1.A aquisição do Moza Banco (MB) por novo(s) investidore(s) priv ado(s) ou a sua nacionalização são os cenários mais prováveis para o futuro do banco intervencionado. Os actuais accionistas Novo Banco e Moçambique Capitais(MC) ‐ não terão capacidade financeira, no actual contexto, para acorrer ao aumento de capital decidido em Assembleia Geral.
A compra do Moza foi discutida nas últimas semanas entre Prakash Ratilal (PR), “rosto” da MC (dona 50,9% do capital), e o fundo Atlas Mara, de Bob Diamond. O fundo afastou‐se das negociações perante a exigência de PR em manter‐se como accionista maioritário mas admite‐se que volte a mesa das negociações, caso a exigência caia.
A depreciação do metical e o “arrefecimento” económico do último
ano tornaram apetecíveis actvos financeiros no país. Contudo, a Atlas Mara (accionista do BancABC), pretende posiçõe maioritárias nos activos a adquirir no seu projecto de expansão e considera de risco elevado a presença de PR nos órgãos sociais.
ano tornaram apetecíveis actvos financeiros no país. Contudo, a Atlas Mara (accionista do BancABC), pretende posiçõe maioritárias nos activos a adquirir no seu projecto de expansão e considera de risco elevado a presença de PR nos órgãos sociais.
2. A reputação de PR no circuito financeiro foi abalada pelo processo de degradação continua da situação financeira da MC, até ao ponto actual, considerado próximo da insolvência. O
negócio do MB representa perto de 98% do volume de negócios do grupo. O total de perdas dos accionistas ‐ cerca de 350 no total, a maioria dos quais dificilmente deverá reaver o seu investimento ‐ é estimado em c. USD 40 milhões.
negócio do MB representa perto de 98% do volume de negócios do grupo. O total de perdas dos accionistas ‐ cerca de 350 no total, a maioria dos quais dificilmente deverá reaver o seu investimento ‐ é estimado em c. USD 40 milhões.
Um dos maiores lesados (c. USD 8,5 milhões) é Nazir Din, proprietário da cadeia hoteleira Epic Sana. As relações entre ambos são apontadas como num ponto de ruptura. Apesar da MC se apresentar como uma sociedade promotora de investidores moçambicanos, c. USD 10 milhões de capital tiveram como origem Angola ‐ nomeadamente de empresas com ligações aos serviços de informações, segundo informações não confirmadas.
3. Os accionistas da MC vieram, na sua maior parte, do universo polítco da Frelimo. A estrutura societária reflecte um equilíbrio baseado em filiações políticas e proximidades pessoais, factor de estabilidade societária. Porém, esta estrutura dificulta soluções de recapitalização como a que agora se apresenta, por falta de soluções alternatias. No passado recente, previamente à intervenção do Banco de Moçambique (BdM), foi equacionada a possibilidade de aumento de capital sem que a MC tivesse conseguido reunir condições.
A capacidade de PR encontrar novos investidores é diminuta. Aliás, evidências da inclinação de PR (ex‐governador do BdM) para a “acumulação primitiva” e distribuição de capital em troca de favores políticos terão levado ao desinvestimento da Geocapital, primeiro parceiro internacional. Em 2013, a Geocapital saiu do capital do MB, investindo posteriormente no Banco Tchuma (hoje Banco Mais). PR passou a repartir o controlo com o Banco Espírito Santo, até à resolução deste e transferência da partipação no MB para o Novo Banco.
(Extractos de um artigo do Africa Monitor, que se edita em Lisboa, publicaçao bem informada sobre o que se passa cá na terra)
Nas fotos: Prakash Ratilal e Nazir Din
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