terça-feira, 29 de novembro de 2016

Vale a pena estar no poder

António Costa

Vale a pena estar no poder

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As sondagens favoráveis a António Costa, mesmo depois de provado que os seus planos eram ilusórios, provam que em Portugal quem tem o Estado tem tudo, e quem não tem o Estado, não tem nada.
Em 2015, António Costa prometeu acabar com a austeridade e pôr a economia a crescer. Pouca gente acreditou, e Costa perdeu as eleições, com um dos piores resultados de sempre do PS. Mas Costa, apesar da humilhação, subiu ao governo. E o país pôde assim confirmar, em 2016, que as suas promessas eram de facto vãs: a austeridade foi apenas redistribuída, e o crescimento previsto é inferior ao dos tempos da “espiral recessiva” da troika. Mas eis que acontece isto: segundo as sondagens, muita gente parece agora, depois de provado que Costa não tinha razão, disposta a votar nele. Dir-me-ão: são as sondagens. Pois são, mas é o que temos. Que se passa? Porque é que o país da Europa cujas perspectivas são mais sombrias é um dos poucos onde as sondagens dão boas notícias ao governo?
António Costa não pôs a economia a crescer, nem acabou com a austeridade, mas conseguiu outra coisa, que em Portugal é tudo para ter aplausos: instalar-se no Estado, sem prazo para de lá sair. A maioria parlamentar está de pedra, Bruxelas aprova-lhe os orçamentos, o BCE empresta-lhe dinheiro, Costa distribui esse dinheiro pelas suas clientelas, o presidente da república congratula-se, e os comentadores competem nos estúdios para ver quem louva mais alto a “habilidade” do primeiro-ministro. Sim, valeu a pena ir para o poder. Sim, valeu a pena pisar as tradições políticas do regime, de precedência do partido mais votado e de exclusão de comunistas e neo-comunistas.
O general MacArthur dizia que não havia substituto para a vitória. Em Portugal, não há substituto para o poder. Portugal tem 200 anos de eleições. Mas a primeira vez que uma força política passou da oposição ao governo por via eleitoral foi em 1979, e a primeira vez que um primeiro-ministro candidato a reeleição perdeu foi em 2004, com Santana Lopes (só aconteceu uma segunda vez, em 2011, com José Sócrates). Foi sempre muito difícil constituir, a partir da sociedade, movimentos capazes de desafiar quem estava instalado no Estado – e nem sempre foi preciso o Estado ser policial: bastou que o Estado fosse grande em relação à sociedade, permitindo aos que o ocupavam cuidar das maiores clientelas do país e explorar o seu impacto na opinião. Nessas condições, as alternâncias no governo quase só ocorreram à força ou por desagregação do poder instalado, geralmente quando faltava dinheiro. Hoje, perante uma sociedade endividada, descapitalizada e envelhecida, o Estado, movimentando valores equivalentes a metade do PIB, é a última força em Portugal. Quem tem o Estado, tem tudo; quem não tem o Estado, não tem nada.
Daí Portugal ser um dos poucos países europeus em que não há movimentos anti-sistema a abrir noticiários. Enquanto a Inglaterra lida com o Brexit, a França receia Le Pen, e a Espanha antecipa a ultrapassagem do PSOE pelo Podemos – em Portugal, até o PCP e o BE são hoje pupilos de Costa. De facto, PCP e BE foram apenas mais duas vítimas do declínio da sociedade perante o Estado. Nenhum deles conseguiu explorar o ajustamento para crescer. O PCP, que já só tem sindicatos de empregados públicos, precisou de aceder ao Estado para os defender. Costa só precisou de lhes pôr as coleiras.
Só há um problema aqui: o Estado, também ele, já não consegue viver desta sociedade. Depende totalmente do exterior. Que acontecerá, quando a política monetária europeia mudar? A alternativa seria deixar a sociedade reforçar-se. Mas António Costa nunca o fará, porque isso significaria ceder poder. Este é um governo que, quando cair, arrastará o país consigo.
 
 
Comentários
Vale a pena estar no poder
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Todos76
Luís Casanova
7 m
Há um aspecto q RR descurou na sua análise: o abuso de poder, q o caso CGD consubstância. Numa Democracia não são os cidadãos enquanto entidades individuais q têm iniciativas legislativas, muito menos para satisfazerem necessidades pessoais. Creio q está hoje assente q pelo menos o ex-Presidente do CA da CGD requereu q o Governo alterasse/criasse legislação que o isentasse de ser Gestor Publico e o Governo concordou e actuou de acordo. E é um governo dito de Esquerda. Se um avo do q aconteceu na CGD fosse sob a vigência de um governo PSD, no minimo teríamos a Associação 25 de Abril a clamar o habitual. E teriam razão.

Fernando Fernandes
8 m
Trabalhadores activos 4.548,7

Ou seja, metade da população.

Isso é que me preocupa, pois metade do que ganhamos vai para o Estado.

Como não chega, pede-se.

Já estamos falidos, mas estamos permanentemente a ouvir falar de coisas boas, ilusões de saltimbanco, num funeral anunciado em 2010.

Pedro Sousa Rodrigo
27 m
O Rui lá continua com a sua cruzada anti Costa mas parece que quanto mais lhe bate mais o  Costa vai gozando as suas crónicas alanrajadass e as sondagens disparam a seu favor

Cipião Numantino
40 m
Mais uma excelente crónica de RR. Que nos explica a principal razão porque estamos como estamos. O estado, por aqui, é o todo mais um par de botas. Tudo controla e tudo manda. Quem tiver assim o controlo do estado tem, por assim dizer, uma espécie de pai natal encartado onde toda a criançada adulta e não adulta, gira em seu redor. Um concentracionário e omnipresente estado de tipo buraco negro que a tudo e a todos engole e deglute. Usando permanentemente a tática do pau e da cenoura, vai desancando os incréus até os fazer aproximar para lhe dar a cenourita da praxe. Mais grave ainda, colocou cerca de metade da população (toda a gente que produz) suportando a outra metade. E numa espécie de burros de carga institucionalizada, cada português, em média, carrega às costas de forma cruel e sofrida um seu concidadão. A um simples trabalhador por conta de outrem, o estado, sonega-lhe 50,7% de todo o esforço do seu trabalho. Por sua vez, os partidos ditos de esquerda que antes apregoavam a célebre aliança operária-camponesa, abandonaram toda esta gente que trabalha e sofre, ao destino de meros servos da gleba. Esses partidos, agora, são mais defensores de igualdades de género e afins, num frenesim redutor de apoio a tudo o que é socialmente perverso e que decididamente não presta. Por tudo isto, quem tem o controlo do estado, tem dinheiro para comprar vontades e ... votos. Veja-se o que sucedeu com a entrada para o quadro destes cerca de 130.000 FP´s (uma das exigências iniciais da troika era dispensar 150.000). Outra populista medida para arregimentação e compra de votos. Cada um destes FP´s arrastará, pelo menos, mais uns dois ou três votantes na geringonça e aí temos mais umas centenas de milhares de votos nas eleições próximas. É isso, pessoal. Nós, os que produzimos, somos meros agentes passivos desta pouca vergonha nacional. Reduzidos a sermos permanentes burros de carga, foi-nos colocada uma pesada canga em cima dos ombros, sujeitos a uma espécie de nova PIDE económica, em que se transformou o Fisco. As vergastadas são permanentes e as vozes do histriónico gozo dos nossos captores retinem-nos ensurdecedoramente nos ouvidos. Como Cícero perguntou acintosamente a Catilina, "quousque tandem" (até quando?). Até quando, todos deveremos perguntar, quanto mais não seja até o próprio eco nos trazer consequente resposta?...
Jorge SilveiraCipião Numantino
34 m
Excelente a sua análise! Parabéns!
Luís Flores
1 h
"Só há um problema aqui: o Estado, também ele, já não consegue viver desta sociedade. Depende totalmente do exterior. Que acontecerá, quando a política monetária europeia mudar? "Serão chamados os cangalheiros do costume (PSD/CDS) e terão mais uma vez a tarefa de fazer novos ajustamentos para depois serem acusados de neo liberais e serem os mentores de uma bancarrota cuja origem o PS (e já agora PCP e BE) desconhecem. É assim a política em Portugal e é bom não esquecer que o nosso ADN é fatalista como o destino. Para um país com 3 jornais desportivos diários, o zé povinho apenas quer saber se o Benfica ganhou, se o Bruno de Carvalho escarrou, ou se o Pinto da Costa ainda é o Papa! Quanto ao resto, haja dinheiro na algibeira e siga a festa!

Susana Oliveira
1 h
De acordo com a última informação divulgada, temos em Portugal 526.800 funcionários públicos, incluindo aqueles que desempenham funções em empresas públicas. Pergunto: É com estas 526.800 pessoas que se consegue/vai conseguir uma maioria de intenções de voto/votos num universo de  9.682.553 eleitores inscritos (dados da CNE, relativos às últimas legislativas)? É que estamos a falar de apenas 5,4%... 


Susana OliveiraSusana Oliveira
1 h
Serão apenas estes pouco mais do que cinco por cento, que colocam o PS, sozinho, com 43%, i.e, no limiar de uma maioria absoluta?
Susana OliveiraSusana Oliveira
1 h
Serão apenas estes pouco mais do que cinco por cento, que colocam Passos Coelho como o líder político menos popular, leia-se, menos desejado para futuro PM?

Luís FloresSusana Oliveira
1 h
Não seja redutora na análise. Está a esquecer-se dos pensionistas e os subsidiados. Depois tem toda a clientela que gravita à volta do estado (empresas privadas) que vivem dos ajustes diretos. Os amigos e os amigos dos amigos que precisam que quem está no poder se mantenha. Caso contrário saltam fora!


E por ultimo temos de contar com aqueles que votam sempre no seu partido.


Em Portugal só há 3 coisas que uma pessoa não muda:


Religião

Clube de Futebol

Partido Político

Romeu FranciscoSusana Oliveira
1 h
Se adicionar ao número de FPs os precários do funcionalismo público pagos a recibo verde ou bolsa, e os que dependem do Estado (pensionistas e empresários e seus trabalhadores), verá que o número cresce bastante.

Se fizer as contas em termos de agregado familiar, cresce ainda mais.
Susana OliveiraRomeu Francisco
1 h
Obrigada, pelo seu comentário construtivo. Os FP precários estão incluídos. Os pensionistas, não. Quanto aos empresários, tem razão, i.e., não há empresário neste país que consiga sobreviver sem comer à mesa do OE, com este ou com qualquer outro governo. No que toca ao agregado familiar, tenha em conta que nem todos votam. Quer contribuir para a discussão apresentando números? Serão obviamente muito bem vindos.

Maria dos FactosSusana Oliveira
37 m
Vamos a umas contas:


- Pensionistas: 3.6 milhões

- Beneficiários subsídio desemprego: 0.2 milhões


A somar aos seus 0.5 milhões de FPúblicos, assim arredondando por baixo, dá qualquer coisa à volta de 4.3 milhões de pessoas directamente dependentes do Orçamento de Estado.


Já são 50% dos 9.6 milhões que indica como sendo os eleitores registados.


Maioria garantida. Fácil.

josé mariaSusana Oliveira
35 m
Susana, não vale a pena apelar para a racionalidade dos pafiosos. Eles não têm emenda. O sentimento da inveja e o seu solipsismo existencial não lhes permitem aceitar as notórias melhorias, económicas e sociais, que o actual governo conseguiu implementar em apenas um ano de governação. É a inveja, Susana, é a inveja, dos direitistas nacionais.

Fernando FernandesSusana Oliveira
34 m
Junte reformados, subsídio dependentes, analfabetos, os putos do charro e os caceteiros do PCP, as senhoras dos cães de pelinho tratado, os tomates verdes e terá a conta mais que certa.

Cipião NumantinoSusana Oliveira
34 m
Errado, cara Susana Oliveira! A cada um desses FP´s haverá que acrescentar os votos de alguns descentes e de todos os eventualmente dependentes que elevará o total para cerca do triplo. Depois haverá que acrescentar, muitos pensionistas e seus dependentes também, que ainda não se aperceberam que trilham caminhos muito perigosos e que, a haver um novo resgate, lhes cortarão os seus proventos algures entre os 40 e os 60%!!! Finalmente, haverá que contabilizar toda a malandragem, alapados ao estado e toda a parasitagem a montante ou a jusante!...
Augusto Manuel Oliveira PintoSusana Oliveira
31 m
9.682.553 eleitores inscritos. Deverá retirar, destes, os crónicos abstencionistas.Passamos a falar em "apenas" 10% - números redondos!
Rui Lima
1 h
Rui Ramos está certo mas deve saber que nenhum governo é tão detestado como aquele que mais convém ao povo, também o inverso é verdade são populares os maus governos . Um dia a história dirá o ajustamento funcionou e foi necessário ,hoje o pânico vem de países que precisavam e não fizeram ajustamentos caso da Itália, as consequências podem ser dramáticas é a 3° economia da zona euro . A Itália não teve no poder um homem com coragem e pronto a sacrificar-se para fazer os cortes necessários , todos os que fazem reformas perdem eleições Passos não perdeu mas foi corrido , vejo os seguintes como chulos que se aproveitam do esforço do governante anterior que teve a coragem de dar o peito a balas , retirar direitos é a missão mais difícil no mundo só os grandes homem o fazem. No mundo chegam os dedos da mão para contar esses heróis , já os que distribuem gloseimas ao povo são as centenas bando de oportunistas que utiliza dinheiro de outros para ganhar eleições .
josé maria
2 h
57% versus 36% ...


Vale a pena estar no poder ? Vale, quando se é um governo competente. Quando apenas num ano se consegue apresentar aos portugueses resultados notáveis como estes:


• Eliminação da sobretaxa de IRS para os rendimentos médios e baixos • Eliminação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade • Aumento do Salário Mínimo Nacional para 530 euros• Descongelamento das pensões • Aumento dos valores de referência do CSI e do RSI • Aumento dos três primeiros escalões do abono de família • Aumento nas deduções automáticas no IRS por cada ascendente e descendente • Fim dos cortes salariais inconstitucionais nos funcionários públicos • Reposição das 35 horas na função pública • Reposição integral dos complementos de reforma dos trabalhadores do Sector Empresarial do Estado • Eliminação da obrigatoriedade de apresentação quinzenal dos desempregados • Fim das restrições às contratações de trabalhadores nas autarquias locais e nas universidades • Alargamento e atribuição automática da Tarifa Social Energética • Revisão do regime tarifário da água com tarifas sociais • Reposição dos feriados do 5 de Outubro, 1º de Dezembro, Corpo de Deus e Todos-os-Santos • Introdução da Prestação Única por Deficiência • Fim das penhoras das casas de moradas de famílias por dívidas fiscais• Redução no IVA da restauração• Reintrodução da cláusula de salvaguarda do IMI • Fim da isenção de IMI e de IMT para os fundos de investimento • Adicional ao IMI para património de luxo • Eliminação do quociente familiar e introdução da dedução fixa por filho •Revisão dos abusos dos contratos de associação• Atribuição de manuais escolares gratuitos a todos os alunos do 1º ciclo• Eliminação dos exames no 4º e no 6º ano• Congelamento do valor máximo das propinas • Substituição progressiva da atribuição de bolsas pós-doutoramento por contratos de investigador • Redução das taxas moderadoras na saúde • Fim das taxas moderadoras para os doentes crónicos•  Anulação das sanções resultantes do incumprimento das metas do défice em 2013• Isenção de IVA para as doações aos museus nacionais • Fim dos abates de animais em canis municipais • Assinatura e ratificação do Acordo de Paris sobre alterações climáticas• Contenção do défice abaixo dos 3% 


Será que o Rui Ramos não consegue entender por que razão a esquerda já leva 57% das intenções de voto, estando sempre a aumentar, enquanto a direita, desde 2011, desceu de 50% para 36%  e está sempre a descer? É assim tão difícil de perceber ?




Isso são tudo medidas populistas, fáceis, eleitoralistas,  e as reformas estruturais onde estão?  A factura dessas medidas há de chegar,  assim como a factura da ausência de reformas / reversão de reformas estruturais. 
Miguel Évorajosé maria
1 h
Este não saíu tão bem, José Maria. Tem de trabalhar a apresentação, o leitor adormece a meio de tanta medida estruturante. 
Romeu Franciscojosé maria
1 h
"Substituição progressiva da atribuição de bolsas pós-doutoramento por contratos de investigador "


Não há aqui substituição nenhuma. É o fim dos contratos de bolsa de pós-doutoramento para quem tem mais de 3 anos de experiência nessas condições, e a possibilidade de concorrer a contratos de trabalho por abertura de vaga na instituição de acolhimento. É um procedimento concursal, não uma conversão ou substituição.

Mais. A nova lei acaba por criar, na prática, um patamar inferior ao que existia até então na carreira científica (investigadores contratados). Contratam-se assim investigadores ao preço da uva mijona, que ainda por cima poderão dar aulas, sendo que, com o subsídio da FCT, ficam mais interessantes do que a contratação de docentes nas universidades.

Falta ainda dizer aqui que 1/3 do total de bolseiros vão para a rua no fim do contrato, e que os contratos, conseguidos por concurso local e não nacional, deixarão de ser justos. Mais. As contratações dependerão da disponibilidade financeira da entidade de acolhimento (que não vê as suas verbas reforçadas a nível orçamental), o que implica que não existem garantias de contratação de absolutamente ninguém. 

Todos os trabalhadores (TODOS, e não apenas os pós-doc) merecem contratos de trabalho. Todos. Mas enquanto se lhes vende a ilusão de um contrato de trabalho que não vem, o desemprego bate à porta. E vai bater à porta de muitos, infelizmente. Quantos contratos já abriram? Zero. O que significa que no ano 2016 os pós docs mais velhos ficaram sem concurso para salvaguardar o seu futuro em 2017.

Enquanto não se mudar o modo como a ciência é financiada e as tipologias de concurso (que se devem coordenar com a economia local, nacional e internacional), o modelo continuará a espiralar para baixo, completamente insustentável e com baixa utilidade prática que alavanque a inovação no país. Existem exemplos muito positivos, mas ficam todos muito aquém do que poderiam ser, se geridos de outra forma.
José MendesJoao MA
49 m
Este ano de governo do PS mostra que Passos com a Troika e ido além da Troika teve sempre uma visão de classe impondo todos os sacrifícios aos rendimentos do trabalho e à precariedade dos vínculos laborais. Essa opção vendida como sem alternativo foi uma opção de austeridade por tirar até inconstitucionalmente os recursos mínimos a quem nada tem senão rendimento do trabalho. 

É uma grande reforma mostrar que existem alternativas mantendo os compromissos internacionais e é uma grande reforma alargar a base contributiva a quem mais tem sem aumentar a carga fiscal, mas distribuí-la de modo a que deixa de ser austeridade. É uma grande reforma estancar a fúria de vender os bens nacionais a preços de saldo preservando-se para tempos em que a rapina internacional se vergue aos preços de mercado. É uma grande reforma retomar a estabilidade e a confiança dos portugueses uns nos outros...
josé mariaMiguel Évora
33 m
Os Ruis Ramosistas ficam sem fala. Quanto à substância das medidas, nada. Quedam petrificados.

josé mariaJoao MA
28 m
A Raposa e as Uvas


Você fez-me lembrar a esta fábula


Contam que certa raposa,

Andando muito esfaimada,

Viu roxos, maduros cachos

Pendentes de alta latada


De bom grado os trincaria,

Mas sem lhes poder chegar,

Disse: “Estão verdes, não prestam,


Só os cães os podem tragar!


Eis cai uma parra, quando

Prosseguia seu caminho


,E, crendo que era algum bago,

Volta depressa o focinho.

Joel Gabriel
2 h
R R  , só o titulo é expressivo .mas pode agradecer em grande parte  aos seus  colegas  jornalistas , se o são , Podem ser ou lambe botas , ou

tentam arranjar um escada para subir na vida , ás costa do ps.

João Lopes
2 h
Excelente artigo de Rui Ramos!
Mário Gomes
2 h
Estamos a falar do cavaquismo?
Luiz Miguel Oliveira
2 h
A força do Estado, do meu ponto de vista, vem da tradição do Império, em que a função política essencial era a distribuição da riqueza que vinha de fora. Mas acrescentaria ao texto do Autor, com o qual concordo, uma breve reflexão. Parece que o País tem dois tempos que se irremediavelmente se alternam: o tempo dos Governos simpáticos, em que se distribuem benesses e ilusões e o tempo dos governos antipáticos em que se pagam as facturas. O que é trágico é que quem tem a responsabilidade de salvar o barco acumula o odioso das restrições e das reformas e aumenta nos eleitores a saudade dos "bons tempos" em que havia dinheiro e paz social. 
Francisco Pinto
2 h
O Estado é irreformável com este quadro constitucional, o que significa que este regime não é sustentável, pois transformou em normalidade a falência e o declínio.

Houve a esperança de que as intervenções externas, como a que ocorreu de 2011 a 2014, forçassem à mudança, até porque era uma situação recorrente. Mudou alguma coisa? O TC não permitiu, não foi? Então porque esperam que venha a mudar? E todos sabemos o que nos acontecerá se não houver mudanças.

Victor Batista
3 h
A realidade foi para ferias e ainda nao voltou! 

Quando estiver de volta, os portugueses das castas dominantes irao perceber que o "resto "do povinho ja nao sera brando! 

Exijiremos que esses Srs cedam alguns dos direitos que julgam devem possuir! 

Finalmente. .....o diabo estara de volta. 
No To Brainwashing
3 h
laranjas a espernear que nem baratas viradas ao contrário!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


que deleite...


e o melhor é que vai ser por muitos e BONS anos! eh eh eh 
André SilvaNo To Brainwashing
2 h
Larga as drogas, se não quiseres ficar irremediavelmente perdido (se é que já não estás...)

Miguel ÉvoraNo To Brainwashing
1 h
O detergente está estragado, Brainwashed
J.C. Maya
3 h
Aliás, já não é a primeira vez que os socialistas arrastam o país para bancarrota, consequência sempre, das miseráveis governações socialistas. Os portugueses é que parecem não perceber mas, quando estão a passar restrições, aqui del-rei que nos estão a "roubar".  Se calhar deveriam fazer um esforço para não cair no embuste, em que os socialistas são especializados. Talvez olharem para o outro lado do mundo, Venezuela, para perceberem melhor o que os socialistas cá como lá, fazem.

Fagundes Febras
3 h
Ou então provam que estão erradas.

João Eduardo Gata
3 h
O Estado em Portugal tem que ser reduzido à sua expressão mínima. Para bem de Portugal.

e por todo o parasitismo público com direitos inalienáveis a laborar? tirar esses direitos eternos e senhoriais? ui... o TC não deixará!
Miguel ÉvoraJoão Eduardo Gata
3 h
Concordo. Mas para isso era preciso fazer um novo 25/4.

Os anafados do regime não o largam nem à bomba. 
Quando o Estado estiver falido sem dinheiro para salários e a Europa não providenciar um novo resgate a ver se não largam.  Vai é ficar feio...  tipo Grécia ou pior.

Costa está a levar firmemente Portugal nesse sentido,  Portugal já está a crescer menos e pagar juros mais altos que a Grécia enquanto que o endividamento voltou a crescer a um ritmo alucinado.
Miguel ÉvoraJoao MA
3 h
As clientelas olham para o Syriza e vêem que é possivel manterem-se vivos, mesmo que tudo o resto à volta esteja mais que morto.

J.C. MayaJoao MA
3 h
Chamam-lhe o principio do crescimento e o fim da austeridade.

Antonio Cerveira Pinto
3 h
Há um ponto em que Rui Ramos não tem razão: por continuar a haver dois partidos dominantes no rotativismo republicano que temos, o PS, que não ganhou as últimas eleições, está mais frágil que nunca, interna e externamente. É por isso que Pedro Passos Coelho já deu início à longa marcha de regresso ao poder, e que Marcelo Rebelo de Sousa, fino que nem um alho, já mudou de agulha (nomeadamente sobre o putativo Rui Rio), e aguarda a subida do prémio de risco da dívida da Repúblcia, e as dissenções internas da geringonça, para apear António Costa. Depois das Autárquicas? Até pode ser antes! ACP

Concordo. Mas acrescento que esses planos vão sair furados a Marcelo.


Apesar de se esforçar por isso, não controla o PSD. E está a menosprezar o coice mediático que vai apanhar da esquerda no dia em que lhes tirar o tapete.


Pelo contrário, vai ficar isolado e com o ónus da confusão. Não há popularidade que lhe valha.

martins bento
3 h
Isso é o que eu ando a escrever aqui,há meses.A verdade virá de fora,seja a Agência canadiana,ou um sobressalto nos mercados que aumente os juros,ou da Comissão ,quando decidir perceber a verdade.O PS arrasta sempre os portugueses,para tratar dos seus interesses e vender as aldrabices.Os portugueses gostam de quem os "protege".E não tendo Costa o perfil de "paizinho", é Marcelo quem assume esse papel.Fosse ele intelectualmente interessado no país e menos na  na  reinação e já teria mostrado muitos "cartões amarelos"

Miguel Évoramartins bento
3 h
Marcelo é obcecado pela sua popularidade, a questão da governação é acessória.


Desde que quem lá esteja seja capaz de gerir as expectativas e criar o clima que ele considera adequado, para ele está bem. 


Um dia Costa irá deixar de cumprir esse papel. Nessa altura conta ter novo lider no PSD para baralhar e voltar a dar.

Exacto. 

A "verdade" e/ou "realidade"  virá de fora tal como em 2011.

A verdade em Portugal está comprada,  corrompida, abafada e distorcida pela formidável máquina de propaganda da geringonça / comunicação social . 

As sondagens favoráveis a António Costa, mesmo depois de provado que os seus planos eram ilusórios, provam que em Portugal quem tem o Estado tem tudo, e quem não tem o Estado, não tem nada.

Para além do mau português da frase , este notário averbou que está provado que os planos do governo eram ilusórios . Rui raminhos sentenciou está sentenciado! Quem tem Rui Ramos tem tudo quem não tem não tem nada!


Jorge pedro
4 h
Por este andar os juros vão contnuar a subir. A mama do BCE vai acabar seguramente durante o primeiro semestre do próximo ano. Na sequência disso a DBRS vai baixar o rating e caímos todos no precipício por causa da incompetência do Costa malandro!!!! Espero que alguém se lembre um dia de lhe cobrar a desgraça que irá trazer sobre todos nós!!
Rui Pedro Matos
4 h
ai ai ai ai ai o que aí vem....nem quero pensar na desgraça! O Governo da Geringonça brinca com o 'fogo'!

Montresor Amontillado
4 h
Os factos: evolução da taxa de juro 10 anos (02/12/15 vs 28/11/16). Os sorrisos do Costa & Centeno são certamente nervoso miudinho.

Portugal: 2.26% vs 3.60% (+59%)

Espanha: 1,48% vs 1.56% (+5%)

Grécia:      7.76% vs 6.95% (-10%)

Alemanha: 0.47% vs. 0.20% (-57%)

Itália:         1.39% vs 2.01% (+45%; era 1,08% antes do anúncio do referendo)

Portugal: um país na twilight zone, a viver numa realidade virtual, unicamente à espera do dia em que desligam a máquina (financiamento BCE).

Aqui está uma das provas do caminho errado que esta esquerdalha socialista comunista e bloquista, está a levar o país.

Depois, os arautos da felicidade dissimulada, não venham par aqui dizer que: "o burro sou eu" (PPC)

Paulo Correia
5 h
Análise lúcida, mas com a esquerda no poder a comunicação social é muito mais protetora. Ou seja, é tudo muito mais fácil. 
Mário Guedes
5 h
Algumas pessoas deveriam ler o artigo com atençao antes de comentar.

Que parte deste artigo é irreal e nao corresponde com a realidade?
Cuca Neco
5 h
Dilacerante. A verdade nua e crua.


O que tem mais piada em Portugal é que perante a crueza dos factos, a orquestra continua a tocar, os trombones da propaganda oficial, que teima em se considerar comunicação social, não param de berrar.


A rapaziada anda feliz porque não há uma greve do Metro por semana. E vai pedir mais emprestado para comprar prendas no Natal.


Acontece que a crueza dos factos é post-verdade. Não interessa.


A verdade é a orquestra a tocar e os trombones da propaganda a berrar.

JB DiasCuca Neco
5 h
E no final a culpa será dos bancos que emprestaram ...

Paulo Correia
6 h
O que falhou foi o diabo do carantonha. Apenas isso 
Joao MA
6 h
Só posso dizer que espero que o Costa cumpra a legislatura.

É triste para o país e para os portugueses (principalmente quem nunca foi nas mentiras de esquerda), mas infelizmente só assim aprendem.

Só ha uma maneira de se poder trabalhar num pantano que é drena-lo primeiro. Nesta trajectória, sem uma unica reforma, UMA UNICA REFORMA, nao é dificil antever o que vai acontecer ao país. O pantano vai ser drenado e os "animais do pantano" vao ficar expostos sem a protecção do dinheiro dos contribuintes para comprar e segurar poder.


Vai ser giro tambem ver Marcelo ja comprado á espera dos votos do PS nas proximas presidenciais... Veremos como vai chegar o país a essas presidenciais.

Carlos Quartel
6 h
A contestação pública esteve sempre no PC e na Inter. Com ambos neutralizados, com uma migalhas (ver a humilhação dos 25 cent do almoço) Costa tem a paz dos cemitérios assegurada. Faz o que quer, dá 800 milhões à Carris, com o recado de que se deve servir o passageiro e borrifar no rigor das contas e os jornalistas engolem, o PSD e o CDS engolem e os provincianos que vão pagar nem deram por isso, mais preocupados com o Benfica ou o Porto.

Tudo está bem, nunca tivemos um PM tão adequado às características nacionais.

André SilvaCarlos Quartel
5 h
Concordo totalmente.

O caso da Carris é uma vergonha inqualificável.

E sim, o PM é exactamente o que este país merece - infelizmente, os que não são comuna-socialistas também pagarão a factura, que será bem pesada...

Rão Arques
6 h
Ontem como hoje, até quando corja?

EST(R)ADO DA NAÇÃO


-Sociedade Portuguesa hoje

Analfabetismo funcional; in(cultura)/ignorância; apatia cívica/irresponsabilidade; ilusão/aparato/ostentação; irracionalidade/inversão de valores; indigência mental/anestesia colectiva; ensino postiço e inconsequente; autoridade tolhida e envergonhada; justiça sinuosa e selectiva; responsabilidades diluídas e baralhadas; mediocridades perfiladas e promovidas; capacidades trituradas e proscritas; sofisma institucionalizado.


-Quês e porquês

Maleita atávica e condicionamento manipulado pelos poderes instalados; negligência paralisante no dever de participação; vício embriagante na desculpa cómoda do dedo acusador sempre em riste. Culpar D. Sebastião, o padeiro da esquina ou dirigentes de ocasião é nossa mestria e sina nossa. Culpados somos todos nós, acomodados na obsessão estéril de celestiais direitos. Também é com a nossa apatia pelos valores de intervenção e cidadania, que somos conduzidos repetidamente para o conhecido pantanal. Os nossos governantes são o reflexo e extensão da gente que somos, mas valha a verdade em escala cujo grau de refinamento, incapacidade e subversão de interesses colectivos ultrapassa os limites da decência. Que o actual 1º ministro em vez de esbracejar governe e em vez de iludir assente, invertendo essa carga em desequilíbrio e remetendo para as calendas a política de feirola de contrafeitos.


-Receituário extraviado

Cabe cultivar que ao cidadão comum não deve competir apenas votar ciclicamente em deputados acorrentados pela disciplina partidária. Na sociedade como nos bancos da escola, acautelar conceitos/aulas de civismo e cidadania, o que é liberdade, democracia, educação e compostura. A televisão pública como veículo que molda, não pode servir só para futebol, novelas e propaganda oficial. Não basta compor a rama, é preciso cavar a terra e aconchegar os tomates. Por hora o circo ameaça continuar, mas que o tempo (grande mestre) se encarregue de nos despertar enquanto é tempo. A nós, suporte colectivo de tragédias e façanhas, competirá sobretudo intervir responsável e interessadamente no que a todos diz respeito, não concedendo carta branca ao desbarato para o traçado do caminho, ao círculo restrito de políticos abengalados.

Sony Viera
6 h
O articulista, não só é mau perdedor, como nem sequer disfarça.
André SilvaSony Viera
6 h
É isso, o problema resume-se ao mau perder do articulista... tão simples quanto isso.

Katty Jerónimo CostaSony Viera
5 h
Deves pensar que isto é futebol...

Victor BatistaSony Viera
5 h
Isto nao è de ser mau perdedor ou nao, 

È o estado do pais que conta! 

Isto nao è um jogo de futebol. 

Se quer jogar à bola, va jogar para outro lado. 
Jorge pedroSony Viera
4 h
Ignorante!!!!!!
José Montargil
7 h
Rui Ramos, podes crer, é uma questão de tempo.


Lembram-se do princípio do fim de Cavaco como 1º ministro? Na ponte sobre o Tejo, as manifestações organizadas e a ausência de habilidade política da ministralhada? Foram uns aselhas de primeira para não dizer incompetentes. Já ninguém suportava o Cavaco e aquela malta infecta do seu governo.


O Costa da geringonça,  sem saber ler nem escrever, irá um destes dias ficar na mesma situação. Questão de tempo.


Como escrevia o O'Neill "há mar e mar, há ir e voltar".

Chega para Lá
8 h
Parece que este paineleiro  faz de propósito para atrair atenções e muitos comentários. Mente e distorce os acontecimentos para baralhar e satisfazer os fieis seguidores de direitolas sedentos por "verdades" insofismáveis. Quem se perpetuou no poder foi um tipo de gato (de alcunha botas) que adorava jogar ao rato julgando-se leão. Os que se sentam no poder actualmente, felizmente, são devorados pelo mercado que exigem novidades e movida e outra vezes nem isso. 

José MontargilChega para Lá
7 h
Ó querido "Chega para lá" que tens sarna.


Quando quiseres insultar alguém vai primeiro ao dicionário ver como se escreve o palavrão!!!!!!!

Henrique MotaJosé Montargil
6 h
Por acaso o chega para lá quis(?) indicar o Rui Ramos como paineleiro ou seja como fazendo parte de um painel. Mas nem nisso acertou porque não é isso que ele é. Um painel é outra coisa. Quis só ser engraçado, mas muitos são os chamados mas poucos os escolhidos. Quanto ao resto nada de novo. 
Leonel SantosChega para Lá
6 h
Curiosamente,  comentários palhaços destes o Observador não bloqueia.  Assim,  este jornal não vai longe.  Pena,  que tem comentadores do mais alto nível,  como Rui Ramos é um claro exemplo. 
Katty Jerónimo CostaChega para Lá
5 h
Perpetuou no poder? Deixa lá o ditador assassino Fidel em paz.

Chega para LáChega para Lá
3 h
Tanto gato que segue Ramos. Ainda por cima pardos.
José MontargilHenrique Mota
3 h
Coitado do "Chega...." tresleu.


José MontargilLeonel Santos
3 h
Podes crer! O Ramos o JMFernandes a Avillez,  o Homem Cristo, a Seabra gosto imenso pois não dá tangas, Helena Matos, etc......só não gosto do convencido de alta estirpe do padre de Almada, coitado não dá uma para a caixa. Aquela que tem ar de boazinha a Laurinda não sei quantas, toda dedicada ao bem e à Igreja Católica é enjoativa que se farta.

Joao OliveiraChega para Lá
1 h
Escusava de vir para aqui usar a linguagem que utiliza lá em casa com a família...

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