sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

MUNDO Golpe na Turquia: 136 diplomatas ou familiares pedem asilo na Alemanha

Golpe na Turquia: 136 diplomatas ou familiares pedem asilo na Alemanha


Ancara pediu a Berlim para não aceitar os pedidos de militares.
PÚBLICO 24 de Fevereiro de 2017, 14:04


FotoO Presidente turco Recep Erdogan REUTERS
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A Alemanha recebeu 136 pedidos de asilo de turcos com passaporte diplomático desde o golpe falhado contra o Presidente Recep Erdogan, em Julho do ano passado. Os pedidos foram feitos entre Agosto de 2016 e Janeiro deste ano, revela a imprensa alemã citada pelo The Guardian.
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Alguns dos pedidos são de militares, ou familiares, ligados à base que a NATO tem na Alemanha. O Governo de Ancara pediu a Berlim para não dar asilo a militares.

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Segundo os jornais, o Ministério do Interior alemão não revelou as identidades dos requerentes, sendo alguns deles familiares dos detentores dos passaportes diplomáticos (cônjuges e filhos). Também não revelou se algum pedido já foi aceite.

A Turquia tem um diferendo com outro país europeu, a Grécia, devido a pedidos de asilo. Logo após o golpe, um grupo de oito militares fugiu para a Grécia. Pediram asilo político, tendo Ancara feito um pedido de extradição que foi rejeitado pelos tribunais gregos, decisão de que a Turquia já recorreu. Entretanto, mais dois militares, identificados como comandos, pediram asilo na Grécia.

Grécia rejeita pedido de extradição de oito militares turcos

Ancara acusa-os de estarem envolvidos na tentativa de golpe de Estado em Julho e já emitiu um mandado de captura internacional.
Os militares à chegada ao Supremo Tribunal grego, em Atenas
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Os militares à chegada ao Supremo Tribunal grego, em Atenas LUSA/ORESTIS PANAGIOTOU
O Supremo Tribunal da Grécia recusou a extradição dos oito militares turcos que fugiram do seu país na sequência da tentativa de golpe de Estado, em Julho. Ancara acusa-os de terem estado envolvidos. Os oito oficiais fugiram de helicóptero e pediram asilo na Grécia, poucas horas depois de o golpe ter falhado, e negaram qualquer intervenção naquela acção militar.
A Turquia exige que os militares regressem ao país para que possam ser julgados, mas os militares dizem que as suas vidas estariam em perigo se o fizessem. Os juízes gregos pronunciaram-se contra a extradição e a sua decisão é final – não pode haver recurso.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco acusou a Grécia de estar a proteger golpistas, e lançou a suspeita de os juízes gregos estarem a agir por "motivação política".
Em resposta à decisão, a Turquia emitiu um mandado de captura para os oito militares.
O tribunal grego decidiu que os militares deveriam ser libertados. “A possibilidade de os seus direitos serem violados ou reduzidos, independentemente do grau de culpa ou da gravidade dos crimes de que são acusados, não permite o uso das leis de extradição”, disse um presidente do Supremo Tribunal citado pela Reuters. Christos Mylonopoulos, o advogado dos oito militares – três comandantes, três capitães e dois sargentos – referiu que a decisão era “uma grande vitória para os valores europeus”.
Em Agosto, foi solicitado um “pedido de extradição” à Grécia. Por parte da Turquia, os homens foram considerados “traidores”, tendo sido acusados de tentarem dissolver o Parlamento, de se apoderarem de um helicóptero de forma violenta e de tentarem assassinar o Presidente Erdogan.

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