A Renamo denunciou, ontem, alegados casos de “provocações” protagonizadas pelas Forças de Defesa e Segurança, que podem minar o prosseguimento das tréguas acordadas entre o Presidente da República e Afonso Dhlakama. A denúncia foi feita pelo porta-voz da Renamo, António Muchanga.
“Queremos denunciar a ocorrência de provocações que estão a ter lugar no país, protagonizadas pelas Forças de Defesa e Segurança, que podem por em causa estas tréguas decretadas pelos dois altos dirigentes do país “disse Muchanga.
De entre as alegadas provocações, o porta -voz da perdiz falou do assassinato de um membro do seu partido, na região de Zóbwè, província de Tete. Paralelamente, falou também de “perseguições”a vários partidários da Renamo nas províncias de Manica, Sofala e Tete, considerando que são situações que contrariam as tréguas.
Muchanga garantiu que, para já, as tréguas são para manter, mas repudia o que chama de atitudes provocatórias das forças governamentais, que podem provocar dissabores. “Queremos denunciar e repudiar esses actos e apelarmos a quem de direito, para que faça o uso do poder que a Constituição e a lei lhe conferem, para pôr ordem no seio das Forças de Defesa e Segurança”, exortou.
Para além das forças governamentais, a Renamo diz haver necessidade de conter, também, os membros da Frelimo, a quem acusa de continuarem a protagonizar actos criminais contra membros e simpatizantes da oposição.
TRÉGUA CADA VEZ MAIS AMEAÇADA
Os moçambicanos continuam a colher os saborosos frutos da trégua temporária decretada pelo presidente e lider da Renamo, Afonso Dhlakama. Pensamos que os políticos deste país devem fazer esforços titanicos para que a brevissimo trecho a trégua transforme-se num cessar-fogo definitivo. Sera uma pena e um absurdo do tamanho da serra da Gorongosa se o conflito voltar a eclodir no país antes ou depois do dia 4/3/17, dia em que expira..
Mas para a trégua prevalecer tambem é necessária a colaboração da Frelimo e os factos no terreno apontam para uma serie de acçoes inamistosas e belicosas das forças da Frelimo e desta forma, será extremamente dificil Dhlakama manter a sua palavra por muito tempo.
Com efeito, temos informacoes dando conta que no último Domingo (8/1/17), entraram na Gorongosa 5 autocarros cheios de militares e foram reforçar as posições ao redor da Serra e Nhamapaza. São cerca de dois batalhões , o que equivale a uma flagrante violacao da tregua. Deste numero, 50 fugiram ao longo do trajecto Muxungue-Inchope.
Há também informações sobre atrocidades contra as populacoes e sobretudo membros e simpatizantes da renamo a serem cometidas pelos militares da Frelimo em Tsangano, Barue, Macossa, Gorongosa. Nestes distritos, as Fademos e Fir continuam a raptar e matar as pessoas e a pilhar os seus bens.
No dia 6/1/17, no distrito de Tambara, as forças da Frelimo raptaram na vila Nhacolo, nos bairros Campange e Muzunja, os senhores Rafael Campira e Ezequiel e foram levados ao quartel e nunca mais foram vistos. Quando os familares foram para la procurar saber, os militares fizeram se desentendidos.
A vista destes gravíssimos incidentes e violações, será quase impossível manter se a trégua por muito tempo, no minimo até a data da sua expiração. É lamentável esta atitude anti patriotica da Frelimo que faz esforços desesperados para prolongar com o conflito afim de continuar a manter Dhlakama e seus membros influentes nas matas e lugares incertos até as vésperas das eleições. Os dois meses da trégua é um tempo precioso que deve ser aproveitadado para se trazer a paz efectiva e duradoira que todos almejamos.
Mas o maximo que a Frelimo vai conseguir com o seu belicismo é perda total do poder ou divisão do país. Dhlakama não quer a guerra mas está pronto para enfrenta la e mais uma vez ganha la. Até porque já a ganhou, apenas falta escorraçar com a Frelimo em ofensivas de larga escala, caso esta continuar a "gingar" no diálogo para arrastar o processo.
Portanto, caros compatriotas, amigos e seguidores, depois não venham acusar o marechal Dhlakama de ser belicista. A iniciativa da trégua foi dele e ainda deu mais 60 dias e até agora resiste estoicamente às graves provocações da Frelimo mas a paciencia tem limites.
Unay Cambuma
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