do autoritarismo é maior, por isso parecemos merecer menos atenção. mas a enfermidade é a mesma.


Sebastiao Conceiçao Com muitas avaliações feitas ao Presidente dos EUA, principalmente quando é pela negativa, concluo que já não sei o que é democracia. Quando o chamam bussal nao percebo. Ele esta tomar medidas que, na sua visão, vao melhorar a vida dos EUA. Não tenho memoria de decisões perfeitas. Convenhamos
Gosto · Responder · 31/1 às 16:24

Elisio Macamo está a misturar assuntos, Sebastiao Conceiçao. primeiro, a democracia não é incompatível com a avaliação negativa dos políticos. segundo, alguém pode achar que esteja a tomar medidas que vão melhorar alguma coisa, mas mesmo assim serem erradas ou serem vistas como estando erradas. é legítimo. terceiro, ninguém está a falar de decisões perfeitas.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 17:08

Sebastiao Conceiçao De acordo Prof. O que nao acho justo é caracterizar ao Pres. dos EUA com termos pejorativos como se os mentores da caracterização tivessem os resultados da avalição das medidas que está tomando. Parece na verdade, que esteja a misturar os assuntos mas não, com respeito. O que eu esperava era ouvir de comentadores a admitirem a diferença entre as decisões em causa e as suas referencias. Nossa biblia fala do relativismo racional, que talvez não tenha aplicação linear mas que, se considerarmos o tempo podemos perceber que cada tempo pode construir sua propria racionalidade.
Gosto · Responder · 31/1 às 18:27

Elisio Macamo bom, insultos nunca foram boa coisa. mas caracterizar o que ele faz de "boçal" ou a própria pessoa de "lunática" parece-me justo. quem insulta mulheres, minorias raciais, etc. é um boçal. quem impede nacionais de entrarem no país sob o pretexto de estar a lutar contra o terrorismo é lunático.
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 18:31

Sebastiao Conceiçao Do meu lado entendo que temos que admitir a diferença, percebermos que ele está a tomar medidas que na sua optima são as recomendáveis de momento. Claro que a nós cabe-nos este exercicio, mas admitamos a diferença. Há aspectos importantes nas suas decisões que para mim, são relevantes, como o telefonema a Presidente Russo, embora não tenha tido acesso ao seu conteudo. Se olharmos as medidas precedentes de expulsao de Diplomatas entre tantas e o historial das relações russo-americanas vale a pena louvar a Trump. Agora suas atitudes com as mulheres e com a nossa cor 🙈
Gosto · Responder · 31/1 às 18:39

Elisio Macamo admitir a diferença não é ficar indiferente. a crítica faz parte da valorização do que alguém faz. a mim incomoda muito essa relativização de coisas graves, tipo o colonialismo fez coisas boas, só essa de oprimir os africanos é que não foi boa... por favor!
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 18:45

Sebastiao Conceiçao O que disvitua a critica são os insultos. O resto é papel da sociedade. 🙌
Gosto · Responder · 31/1 às 18:48

Elisio Macamo mas não houve insultos. houve caracterizações fortes da pessoa. justificadas pelos méritos das questões.


André Jose ...touché... ;)Ver Tradução
Gosto · Responder · 1 · 31/1 às 17:50

Andy Silva A era Trump começou e aquilo que ele disse durante sua campanha esta a implementar. Podem rir, gozar, ainda vamos ver muita coisa à acontecer... eu por um momento a pensar com os meus botoes disse para mim mesma apos a sua victoria: "este homem pode vir a surpreender nos"... eu nao sei qual é o sentimento que sinto pelos americanos... mas podiamos aprender algo à partir da sua mao de... nao sei qual sera o metal a usar... nao quero tirar merito a dama de ferro Margareth Thatcher, ex primeira ministra britanica. La vie est une surprise! On ne sait pas qu'est ce que vas arriver demain... mystère!
Gosto · Responder · 31/1 às 19:40

Debora Guerreiro Nandja Amancio Miguel, Woon Young Hong, Emidio Sebastiao Cuna, touché.....Ver Tradução
Gosto · Responder · 31/1 às 21:42

Aníbal Das Índias Professor! Gostei do texto e aproveito para deixar a seguinte pergunta: O que tem a África a dizer a Trump? Sabendo que o 45° tem aliados na Europa para este propósito da extrema-direita como a Theresa May, Marine Le Pen, Goldman Sachs. A esquerda quer intransigentemente combater o programa dele. O bom disto é que as pessoas estão a combater o trumpismo com democracia, com solidariedade entre povos, com Estado social e etc diferentemente de.......! Pessoal isto ainda promete......está mesmo a animar. O trumpismo está sendo uma grande escola se olharmos para o cenário despidos de "americanisses"
Gosto · Responder · 1/2 às 8:45

Manuel Jossefa Vejo a ascensão do Trump com incredulidade e igualmente alguma preocupação pela recente tendência na Europa (alguma proeminência de partidos ou movimentos da extrema direita). Será uma prova à democracia no geral, mas sobretudo esta muito exaltada por Alexis de Tocqueville, que tem ou tinha na América o seu epicentro? Quiçá prova em relação aos antigos e complexos problemas globais da humanidade: fome, guerras, comércio entre outras. As guerras movidas não sei por quem, trouxeram uma vaga de migração sem precedentes talvez desde a 2ª Grande Guerra. Esta vaga de migração trouxe os desafios que todos sabemos e perante esta realidade, existem os Trumps que sendo eles próprios frutos deste fenómeno, se sentem acossados e precisam de um "boçal" e "lunático" para dar a cara. Por isso, para mim o Trump chegou onde chegou porque há gente que por de trás dele se esconde. Ademais, não sendo ele um "político"! Não receio este Trump, receio a globalização do trumpismo.
Gosto · Responder · 1/2 às 16:04

Pedro Vicente Sueia vc pah, palavras para que? we do alll, hugs
Gosto · Responder · 2/2 às 2:36
Elisio Macamo
2/2 às 20:35 ·



Relaxem

Há um vídeo horrível que a Celia Meneses me enviou ontem e que vi em alguns murais por aí. É dum americano branco em discussão com um outro branco proveniente dum outro país, muito provavelmente do Médio Oriente ou dos Balcãs (não consegui identificar o sotaque). O americano branco diz basicamente que os brancos são em média mais inteligentes do que os negros africanos e que os norte asiáticos são mais inteligentes do que os brancos. Fala também da impossibilidade de se comparar um dinamarquês, por exemplo, com um pigmeu. O mais importante, porém, é a sua conclusão: as diferenças raciais constituem razão para a discriminação.

O consenso geral em torno de afirmações desta natureza é claro: estamos em presença de racismo. Racismo é má coisa, logo, o americano branco é má pessoa. Há, naturalmente, um fundo de verdade neste consenso. Pessoalmente, fiquei incomodado depois de ver o vídeo e roguei algumas pragas em silêncio. Mas eu acho que estamos a abordar mal o assunto. Para já, não está claro se o que esse indivíduo defende é mesmo um privilégio racial ou apenas a sua comunidade, seja como for que ela for definida. “Raça” e “inteligência” aparecem no seu discurso apenas como recursos retóricos que não fariam muita diferença ao seu posicionamento, pois o que parece ser importante para ele é defender a comunidade privilegiada à qual ele pertence contra aqueles que ele define como sendo diferentes. Se no seu mundo só houvesse “brancos” ele iria precisar de outras categorias para sustentar e legitimar o privilégio.

Portanto, há um problema conceitual sério aqui. Ele começa logo com a facilidade com que usamos o rótulo “racismo” para classificar certas atitudes. Não é um bom conceito por várias razões. A primeira é que ele pensa por nós. Não exige mais nada de nós senão o recurso a ele. Se resistíssimos a isso e pensássemos o que ele significa chegaríamos, talvez, à conclusão de que ele descreve muita coisa que faz parte também da nossa postura ética e cívica. Pode ser muitas vezes na brincadeira, mas é frequente referir-mo-nos a nós próprios usando o tipo de argumentação usada pelo branco americano de tal modo que quase me sinto tentado a dizer que o problema aqui é ter sido ele a dizer isso. E não só.

Muitos de nós defendemos o tratamento diferenciado baseado nesse tipo de categorias. Há muito analista na praça pública que ficaria gravemente incapacitado se não pudesse recorrer a termos como “branco”, “Makua”, “Xangan” para conferir inteligibilidade aos seus problemas, aos problemas do país e aos desafios que ele enfrenta no debate público.
A segunda razão que compromete a utilidade do conceito de racismo é que ele nos obriga a aceitar as suas próprias premissas. Como podem ver pela forma como elaborei o primeiro parágrafo, reduzi o ser humano a esse elemento racial ao qual conferi um estatuto quase primordial.

Curiosamente, o Mr. Taylor, o americano branco da entrevista, incluindo a pessoa que o entrevista, não são muito consistentes no uso da categoria racial porque às tantas “muçulmano” vira descrição duma raça, “norte asiático” também, “pigmeu” idem. Isto leva-me a reforçar a minha convicção de que o emprego do termo “racismo” para classificar a postura desse americano branco é ajuda gratuita que nós lhe damos para tornar o seu próprio raciocínio coerente. Nos debates que tenho travado com colegas académicos africanos que instintivamente chamam de racista todo o europeu branco com o qual não concordam tenho insistido para que não limitem o seu vocabulário desnecessariamente. Nem sempre é por racismo que alguém diz coisas sem sentido. Pode ser por parvoíce. Quando é assim, pode ser melhor chamar as coisas pelos seus próprios nomes. Muito pseudo-racista ou pseudo-tribalista é, antes de tudo, um indivíduo parvo. E frequentemente não transita dessa condição para a condição de racista. Fica lá, parvinho e consumido pela sua própria incapacidade em ser coerente e intelegível.

A terceira razão que inviabiliza o conceito de racismo é a sua tendência de criar falsas solidariedades e de fazer de nós vítimas do racismo uns coitadinhos. Há muita gente de pigmentação clara que pensa que é suficiente sorrir para mim para eu me sentir aliado a ela ou para eu admirar o seu humanismo. Não percebe que é preciso muito mais do que isso, mais comunhão de interesses, mais sintonias em coisas que realmente importam (tipo futebol, mulheres, sorry, homens também...), mais reconhecimento da pessoa que reside em cada um de nós para eu me sentir ligado a ela.

Há um paternalismo algo condescendente neste tipo de atitude que acaba, curiosamente, por ratificar o racismo. Aos olhos dessas pessoas eu sou uma vítima, um coitado que precisa quase de protecção. Lembro-me de participar numa conferência fechada na Alemanha, recentemente, onde era o único com pigmentação escura (fora aqueles que se tinham bronzeado recentemente) e ser o alvo dos olhares embaraçados de todos sempre que alguém pronunciasse a palavra “racismo”. Onde trabalho agora, a mais antiga universidade suíça, até já nem noto isso, embora seja o único docente com pigmentação escura. Não são os olhares que me incomodam, mas o facto de não poder faltar a nada porque a minha ausência se nota logo... nem é preciso fazer chamada!

Depois há ainda a instrumentalização do conceito para conferir sentido à vida dos que decidiram dedicar a sua energia à luta contra o racismo. Não quero ser mal entendido. O racismo pode ser um conceito problemático, mas a crença na sua realidade fez muito mal e revelou a infinita maldade que reside no ser humano. Mas aqui também é preciso ter cuidado. O papel que o racismo desempenhou na desumanização dos europeus pode levar alguns de nós a pensar que ele seja apenas um problema europeu. Isso é um equívoco. Pode ser que um mundo colonizado por africanos não tivesse apostado na raça como factor determinante. Mas em alguma coisa teria apostado para justificar o privilégio e negar oportunidades aos colonizados e essa coisa teria também desumanizado os africanos. Os problemas que hoje em dia enfrentamos nos nossos esforços de criarmos sociedades viáveis demonstram isso claramente. O racismo não é o ingrediente que falta para quem queira ser maldoso. A maldade é extraordinariamente auto-suficiente. A mesma pessoa que se queixa dos brancos ou dos matxanganas pode no mesmo fôlego humilhar o negro que é seu empregado doméstico ou o Sena que é católico, mas não quer rezar a missa em Ndau.

O importante, contudo, é o seguinte: vamos relaxar, companheiros. O vocabulário humano é mais vasto do que a palavra “racismo”. Inclui também “parvoíce”, “estupidez”, “lunático”... toda a palavra que termina num “ismo” é uma armadilha conceitual. Torna, frequentemente, algo incoerente coerente ou esconde uma visão do mundo que nós próprios partilhamos ainda que disso não nos demos conta... Quem se sente ofendido por um racista tem falta de auto-estima. E o racista gosta disso. Bassopa!

Comentários

Adriano Simão Uaciquete Kakaka. Eu estou relaxado. Há muito que uso um truque que curiosamente foi me ensinado por um branco. Consiste no seguinte: se um branco te tratar mal em função da sua pigmentação escura não pense que ele seja racista. É antes um mal educado.
Gosto · Responder · 5 · 2/2 às 20:57

Lecuanhane Wa Mutxopi Acho que alguns de nós temos complexos que não nos permitem considerar a possibilidade da estupidez de um individuo de raça branca.

Então quando este mesmo individuo nos proporciona um show de ignorância, achamos que é racismo porque a sua cor da pele o torna imune a burrice...
Gosto · Responder · 5 · 2/2 às 21:08

Egidio Canuma Chamemos as coisas pelos nomes. Discriminacao em funcao da raca e' racismo. Pode ser tambem parvoice, estupidez , mas e' racismo. Viver na europa expos-me a situações "parvas". Uma dessas parvoices foi uma discussão seria a entre duas mocas da mesma cor que eu porque uma achava-se mais clara que a outra. Detalhe, havia brancas a assistir a discussao.
Gosto · Responder · 2 · 2/2 às 21:17

Elisio Macamo sim, é racismo. e parvoíce. se calhar mais parvoíce do que racismo.


Fernando Costa Tem muita gente no mundo burra.. de todas as cores e feitios. . mas um racista não o é apenas burro na presença de outras raças. Burro é sempre burro. não muda nunca
Gosto · Responder · 2 · 2/2 às 21:19

Elisio Macamo aí está.


Estevao Mabjaia Bassopa, mesmo... obrigado pela reflexão relevante e oportuna.
Gosto · Responder · 1 · 2/2 às 21:25

Tiago Ribeiro .
Gosto · Responder · 2/2 às 21:45

Margarida Paredes O entrevistado é Jared Taylor- nacionalista norte-americano, fundador de American Renaissance, uma publicação defensora da supremacia branca. O jornalista é Jorge Ramos, o pivot hispânico que Trump mandou calar e expular num briefing da Casa Branca. Um parvo pode não ser racista mas um racista é sempre racista seja parvo ou não. Os parvos têm a mania de gozar e inferiorizar as minorias ou identidades alvo de discriminação seja ela racial, de género ou sexualidade. O racismo é internalizado pelos racistas, faz parte das suas subjetividades e manifesta-se mais claramente nos parvos. Concordo com algumas coisas do que dizes, que o racismo desumanizou os europeus e que não é uma prerrogativa da branquitude. Também concordo "Se no seu mundo só houvesse “brancos” ele iria precisar de outras categorias para sustentar e legitimar o privilégio" mas acho que é preciso ler Fanon para perceber que a ideologia dos que ignoram a raça como categoria racial contribuem para afirmar o racismo porque a indiferença à raça significa valorizar uma raça dominante, hegemónica socialmente, a branca.
Gosto · Responder · 5 · 2/2 às 21:50

Elisio Macamo hmmm. obrigado pela informação adicional. citar fanon aqui é provocação, mas como foste tu, deixo passar... um reparo: eu estou a tentar resistir à prioridade analítica que damos à raça porque ela não nos permite apreciar o que me parecer mais profundo na atitude dessa gente. esta breve entrevista parece mostrar que a raça não é assim tão importante para este indivíduo. gosto da insistência que hoje em dia se faz no brasil em relação ao termo "privilégio". acho que devia ser por aí.


Jose Cossa A hiti bassopeleni.....o ultimo paragrafo diz tudo. Parabens Professor
Gosto · Responder · 1 · 2/2 às 22:34

Sara Fuller Maswanganhe Muito relaxada...
Gosto · Responder · 1 · 2/2 às 22:39

Celia Meneses Elisio Macamo acho que intelectualizaste o racismo e tudo que vem com ele. A supremacia, a violência e a subjugação de todo o tipo. Eu não menosprezo pois já vi o que isto pode dar...para além de parvo eh um racista e um defensor da supremacia branca e que convenientemente usa a religião para ainda descriminar mais e melhor...não leves a brincar não pensando que não teem capacidade para promoverem uma maior desumanizacao ! Se fosse um negro seria tb racismo Elisio!
Gosto · Responder · 3 · 2/2 às 22:39

Elisio Macamo Celia, tens razão. não menosprezo o sentimento racial. ele é forte e tem consequências. vivo isso, de algum modo, todos os dias. insisto, contudo, que concentrar as nossas baterias nisso é conceder pontos aos parvos e ajudá-los a serem coerentes.


Tiago Ribeiro Por volta do século Vi ac., surgiram as primeiras hipóteses de que a terra era de facto esférica, facto que se manteve como especulação ate ao século III ac. Lentamente, este conhecimento foi propagado pelo "velho mundo" e só por volta do século XVI dc., e que tal conceito foi verificado. Ainda hoje, há quem acredite que o mundo e plano e e leccionado em algumas escolas que ensinam, também, o criacionismo. Provavelmente, estarão a pensar que me enganei na publicação. De facto, não! Nao me enganei!
Gosto · Responder · 2/2 às 22:55

Tiago Ribeiro Continuando a divagar, sera perfeitamente natural que todos nos achemos que os gatos e os tigres sao parentes chegados. Claro, sao felinos! Rapidamente, negaremos o facto se alguem disser que os macacos sao nossos parentes tambem... contudo, gatos e tigres partilham 95,6% do seu DNA e os humanos e o macaco de bonobo, partilham 98,7%. Continuo afirmando que, nao me enganei na publicacao...
Gosto · Responder · 2/2 às 22:58

Tiago Ribeiro Em 1990, começou a ser descodificado o genoma humano. Nove anos depois, o projecto tem o seu primeiro esboço concluído ate que em 2003 o projecto anuncia uma taxa de descodificação de 99,9%. Resultado? As teorias "coloniais" e "discriminatórias" do evolucionismo e darwismo social caíram por terra... não há raças humanas... há apenas uma, a humana! Quem o diz e o DNA...
Gosto · Responder · 5 · 2/2 às 23:06

Tiago Ribeiro Espero eu que, não demoremos 21 séculos a ter isto como dado adquirido nas nossas vidas... avisem os senhores das escolas, das igrejas e da comunicao social pf... ;)
Gosto · Responder · 2 · 2/2 às 23:08
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Elisio Macamo na sociologia temos o famoso teorema de thomas que diz algo como "quando as pessoas acreditam que uma situação é real, ela é real nas suas consequências". infelizmente, a questão racial não se resolve demonstrando que raças não existem. nem sei se se resolve. o importante é sempre expor o que leva as pessoas a fazerem recurso à raça.
Gosto · Responder · 1 · 3/2 às 13:49

Tiago Ribeiro Não concordo. Aliás, é uma das questões em que quanto mais se mexe, mais mal cheira.
Por outro lado, é um problema simples de se resolver. Eu trato o Macamo por Macamo, e o Macamo trata-me por Ribeiro. E isto é aplicáve para a educação, religião e comunicação social.
Simples!
Gosto · Responder · 3/2 às 15:31

Elisio Macamo receio não ter percebido.
Gosto · Responder · 3/2 às 16:10

Tiago Ribeiro Vou recorrer a dois videos que se explicarao melhor do que eu fui capaz! :)
Gosto · Responder · 3/2 às 16:13 · Editado

Tiago Ribeiro https://www.youtube.com/watch?v=oGA1KJYax3E



Morgan Freeman e o racismo.
youtube.com
Gosto · Responder · 3/2 às 16:13

Elisio Macamo acho que agora entendi. não creio que seja possível criar um teste para verificar que abordagem seria melhor, por isso acho melhor discordarmos. só queria recordar uma anedota que me foi contada há muitos anos sobre uma professora que em sala de aulas anunciou que as referências à cor da pele deviam terminar e que a partir desse dia seriam todos verdes. ela chamou o luís ao quadro, mas havia dois na sala, um branco, outro preto pelo que os alunos perguntaram qual deles. a resposta dela: o verde escuro... por mais que a gente queira, ou não, essas referências serão importantes para as pessoas. o importante é saber quando e porque se tornam relevantes.
Gosto · Responder · 1 · 3/2 às 16:34

Tiago Ribeiro https://www.youtube.com/watch?v=9JTcd_8Kym8



Jesse Proves 'Racism' Does Not Exist; It's a Lie and a…
youtube.com
Gosto · Responder · 3/2 às 16:43

Tiago Ribeiro Diferenciar o gordo do magro nao e a mesma coisa de diferenciar o preto do branco. Ou o alto do baixo. A questao da cor na questao racial, tem por definicao um sistema que implica "naturalmente" a existencia de relacoes de superioridade entre elas. E assim com o Evolucionismo e com o Darwismo Social. E isto ainda e ensinado nas escolas. Obviamente, esta-nos enraizado culturalmente. Como em muitas outras coisas, a cultura altera-se (chamem-lhe comportamentos e atitudes perante algo). O meu ponto e muito simples. Se cientificamente esta provado que a raca humana e uma, nao ha argumento possivel para a continuacao da propagacao de uma mentira ou melhor, de ausencia de facto verdadeiro.
Gosto · Responder · 3/2 às 16:49

Tiago Ribeiro Contudo, e obvio que este "produto cultural" existe e nao vai desaparecer das ruas de um dia para o outro. Mas e grave a ausencia da discussao, da educacao nesse sentido. E grave nas escolas, nas igrejas e sobretudo, na comunicacao social (e porque nao, nas redes sociais).
Gosto · Responder · 3/2 às 16:51

Tiago Ribeiro Brinquemos. Um pouco por toda a europa, e considerado bullying uma crianca chamar insistentemente a um colega de gordo. E aceite a distincao racial... (quando, cientificamente, nao existe!!!) Giro!
Gosto · Responder · 3/2 às 16:53

Elisio Macamo infelizmente, nestas coisas não conta apenas o que está cientificamente provado. se esse fosse o caso, não teríamos mais igrejas e mesquitas... insisto: porque é que as pessoas fazem o recurso a uma coisa que não existe? essa é para mim a questão que interessa neste assunto. claro que é importante também insistir no que a ciência nos diz. é por essa razão que disse ser importante não limitar as nossas opções classificando tudo de racismo.
Gosto · Responder · 3/2 às 17:05

Tiago Ribeiro " também insistir no que a ciência nos diz:... Isto da que pensar, Macamo...
Gosto · Responder · 1 · 3/2 às 17:08

Elisio Macamo dá. o ser humano é complicado. não sei se conhece um excelente texto de kwame anthony appiah em que ele faz a distinção entre racista intrínsico e racista extrínco. parece-me útil. há uma versão desse texto no seu livro com o título "in my father's house...". o texto original foi publicado numa revista cujo nome já não me vem à cabeça.
Gosto · Responder · 1 · 3/2 às 17:26

Tiago Ribeiro Vou procurar

Faizal Jamal Não é o outro que ti discrimina, nos é que nos sentimos discriminados, ou por outra, a culpa não é da pessoa que discrimina mas sim daquele que se sente discriminado...
Gosto · Responder · 1 · 3/2 às 7:55

Elisio Macamo hmmm, não bem assim. o acto de discriminar é condenável. sentir-se discriminado é legítimo. a questão que eu coloco é outra. quem discrimina não é necessariamente "racista", mas sim parvo. isso é que precisa de ser exposto!


Emilio Maueie Eu comparo o recurso ao racismo, com o recurso que se tem do uso de garrafa nas discussões e lutas "moluénicas". Ha muita maldade e moluenisse em muitas almas; há muita garafa espalhada por (quase) todo canto, apenas "inventam-se" razões de discussões e consequentes lutas, mas quais se usam garrafas.

Se faltasse garrafa, havia de se usar qualquer coisa pra tal, até mesmo areia nos olhos. Como diz aqui o professor Elisio, se nao houvesse raça, ou melhor, diferença de cor da pele, havia de haver outra coisa pra manifestar nossa maldade.

Eu aqui fico duummmmmm (como se tem dito -ou ficado- nas comunicações informais atualmente), pensando em quantidade de coisas que se estão a escrever sobre a indicação de sua excia Lagos Lidimo para o nr 1 da SISE (ha quem até tenha falhado e disse o baixinho do Planalto de Moeda, da província de Gaza).

Numa conversa com um colega brasileiro, branco, pergunto pra ele o que tinha a dizer sobre o racismo de que tanto se fala no Brasil. Ele disse: não posso dizer que não exista, mas, eu como branco, vejo que há muita vitimização por parte dos negros. Qualquer coisa que lhes saia mal, a justificação é que é negro.

Racismo até pode haver, mas nahinavu hi kona
Gosto · Responder · 3 · 3/2 às 8:25

Andre Mahanzule A wuhembi mbaba!
Gosto · Responder · 3/2 às 10:29

Elisio Macamo concordo até ao ponto onde se refere ao seu colega brasileiro. sim, existe vitimização, mas ela existe porque o critério racial costuma ser determinante para as possibilidades das pessoas nessa (e noutras) sociedade. há quem se aproveite disso para disfarçar as suas próprias lacunas, mas há muito mais pessoas que sofrem os efeitos duma discriminação racial real. infelizmente, no brasil a raça é assunto sério. abolição ali foi no papel.


Juma Aiuba Exactamente, prof. Elisio Macamo. Eu cresci ouvindo e falando coisas do tipo: aquele gajo tem coração de branco (é respeitoso); são coisas de branco (algo bem feito); preto é assim mesmo (alguem que não se confia); black never change (alguem que não aprende); etc. Na verdade, o conceito de racismo deixa-nos muito relaxados. Usamos por conveniência.
Gosto · Responder · 2 · 3/2 às 9:58

Rildo Rafael Peles Negras, Máscaras Brancas!!! Fanon!!! Juma Aiuba...O tal complexo de inferioridade que carregamos as costas!!! Não como o Manoni pretendia afirmar que os negros tem em si um gene de inferioridade!!!...
Gosto · Responder · 2 · 3/2 às 10:10

Elisio Macamo sim, Juma Aiuba, aí levanta-se o problema da incoerência. olha que eu próprio faço recurso a isso quando me convém. daí que seja importante apreciar devidamente os perigos do emprego do conceito de racismo.


Elísio de Sousa Muito profundo...
Gosto · Responder · 1 · 3/2 às 12:12

Alcídes André de Amaral Para mim acho que o fundo do que disseste, professor, esta aqui: "Não são os olhares que me incomodam, mas o facto de não poder faltar a nada porque a minha ausência se nota logo... nem é preciso fazer chamada!". Dai a questao da diferenca. A ausencia se nota nao porque professor tem sido o unico negro - ou negro - mas porque `e diferente. O diferente `e facilmente notado. Dai ate o racism conta... mas muito, muito menos! Melhor mesmo deixar o racist com a sua parvoice e estupidez!
Gosto · Responder · 1 · 3/2 às 17:25

Elisio Macamo sim, é muito complicado. sofre-se com isso. há sempre a suspeita de que um indivíduo está a satisfazer alguma cota, que se é menos rigoroso na avaliação do seu desempenho, etc. tudo isso conta, claro, mas ter a consciência dos meus limites e potencial é o que é importante. não vou ser mais duro comigo próprio do que o necessário, mas também não vou ser complacente.
Gosto · Responder · 3/2 às 17:28

Alcídes André de Amaral Sim. Recordo-me agora dum cantor afro Americano que foi comparado com macaco. E toda a gente, incluindo ele, caiu na ideia de racism. Restou-me saber da base de quem o comparou, se `e pelas suas parencias e inocentemente achou ser parecido com macaco ou foi sua parvoice e burrice que o levou a induzir que todos os negros se aprecem com macacos - como se tem comparado -, o artista `e negro, entao o artista se parece com macaco. Mas o bom foi a reacao do cantor, ele nao se importava com maluquices e parvoices. Tenho ditto que mais do que tomarmos uma posicao reactiva, defensive ou ofensiva, ajudarmos a construirmos um mundo cada vez melhor, que respeitas as liberdades e direitos individuais. Que enaltece a diferenca. Mais uma vez as ideias liberais ainda fazem falta. `E claro que assim seria tambem uma forma de reacao, mas reagindo aos principios e valores construidos e nao das pessoas que constroem estes valores e principios. `E DE FACTO COMPLICADO!

António Cabrita Eu sofro de racismo ao contrário e constato que todo o tipo de racismo parte das mesmas premissas: ignorância, medo, estupidez e de uma má fé maculada pelo ressentimento, Uma vez, trabalhava eu ainda no Expresso e houve um colega que ufano me veio contar, sabes que se provou que os negros são 5% menos inteligentes que os brancos. Olhei para eloe espantado pois não contava que a habitual inteligencia dele embarcasse em tais deslizes e então repliquei: eh pá, acho que conheço pelo menos pelos menos cinco dúzias de pessoas pelo menos de 10 a 20 % mais inteligentes que eu, acho que já desbaratei a minha vantagem... E ele calou fundo, porque pecebeu... Acho que nos calha a todos termos a inteligência e empatia toldada a espaços, o ideal é que seja em doses homeopáticas... e nunca na grosseria que nos faça vomitar grosserias e abstracções como a do entrevistado desse vídeo... Achei muita graça a essa fatalidade de se tornar demasiado evidente a tua ausencia em qualquer reuniãp
Gosto · Responder · 2 · 3/2 às 18:30

António Cabrita pois comigo é o mesmo mesmo... É uma merda vivermos num mundo que nos queira colar (mesmo sem querer) a ideia de que somos antes de tudo pertença de uma raça, quando em primeiro lugar somos todos humanos, com a mesma capacidade para amar e para termos diarreia se o medo e a fragilidade nos tocam...
Gosto · Responder · 1 · 3/2 às 18:33

Elisio Macamo pois, António, imagino que seja assim contigo também. cansa!

Alvaro Simao Cossa Prof Elisio Macamo a cor da pele nunca foi raça, a raça é a humana, com suas subdivisoes ( mongoloide, caucasoide, negroide e europoide ) a cor da pele tor-se raça na "coêraencia" parva daqueles que tem seu cérebro na pele, os infusórios. Cansa muito realmente, ter-se que ver um parvo a achar-se superior só pela sua cor da pele, mesmo sendo um estupidarrão que nem admite ser contrariado pela ciência. Vi o video e partilhei-o com certos amigos, só para se rirem do quão baixo pode ser o homem, até chegar de intelectualizar-se partindo da sua capa dérmica, esquecendo do cérebro por o ter tão diminuto, pois, é evidente que cada qual trata de exibir o melhor que tem. Optemos pela sapiência amigos!
Gosto · Responder · 3/2 às 22:07 · Editado

Samito Dembele Concordo com a abordagem.
As vezes sinto que somos tao "parvos " que facilmente nos importamos e nos irritamos com pronunciamentos idiotas de pessoas de pigmentacao diferente, correndo a defini los de racista, e nao de idiotas, talves porque somos mais idiotas ainda.
Gosto · Responder · 4/2 às 9:47

Raul Junior eu concordo com Adriano Uaciquete que fez um like ao texto!
Gosto · Responder · 4/2 às 12:57
Adelino Buque Na minha opinião, tem havido uma tentativa de legitimar tudo o que é dito por alguém de raça branca, isto é revelador do passado colonizado, ou seja, estamos livres mas, continuamos "presos" a ideia de que, o cidadão branco tem sempre razão, devemos avaliar as afirmações em função da capacidade de quem faz e não da sua pigmentação.

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