domingo, 2 de outubro de 2016

Nyusi presente no jubileu da independência do Botswana

Nyusi presente no jubileu da independência do Botswana

O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, foi dos poucos chefes de Estado convidados às celebrações do jubileu da independência do Botswana, país da SADC que ao longo de 50 anos de autodeterminação alcançou um crescimento económico cem vezes superior ao registado durante o período colonial.
Sob o lema Orgulhosos e Unidos, a República do Botswana celebrou, na passada sexta-feira, cinquenta anos de independência nacional. Os tswanas exaltaram os feitos dos seus heróis e rejubilaram em virtude de durante este período a economia do país ter crescido 100 vezes.
O Estádio Nacional do Botswana, com capacidade para 35 mil espectadores, foi pequeno para acolher as cerimónias centrais, cujas celebrações consistiram na parada militar, chegada da tocha da independência, lançamento da Visão 2036, discurso do Presidente Seretse Ian Khama e actividades culturais.
Na ocasião, o Presidente do Botswana, Seretse Ian Khama, falou da Visão 2036, um documento que vai orientar as políticas públicas do país, com propósitos e pilares bem definidos com vista ao alcance da prosperidade, união e desenvolvimento sustentável.
“Ao falarmos da prosperidade referimo-nos à necessidade de alcance de metas de desenvolvimento tanto a nível individual, comunitário, nacional e outros. Esse propósito deve estar na mente de cada cidadão tswana à medida que procura concretizar os objectivos da visão que implica uma mobilização dos esforços colectivos”, disse Seretse Khama, sublinhando que o projecto vai de encontro com a agenda 2063 de desenvolvimento sustentável de todo o Continente Africano.
FESTA REQUINTADA
A festa teve lugar durante dois dias, quinta e sexta-feiras, e para permitir que decorresse sem sobressaltos, o Governo decretou para o primeiro dia tolerância de ponto, ocasião que serviu para os tswanas adquirirem o que precisavam. Os cerca de dois milhões de habitantes já no início da semana andavam vestidos de azul, branco e preto, cores da bandeira nacional.
A nossa Reportagem testemunhou o frenesim que caracterizou os preparativos em que não faltaram os congestionamentos nas principais artérias, chegando a lembrar o que acontece na Estrada Nacional Número 4 nas horas de ponta.
CELEBRAÇÃO DO ORGULHO
Os tswanas celebraram o orgulho e união. Com efeito, todos os caminhos foram dar ao Estádio Nacional onde para além da parada militar, presente em semelhantes circunstâncias, houve espaço suficiente para que os grupos exibissem os seus dotes culturais.
A nossa Reportagem ficou impressionada com uma coreografia executada por um grupo de cerca de seis mil crianças com idades compreendidas entre os nove e dezasseis anos que deixaram os espectadores boquiabertos. Mesmo debaixo de um sol escaldante, cerca de 34 graus, os petizes apresentaram, com mestria, números de ginástica aeróbica, danças tradicionais e cultura ocidental durante quase trinta minutos.
Quem também não quis deixar os seus créditos em mãos alheias foi o exército que demonstrou a sua prontidão, quer na Força Aérea, Infantaria, Marinha de Guerra, Força de Intervenção Rápida, Polícia Canina, entre outros ramos, exibindo um equipamento moderno.
No desfile foram, igualmente, exibidas potencialidades económicas do país, destacando-se avanços alcançados nas áreas de agricultura, construção civil, educação, saúde, indústria, entre outras áreas.
ECONOMIA CRESCEU 100 VEZES
Os tswanas têm motivos mais que suficientes para celebrarem com pompa e circunstância a data. Os números falam por si: crescimento económico em 100 vezes desde a proclamação da independência nacional a 30 de Setembro de 1966, pelo falecido presidente Seretse Ian Khama, pai do actual timoneiro daquele país da África Austral.  
Colonizado pelos britânicos, o Botswana, à altura da independência, contava apenas com uma rede viária de 12 quilómetros, poucos hospitais e a maioria da população vivia basicamente da agricultura de subsistência.
Hoje a economia do país é suportada pela exploração dos recursos minerais, destacando-se a exploração de diamantes.
Na capital do país, o crescimento é caracterizado pelas estradas asfaltadas e limpas, construção de edifícios modernos com recurso ao vidro e alumínio. O mais alto tem cerca de vinte andares.
O investimento nos sectores de educação e saúde é a outra alavanca que propiciou o desenvolvimento rápido daquele país e os números apontam para a redução significativa dos índices de pobreza.
As taxas de alfabetização são altas e o índice de escolaridade primária até aos 13 anos de idade é de cerca de 90 por cento. O desemprego ronda os 20 por cento e a média de esperança de vida é de 54 anos, uma das mais baixas a nível planetário.
Os tswanas dizem que tal desenvolvimento foi impulsionado pelos antigos estadistas Seretse Khama (1966-1980), já falecido, Ketumile Masire (1980-1998) e Festus Mogae (1998-2008), sendo que o actual estadista, no poder desde o ano de 2008, não fugiu à regra dos seus antecessores, imprimindo políticas consentâneas às exigências actuais.
Economia do Botswana é um caso de estudo
–Filipe Nyusi, Presidente da República
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, mostrou-se impressionado com o desenvolvimento socioeconómico que o Botswana regista, tendo afirmado que é um caso de estudo para o sucesso das economias da região austral.
Segundo defendeu, as potencialidades demonstradas no desfile revelam as etapas de desenvolvimento da economia daquele país, pelo que deviam servir de exemplo para outros povos que devem seguir o orgulho que os tswanas têm pelo seu país.
“O sucesso económico que o povo do Botswana regista é um caso de referência que pode ser estudado a nível de África no sentido de perceber os passos que estão a dar ao nível do desenvolvimento económico sustentável. Portanto, estamos a falar de uma festa com sentido de patriotismo, pois a população não é muita mas conseguiu encher o estádio nos dois dias das celebrações, o que é positivo”,disse Filipe Nyusi.
O Presidente da República acrescentou que as celebrações serviram de uma demonstração inequívoca de que o povo daquele país não está interessado em assuntos mesquinhos a não ser no desenvolvimento sustentável.
Segundo afirmou, basta ler o “slogan” das celebrações para perceber que aquele povo sente-se orgulhoso e unido pelos 50 anos de independência. “Portanto, quando falam da estabilidade e segurança é possível perceber que eles aderiram à paz e usam este desiderato como o bem para o desenvolvimento sustentável”.
Na ocasião, o Chefe de Estado disse ter ficado bastante impressionado com o desfile militar onde foram exibidos diverso equipamento bélico e etapas por que passou o desenvolvimento da agricultura e indústria.
Num outro momento o Presidente da República disse que estadistas de outros países mostraram-se preocupados com as acções de desestabilização movidas pela Renamo, tendo apelado ao fim da guerra.
“Portanto, foi uma boa experiência participar nas celebrações em que não faltaram apelos para a Renamo parar com a guerra para que o país possa desenvolver-se rapidamente. Também deixámos a mensagem de felicitação dos moçambicanos”, disse o Chefe de Estado, sublinhando que Moçambique merece a paz para poder produzir e resolver os problemas da pobreza.
Texto de Domingos Nhaúle, enviado a Gaborone

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