Comeco a ficar farto de vir ao Facebook. Salvo raras excepcoes, so
apanho aqui monossilabos ou pequenos opusculos de intelecto que me
mirram os neuronios.
Nao ha discussoes em profundidade.
Discute-se pessoas. As ancas da avo. E ate o chule do marido. E mesmo a
calcinha cor-de-rosa da cantora de voz esticada no computador e motivo
para longos debates acalorados.
Francamente.
Eu nunca me imaginei num encontro com gente desta jaez.
Ontem, houve dois episodios dantescos na cidade Maputo, no espaco de 3
horas, que resultou em dois metralhados, um carbonizado e outros sei la
quantos a monte.
Dizem que eram raptores. Mas seriam mesmo? Um
deles, ate e zimbabweano (e reincidente). Assim como, no mesmo oficio,
ja por ca apareceram paquistaneses, angolanos e ate sul-africanos.
Banalizou-se a presenca do crime organizado nas nossas vidas, como o ar
que se respira todos os dias. Associou-se este ao poder politico e
agora temos ministros e ministras com ar respeitavel dormindo na mesma
cama gangsterizada.
Mas sobre isso, nem um ai, ou um ui...
OMERTA!
E ha mesmo quem fale da revisao de uma tal "Magna Lei" como se vivessemos num pais normal. Ou entre gente normal.
Um dia fecho esta conta de vez e finjo que nunca estive aqui.
Cultivem-se!
Antonio Gomes Vassili Vassiliev...
OMERTA! Para alguém "se cultivar" nao tem que ler isso tudo. Imagina o
episódio do Pedro Dias (,,,lá, em Portugal!) a cansar-se pelos
montes...tretas, estará bem instalado a cultivar-se acompanhando os
episódios "dantescos" da sua "fuga"..."FOCUS", IS THE WORD!
Rafael Ricardo Dias Machalela reflexo de uma sociedade doente. Vou copiar esta publicacaoCanal de Opinião
Eleições sujas, porcas e viciadas (#canalmoz)
Beira (Canalmoz) – Associação para delinquir todo um processo eleitoral
anulou a lufada de ar fresco que se viu assinada como AGP-2.
Quando dizíamos que o STAE era suspeito e perigoso, sem qualidade nem profissionalismo, alguns duvidavam.
Não é preciso ser especialista nem abalizado em organização de
processos eleitorais para verificar e concluir que o STAE, de
profissionalismo, nada tem.
A soma de irregularidades divulgadas ao longo do processo teve o condão de viciar a vontade popular.
Alguns dirão que a oposição não está organizada. Que a oposição não se
preparou para evitar a fraude. Que a oposição se entusiasmou com os
banhos de multidão que a acompanhavam durante a campanha. Que a oposição
actuou dividida, o que terá influído para a sua fragilidade. Muitas
interpretações abundam e serão trazidas para a praça pública.
Mas onde mora a verdade?
Ninguém terá os dados todos ou completos do processo que inquinaram as eleições de 2014 em Moçambique.
Pelos pedaços e partes que se podem colher aqui e acolá, basta para
entender que houve premeditação e preparação para que os resultados
significassem a vitória da posição.
Quem na posição de Governo não acautela aspectos organizacionais vitais tem algum interesse objectivo.
O STAE, organismo criado para a gestão de processos eleitorais, mais
uma vez falhou. E diga-se que este falhanço foi organizado desde a
primeira hora. Se após as eleições autárquicas passadas tem havido uma
posição crítica e consequente da parte do Governo, teríamos visto uma
reorganização profunda daquele órgão, com titulares de cargos sendo
removidos, devido a todo um trabalho de fraca qualidade executado.
Porque havia uma “confiança política” de que a direcção do STAE, na
forma actual, seria útil para as manobras normais e desejo de manutenção
do poder, não se mexeu uma palha num organismo oneroso e ineficiente.
A credibilidade um processo começa nos órgãos que dirigem tal processo.
A génese da fraude, das irregularidades, da incúria e do pré-enchimento
de urnas, da organização de acções intimidatórias e de repressão de
votantes são acções que se planificam e que obedecem a uma coordenação
intersectorial.
Alguém cunhou um termo, “homens dos crachás”, e isso
induz a pensarmos que os serviços de inteligência governamentais
tiveram um papel concreto no controlo das acções do STAE e da CNE a todo
o tempo. E isso não é teoria de conspiração nem invenção. É claro como
“Água Vumba” que a dotação orçamental desproporcional reservada para o
sector de segurança visa conferir capacidades específicas. Se atendermos
que onde se exigem respostas, como nos diversos tipos de crimes típicos
e atípicos que flagelam o país, não se tem encontrado respostas
convincentes práticas, então o orçamento se justifica com uma actuação a
contento de alguém em momentos eleitorais.
Quanto aos rumores de
que a NIKUV, israelita, teria sido contratada para ajudar na vitória da
Frelimo, dificilmente se poderá provar. Mas isso não significa que não
tenha havido assessoria externa, pois, como sabemos, o “marketing”
político-eleitoral é uma área de especialidade que os partidos políticos
não dispensam.
A gestão de um processo eleitoral numa situação de
democracia não pode ser feita por membros de partidos políticos que
continuem a receber instruções de seus partidos. O “procurement”
eleitoral, computadores, boletins de voto e todo o material eleitoral
não pode ser entregue sem concurso público a empresas detidas por
membros do partido no poder, como aconteceu em todos os pleitos
eleitorais em Moçambique. A distribuição do material eleitoral não pode
ser entregue a uma empresa de um membro do partido no poder, sem
concurso público.
Quando se diz que a vitória prepara-se e organiza-se, também o contrário é verdade, a derrota prepara-se e organiza-se.
Quando existe seriedade governativa e não populismo governativo, as
responsabilidades por erros que comprometem a estabilidade nacional são
matéria de preocupação e inquérito expedito.
Numa situação normal,
em que os protagonistas de um processo essencial e estruturador da
política governativa como são as eleições gerais, tanto a forma como o
conteúdo deveriam estar no topo da agenda do Governo do dia.
Ir para
eleições sabendo-se de antemão que o STAE não garante seriedade,
credibilidade e confiança é enveredar por caminhos de vitórias
encomendadas e perigosas.
Agora, o país está refém de um processo
sinuoso de apresentação de provas de irregularidades, análise das mesmas
e deliberações. Estamos reféns de declarações dos partidos políticos,
que poderiam ter sido evitadas. Estamos reféns de negociações que, “a
priori”, serão longas, onerosas e paralisantes.
Reconheçamos que é
uma vergonha custear a existência de um STAE que não consegue colocar os
cadernos eleitorais onde é necessário, que não consegue evitar que
circulem boletins de voto fora do processo legal, que não faz respeitar a
Lei Eleitoral quanto à colocação dos agentes da PRM nas distâncias
previstas na lei.
Há evidências de que o processo eleitoral foi viciado para favorecer um determinado tipo de resultados.
Cabe aos partidos políticos da posição e oposição gerir a crise que se instala mais uma vez no país.
Os ânimos estão exaltados e a responsabilidade é de todos, para que o país se mantenha em paz.
A observação eleitoral africana e da SADC foi incapaz de exercer as
suas funções com responsabilidade política e profissional. Uma passeata
por algumas mesas de voto e uma miopia artificial demonstram que África
sofre de altos “deficits” de democracia. Um clientelismo político e
alianças promotoras da instabilidade continuam gerindo intenções e
práticas por parte de quem deveria agir com imparcialidade e
responsabilidade.
Um pouco por todo o continente se perdem oportunidades de organizar processos credíveis e limpos.
Há uma agenda activa de promoção de posições cimeiras quanto ao acesso
aos recursos naturais, nomeadamente minerais e energéticos.
Parece
que os Governos se acomodam a uma perspectiva de curto prazo, em que o
poder é utilizado como forma de assegurar vantagens para quem o exerce.
Fala-se de desenvolvimento nacional e continental, mas, na verdade, o
“clube dos poderosos” tem uma agenda particular secreta, que executa
friamente contra a vontade popular e contra os preceitos da tão
proclamada democracia.
A escrita foi borrada mais uma vez em Moçambique.
As eleições foram sujas, porcas e viciadas.
Antevê-se uma tentativa de controlar a situação, que significará que mais mediação e intervenção externa serão accionadas.
Mbeki, Obasanjo, Kofi Annan e outros devem estar fazendo as malas para Maputo…
Assim vai Moçambique e, por tabela, África.
Eleições justas, livres e transparentes sem conteúdo e forma democráticos constituem uma falácia perigosa.
Não sou pessimista por natureza, mas antevejo tempos difíceis no país.
Quem quer a PAZ, cultiva a mesma com responsabilidade e não promove fraudes. (Noé Nhantumbo)
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