sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Distribuidores privados de água insatisfeitos com a distância das fontes


A situação torna o negócio menos rentável

Dias depois da empresa Águas da Região de Maputo ter recuado da decisão de suspender o fornecimento de água a camiões-cisternas - devido à situação de escassez de água no rio úmbeluzi, facto que está a condicionar o abastecimento de água a região de Maputo -, e ter escolhido alguns furos para o efeito, os operadores privados mostram-se insatisfeitos pela localização de algumas tomas. Uma delas está localizada no bairro de Intaka, no Município da Matola. Interpelamos Franco do Canto, um dos operadores. Ele conta que há muitos constrangimentos. “A estrada está bastante danificada, o que constitui um prejuízo para todos nós. É difícil chegar até aqui. Com a crise de água, não temos muitas alternativas. Há algum tempo fazíamos várias viagens, mas agora está difícil. Saio da Matola e só consigo, no máximo, fazer duas viagens e o consumidor não quer saber dos custos adicionais, está acostumado ao preço antigo”, disse.
No mesmo local encontramos Samuel Banze, motorista de um dos camiões-cisternas que também deplorou a situação. “Além da via de acesso, as condições criadas para o enchimento dos tanques, deixam a desejar. Devido à condição do terreno, tive dificuldade para estacionar o camião, tive de pedir que me rebocassem para sair do local onde havia enterrado. Ademais, uma das tomas não está a funcionar, o que quer dizer que perdemos muito tempo aqui na fila. Outrossim, é que gastamos mais combustível para chegar aqui, se comparado com os outros locais”, disse. 
GESTORES DOS FUROS QUEIXAM-SE DE FALTA DE CLIENTES
A gerir o processo de enchimento dos camiões encontramos Amado Mário (da empresa Moplus, Comércio e Investimentos, que gere as tomas) e disse que o número de clientes tende a decrescer, devido à localização do local. “Os clientes reclamam pela condição da estrada. Alguns deles dizem que não podem entrar até aqui, porque temem que os seus camiões possam estragar a suspensão”, disse Amado que avançou que há dias que a situação é bastante crítica. “Em alguns dias sentamos aqui a espera de carros e só vêem entre um a dois carros. Não é como antes que recebíamos muitos carros”, terminou. Os fornecedores de água, através de camiões-cisternas, abastecem bairros da cidade de Maputo, Matola e Boane, bairros que não são cobertos pelas Águas da região de Maputo.

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