domingo, 1 de maio de 2016

Ataques no Leste da Turquia vitimam polícia e militares


Acção ainda não foi reivindicada mas segue-se ao bombardeamento de posições curdas pela aviação turca.
O cenário em frente à sede da polícia em Gaziantep, onde um carro armadilhado explodiu este domingo. AFP/ILHAS NEWS AGENCY
Pelo menos três soldados e um agente da polícia morreram este domingo em dois ataques no Sudeste da Turquia. Numa primeira acção na cidade de Nusaybin, província de Mardin, na fronteira com a Síria, um grupo armado disparou um rocket contra militares, matando pelo menos três pessoas e ferindo outras 14. Mais tarde, um veículo armadilhado foi detonado junto à sede da polícia de Gaziantep, uma das maiores cidades da região. A CNN Türk, filial local da estação televisiva norte-americana, avança a morte de uma pessoa e ferimentos em várias outras. A explosão terá sido ouvida a sete quilómetros de distância.
As acções deste domingo não foram ainda reivindicadas, mas a Turquia assiste desde 2015 a um sério recrudescimento da violência entre o Estado e os rebeldes curdos, após o colapso de um cessar-fogo entre Ancara e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em Julho desse ano. Desde então, e segundo o International Crisis Group, uma organização não-governamental sediada em Bruxelas, perto de um milhar de pessoas morreu em atentados e confrontos armados. Grande parte do Leste da Turquia encontra-se em estado de guerra.
Na sexta-feira, a aviação turca bombardeou posições rebeldes curdas no Sudeste do país e também no Norte do Iraque.
A 25 de Abril, e em declarações à britânica BBC, o líder do PKK Cemil Bayik acusou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de querer “intensificar a guerra” contra os curdos e disse que o PKK, designado pela União Europeia e os Estados Unidos como uma organização terrorista, estava preparado para um longo conflito armado. Bayik negou, no entanto, que o objectivo do movimento fosse, no curto prazo, o estabelecimento de um estado independente para os curdos no Leste da Turquia.
Ao mesmo tempo, o país enfrenta uma vaga de atentados reivindicados pelo Estado Islâmico - que, tal como os rebeldes curdos, utilizam a vizinha Síria, mergulhada há cinco anos numa guerra civil, e o Iraque como base recuada para acções na Turquia. A 10 de Outubro de 2015, o mais grave ataque atribuído à organização extremista muçulmana vitimou mortalmente mais de 100 pessoas, a maioria activistas curdos, em frente à principal estação ferroviária da capital Ancara.

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