quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Direito de resposta: “Ser doutor”


A Associação Portuguesa de Cardiopneumologistas exerce o seu direito de resposta em relação ao artigo de opinião "Ser doutor", de Luís Carvalho Rodrigues
ESTELA SILVA/LUSA
Tendo em conta a notícia publicada na vossa edição de 18/09/2016 (11:38), pelo Exmo. Senhor Luís Carvalho Rodrigues, vimos pelo presente exercer o nosso direito de resposta nos seguintes termos:
A Associação Portuguesa de Cardiopneumologistas (APTEC) é a associação profissional que representa os Cardiopneumologistas a nível nacional. Estes profissionais têm como percurso académico a licenciatura em Cardiopneumologia, que atualmente encontra as suas competências atribuídas à licenciatura em Fisiologia Clínica, ambas enquadradas no ensino superior politécnico e com duração mínima de 4 anos.
Apraz-nos informar que o Cardiopneumologista se enquadra nas profissões das Tecnologias da Saúde, integrando equipas multidisciplinares, em vários domínios de intervenção a nível de diagnóstico e terapêutico, como as áreas neuro-cardiovascular, pneumologia entre outras. As competências destes encontram-se regulamentadas no domínio público, com um historial já bem longo, onde lhes é reconhecido elevado grau de autonomia, o que possibilita libertar outros profissionais para atividades diferenciadas em que há carência.
Os Cardiopneumologistas são profissionais altamente especializados nas áreas neuro-cardiovascular e pneumologia, entre outras que, realizando exames de diagnóstico e colaborando em intervenções terapêuticas, permitem uma melhor rentabilização e eficiência dos recursos humanos do sistema de saúde, dentro das competências que lhes estão cometidas.
Perante estes factos introdutórios, a APTEC vem por este meio repudiar e demonstrar admiração quanto às afirmações menos apropriadas do Exmo. Senhor Luís Carvalho Rodrigues na publicação supracitada, na seção Medicina “Ser doutor”, que passamos a citar: “… ao longo dos anos, os melhores alunos escolherem primeiro todos os cursos de medicina disponíveis e só depois os outros. Havia até quem, em desespero, tentasse primeiro todos os cursos da área de saúde, alguns tão estranhos que só os iniciados sabem o que lá se faz, como a cardiopneumologia.”
Neste sentido, gostaríamos de apresentar um convite ao Exmo. Senhor Luís Rodrigues para que, um dia, visite um serviço de cardiologia, pneumologia, imunoalergologia, neurologia, entre outros, e assim consiga tomar noção da realidade quotidiana dos Cardiopneumologistas, bem como dos desafios que enfrentam. A nossa existência é fulcral no serviço nacional de saúde e, sem o nosso trabalho, seria impensável a realização dos diferentes meios de diagnóstico e terapêutica que realizamos e, consequentemente, a realização das variadas consultas, cirurgias e tratamentos que carecem dos referidos exames.
Os cuidados de saúde beneficiam da inter-ajuda e intervenção multidisciplinar.
Pelo exposto, e sem prejuízo de outros procedimentos, solicitamos que publiquem o presente esclarecimento ao abrigo do direito de resposta.

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