sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Os conceitos das ciências sociais

Elisio Macamo
Conceitos são a pedra angular de qualquer actividade científica. Quanto mais exactos forem, melhor será o trabalho de pesquisa. Pela natureza do seu objecto, as ciências sociais têm algumas dificuldades em lidar com o conceito. Enquanto você pode dizer a uma criança para ir ver se lá fora tem uma pedra, já não é fácil pedir para que faça o mesmo em relação à "sociedade" ou a "relações sociais". O desafio é o mesmo que noutras ciências, mas nas ciências sociais é mais bicudo ainda porque elas são discursivas. É mais pelo discurso, do que pela observação, que as ciências sociais recuperam o seu objecto.
A base disso tudo é o conceito. Só que conceito é animal muito complicado. É como a caixa-negra dum avião. Regista tudo o que se passa durante o voo, mas nem tudo isso é relevante para esclarecer um acidente. Para fazermos isso, precisamos de identificar a parte da gravação ("merda, o coiso encravou") que nos vai permitir explicar porque o avião de repente se despenhou. Para ilustrar a complexidade do conceito podemos pegar num termo como "moçambicano" em "eish, moçambicano é complicado pa!"). Todos nós pensamos saber o que "moçambicano" significa. Mas sabemos? Duvido. "Moçambicano" é uma caixa-negra. É homem ou mulher, do norte, sul ou centro, professa uma religião ou não (ou as duas coisas), é da Frelimo, Renamo ou MDM ou de ninguém, é idoso ou jovem, é formado ou não, é motorista de chapa ou dos TPM, é isto ou aquilo. Quando dizemos que "moçambicano" é complicado o que estamos realmente a dizer? Se calhar dissemos isso depois de ver um motorista de chapa a galgar um passeio para fazer uma ultrapassagem. Então, na verdade o que estamos a dizer é que condutores de chapa são um tipo de moçambicano que é complicado. E mesmo aí corremos alguns riscos de perder a precisão. "Motorista de chapa" é também caixa-negra no sentido em que pode ser religioso ou ateu, militante da Frelimo ou não, alcóolico ou não, etc.
O que quero dizer é que uma boa parte do trabalho que se faz em ciências sociais consiste em tornar os conceitos mais precisos. Conceitos são mais precisos quando neles se identificam os elementos susceptíveis de explicarem (ou esclarecerem) uma determinada relação. Pode fazer parte do conceito "motorista de chapa" ser destemido e desdenhar o perigo. Se quiséssemos perceber o envolvimento dos motoristas de chapa em acidentes de viação teríamos provavelmente de isolar este elemento e mostrar que ele é que é responsável pelo envolvimento desse pessoal em acidentes.
O que suscitou esta reflexão foi a leitura do discurso do Presidente da República por ocasião da celebração do Dia da Paz em Moz. Li num jornal excertos desse discurso algo convoluto, mas um que retive foi o seguinte: "A paz é o condimento mais importante para a persecução de todos os projectos de desenvolvimento económico e social do nosso país. Não podemos continuar a buscar justificativa em processos onde todos nós participamos e testemunhamos para matar a esperança do povo moçambicano". Não percebo o segundo parágrafo, mas se calhar nao é para ele ser percebido, caso contrário teria sido escrito de forma mais clara. Penso ter percebido o primeiro, nomeadamente esta ideia de que a paz seria o elemento (condimento é uma péssima imagem, sobretudo se o resto do parágrafo não insiste na ideia de receita gastronómica) mais importante para a persecução do objectivo de desenvolvimento. Friso a palavra "penso" porque não é mais do que isso. Penso ter entendido que "a paz" teria essa importância. Mas bem vistas as coisas o que quer dizer "paz"? Reparem que a pergunta aqui, do ponto de vista das ciências sociais, não é o que significa a palavra "paz", mas sim que elemento desse conceito viabiliza a persecução do objectivo de desenvolvimento. Há sociedades que se desenvolveram graças à guerra e ao conflito. Estou a pensar, por exemplo, na Coreia do Sul (para não falar das sociedades europeias). Aquela guerra foi uma bênção para que o país beneficiasse do investimento americano, de facilidades nas trocas comerciais, etc. Não estou a querer ser mesquinho, nem cínico. A paz em si não viabiliza nada. Até porque a situação de conflito, bem aproveitada, podia permitir que o governo organizasse melhor a sociedade, declarasse um estado de emergência que pusesse o processo democrático em banho-maria e, aproveitando essa situação, tomasse todo o tipo de decisões que bem lhe apetecessem em prol do desenvolvimento. O saudosismo em relação aos tempos de Samora vai até nesse sentido. Uma dose de autoritarismo não iria incomodar muita gente...
Mas é claro que o que o Presidente da República está a dizer é que a paz num contexto de democracia viabiliza o desenvolvimento. Mas lá está, do ponto de vista das ciências sociais ainda não disse patavina. Se ele se refere às acções armadas da Renamo e, sobretudo, aos ataques a viaturas nas estradas, os assaltos a centros de saúde, etc. que geram um clima de insegurança, podíamos dizer que eles não são o único elemento cuja ausência descreveria o conceito de paz. Aquilo que faz com que essas coisas ocorram, nomeadamente (e agora estou a falar "supostamente" como Renamo) a partidarização do Estado, a fraude eleitoral e a tentativa de liquidar o seu líder seria um elemento constitutivo do que precisa de estar ausente para que sejamos capazes de descrever o conceito de paz. Dizer que precisamos de paz para podermos desenvolver o nosso país e limitar esse conceito apenas ao que uma parte do conflito faz não é suficiente. Na verdade, tenho a certeza de que esta afirmação do chefe de estado foi entendida de várias maneiras por diferentes pessoas. Os que são simpáticos ao lado representado pelo chefe de estado entenderam que ele estava a atribuir as culpas à Renamo. Os mais moderados no seio da Renamo devem ter entendido que ele se refere ao que eles acreditam ser uma paz "genuína".
Da mesma forma que uma das tarefas das ciências sociais é tornar os conceitos mais precisos, o debate na esfera pública também poderia primar por tornar os conceitos que estão na base das nossas discussões mais precisos. Tenho visto várias discussões por aí que se tornam azedas e agressivas (também me envolvo em algumas delas) simplesmente porque não fazemos este trabalho de tornar os conceitos mais precisos. Partimos do princípio de que os conceitos são claros ou que sabemos quais são os seus elementos constituintes que são responsáveis pelo tipo de relações que constatamos. Muito arriscado.
Por vezes, alguns posicionamentos problemáticos na esfera pública também resultam destes equívocos. Há quem não vê nenhum problema em se considerar democrata ao mesmo tempo que acha que pode apelar a um período autoritário e totalitário da nossa história política como inspiração para os desafios do presente. Há quem acredita firmemente na ideia de que o respeito pela constituição passa por violar a constituição como forma de protestar contra aquilo que considera ser a violação da constituição por outros. Há quem acha que pode marchar pela paz lado a lado com representantes dum partido político armado que está envolvido na criação de condições para que não haja paz e ao mesmo tempo pensar que está a contribuir para a paz no país. Há muitas outras incongruências, mas fiquemos por estas para não suscitar o tipo tradicional de discussões que tornam este tipo de post necessário... O que as incongruências têm em comum é a falta de cuidado no tratamento de conceitos, um problema que rouba cientificidade às ciências sociais.


Causa(s) da questionável cientificidade das ciências sociais

A seguir partilho um texto da autoria de Elísio Macamo, no qual ele explica—de forma bem conseguida, na minha opinião—a causa da questionável cienficidade das ciências sociais.
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Em jeito de comentário, eu diria que a questionável cientificidade das ciências sociais não decorre tão somente da natureza imprecisa dos seus conceitos, se não também, e sobretudo, da tentativa sistemática destas ciências de isolar o seu objecto de estudo—o ser humano—da Natureza de que faz parte. Sim, as ciências sociais estudam o ser humano como se este não fizesse parte da Natureza; ou seja, como se o ser humano não estivesse sujeito às leis da mãe Natureza.
Tenho em mim que esta forma de abordagem científica dos fenómenos sociais, típicas das ciências sociais, é que resulta na construção de modelos muito imperfeitos das sociedades humanas. Para ser mais objectivas, as ciências sociais precisam de reconhecer o facto de que o ser humano faz parte da Natureza e, logo, segue as suas leis (leis da Natureza), e levar em conta estas leis no exercício de construção de modelos para a explicação de fenómenos sociais.
Para sustentar o meu ponto de vista, vou considerar o problema de degradação de valores. Muitos cientistas sociais tentam explicar este fenómeno social com recurso a argumentos filosóficos, políticos e económicos. Nunca lhes ocorre evocar a ordem natural das coisas. Porém, a degradação de valores está em conformidade com as leis da Natureza.
Com efeito, a Segunda Lei da Termodinâmica reza que a tendência natural de todos os sistemas materiais é conquistar um estado ao qual se chegar de múltiplas maneiras. Ocorre que esse estado é aquele de maior desordem possível ou entropia máxima. Quando sistema está num estado de caracterizado por um grau elevado de ordem interna, o úmero de possibilidades para se chagar a esse estado é muito limitado, isto é a entropia do sistema é mínima. Ora, manter um sistema num estado de entropia mínima (maior ordem), requer o consumo de energia ou o uso da força. Ou seja, na ausência de uma fonte de energia ou de força, qualquer sistema material caminha espontaneamente para um estado de desordem máxima (dS >= 0). Esta é uma outra forma de enunciar a Segunda Lei da Termodinâmica. O "Bing Bang" que origem ao Universo a partir de uma singularidade em que tudo estava concentrado—incluindo espaço, tempo e todas as manifestações de substância e de energia ou de força observáveis neste Universo—pode ser entendido com base nesta lei.
Quem compreende a Segunda Lei da Termodinâmica, enunciada acima, pode facilmente compreender a génese do comportamento social dos seres humanos e demais seres vivos. As necessidades de sobrevivência e de viabilidade colectiva das espécies—algumas reguladas pelo instinto—é que ditam a formação de sociedades e a construção da ética, incluindo as regras de socialização ou, colectivamente, a política. Mas aí está, a socialização assegura a viabilidade da espécie, mas também gera competição pelos recursos de sobrevivência. Quando esta competição pelos recursos de sobrevivência não é regulada—mediante administração de energia ou de força sobre a sociedade, daí necessidade da política, qual arte de organização da sociedade—, rapidamente instala-se o caos social, isto é a entropia da sociedade aumenta, em obediência à Segunda Lei da Termodinâmica (dS >= 0).
Portanto, o acto de ver a sociedade como um sistema material que obedece a um conjunto de leis da Natureza antes de mais nada, facilita o seu estudo e a busca de soluções para os seus problemas específicos. Eu creio muito que esta abordagem permitiria a concepção e construção de melhores modelos de sociedades humanas. Mas, infelizmente, os "cientistas" sociais detestam a Física que ensina a entender as leis da Natureza que eles precisam de conhecer para estudar e compreender melhor as sociedades humanas nos seus variados contextos. Que pena!
Enfim, os cientistas sociais, para facilitar o seu trabalho e serem melhor assertivos e certeiros nas suas análises e previsões, precisam de conhecer as leis da Natureza, qual descrita pela Física, pela Química, pela Biologia e pelas Ciências da Terra—estas últimas que incluem Geologia, Geofísica, Geografia, Meteorologia, entre outras. Estas leis enformam, em primeira instância, o comportamento individual e colectivo de todos os seres vivos. Estudar o objecto tão complexo, qual o comportamento do ser o humano, NUNCA deveria ser tão simples como é se faz nas ciências sociais. Não admira, pois, que na classe dos cientistas sociais proliferem charlatães. Ser cientista social sem conhecer as leis da Natureza que enformam o comportamento do ser humano é equivalente a ser engenheiro sem conhecer a Física e a Química, ou a ser médico sem conhecer a Anatomia e Patologia humanas. "Quid juris"?

«Co'licença», qual terminaria o meu amigo Juma Aiuba.
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Comentários
Juma Aiuba Exacto. Eu até acho que o grande problema das ciências sociais é a faculdade que elas têm de serem influenciadas pelas emoções de quem as estuda ou maneja. Ou seja, um cientista pode, com certa facilidade, influenciar os resultados da sua investigação. Até porque você pode fazer estudos no gabinete. É por isso que existem inquiridores que preenchem formulários de inquérito nas sombras de mangueiras. As ciências sociais são facilmente influênciadas. Há muita subjectividade nelas diferentemente das ciências exactas.
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Julião João Cumbane Estou totalmente de acordo contigo, Juma Aiuba: a subjectividade enferma o argumento das ciências. Elísio Macamo pôs isso claro de uma forma muito didáctica, no seu texto. Em retrospectiva, eu gosto da honestidade intelectual deste nosso compatriota, não obstante ele tacitamente julgar-me petulante e obstinado, razão aparente por que ele não me suporta.
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Lúcio Langaa Mano Julio Mutemba tua contribuição aqui
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Estevao Pangueia Juma Aiuba, desenvolver dispositivos metodológicos para alcançar o conhecimento objetivo e a partir de uma estrutura de significado subjetivo. Na verdade é um problema das ciências sociais, mas justifica se.
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Rildo Rafael Juma Aiuba: O ser humano vive emoção, quer seja cientista social ou engenheiro ou físico: O texto acima comentário do texto do Elísio também pode ser revelador disso! O problema das ciências sociais não é exactamente de serem influenciadas pelas emoções, daí exigir a roptura epistemológica (aos obstâculos ao conhecimento). Exige-se do Cientista Social uma certa certa neutralidade axiológica e a roptura as pré-noções de que falam Max Weber e Durkheim. O problema também não esta se o estudo é ou não feito no gabinete (depende do tipo de estudo)...Acho que devíamos aplicar métodos matemáticos para compreender o comportamento humano (O homem) (risos)...Esta pretensão já foi rebatida e discutida das ciências sociais (espero que entendam não como uma disciplina, mas com um conjunto de áreas de saber que vão dar sentido ao termo mais genérico). O problema de preenchimento dos inquéritos não é característicos das ciências sociais (quem preenche os tais questionários a sombra da bananeira é o homem-inquiridor, pode estar ao serviço das ciências sociais, ciências naturais e ou exactas), existem formas e procedimentos capazes de evitar e identificar situações desta natureza! Poderei elaborar sobre isso se necessário! Um abraço!!!
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Julião João Cumbane Rildo Rafael, receio que vás elaborar nada que contrarie o argumento de Elísio Macamo, designadamente que a cientificadade das ciências sociais é questionável em parte por causa da dificuldade de dar sentido único aos conceitos. Em contraste, essa dificuldade não existe, por exemplo, na Física, onde os conceitos são convertidos em objectos matemáticas nas equações que descrevem a evolução do comportamento dos sistemas materiais no espaço e no tempo. O meu complemento—se se pode chamar assim—ao argumento do Elísio Macamo é de que o estudo das leis fundamentais da Natureza poderia ajudar as ciências sociais a reduzir o grau de ambiguidade nos seus conceitos. Assim sendo, quererias "elaborar" mais para provar o quê?!...
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Rafael Joaquim José Humildemente falando, não consigo perceber quando o professor diz que " O estudo das leis da natureza podem ajudar a reduzir o grau da ambiguidade das Ciências Sociais nos seus conceitos" . Quais são essas leis da Natureza? Peço evidências!
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Rildo Rafael Julião João Cumbane: O meu comentário esta em torno do seu comentário que suscitou o comentário de Juma Aiuba: O texto do Elisio Macamo, li no mural dele! Sinceramente, acho que fazes uma grande "MISTURA" entre o texto do Elisio Macamo e o seu comentário! Sugiro que escrevas um texto ou desenvolvas o teu comentário para uma melhor clarificação!! Promete ler de novo o seu comentário em torno do texto que dizes complementar! Um abraço!!
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Rildo Rafael Julião João Cumbane: Prezado: Me parece que percebeu de "outra forma" o texto do Elisio Macamo: O texto em nenhum momento apela ou se refere sobre a causa do questionamento da cientificidade das Ciências Sociais como o Julião João Cumbane se refere no início do seu texto "A seguir partilho um texto da autoria de Elísio Macamo, no qual ele explica—de forma bem conseguida, na minha opinião—a causa da questionável cientificidade das ciências sociais". Longe de sim Elisio Macamo chama atenção sobre a necessidade de clarificação de conceitos como um elemento fundamental nas ciências sociais como bem ilustra esta passagem do seu texto "Conceitos são a pedra angular de qualquer actividade científica. Quanto mais exactos forem, melhor será o trabalho de pesquisa. Pela natureza do seu objecto, as ciências sociais têm algumas dificuldades em lidar com o conceito". E Depois aqui "Conceitos são a pedra angular de qualquer actividade científica. Quanto mais exactos forem, melhor será o trabalho de pesquisa. Pela natureza do seu objecto, as ciências sociais têm algumas dificuldades em lidar com o conceito". Portanto, ele chama atenção da dificuldade de clarificação de conceito e não necessariamente a busca pela causa (que não é o seu estilo) da questionável cientificidade das ciências sociais! (Outro assunto). Um abraço!!!
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Lúcio Langaa Hiiiiii tivesse postado eu ainda no office pra imprimir. Na verdade textos longos leio no papel letras grandes
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Homer Wolf lençol, ntsém...
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Mussá Roots O têxto do profe Elisio já é um lençol, acrescentando o têxto/comentário do profe Julião João Cumbane, ficou um fardo de lençóis da "xicalamidade",...contudo, está bastante interessante, Homer Wolf, aliás, é deste profe Julião cumbane que eu gosto, didático, e navegando em sua "praia".
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Homer Wolf A praia do Profe são as ciencias sociais?
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Mussá Roots Não, Homer Wolf...se leres com atenção,o profe comenta o texto sobre as ciências sociais, socorrendo-se da área que lhe é de domínio, faz algumas comparações...ou seja ele,faz um exercicio academico propriamente dito, e não aqueles tiros sobre questões meramente políticas, aínda que a política possa ser considerada uma "ciência" também.
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Mussá Roots Sei que o profe é o nosso "Albert Einsten" da física...
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Homer Wolf ok... ok... certo... certíssimo

NB: (Já agora, amanhã tambem escrevo um texto sobre física quântica... socorrendo-me da área que domino)
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Mussá Roots Eh eh eh eh...vou aguardar com serenidade...mas qual será o texto a que vais comentar em forma de lençol?
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Homer Wolf E porque náo um do próprio Profe? Vou vasculhar... Certamente no meio de tanta "ciencia(?) política" há-de existir qualquer coisa sobre a sua área de domínio...
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Mussá Roots Vasculhe...mas vai ser difícil...mais fácil é encontrares, malta "carta aberta para o camarada chipande"...eh eh eh eh...talvez aquele remate sobre #eclipse, há algumas semanas, tem algo a ver...
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Homer Wolf Pois... Olha, boa ideia!... Ainda por cima eu vi (e sofri os efeitos d)o eclipse... eh eh eh
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Lúcio Langaa Até segunda feira
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Homer Wolf Até segunda já terás mais 10 destes... eh eh eh
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Lúcio Langaa Eix kkkkkkk
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Rogerio Antonio Gostei da forma eloquente como o autor do post expõe o seu ponto de vista. Claramente que há muita subjectividade no campo das ciências sociais. Ou seja, um determinado assunto pode ser compreendido de várias formas.
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Homer Wolf Qual autor?
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Rogerio Antonio Do post
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Homer Wolf Sim mais quais dos posts? O Profe de Moz ou o do Profe da Suiça, aqui citado?
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Efraimo Neves A subjectividade têm o condão de cada um poder fazer interpretações que lhe favorecem, as vezes negando o que parece óbvio aos "olhos " da maioria.
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Brazao Catopola Hummm. Não sei se se comenta o seu comentário ou deElisio Macamo. Sobre o texto que faz conclusões tenho a dizer que é um bem conseguido. Resumidamente eis a base da ciência qualquer que seja humana ou as chamadas "puras" é preciso que tornemos o nosso objecto de pesquisa algo objectivo e isso se faz com quadro teórico e metodologia. Dentro destes dois cabe toda a discussão por ele trazida. 
Agora receio aceitar o que dizes sobre a tentativa das ciências sociais quererem permanentemente isolar o ser humana da sua natureza. Primeiro as ciências sociais estudam exactamente a natureza humana (suas relações - o que o torna humana). Segundo, há toda um quadro analíticao e descritivo que faz essa relação. Ocorre me agora casos como A Teoria do Ator Rede desenvolvida por Bruno Latour. As teorias desenvolvimentiastas de Oliver Sardan que abordam o ninchos, teorias de Escobar. Estudos de Edmundo Leech entre outros que fazem essa relação. Não sei se o autor do texto disse isso em algum momento. vale lembrar que, as ciências sociais desenvolveram se partindo de métodos das ciências exactas não é por acaso que a partir do século XVIII surgem a doença dos Manuais de... Guia... como que induzindo a se pensar somente de um jeito Matemático e nessa base construindo o objecto. É verificou se com o tempo que essa posição não era correcta pois as relações humanas e nos humanos obedecia a outras lógicas. Não é verdade que as Cienciais Sociais afastam o humano da sua natureza. Outrossim, há duas questões quando falamos da emoção na busca do saber. a primeira é a relacionada com a motivação para pesquisar e a segunda é trazida pelo debate de possível neutralidade axiológica, que e em relacao ao distanciamento entre o objecto de pesquisa e o autor da pesquisa.
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Julião João Cumbane «Não é verdade que as Cienciais Sociais afastam o humano da sua natureza» (sic). Receio que estejas equivocado, Brazao Catopola. O ser humano tem uma natureza diferente da do macaco, da pedra ou da bactéria. Não é dessa natureza a que me refiro. Aliás, é o acto de as ciências sociais estudarem o ser humano (o comportamento do) a partir somente da sua natureza específica, ignorando o facto de que há leis gerais (leis da Natureza) que governam a existência do ser humano que são comuns às leis que governam a existência de todos os demais entes físicos, tenham eles vida ou não; sejam eles orgânicos ou inorgânicos; sejam eles microscópicos ou macroscópicos.
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Brazao Catopola Então voltas a errar novamente. Por exemplo a teoria de ator rede (Latuor, 2002) fundamenta se na relação com matérias orgânicas e inorgânicas, objectos de intervenção humana e não humana e procura analisar tudo isso como uma relação rede e na relação com o comportamento da natureza. Sardan (2003)quando introduz o que ele chama de configurações desenvolvimentistas procura pôr tudo como atores tanto os sujeitos/indivíduo como as condições emnque ele se encontra como actores de um cenário específico. Escobar (2009) apontam às condições do ambiente (nincho) como condição de análise nas relações sociais. Há milhões de casos, aliás Já Marx e Hegel nas teses de feurback ja apontam essa relação.
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Rafael Joaquim José Quais são as leis que governam todos os entes físicos? Me parece que debata tal igual aconteceu há muito anos atrás quando propunham métodos matemáticos à Psicologia.
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Joaquim Gove A abordagem do Elísio Macamo é extremamente forte e consistente. Apenas ñ nos esqueçamos de que este questionamento existe e sempre existiu desde que as ciências sociais começaram a procurar a sua afirmação como paradigma de pesquisa e, com a validade de todos os argumentos que são aqui sabiamente apresentados, toda a existência é feita de bipolaridades: céu vs terra; bom vs mau; direita vs esquerda; cima vs baixo, etc, que, por vezes chegamos a acreditar que neste jogo bipolar há partes fracas ou menos importantes e, até, dispensáveis ou, no mínimo, indesejáveis. A esquerda, a terra, o baixo, o diabo, o escuro, por aí... Ñ olhamos como parte integrante e muito necessária, indispensável e autónoma para o equilíbrio do sistema. Sem baixo ñ há cima, sem terra ñ há céu, sem esquerda ñ há direita e, assim sucessivamente, sem subjectividade ñ há objectividade... 
O meu ponto é: xom todas possíveis lacunas aparentes das ciências sociais, estas são e devem ser autónomas porque há coisas que a física, como matéria, ñ pode entender, tal como do mesmo modo que entende, sente, toca a pedra, esta ñ pode explicar a sensação.
Parabéns, Elísio Macamo pela exposição e parabéns Julião João Cumbane por incitar a reflexão.
Acho que o melhor que se pode fazer é triangular, tanto em pesquisas das ciências exactas como das sociais pois cada uma isolada ñ vai apresentar verdades completas (ainda impossível de serem consideradas).
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Julião João Cumbane «A esquerda, a terra, o baixo, o diabo, o escuro, por aí... Ñ olhamos como parte integrante e muito necessária, indispensável e autónoma para o equilíbrio do sistema. Sem baixo ñ há cima, sem terra ñ há céu, sem esquerda ñ há direita e, assim sucessiva...Ver mais
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Estevao Pangueia Professor Cumbane
Não há dúvidas de que o ponto de partida pelas ciências sociais reside da configuração real e portanto individual da vida socio-cultural que nos rodeia, quando queremos aprende-la nem por isso menos individual. E na tentativa da org
anização no pensamento do caos da sociedade, que é o objetivo das ciências sociais, as leis gerais da natureza aqui sugeridas, são menos importante porque quanto mais geral a lei, menos valiosa e mais vazia de conteúdo ela é. Isso contrasta com as ciências sociais que dependem do nosso interesse e definem se em conformidade com o significado que atribuímos. 
Professor Elisio Macamo, autor do texto; 
Em que sentido haverá verdades objetivamente válidas nas ciências que se ocupam da vida cultural, que têm como objeto de estudo a acção humana?
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Lúcio Langaa Mano Julio Mutemba vir aqui

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