terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A HISTÓRIA DE ELA, QUE VIVEU TRÊS SEMANAS E MEIA COMO ESCRAVA SEXUAL NAS SELVAS DO CONGO



Diário da África

17/12 às 21:59 ·


A HISTÓRIA DE ELA, QUE VIVEU TRÊS SEMANAS E MEIA COMO ESCRAVA SEXUAL NAS SELVAS DO CONGO

Estive hoje com o belga François Dumont, porta-voz da organização não-governamental Medecins Sans Frontieres (MSF) para o leste da República Democrática do Congo (RDC).

Ele me passou alguns números de atendimentos da entidade na província de Kivu Norte. Goma, onde estou, é a capital.

Entre janeiro e outubro, a equipe de médicos da entidade fez o seguinte:

1) mais de 4.600 intervenções cirúrgicas;
2) cerca de 172 mil consultas;
3) 27 mil pacientes admitidos em hospitais onde a entidade atua;
4) tratados mais de 7 mil pacientes com cólera;
5) realizados cerca de 850 cirurgias em pacientes com ferimentos de guerra;
6) tratados mais de 3.200 casos de mal-nutrição;
7) vacinadas 19.900 pessoas contra rubéola;
8) Atendimento médico a cerca de 5.700 vítimas de violência sexual.

Revejo a relação de atendimentos.

Um monte de números.

Os números do item 8 me chamam a atenção. Atendimento médico a cerca de 5.700 vítimas de violência sexual.

Nada me dizem. Ou melhor, nada me diriam se eu não tivesse feito o que fiz no domingo de manhã.

Tudo começou porque conheci Mikal Hem, jornalista norueguês de 35 anos que, por acaso, estava hospedado no mesmo hotel que eu em Goma.

Ele havia chegado a Goma na sexta-feira, um dia depois de mim, num vôo proveniente de Kinshasa. Veio com outros jornalistas noruegueses (sim, aqueles que conseguiram a entrevista exclusiva com o general rebelde Laurent Nkunda só pelo fato de serem loiros, jovens, dinamarqueses e europeus) para cobrir a visita de um desses ministros noruegueses que agora não me recordo quem.

Ofereci a ele uma carona no carro que alugamos para o evento com Nkunda, no sábado, em Rutshuru. Ele aceitou, mas depois disse que tinha outras entrevistas para fazer e acabou não nos acompanhando.

Voltamos a nos encontrar no restaurante do hotel, no sábado à noite, quando voltamos de Rutshuru. Comentei que gostaria de entrevistar algumas crianças-soldado, mas que o Unicef me informara que, provavelmente, não seria possível. Os jovens estão muito traumatizados e as ONGs que cuidam de sua recuperação querem preservá-los e evitar que revivam os horrores da guerra naquelas entrevistas que os jornalistas adoram fazer.

Mikal me disse que, no domingo, entrevistaria alguns jovens que integram projetos de recuperação e reinserção social promovidos pela Norwegian Church Aid em parceria com outras entidades. Perguntou se eu gostaria de ir. Aceitei.

Entrevistamos três jovens. Mas agora vou contar a história de uma delas.

Na verdade, a história de um número. Provavelmente, um daqueles 5.700 casos de vítimas de violência sexual.

Houve duas condições para a entrevista: nomes não seriam citados. Rostos não seriam mostrados.

Por isso não saberemos o nome dela. Por isso vocês não verão o rosto dela.

Mas vou contar sua história. A história de Ela, que viveu três semanas e meia como escrava sexual nas florestas da República Democrática do Congo.

Ela tem 19 anos e nasceu na vila de Katana.

Em agosto do ano passado, soldados hutus que participaram do genocídio em Ruanda, em 1994, e que ainda perambulam pelas selvas da tríplice fronteira entre o Congo, Ruanda e Uganda, invadiram o vilarejo onde Ela morava com sua família.

Mataram o pai de Ela, amarraram a mãe com as mãos nas costas e a deixaram sob a mesa da cozinha. Ela e dois irmãos mais novos foram levados pela milícia, junto com outros jovens do vilarejo.

Foram obrigados a transportar mantimentos e bagagem dos soldados. Durante três semanas e meia, as mulheres do grupo foram sucessivamente estupradas. As violações eram feitas por soldados sozinhos, em grupos.

Quatro mulheres que se recusaram a se submeter aos criminosos foram assassinadas e seus corpos largados na selva.

Ao fim das três semanas e meia, as mulheres sobreviventes foram abandonadas na floresta. Descalças, semi-nuas, arrebentadas no corpo e na alma. Os rapazes foram levados para continuar a carregar a bagagem dos soldados.

Ela foi encontrada por moradores da região e levada de volta a Katana. Seu pai já havia sido enterrado. Sua mãe desaparecera.

Sentindo-se sozinha, Ela partiu em direção a Goma. Na cidade, conheceu um professor que a levou para um centro de recuperação.

Pouco tempo depois, Ela descobriu que estava grávida.

Ela não fala inglês nem francês, apenas swuaili. A entrevista conta com a ajuda de um intérprete congolês. Decido fazer uma pergunta difícil. Aviso ao intérprete que é uma pergunta difícil.

EU – Você pensou em abortar a criança em algum momento?

Ferdinand, o intérprete, me olha nos olhos, respira fundo e baixa o tom de voz antes de traduzir a pergunta para swuaili.

Ela baixa a cabeça. Seus olhos enchem-se de lágrimas. Fala para dentro.

Não entendo uma palavra do que Ela diz em swuaili, mas a tristeza no seu rosto é tão cortante que também me emociono. É como uma cicatriz que está condenada a carregar pelo resto da vida.

Antes de traduzir, Ferdinand dá um suspiro e diz:

FERDINAND – É um pouco difícil.

E traduz.

ELA – Sim, pensei. Mas não sabia como fazer. Quando a bebê nasceu, fiquei feliz porque era minha filha. Mas não totalmente feliz pela forma, pela dor como ela foi concebida.

Em breve, Ela terá uma profissão inusitada para uma mulher: encanadora.

ELA – Estou feliz e sou grata por ter sido recebida aqui e por estar aprendendo uma profissão que me dará conhecimento e esperança para reconstruir minha vida.

EU – Que conselho você daria às mulheres que passam pelo que você passou?

ELA – Que não fiquem em silêncio. Que procurem ajuda.

A filha de Ela tem cinco meses. Ficou parte da entrevista amarrada às costas da mãe, enrolada naqueles panos tão característicos de África. Depois começou a chorar e foi levada por um colega. Não escutou a mãe dizer que havia pensado em abortá-la.

Ela, de 19 anos, com a filha de cinco meses amarrada nas costas

François, dos Medecins Sans Frontieres, me chama a atenção que os 5.700 casos de violência sexual atendidos são apenas os conhecidos pela entidade. Apenas os de mulheres que, de uma forma ou de outra, acabaram sendo atendidas por algum médico da ONG e agora fazem parte das estatísticas.

Não se sabe quantos mais existem por aí. Ou por que as mulheres têm medo, vergonha, não sabem a quem recorrer, não sabem que têm direitos ou por que vivem em áreas de conflito em que o nível de segurança é muito baixo para que os médicos cheguem aos vilarejos nas profundezas do Congo.

As mulheres são atacadas, em geral, quando saem para buscar água ou lenha nos arredores de casa.

Antes de falar com François, eu havia entrevistado Jaya Murthy, porta-voz do Unicef para o leste do Congo. Jaya é meio canadense, meio indiano. Tem quase dois metros de altura e está em Goma há cinco anos.

Quando pergunto a ele sobre os casos de abusos sexuais contra meninas e mulheres, ele também menciona alguns números. Mas é uma frase dele que mais me chama a atenção.

JAYA – O lado ruim dos números é que eles não mostram a crueldade dos estupros, que as mulheres são violadas sucessivamente durante dias e por vários homens ao mesmo tempo. São violações tão graves que muitas precisam de cirurgia de reconstrução vaginal e anal.

Algumas mulheres vítimas de violência sexual estão sendo preparadas pelo Unicef e outras entidades para quebrar o silêncio, para denunciar o que sofreram, apontar os agressores para que outras mulheres sintam-se estimuladas a não se calar.

Em Goma há um hospital especializado nesse tipo de tratamento. Irei lá amanhã.

Mas vou com aquela impressão de que já vou tarde.

Texto publicado originalmente na segunda-feira, 24 de novembro de 2008.

Para ler no site, siga o link: http://www.diariodaafrica.com/…/histria-de-ela-que-viveu-tr…


A HISTÓRIA DE ELA, QUE VIVEU TRÊS SEMANAS E MEIA COMO ESCRAVA SEXUAL NAS SELVAS DO CONGO
DIARIODAAFRICA.COM|DE CARLOS ALBERTO JR.



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Comentários

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Diário da África Vanessa Silva
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Edson Fernandes Vou lêr depois.
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Aristides Áris que trágico! o mundo vai de mal a pior.....somente JEOVÁ tem a solução desses problemas(.2Timóteo 3:1-5)
Gosto · Responder · 10 · 18/12 às 21:47


Famoso Ell Famoso Sou Áfricano e sinto isso na pele e no osso,mas não serei eu a fazer justiça porque se dava eu faria para todos esses estupradores.Mas Dêus fará a justiça e bem feita será a justiça de Dêus seus diabólicos.
Gosto · Responder · 2 · Ontem às 4:35 · Editado


David Caruso Viver uma realidade dssa,é um inferno antecipado...a maldade humana vai mto longe.
Gosto · Responder · 5 · 18/12 às 9:32


Da Silva Vaz Thronkhu Foda-se porra ser turturada por causas alheias , somos mesmo atrasados
Gosto · Responder · 1 · 18/12 às 10:07


Anatercia Armando Machaieie Machaieie Sera k esses estupradores nasceram ou cairam do ceu p fazeer maldades!? dificil entender é triste
Gosto · Responder · 1 · Ontem às 0:30


Afonso Marques Focito Focito Prefir naõ terminar a leitura desta triste cena,triste que volto mais uma vez perguntando porque Deus permite isso??
Gosto · Responder · 1 · 18/12 às 9:00
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Tania Silva BeIdades Deus nao permite nada.o homem tem livre arbitrio esses miseraveis fazem isso por força da maldade e do diabo.
Gosto · Responder · 3 · 18/12 às 17:54


Afonso Marques Focito Focito Este mesmo diabo também é obra de Deus.
Gosto · Responder · 18/12 às 18:25


Timoteo Ronda Vulai Deus nao criou o diabo, para ser rebelde, mas sim ele no seu orgulho, caiu na rebeldia...
Gosto · Responder · 1 · 18/12 às 19:04


Afonso Marques Focito Focito kkkkkkkkkkkkkkkkkk !....
Gosto · Responder · 18/12 às 19:17


Aristides Áris DEUS se importa muito com o sofrimento que assola a humanidade,(Geneses 6:5) por isso em breve ele vai agir pra acabar com toda a maldade na terra e os mansos possuirão a terra e viverão nela pra todo sempre (Salmos 36:29),
Gosto · Responder · 2 · 18/12 às 21:43


Afonso Marques Focito Focito Os mansos,kkkkkkkkk espero que seja breve,se ver a história do mundo desde os tempo remoto o homem viveu quase sempre em guerras,exploraçaõ de homen para homem muitos deles usando Deus,eu acho que o inferno é mesmo aqui na terra.onde o mal reina infelizmente.
Gosto · Responder · 2 · 18/12 às 22:08 · Editado


Tyana Tatiana o salario d pecado é a morte km desobedece,desonra seu pai diminue seus dias n terra!!kuanto mais o pecado se multiplica,multiplica a dor!!!pois tudo o k vc e eu colhemos agora é fruto d k plantamos ontm!!
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Eagle DeBrito #Afonso, tu tens uma consciência analítica muito boa, não és fanático. mas sim, és realista. continua assim. ''O homem viveu sempre em guerra e exploração.'' E, vai ser sempre assim.
Gosto · Responder · 1 · Ontem às 4:11


Elizeth Alexandre Eagle ñ,ñ vai continuar assim
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Elizeth Alexandre Deus nos assegura que em breve a situação mundial vai melhorar,pois será establecido seu Reino aqui na Terra
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Emanuel Da Silva Isaac Pagarei pra ver a segunda vinda do Altíssimo...
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Simão Salvador Salvador Crueldade é a palavra que posso usar.para este tipo de caso,os estrupadores,quando apanhados,deviam ser sentenciados a morte.
Gosto · Responder · 1 · 18/12 às 13:16


Domingos Gaspar Manuel Manuel Como me partiu o coração!. A crueldade é tanta nessa região da RDC que até causa mal estar!. As mulheres aí estão a passar e passam pelas piores sevícias!. Como angolano que sou, já li, assisti e ouvi histórias horripilantes como essa. Até homens sofrem isso também!. Certa vez, no Jornal África, entrevistaram um senhor que era camponês, que relatou a sua deplorável experiência de ter sido violado por 5 soldados desses... e que em consequência desse ataque já não podia trabalhar. E pelo andar dele se percebia o que ele queria dizer. É demais o sofrimento, que venha rápido o Reino de Deus!.
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Augusto Alberto King Porque que deus permite,tanta crueldade nus homens eo mais agravante.é que esses animais ficão imponi faça qualquer coisa,nesta homanidade principalmente em africa meu deus.
Gosto · Responder · 1 · Ontem às 12:23


Elizeth Alexandre Essa é uma pergunta muito importante,queres obter resposta?
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Albano Manuel Litão sim
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Lourenco Ell Tomoroon isso não é Novidade no Congo acontece Coisas mas grave que isso
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Stanislav Leczinski Lopes Mas porque é nós alguns pensa que Deus, ou os europeus é que vão resolver os nossos problemas?
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Lucinda Kawane Custódio Crueldade..... Deus tenha compaixão de nós. ..... e castigue esses abomináveis estrupadores.....
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André K Chilanda Chilanda É imperioso que as vítimas ganhem coragem para denunciar os agressores,para que sejam responsabilizados criminalmente.São actos repugnantes e reprovável a todos os títulos.
Gosto · Responder · 18/12 às 22:25 · Editado


Jacline Marina Neto meu Deus ate quando esse sofrimento, porque que não acaba com o mundo logo, para que as pessoas maldosas paracem de fazer mal.
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Francisco Denilson Francisco Que triste, Deus pai sê com eles! Os povos africanos continuarão a praticar males com seus irmãos até quando?
Gosto · Responder · 18/12 às 9:31


Barros Domingos Da Kipata É a caracterização do humanismo!! Pensa que fazer mal à inocentes levaria à uma vida eterna!!
Gosto · Responder · 18/12 às 13:48


Manuel Machado ... eu temo que de tanta tristeza que o mundo nos brinda um dia viremos a perder o amor ao proximo ou seja que nossos corações perca a siceblidade e quê...
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Ernesto Da Silva Kuaba Assim vão dizer que o ser humano é racional; i os outros animais são irracionais
Gosto · Responder · 18/12 às 16:39


Jaciro Nzambi O POVO É INOCENTE DAS ARTIMANHAS DOS GOVERNOS SATANICOS AFRICANOS, POR ISSO NÃO MERECE MAUTRATADO CRUELMENTE. ISSO É DESUMANO CADE A ONU, QUE NADA FAZ PARA A PAZ NO MUNDO?
Gosto · Responder · 3 · 18/12 às 12:21


Luzia Cesaltina Francisco Francisco O TEXTO É LONGO MAS TEREI PACIÊNCIA DE LER.
Gosto · Responder · 2 · 18/12 às 15:08


Lucas Henrique Matine Triste! Os dados são esmagadores!
Gosto · Responder · 1 · 18/12 às 7:49


Ciliana Dos Anjos Anjo Que triste situação!
Gosto · Responder · 1 · 18/12 às 14:25


Tyana Tatiana que triste!!!até onde é capaz d xegar o ser humano...!!!
Gosto · Responder · 1 · Ontem às 1:23


Larício Levítico Dellegado Mas então isso é de lamentar ou é para curtir?!!
Gosto · Responder · 1 · 18/12 às 11:56


Bętö Märåvīlhå Müyöngö Inusitado...
Gosto · Responder · 1 · Ontem às 2:30


Paula Milheiro
Gosto · Responder · 18/12 às 14:13


Miranda Jose Gilson Esses sao os efeitos da guerra, q cena triste
Gosto · Responder · 18/12 às 8:44


Manuel Machado ... é mta dor!!!
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José Afonso Ziloy Que Deus conduza ela em bons caminho
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Carlitos Quibomba Da Silva
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Floripes Matavel Que Deus as conforte
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Manuel Manuel triste isso
Gosto · Responder · Ontem às 3:43


Bernard Warley África why??? 😢😥😱🙇😓😫😢😢😢
Gosto · Responder · 18/12 às 15:18


Delfina Abriela Marcelo Deus olha para esse povo tão sofredor. Viver este pesadelo e orrivel.
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Ntinti Fátima Ndongala Patrick Enquanto os dirigentes contam milhões!
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Adelina Anastacia Aliny Oremos por elas
Gosto · Responder · Ontem às 0:57


Afonso Cateve Katevando Ups! Que tristeza.
Gosto · Responder · 18/12 às 12:53


Andre Lill'iro Custa acreditar que Ainda acontece coisas do genéro.
Gosto · Responder · 18/12 às 9:03


Nadia Samo E d s lamentar
Gosto · Responder · 18/12 às 23:00


Falgao Dos Prazeres Cassange Homem destruíndo o próprio Homem sacanagem
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Chandinho Vogado Dedé Misericórdia...
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Albino Renascentista Cavimbi Jacquer está mal
Gosto · Responder · 18/12 às 17:46


Mellisa Mellisa Só Deus.
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Luisa Neves Neves K maldade meu deus
Gosto · Responder · 18/12 às 21:32


Gomes Issemo Go que Deus não desafaste demas de Africa
Gosto · Responder · 18/12 às 21:09


Castelo Negro Escócia Eu também passei por isso tbm fui escravo sexual durante um ano numa ilha só de Mulheres Bonitas...
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De Paiza Stepy q deus ajuda aquila terra de goma
Gosto · Responder · 17 h


António João Camuhoto Camuhoto Triste

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