quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Número de futebolistas náufragos em Gaza aumenta e as vítimas eram transportadas por um pescador artesanal



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Destaques - Nacional
Escrito por Emildo Sambo  em 23 Novembro 2016
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Subiu de seis para oito o número de atletas de futebol que perderam a vida no naufrágio ocorrido na noite do último domingo (20), no distrito de Limpopo, província de Gaza, quando as vítimas, com idades de variam de 13 a 18 anos, regressavam de um jogo amigável na região de Mahelane.
De acordo com a administração marítima em Gaza, o acidente, resultante da superlotação e do mau tempo, envolveu uma pequena embarcação a remo, que transportava 23 ocupantes, incluindo o marinheiro.
Francisco Candina, comandante provincial do Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP) em Gaza, disse ao @Verdade, telefonicamente, que “dois corpos foram encontrados” na terça-feira (22), totalizando oito com os seis resgatados no dia anterior.
Presume-se que, das 10 pessoas desaparecidas, duas pessoas continuam por localizar, pois nenhum parente apareceu a reclamá-las.
Todavia, as equipas não cessaram as buscas, pese embora as dúvidas que pairam sobre a existência ou não desses náufragos ainda por achar.
“Duas pessoas não estão a ser encontradas, mas os familiares não reclamam. isso deixa-nos preocupados porque os miúdos e os familiares residem perto ou do outro e conhecem-se”, disse Francisco Candina.
Na óptica do nosso interlocutor, é possível que o tripulante tenha se enganado na contagem das pessoas que transportava. “Era noite. Ele pode falhado na contabilização e as buscas continuam, mas já não são activas”, mas, sim, “passivas porque devemos considerar que pode haver alguém ainda desaparecido”.
As autoridades marítimas queixam-se, de maneira recorrente, da inobservância das normas de segurança por parte dos tripulantes mas a problema persiste sem soluções à vista no sentido de evitar a desgraça. Sobre este assunto, em Gaza, Francisco Candina não quis se alongar.
Entretanto, o seu tom de voz sugeria que a situação no terreno não é das melhores. “A regra diz que qualquer pessoa” que se faça transportar numa embarcação “deve possuir um colete salva-vidas”.
Num outro desenvolvimento, o nosso entrevistado recomendou que a nossa Reportagem devia questionar à administração marítima em que condições, por exemplo, se faz a travessia entre Mahelane e o posto administrativo de Zonguene. “Senão eu estaria a responder a uma pergunta que eles podem não gostar”.
Para Francisco Candina, é tarefa da administração marítima fiscalizar em que condições as pessoas são transportadas.
O dono da embarcação naufragada não é um operador de transporte marítimo. “É um pescador artesanal e sem colete salva-vidas. O barco tem capacidade para nove pessoas mas levou 23. E este número é elevadíssimo” para a capacidade da sua embarcação.
Segundo o comandante provincial do SENSAP em Gaza, o acidente aconteceu numa altura em que se sabe que “não se faz nenhuma travessia. Usa-se canoa a remo e não há iluminação”.
Cláudio Langa, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), disse a jornalistas, na terça-feira (22), que logo após o naufrágio, o tripulante colocou-se em fuga, deixando as vítimas à sua própria sorte, mas não demorou ser detido.
A semana finda foi marcada por naufrágios mortíferos. Cláudio Langa disse ainda que uma pessoa morreu e outra foi regatada com vida, a 14 de Novembro em curso, em resultado de uma embarcação de pesca, transportando igual número de náufragos, ter afundado no bairro dos Pescadores, em Maputo.
O acidente deveu-se também ao mau tempo e ocorreu por volta das 15h30.
Em relação ao naufrágio ocorrido em Inhambane, na semana passada, a Polícia avançou que as vítimas, com idades compreendidas entre 17 e 19 anos, continuam desparecidas. O acidente resultou do mau tempo e as buscas prosseguem.

Direcção dos Transportes e Comunicações de Sofala protege funcionários envolvidos na atribuição de matrículas a viaturas ilegais

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Escrito por Redação  em 23 Novembro 2016
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As alfândegas de Moçambique apreenderam 13 viaturas importadas ilicitamente, com volante à esquerda, o que é contra o Código da Estrada em vigor no país, e para agravar a ilegalidade, três funcionários do Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATTER) e dois das Alfândegas de Moçambique, arquitetaram um esquema de atribuição de matrículas aos mesmos veículos.
Os carros em questão pertencem à empresa Portocargas, Lda e chegaram à cidade da Beira no início deste ano, e eram usados no ramo da construção civil e noutras actividades.
Os mesmos encontram-se parqueados no Porto da Beira, a partir de onde serão devolvidos ao país de origem, segundo Hélcio Cânda, director provincial dos Transportes e Comunicações de Sofala.
Entretanto, apesar de estar ciente de que a importação das referidas viaturas violou o Decreto-Lei no. 01/2011, de 23 de Março, que proíbe a importação de viaturas com volante à esquerda, o dirigente não divulgou os nomes dos funcionários envolvidos na atribuição das respectivas matrículas, de acordo com o Diário de Moçambique.
Segundo Hélcio Cânda, a tramoia para a importação dos veículos em causa, bem como a atribuição ilegal das chapas de matrícula, só foi descoberta depois de uma trabalho aturado levado a cabo pelo Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), pelo INATTER, pela Alfândegas de Moçambique e pelo Tribunal Aduaneiro.
Para além de proteger os funcionários implicados no caso, O director provincial dos Transportes e Comunicações de Sofala não disse que tipo de sanções foram aplicadas aos prevaricadores.

Polícia sem resultados da autópsia da australiana morta numa praia no sul de Moçambique

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Escrito por Emildo Sambo  em 23 Novembro 2016
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A Polícia da República de Moçambique (PRM) alega que ainda não dispõe do relatório da autópsia à cidadã de nacionalidade australiana, identificada pelo nome de Elly Warren, de 20 anos de idade, encontrada sem vida, há duas semanas, na Praia do Tofo, na província de Inhambane. Contudo, o pai da vítima, Paul Warren, disse estar convencido de que a filha foi sufocada até à morte.
Paul Warren deslocou à República da África do Sul (RSA), há poucos dias, para proceder à transladação do corpo da filha, mas manifestou a intenção de realizar uma segunda autópsia naquele país.
A vítima, que viajou para Moçambique sozinha com vista a participar num programa de voluntariado de pesquisa sobre vida marinha realizado pela Fundação Marine Megafauna, na praia do Tofo, foi achada na manhã de quarta-feira (09), perto de uma casa de banho pública, sita num local bastante movimentado.
Na altura dos factos, Juma Dauto, inspector e porta-voz da Polícia em Inhambane, disse ao @Verdade que o corpo da jovem foi transladado para a cidade de Maputo, para submetido a uma autópsia que determinaria a causa da morte.
Volvidas quase duas semanas após o acontecimento, o @Verdade perguntou a Cláudio Langa, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da PRM, se havia ou não o relatório da autópsia e qual era o teor.
“Ainda não. A perícia ainda está a trabalhar no assunto”, disse o agente da Lei e Ordem, que, perante a nossa insistência, alegou haver “dados que continuam em investigação e não podemos torná-los públicos, neste momento. Está-se a trabalhar”.
Todavia, as autoridades moçambicanas disseram a oficiais da Polícia Federal australiana que o relatório da autópsia sobre a morte de Elly Warren estava quase completo e seria liberado quando os testes toxicológicos estiverem finalizados, segundo a imprensa australiana.
O mesmo órgão veiculou que as autoridades moçambicanas não se opunham ao desejo da família da malogra, de realizar uma segunda autópsia na África do Sul. Sobre esta informação, Cláudio Langa fechou-se em copas e não disse nada de relevo.

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