Caso Max –Love:
Quelimane (Txopela) –
Já lá se vão mais de três anos sem que haja um pronunciamento coerente
por parte do Tribunal Judicial de Quelimane concernente ao processo de
Jaime Paulo. Cidadãos e familiares do jovem moçambicano, Jaime Paulo,
conhecido nos meandros artísticos por Max-Love clamam por justiça. Max
Love foi baleado mortalmente na cabeça em 2013, precisamente a 21 de
Novembro por um agente da polícia de protecção de altas individualidades
em frente a residência oficial do governador da província da Zambézia.
Um dia depois do anúncio dos resultados
das eleições Municipais que deram a vitória a Manuel de Araújo,
candidato à presidência do Conselho Municipal de Quelimane pelo
Movimento Democrático de Moçambique (MDM), actualmente edil. Max-Love
festejava a vitória do partido do qual fazia parte quando foi
mortalmente alvejado.
Fontes seguras afiançaram ao Semanário
Txopela de que o processo continua “engavetado” naquela instituição e
que passos sólidos ainda não foram dados com vista a apurar a veracidade
dos factos e condenação dos possíveis culpados daquele crime tido como
homicídio qualificado.
O caso encontra-se registado sob
processo número 55/2014 cujo arguido chama-se Manuel João. Entretanto
sabe-se que existem provas em vídeo e fotografias submetidas ao tribunal
que mostram o momento do baleamento e o presumível autor embora assim, o
caso não está a registar andamento aceitável por parte dos membros do
Movimento Democrático de Moçambique.
Ora, uma nota enviada à nossa Redacção
esta sexta-feira (18), pela Delegação Política do MDM da cidade de
Quelimane, aponta que os membros e simpatizantes desta formação política
irão levar a cabo uma marcha no próximo dia 21, portanto,
segunda-feira, exigindo julgamento do caso.
Listano Evaristo Varela, delegado
político do MDM em Quelimane, disse em entrevista ao Semanário Txopela a
respeito do assunto, que a marcha acontecera e para o efeito membros do
seu partido já foram mobilizados e diz: “há necessidade de
reivindicarmos porque desde 2013 que perdemos o nosso músico Max-Love
membro do MDM e de lá para cá ainda não temos resposta por parte das
autoridades da justiça e nesse sentido nós vamos sair à rua até
conseguirmos que haja justiça do caso Max-Love” – disse.
Na ocasião, Listano Verela explicou que o
partido já fez vários contactos junto da justiça e o mais recente
encontro foi feito esta quinta-feira, 17 de Novembro com o governador da
Zambézia. Abdul Razak, disse não ser um caso da sob sua alçada mas sim
da Procuradoria Provincial.
“Uma maneira de nós
pressionarmos os órgãos da justiça para tirarem a tona as coisas, a
única maneira que o partido pensou é esta de sairmos a rua a
reivindicarmos no sentido de termos certeza, isso também podia acontecer
com qualquer um outro membro“, disse para depois circundar que
a pessoa que baleou Max-Love é conhecida e tem sido vista a passear
pelas artérias da cidade de Quelimane e segundo disse, isso não é bom e
no seu entender este devia estar atrás das celas.
Questionado se a realização desta marcha
num momento conturbado como este, diga-se, não poderia gerar
preocupação e dar em casos extremos semelhantes aos que levaram Max-Love
à morte, aquele político disse que não. “Nós temos provas do
nosso membro do MDM que foi assassinado barbaramente de fronte da
residência do governador, estão dizer que temos medo de assassinatos que
estão a acontecer ao nível da província não. Nós temos conhecimento
disso e conhecemos as pessoas que fazem isso e essas pessoas que fazem
isso não diferem daquelas que estão a perpetrar actos em Muxungué e
outros cantos do país. Eu penso que isso revela a incapacidade do
próprio governo, é uma forma de intimidar as pessoas a não agir e
sobretudo não ter liberdade”, – disse numa acusação directa ao do partido Frelimo. (Redacção)
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