terça-feira, 11 de outubro de 2016

FMI e Governo protegem face oculta dos tubarões


Circulam informações de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de assinar um acordo (no âmbito dos termos de referência para auditoria internacional) com o Governo de Moçambique para não divulgar os nomes nem responsabilizar as pessoas que contraíram as dívidas ocultas. Alguns economistas da praça ouvidos pelo Zambeze confirmam a informação e dizem que agora cabe aos moçambicanos pressionarem para a responsabilização dos culpados.
Segundo o economista João Mosca, que discursava numa auscultação pública sobre a paz, organizada pelo painel da Sociedade Civil para o Diálogo, na passada segunda-feira, em Maputo, ele recebeu informações segundo as quais existe este acordo entre o FMI e o Governo de Moçambique para não divulgar nomes nem responsabilizar as pessoas que contraíram as dívidas ocultas.
Por seu turno, o economista Roberto Tibana, que também é consultor do FMI, acredita que o acordo entre o Governo Moçambicano e o FMI seja verdadeiro, a julgar pelo que leu no comunicado do FMI, recentemente divulgado. A margem do referi do evento, Tibana disse em exclusivo ao Zambeze que, embora não tenha participado nessa alegada reunião com membros da Sociedade Civil em que foram informados do acordo “várias personalidades da Sociedade Civil já vieram me dizer a mesma coisa”. Para o nosso entrevistado, o tom do comunicado do FMI transparece essa intenção, “porque eles nunca dizem, e parece que seria uma auditoria que só vai olhar para aquelas três empresas, e isso vem no comunicado e vai parar por aí”.

Nesta ordem de ideias, o economista Roberto Timbana defende que “somos nós os moçambicanos que temos de fazer pressão, fazermos a nossa luta e defendermos os nossos interesses. Eu trabalho para o FMI como consultor, o FMI é uma organização de países de todo o mundo e tem as suas políticas, e acha que faz aquilo que deve fazer, eles podem ter decidido que não querem se meter nesse assunto e vão deixar para os moçambicanos, somos nós que temos de fazer a nossa luta”, sentenciou Tibana.

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