imageAndrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio que mediou o Acordo Geral de Paz em Moçambique em 1992, disse que está muito preocupado com a tensão no país, mas acredita que “vai se encontrada uma solução”.
“Se se encontrou solução para a guerra civil, vai ser encontrada solução para esta tensão”, afirmou Andrea Riccardi aos jornalistas em Lisboa, onde proferiu uma conferência sobre o pontificado do Papa Francisco.
Desde as eleições gerais de 2014 que a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) ganhou e que o principal partido da oposição, a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), se recusa a aceitar, que a paz se deteriora progressivamente em Moçambique, agravando-se a crise política, militar e económico-financeira.
“Moçambique preocupa-nos muito”, disse o fundador da Comunidade de Santo Egídio, indicando a grave fragilidade da situação financeira do país e da estabilidade do Estado moçambicano
“Seguimos muito Moçambique e temos fé”, acrescentou Andrea Riccardi.
A 4 de outubro de 1992 foi assinado em Roma o Acordo Geral e Paz para Moçambique, ponto fim a quase duas décadas de confrontos entre a Frelimo e a Renamo, após negociações que foram mediadas pela Comunidade de Santo Egício, também conhecida pela ‘UNO de Trastevere’, local da capital italiana onde tem a sua sede.
Fundada em 1968, em Roma, a Comunidade de Santo Egídio é uma organização católica que dinamiza projetos de promoção da paz, diálogo inter-religioso, solidariedade e evangelização.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, a Comunidade de Santo Egídio, fundada por Andrea Riccardi, dá atenção à realidade “como ela é”, com os seus “dramas” e “tragédias”.
“Foi muito importante que Andrea Riccardi, no final dos anos 60, no meio de todas aquelas ideologias que estavam co muita força, tivesse preferido o na atenção à realidade como ela é, também com as suas tragédias e os seus dramas”, referiu D. Manuel Clemente, na conferência de Andrea Riccardi, em Lisboa.
Fonte: Agência Ecclesia