sábado, 3 de dezembro de 2016

NYUSI DIZ QUE MISSÃO PARA PAZ NÃO DEVE SER DEIXADA SÓ PARA POLÍTICOS

O Presidente da República, Filipe Nyusi, diz que a missão para o restabelecimento da paz em Moçambique não deve ser deixada somente para Si e Afonso Dhlakama, líder da Renamo, principal partido de oposição, pois exige o envolvimento de todos os moçambicanos.
Na visão do Chefe do Estado, para que os esforços no sentido da paz surtam os efeitos desejados é necessário o envolvimento de todos os segmentos da sociedade.
O estadista moçambicano teceu estas considerações quando interagia com membros do Fórum das Associações Moçambicanas dos Deficientes (FAMOD) que o interpelaram no sentido de continuar a envidar esforços em prol da paz.
O Fórum das Associações Moçambicanas dos Deficientes FAMOD foi recebido pelo Presidente da República, hoje, no seu Gabinete, por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, efeméride que se assinala sábado, sob lema promover a paz e acesso aos serviços básicos para pessoa com deficiência e assegurar o desenvolvimento sustentável.
Dos esforços que temos estado a fazer, eu sinto que, com o apoio e consciência de todos os moçambicanos, estamos em altura de, muito rapidamente, atingir algum consenso. Não deixem essa missão para o líder da Renamo, Dhlakama, e o vosso Presidente só. Se dependesse desses dois, já estaríamos a ter uma outra linguagem, pelo que tenho visto dos procedimentos dos contactos, disse.
As pessoas com deficiência querem que a tensão político-militar que se vive nalguns pontos do país cesse imediatamente, pois torna a cada um dos cidadãos candidato para a deficiência.

A vossa mensagem foi muito profunda quando referem que, com a guerra, há muitos candidatos para serem pessoas com deficiência. Não é mentira, porque alguns que estão aqui são resultado desta calamidade provocada pelo homem. E tudo temos estado a fazer, disse.
Nyusi acrescentou que a presença produtiva e efectiva, a colaboração, a honestidade e franqueza e a vontade dos moçambicanos contam mais do que duas pessoas que sempre colocamos a importância, porque não há homem importante mais do que o povo no seu conjunto.
Na sua mensagem, as pessoas com deficiência mostraram-se igualmente preocupadas com a crise económica e financeira que torna o custo de vida cada vez mais elevado.
Em resposta a isto, Nyusi incentivou à prática da actividade agrária para a produção de comida, dentro das capacidades de cada um.
Cada um, na sua capacidade, pode produzir para poder ajudar o crescimento deste país. Aconselho-vos e recomendo-vos para juntos pegarmos a enxada, o martelo, a caneta, o pincel, as mãos próprias para fazer o cesto para ver se conseguimos resolver a crise que, de facto, a sua solução depende de moçambicanos no seu conjunto, recomendou.
O estadista disse que as pessoas com deficiência podem participar em actividades agrárias, produzindo, por exemplo, aves e hortícolas, contribuindo, assim, no desenvolvimento da economia nacional.
O FAMOD manifestou ainda a vontade de o governo realizar acções concretas, visando a inclusão das pessoas com deficiência a todos os níveis, em cumprimento do princípio nada para nós, sem nós.
Para a materialização deste desiderato, não basta a simples inserção no ministério de Género, Criança e Acção Social, de forma incipiente, como temos estado a assistir, mas é preciso que a questão da deficiência seja entendida como uma questão transversal, daí que deve-se reflectir em todos os ministérios, refere a mensagem apresentada por Cantol Pondja em representação do FAMOD.
Pondja apontou como desafios que se colocam ao governo no acesso aos serviços básicos das pessoas com deficiência a saúde, educação, emprego, transporte, redução da pobreza, comunicação, falta de recintos desportivos adaptados, formação de intérpretes em língua de sinais e sistema braile.
Explicou que estes aspectos permitem maior inclusão e participação activa no desenvolvimento da sua vida e do país, passando-se, assim, para uma sociedade menos discriminatória.
O FAMOD é uma organização que congrega 24 associações de e para pessoas com deficiência, tendo como objectivo principal promover e proteger os direitos deste grupo social, através de acções que visam a sua integração na sociedade, servindo de interlocutor válido para assuntos da deficiência no país e no estrangeiro.
Anacleto Mercedes (ALM)/sn
AIM – 02.12.2016
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Posted at 20:19 in Defesa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink ShareThis

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Comments
1

Frank said in reply to Chuphai...


O que o sr. Felipe Gomate Nyusy quer dizer é que estas conversas entre mudos são uma farsa. Ele está a confirmar que a Frelimo não quer a tal paz porque isso implica a partilha de recursos de Moçambique com a Renamo. A Renamo quer um quinhão do tão almejado bolo.
A Frelimo não precisa da paz com Renamo para continuar a sua política de pilhagem e opressão do empobrecido Moçambique. A Renamo está moribunda politicamente e a Frelimo sabe disso. A Frelimo organizou-se militarmente para suprimir qualquer sinal de oposição.
A Paz implica uma mudança de regime que terá inicialemte custos elevados mas que a médio prazo permitirá alcançar a paz.
03/12/2016 at 13:40
2

Chuphai said...


Este Senhor que tem o nome de alto dirigente da Nação, cada dia que passa tem uma linguagem que assusta a todos os Moçambicanos. Eu chego a pensar que temos alguém que esta a estagiar ser presidente. Acho que a Frelimo devia pensar muito bem em vez de vir ao público dizer que tem um presidente sábio enquanto nestes 2 anos já nos mostrou com A e B que em vez de governar, parece estar a ser governado.
Nos queremos PAZ e não queremos essas brincadeiras de criancice.
03/12/2016 at 11:05

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