sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Valentina Guebuza, de empresária e poderosa a vítima de «maldição presidencial»

Valentina Guebuza (imagem biznisafrica.co.za)
Moçambique
Valentina Guebuza, de empresária e poderosa a vítima de «maldição presidencial»
13:03 - 15-12-2016


                       Valentina Guebuza, filha do ex-Presidente Armando Guebuza, tornou-se numa das principais empresárias de Moçambique, numa carreira interrompida por um homicídio com contornos de violência doméstica e que se junta a um rol de casos envolvendo familiares de antigos estadistas.

Valentina Guebuza foi assassinada com quatro tiros na sua residência em Maputo na noite de quarta-feira, num crime que a polícia enquadrou como violência doméstica e atribuiu ao seu marido, Zófimo Muiuane, com quem se casara há apenas dois anos.

Aos 36 anos, a filha mais nova do ex-chefe de Estado Armando Guebuza, que governou Moçambique entre 2005 e 2015, dirigia a ‘holding` familiar Focus 21 Management & Development, com interesses na banca, telecomunicações, pescas, transportes, mineração e imobiliário.

A revista Forbes colocou-a em 2013 no sétimo lugar das vinte jovens mais poderosas de África, numa lista liderada pela angolana Isabel dos Santos, igualmente filha de um chefe de Estado.

Em abril de 2014, os negócios de Valentina Guebuza estiveram sob polémica, ao receber a adjudicação direta da operação de passagem do sinal analógico para digital de televisão e rádio, avaliada em 150 milhões de dólares.

O acordo de concessão foi entregue à Startimes Software Tecnology, empresa da China que detinha 85% da Startimes Mozambique, da qual Valentina Guebuza era presidente.

A Focus 21 detinha igualmente interesses no terminal de cereais do porto da Beira (Beira Grain Terminal), juntando-se a várias empresas, incluindo os Caminhos de Ferro de Moçambique.

Num trabalho publicado pela Forbes em 2012, Valentina Guebuza descrevia uma infância humilde e que chegou a trabalhar num restaurante e como secretária, enquanto estudava Engenharia Civil na África do Sul.

A revista retratava-a como a «princesa milionária», que construiu a sua carreira empresarial durante os mandatos presidenciais do pai, levando o Centro de Integridade Pública, organização moçambicana da sociedade civil, a pedir ao Ministério Público a investigar o súbito enriquecimento de Valentina Guebuza, o que nunca terá acontecido.

A filha do antigo Presidente envolveu-se ainda na política, ao ser eleita para o Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no congresso realizado na cidade de Pemba em 2012, e mantinha um lugar no órgão mais importante do partido no poder entre congressos.

Numa das primeiras reações ao homicídio, a bancada parlamentar da Frelimo endereçou hoje condolências a Armando Guebuza pela morte da filha.

«Para a Frelimo, esta morte revela uma clara manifestação de violência doméstica, a Frelimo repudia qualquer tipo de violência contra as mulheres», disse a chefe da bancada maioritária, Margarida Talapa.

Segundo a polícia, Valentina Guebuza foi atingida com quatro tiros e levada ainda com vida para o Instituto do Coração de Maputo, mas não resistiu aos ferimentos.

«Imediatamente, o principal indiciado, que é o esposo, foi detido e neste momento está em curso todo o processo que vai culminar com a devida responsabilização, se for concluído o envolvimento deste cidadão», afirmou o porta-voz do comando-geral da polícia.

A empresária moçambicana casou-se a 26 de julho de 2014 com Zófimo Muiuane, chefe do departamento de marketing da operadora de telecomunicações Mcel, numa cerimónia religiosa na Igreja Presbiteriana de Chamanculo, nos arredores de Maputo, perante centenas de convidados, e ambos tiveram um filho.

O caso de Valentina Guebuza junta-se a outros polémicos envolvendo filhos de antigos estadistas moçambicanos.

Josina Machel, filha do primeiro Presidente da República, Samora Machel, ficou cega de um olho no final de 2015 num caso igualmente atribuído a violência praticada pelo seu companheiro.

Em 2007, o filho mais velho do ex-Presidente Joaquim Chissano foi associado ao assassínio do jornalista Carlos Cardoso, ocorrido sete anos antes.

Durante o julgamento, vários arguidos ligados à morte do jornalista apontaram o envolvimento no caso de Nympine Chissano, dando origem a um processo autónomo, que não chegou ao fim, devido à sua morte, aos 37 anos.
Não tenho entrado com frequência no Facebook porque me direcionei a outros aspectos, embora alguns facefriends me tenham indirectamente chamado para um debate querendo algumas provas de citações. farei isso mais tarde, aliás na segunda-feira.
Hoje, vi tanta mensagem que me fez lembrar do conceito de justica em Hobbs (da nossa natureza natural à natureza artificial imposta pelo estado na luta do todos contra todos, resumindo muito de leve) e conceito de Justiça em John Rawls (quando as pessoas recobertas do véu da ignorância firmam um pacto de igualitário até chegarmos a justiça como equidade. outro resumo) Não quero discutir aqui esses conceitos, está convidado quem realmente sabe do que falo.
Para completar tive uma colega no Doutorado, Luciane Pedreira, que escrevia sobre Direito a Indignação e como parte dos direitos humanos e Cultura.
Juntando esses três, me questiono como definimos justiça em Moçambique? enquandra-se a justica em Mocambique no estado natureza ou estado artificial (aquela dada pelo estado)? O estado moçambicano é justo? Se pensarmos justiça como equidade essa pode ser aplicada a Moçambique? sentiriamos os mesmos sentimentos (dor, alegria, amor, tristeza, etc) dos outros?
Pensando no direito à indignação como direito humano e direito Cultural podemos determinar o que nos pode indignar que não machuque o outro? Até onde vai o nosso direito a Indignação? Se quisermos mais simples a nossa indignação nos dá que direitos?
Comentários
Miro Guarda Brazao Catopola, de-me so uns 3 aninhos para fazer o doutoramento que volto para debater contigo...
Rodolfo Rogerio Tens razão Miro Guarda esse nosso amigo as vezes quando escreve eu ate leio, mas o problema é que no final da leitura n percebo absolutamente nada... Tenho a certeza q ele escreve em Lingua Portuguesa.
GostoResponder114 h
Eusebio Costias Do meu lado o DR. Brazao Catopola esta a convidar nos a uma grande reflexao e posterior debate. Nao que seja absolutamente aguardar 3 anitos para entrar num debate.....Nunca esperar para debater mas sim preparar se o suficiente para debater um determinado assunto.
Brazao Catopola Miro Guarda, o nosso estado como alternativa a natureza selvagem do homem traz-nos a felicidade? Hobbs. será que para sentirmos a justiça feita, vale tudo incluído não ter sentimentos ou seremos justicados se o outro quem não gostamos sofrer? John Rawls... até que ponto temos direito a estar indignados e se essa indignação nos pode levar a agir como queremos?
Muito provavelmente respondendo a essas questões podemos compreender certas msgs
Junior M Nkanone "A nossa indignaçä nos dá que direitos"? Minha resposta: Nossa indignaçäo nos dá direito apenas a isso: INDIGNAÇÄO. Nenhuma acçäo particular ou colectiva pode ser tomada tendo como justificaçäo a indignaçäo por si so. Principalmente quando a mesma (acçäo) ferre liberdade de outrem. A indignaçäo é subjectiva e näo tem nenhum "preceito Legal" que a legitime...MEU PONTO DE VISTA

Celeste Jaime Temos sim, direito e liberdade à indagação, se forem aspectos que nos conduzem à reflexão e não à respostas imediatas. BOA CATOPAS

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