Craig Deare, conselheiro para o continente norte-americano, ofereceu uma “detalhada e embaraçosa” descrição da última conversa entre Trump e o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.
A Casa Branca despediu “de uma forma abrupta” um alto assessor do Conselho de Segurança Nacional, após saber que este tinha criticado o Presidente Donald Trump e a sua equipa durante um evento, informou este sábado o diário digital Politico.
Craig Deare, conselheiro de Segurança Nacional para o continente norte-americano, foi despedido na sexta-feira após criticar duramente Trump e os seus assessores mais próximos durante uma mesa redonda, fechada à imprensa, perante um grupo de académicos no Woodrow Wilson Center, na Pensilvânia, relatam as fontes daquele jornal norte-americano.
Um dos alvos das críticas de Craig Deare foi o principal estratego de Donald Trump, Steve Bannon, assim como a filha mais velha do Presidente, Ivanka Trump, e o marido, Jared Kushner, que é um dos principais assessores de Donald Trump.
Além disso, queixou-se de que os altos assessores de segurança nacional, como ele próprio, não têm acesso ao Presidente e ofereceu uma “detalhada e embaraçosa” descrição da última conversa entre Trump e o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, a 27 de Janeiro.
O despedimento do assessor acontece no meio de uma tormenta política no Conselho de Segurança Nacional, após a demissão, na segunda-feira, do conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, Michael Flynn.
A renúncia aconteceu após ter sido demonstrado que Flynn enganou o vice-Presidente norte-americano, Mike Pence, e outros altos cargos do governo sobre o conteúdo dos seus contactos com o governo russo, através do embaixador acreditado em Washington.
Robert Harward, a escolha de Donald Trump para substituir Michael Flynn no cargo de conselheiro Segurança Nacional, recusou esta quinta-feira a nomeação para o cargo.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
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John McCain: “os ditadores começam” com o fim da liberdade de imprensa
Em entrevista à NBC, o senador do Arizona disse temer que, sem a liberdade de imprensa, "percamos muitas das nossas liberdades individuais ao longo do tempo". "É assim que os ditadores começam."
John McCain saiu em defesa dos órgãos de comunicação norte-americanos, afirmando, numa entrevista à NCB este sábado, que a liberdade de imprensa é essencial e necessária para a “ordem global”. “Uma parte fundamental da nova ordem global foi a liberdade de imprensa. Odeio a imprensa. Odeio-vos a vocês especialmente”, brincou, acrescentando logo de seguida que, “a verdade, é que precisamos de vocês”.
Para o senador republicano, que participou durante o fim de semana na Conferência de Segurança de Munique, “se queremos preservar a democracia como a conhecemos, temos de ter uma imprensa livre e, às vezes, adversária”. “Sem ela, temo que percamos muitas das nossas liberdades individuais ao longo do tempo. É assim que os ditadores começam“, disse explicando que uma das primeiras medidas de todos os ditadores é “suprimir a liberdade de imprensa” que é, no fundo, “uma consolidação do poder”.
“E não estou a dizer que o Presidente Trump está a tentar ser um ditador. Estou apenas a dizer que temos de aprender com as lições da história”, explicou. McCain, que foi candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano em 2008, tem criticado Donald Trump com alguma frequência, principalmente nas áreas da política internacional e da segurança.
As declarações do senador do Arizona à NBC surgem em resposta a um tweet publicado por Trump na sexta-feira, no qual o Presidente dos Estados Unidos da América acusa novamente vários órgãos de comunicação norte-americanos de divulgarem falsas notícias, afirmando que são “inimigos do povo americano“.
Carl Bernstein, que ganhou o Prémio Pulitzer pela reportagem sobre o escândalo Watergate, respondeu a Trump no Twitter, dizendo que os ataques do Presidente à imprensa são ainda piores do que as de Nixon. “Quando o foco da imprensa estava no servidor de Hillary, ele via patriotas”, escreveu o jornalista, que recentemente publicou uma biografia de Hillary Clinton.
The most dangerous 'enemy of the people' is presidential lying--always. Attacks on press by @realDonaldTrump more treacherous than Nixon's.