quinta-feira, 5 de maio de 2016

HÀ CADÁVERES ABANDONADOS NAS MATAS

Moçambique | Caso "vala comum com cadáveres"
GOVERNO DE SOFALA COMPROVA QUE NÃO É NA SUA
PROVÍNCIA QUE HÀ CADÁVERES ABANDONADOS NAS MATAS
- Ou vala comum
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----->> Mas em contrapartida, feliz ou infelizmente, proporciona oportunidade ímpar aos jornalistas para completamente eliminar-se dúvidas sobre a existência de corpos abandonados nas matas de Moçambique
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Beira (Magazine CRV) -- O Governo da província de Sofala organizou a ida a Gorongosa de um grupo de jornalistas baseados na Beira em que o Magazine CRV e o jornalista Arsénio Sebastião da DW - que juntamente o jornalista da Lusa André Cutaeira desvendaram a existência de vala comum com cadáveres baseando-se nos relatos colhidos - não estavam inclusos mas que por seus próprios meios também deslocaram e juntaram-se à comitiva.

Cerca das 11:00 h desta Quarta-feira (4) os jornalistas foram recebidos e acompanhados pelo administrador local, Manuel Jamaca, na companhia de líderes tradicionais e levados pela Estrada Nacional Nº 7, centro nordeste da vila de Gorongosa, até a proximidade limítrofe com o distrito de Macossa, na província de Sofala com a província de Manica, por forma a esclarecer a existência ou não de corpos de pessoas mortas e porque não mesmo da dita vala comum.
No local, o administrador da Gorongosa falando aos jornalistas afirmou que “quanto a vala comum no distrito da Gorongosa respondo negativamente, não existe. Eu estou aqui no distrito de Gorongosa, a partir deste rio Nhaduwe que limita a província de Sofala com a província de Manica, até o rio Pungué, trabalhamos com a população, com os lideres comunitários, que ao longo do caminho vimos, podemos parar a qualquer passo que quisermos, até a qualquer momento, não confirmo, não à nenhuma vala comum, vala comum não existe no distrito da Gorongosa (…) vocês têm do direito, todo o espaço de interagir com os camponeses nestas machambas que estão a ver aqui a minha direita, entrar por ali, a qualquer machamba daqui para (rio) Pungué procurem qualquer camponês, qualquer aluno, professor, qualquer líder comunitário, qualquer agente económico, perguntem…”
Entretanto, sabido que o reportado pela imprensa sobre a suposta vala comum indicava para um local mais adiante, o administrador de Gorongosa recusou levar os jornalistas para a área pretendida afirmando que “são dois Governadores aqui, não posso levar os jornalistas para a terra de Alberto Mondlane, Governador de Manica - área que os jornalistas pretendiam alcançar, sob a jurisdição deste, para fazer a investigação - eu fico mal com (Governo de Hena Taipo)…”
Com isto, ficou claro que a zona pretendida pelos jornalistas pertencia a Província de Manica.
Dispondo os jornalistas de alguns dados soltos no que diz respeito aos locais problemáticos sobre o assunto, perguntado o Administrador se conhecia ou sabia da existência (de ajudantes) dos regulados chamado ‘tropa’, disse que o mesmo pertencia a Manica.
De seguida foi indagado se conhecia a zona habitacional chamada “seventinsix’ e se a mesma pertencia a Gorongosa, tendo respondido que “o tal “seventinsix’, o tal ‘tropa’, distrito é Macossa, tudo é província de Manica, portanto sobre a jurisdição…”
Então quer dizer que não podemos ir para o outro lado? Questionamos ao que respondeu, “não (não é isso) podem ir, mas têm que comunicar com os Governadores…”
Entendemos aqui que a idéia do Governo de Sofala era a de levar a equipa de jornalistas até ao limite da área sob sua jurisdição para comprovar que dentro do seu território tal situação não existia, conforme apurado pela equipa criada para a investigação e por conseguinte credibilizando esta. Inteligentemente.
Não satisfazendo isto aos jornalistas, começavam as concertações entre os mesmos, equacionando como fazer para atingir sozinhos, a pé e sem protecção alguma cerca de 8 quilómetros de estrada, fora outros tantos para o interior da mata até atingir a área dos garimpeiros onde supostamente jaz a tal vala comum avançada pela imprensa.
Entre o vamos e não vamos, os jornalistas dos órgãos independentes entenderam que não fazia sentido andar a reboque da equipa governamental que ainda os pretendia levar para outras áreas do interior, do lado de cá (Gorongosa) e, por mais que a zona pretendida alcançar ser a província de Manica, não deixava da ser Moçambique…
Andaram nisso cerca meia hora. Discussões, trocas de opiniões… e iam fazendo pequenas entrevistas aos camponeses ou residentes da zona que por ai iam transitando a pé ou de bicicleta quando, depois de tantas interpelações, finalmente surgiu a revelação no depoimento de Doca Sabir (que entretanto acabou acompanhado a equipa de jornalistas ao local e mais abaixo transcrita a conversa).
Os escribas optaram uma vez mais na insistência com o simpático Administrador da Gorongosa quanto às suas pretensões, indagando-o qual a inconveniência de passarem para o outro lado do território?
Respondeu: “Não à inconveniência, o Governo é o mesmo, o que é preciso é interagir com o Governo de Manica, para Manica dizer a vocês, convidar a vocês para ir no território dele fazer o trabalho que (vos) for conveniente…”
Retorquiriam: mas no nosso entender não precisamos de ser convidados para fazer o trabalho pretendido.
Respondeu: “Precisam de ser autorizados, não pode ser a governadora Helena Taipo a mandar vocês a ir (por exemplo) Zambézia para fazer um trabalho de investigação ou de apuramento da verdade sem comunicar com o homólogo da Zambézia ou de Manica ou de Maputo ou qualquer coisa. Neste caso, estamos a vir directamente da Beira (para) Gorongosa, para passarmos a província de Manica fazermos um trabalho que pode levar um dia, duas horas, o Governador de Manica tem que ser comunicado. Não à nenhuma proibição, só que é preciso haver uma comunicação (…)”.
Os jornalistas precisavam de uma protecção dado todo o cuidado necessário para fazer a incursão para “o outro lado” - por sinal de onde os dois primeiros jornalistas (da Lusa e do DW) que tentaram investigar este caso saíram em debanda e sob som de tiros - e não arredando o pé, voltaram batendo na tecla: mas qual a inconveniência?
Em resposta manteve a sua posição, afirmando que “a senhora Governadora nos deu a tarefa de receber-vos, fazerem a investigação livremente no território de Gorongosa. Eu, a todo o sol, a todo o momento estou disponível… mas não posso ir para além…”.
Não havendo como, um grupo de jornalistas de órgãos independentes como STV, Canal de Moçambique, Miramar, Zambeze, DW eincluso Magazine CRV, decidiram por sua conta assumir os riscos e furaram o esquema montado, percorrendo cerca de 8 quilómetros a pé até ao posto administrativo de 'Mutropa' em Macossa, na procura da verdade. Não alinharam neste apuramento a TVM, a Rádio Moçambique, o Diário de Moçambique, o Noticias e a Rádio Indico, que ficaram deste lado com as autoridades governamentais.
Percorrida a distância, na campainha do cidadão Don (ou Doca) Sabir, entraram mata a dentro, cerca de 100 metros da estrada, e de facto constataram corpos já em estado de decomposição ai abandonados. As fotografias demonstram.
No local, conversaram com o acompanhante:
Seu nome?
-“Meu nome é Don (ou Doca) Sabir.
Quando é que o senhor descobriu que havia corpos aqui, próximo da sua machamba?
- “Epah, apanhou muito tempo. Outro já não consegue contar mais, epah aqui deixou todo meu coisa, machamba tudo, macaco está vir levar comer essa m#### (corpos)… tudo eu… epah não tem comida… como meu machamba estava perto… a pessoa está vir deitar sim… (…) nem meu mulher nem caril só está comprar…”
Não teria visto as pessoas que trouxeram os corpos…?
-“Iii, nada, não viu”
Conseguiu identificar alguns carros?
-“Nada, não viu, estes está vir de noite…”
Mas quando começaram a ver os corpos não puderam identificar pelo menos a roupa, pode ser pessoa X ou do sítio Y?
-“Nada, esse não é daqui, nada…”
Mas quando o senhor viu, os corpos estavam com roupas ou já assim no estado de decomposição?
-“Está acabado assim…”
Outro corpo parece duma mulher?
-“Sim, é uma mulher sim”.
Há outros corpos aqui próximo?
-“Há outro está ai na ponte (rio Muere)…”
Mas existe por aqui uma vala onde tem muitos corpos?
-“Ai na ponte tem sim, volta de 9…”
Fala-se que para este lado de Macossa tem um buraco grande onde se extraia ouro e onde começaram a deitar corpos, será verdade isso?
-“Há, ai em frente mas é de muito tempo já…”
Quando diz de muito tempo, está a falar de quanto tempo mais ou menos?
-“Quase passa dois meses…”
Mas o senhor viu esses corpos?
-“Nada eu não viu, só pessoa estava a falar…”
Daqui para lá é muito longe?
-“Iii é longe já”.
Terminada esta entrevista no local onde jazem os três corpos em avançado estado de descomposição, deveriam os jornalistas seguir mais adiante com o seu “guia”, a cerca de mias 3 quilómetros pela estrada, até ao rio Muere onde se encontram cerca de outros 9 corpos dentre recentes - já reportados fotograficamente pelos colegas da Lusa e DW - e dai rumarem para a distante localização da vala, ou seja buracão.
Os jornalistas conferenciaram e optaram por antes agradecer a Deus por tê-los protegido até ai e decidiram não “aventurar” para os outros locais, ademais tendo havido evidencias de pessoas mortas mesmo que não em vala comum e regressaram ao ponto de partida onde encontraram seus colegas e a equipa governamental os aguardando.
Fica-se por saber quem são os promotores do que está a acontecer. Como é que aquelas foram parar ai. Trabalho de polícia. (MHM // Magazine CRV)
Amílcar da Conçeiçaõ, Eunice Leong, Albano Manuel Comissario Comissario and 10 others like this.
Comments
John Wetela
John Wetela Por mim, há provas do que se diz, se não avançaram para a vala, é a distância e medo da mata, o entrevistado disse que a tal cova existe
2 hrs
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Gerardus Mercatour
Gerardus Mercatour Magazine CRV uque apagaram as imagens dos cadáveres da reportagem? Um povo já as viu e não fica bem uque foram ameaçados?
2 hrsEdited
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Albano Manuel Comissario Comissario
Albano Manuel Comissario Comissario pra o trabalho de investigacao eh necessario uma permicao?? pra oque?? se nao ha nada p esconder.... algo algum
2 hrs
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Manjur Manuel Gelo
Manjur Manuel Gelo
13 hrs
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Johannes Feel Good Majongue
Johannes Feel Good Majongue
2 hrs
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Zuneid Adamo
Zuneid Adamo Vi essa reportagem no telejornal
1 hr
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Adriano Fernando
Adriano Fernando Leiam as verdades ocultas Casta Stayle Stayle Eljuca Mazingo

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