sábado, 25 de junho de 2016

Armando Guebuza diz que país deve confiar nas instituições em relação à crise da dívida pública

Armando_Guebuza2O antigo Presidente moçambicano Armando Guebuza defendeu hoje que o país deve confiar no trabalho das autoridades em relação à crise da dívida provocada pelos empréstimos escondidos contraídos no período em que era chefe de Governo.
"As nossas autoridades estão preocupadas com a situação e, por conseguinte, devemos, de modo confiante, esperar por aquilo que eles vão concluir", disse Armando Guebuza, falando aos jornalistas à margem das celebrações do 41.º aniversário da independência de Moçambique.
Para o antigo chefe de Estado moçambicano, os problemas económicos do país têm origem na difícil conjuntura internacional e nas calamidades naturais.
"O país deve levantar-se firmemente para fazer face a estes desafios", afirmou Armando Guebuza, acrescentando que o combate à pobreza e a consolidação da paz devem continuar no centro das prioridades do país.
"Já demos provas no passado de que somos capazes de vencer e eu acredito que continuaremos a vencer", declarou o antigo chefe de Estado, reiterando a necessidade de os moçambicanos confiarem nas autoridades.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu sexta-feira que Moçambique deve adoptar um pacote urgente e decisivo de medidas de política para evitar uma maior deterioração da economia e alertou que o país pode ter atingido um risco elevado de sobre endividamento.
"A missão (técnica do FMI) e as autoridades (moçambicanas) acordaram que este contexto exige um pacote urgente e decisivo de medidas de política para evitar uma deterioração acrescida do desempenho económico", refere um comunicado do FMI enviado à Lusa, no final da visita, na sexta-feira, a Moçambique, de uma equipa técnica da organização para avaliar a situação económica decorrente da descoberta de avultadas dívidas contraídas pelo Governo moçambicano e que foram mantidas fora das contas públicas.
Em particular, especifica o FMI, são necessários apertos substanciais ao nível fiscal e monetário, flexibilidade da taxa de câmbio, para restaurar a sustentabilidade macroeconómica, redução das pressões sobre a inflação e a balança de pagamentos, bem como alívio das pressões sobre o mercado cambial, para restaurar o equilíbrio entre oferta e procura no mercado cambial.
"Foi ainda acordado (entre o FMI e o Governo moçambicano) que o ajustamento deve preservar os programas sociais críticos", refere a nota de imprensa.
O FMI prossegue assinalando que Moçambique tem agora alta probabilidade de ter atingido um nível de risco elevado de sobre endividamento e a sua dívida pública atingia 86% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2015, na sequência da descoberta de 1,4 mil milhões de dólares de empréstimos contraídos pelo Governo moçambicano entre 2013 e 2014 e não revelados à Assembleia da República e às organizações financeiras internacionais.
A organização frisa que Moçambique enfrenta desafios económicos difíceis e que se espera que o crescimento económico em 2016 baixe para 4,5%, contra de 6,6% em 2015, quase 3,3 pontos percentuais abaixo dos níveis históricos, com riscos substanciais de baixa nesta projecção.
EYAC (PMA) // SO
Lusa – 25.06.2016

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