Depois de regressar de Portugal, onde esteve há alguns dias junto de seus filhos, o presidente do Município de Nampula deu uma conferência de imprensa para responder às acusações de corrupção.
Alguns membros do MDM afirmaram, recentemente, aos órgãos de comunicação social que Mahamudo Amurane comprou uma residência em Portugal com fundos da edilidade.
O edil de Nampula classificou de caluniosas e infundadas as referidas acusações, defendendo que as mesmas têm a mão de elementos do MDM, que pretendem denegrir a sua imagem, alegadamente por não pactuar com actos de corrupção.
“É minha obrigação esclarecer sobre as matérias que foram veiculadas na minha ausência relativamente à minha pessoa, que é por sinal gestor municipal da cidade de Nampula. Primeiro quero referir que são matérias caluniosas e elas tem mão do MDM. O MDM pretende denegrir o presidente Amurane, justamente porque não compactua com corrupção. Está situação não esta a começar agora, já vem desde a muito tempo, só que agora surgiu ao publico”, disse Amurane.
Na ocasião, Mahamudo Amurane apresentou facturas que diz serem de arrendamento de uma casa em Portugal onde vivem os seus filhos. Ele explicou que paga as contas com fundos próprios, lembrando que antes de ser eleito desenvolvia actividades económicas. Para Amurane, as acusações de que é alvo prendem-se com o trabalho que tem realizado para melhorar a vida dos munícipes em Nampula. “Tudo começou sobre as pressões de que tenho vindo a destituir pessoas, a não compactuar com a utilização de recursos municipais para uso do partido e justamente aqui acontecem situações desta natureza. Começaram a cortejar minha esposa, no sentido de intimidar, para que eu possa ter posições favoráveis ao partido, mas mesmo assim quando viram que esta situação não surtiu efeito, partiram para outra campanha, desta feita nas igrejas ”.Desabafou Amurane.
O Município de Nampula é gerido pelo MDM desde as últimas eleições autárquicas de 2013. Mahamudo Amurane é membro da Comissão Política Nacional do partido.
MDM em Nampula
O Movimento Democrático de Moçambique em Nampula reuniu-se para analisar e reflectir em torno dos pronunciamentos do presidente do município Mahamudo Amurane. Vasco Napaua, delegado político provincial do partido, que considera de graves as declarações do edil, não disse qual, mas avançou que será feito um trabalho grande dentro daquela formação política.
Daviz ainda não tem conhecimento do assunto
O presidente do Movimento Democrático de Moçambique, Daviz Simango, disse que não tem conhecimento das declarações de Mamudo Amurane e que os órgãos do partido irão avaliar a situação, caso se justifique. “A ser verdade ou não, deixemos que os órgãos do partido exerçam a sua função”.
Simango reagiu numa festa-surpresa organizada pelos seus apoiantes para celebrar seus 53 anos de idade.
Amurane é uma batata quente nas mãos de Daviz Simango
A primeira leitura à volta da ruptura entre Mahamudo Amurane e Daviz Simango remete para um desafio. O desafio da sobrevivência do MDM enquanto partido que almeja uma implantação nacional. Se o MDM está destinado a confinar-se apenas na região à volta de Sofala ou se ele tem pernas para se afirmar muito mais à norte (e também à sul e oeste), rompendo cortinas de base étnica e regional, como parece ser o caso, essa é a grande questão.
Até hoje, o partido se vai expandindo com uma marca indelével: uma restrita clientela de Simango, originária da Beira, dominando o seu processo decisório e estendo a mão à mordomias com origem no poder local. Veja-se o perfil hierárquico da sua bancária parlamentar na AR; e veja-se também a marginalização de que está sendo alvo o edil de Quelimane, Manuel de Araújo. A implantação do MDM em Nampula deveu-se a uma máquina montada por elementos oriundos da Beira ou muito próximos dos Simango (as suas redes clientelares) com expectativas naturais de acesso a recursos e benefícios resultantes de se estar no poder.
Amurane tem rechaçado esses apetites (sobretudo aqueles de natureza corruptiva) em prol de uma certa eficiência e transparência. E agora, na falta de apoio político de Simango, que atirou para Amurane o ónus da prova (e este interpretou a oferta de apoio em assistência legal por parte de Daviz como um vexame), é crível que ele queira dar o salto. Qual salto? O provável salto para uma candidatura independente no próximo ano. Isso é possível. Aconteceu o mesmo com o próprio Daviz. Quando Dhlakama lhe retirou o tapete em 2008 na Beira, ele avançou como independente e ganhou. O MDM só viria a nascer em 2009.
Daviz ganhou porque já tinha conquistada na Beira não necessariamente a base militante da Renamo mas a base eleitoral da autarquia. O que deve ser o caso de Amurane. Sua gestão parece ter a aprovação da maioria dos nampulenses, um município macua, sua etnia (uma fonte de provável clivagem são as origens étnicas distintas entre Amurane e Simango).
Por isso, a batata quente está nas mãos de Simango. Ostracizar Amurane nas hostes do partido (afastando-o dos órgaos cimeiros) como fez com Araújo é ir cavando a sepultura do MDM enquanto formação que almeja ter relevancia à escala nacional. Mas sua natureza quase clânica também não ajuda. Se o MDM não se revitalizar para representar o arco-íris da moçambicanidade ele pode ir perdendo espaço. A gestão do caso Amurane vai ser crucial. A Frelimo e a Renamo estão à espreita...
2 comentários:
O Deviz simango perdeo focu do seu partido, esta claro que ja não consegue gerir os conflitos internos no seio dos seus membros. Esta claro que dois lideres com perfil dogma a manifestarem insatisfação com as atitudes do partido, o MDM entra na extinção. Um grupo de desertores do MDM em Nampula a dois anos, encabeçado pelo Dr. Baptista Isseque, ja havia arolado uma serie de iregularidades do partido MDM, hoje Amurane e Araujo, oque fica mais la internamente, uma duzia de familiares? A actual conjuntura politica favorece os dois beligerantes e chega de MDM.
Temos acompanhado atentamente o desenrolar estoria do pateta do Amurane. Caro leitor, o Amurane esta traduzir um problema pessoal para o partido. A titulo de exemplo nos ca no município da Beira ha tolerância zero a corrupção, se vocês forem a investigar no nosso município tem mais pessoas expulsa por corrupção e vários outros com processos na procuradoria, mas o presidente Daviz Simango não anda por ai a cantar.
O Presidente Simango ao propor arranjar advogado para o Amurane simplesmente mostrar que Ele esta sempre presente e próximo do seus membro( valorização, não abandona os seus membros nos momentos de
turbulência). E por fim não esquença que Amurane pertence a uma Dinastia pertencente a FRELIMO. Amurane é ambicioso e ganancioso.
Quanto a concentração do poder do presidente no MDM, ele próprio o Daviz Simango fez a proposta de descentralização e os membros foram quem chumbamos a sua proposta por achar que uma vez que o partido é novo e evitaria infiltrações. Forca MDM a juventude esta convosco.
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