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Mina de carvão em Moatize, Tete, Centro de Moçambique.
A Economist Intelligence Unit considera que a economia de Moçambique vai crescer apenas 4,8% este ano devido ao abrandamento da despesa pública e do investimento e aos impactos das condições climatéricas na produção agrícola.
“O crescimento real do Produto Interno Bruto está previsto ficar nos 4,8% em 2016, a taxa de crescimento mais baixa dos últimos 15 anos”, lê-se na Análise Económica de Moçambique, enviada aos investidores e a que hoje a Lusa teve acesso.
“O abrandamento previsto reflete uma diminuição ainda maior na despesa pública, investimento baixo no país e o impacto negativo na produção agrícola da seca e das cheias relacionadas com o fenómeno do El Niño”, acrescentam os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.
Para além da revisão em baixa para o crescimento do PIB para este ano, a EIU também reviu em baixa a expetativa de evolução média da riqueza de Moçambique para os próximos anos, que assim desce de 6,8% ao ano entre 2017 e 2020 para 5,8% em cada um desses anos.
A degradação das perspetivas entre 2017 e 2020 relaciona-se com a previsão de evolução do mercado das matérias-primas, cujos preços deverão manter-se em níveis baixos por comparação com os últimos anos.
“A sobre-oferta e a procura reduzida no mercado global vai diminuir novos investimentos de capital na indústria do carvão em Moçambique e empatar o desenvolvimento de novas explorações de grafite, titânio e ouro”, escreve a EIU, notando, ainda assim, que “por causa dos baixos custos operacionais e da procura relativamente robusta por parte da Índia, o principal mercado exportador de Moçambique, a produção de carvão deve aumentar até final da década”.
Na análise sobre a economia de Moçambique, a unidade de análise da Economist diz ainda que a inflação vai continuar a enfrentar pressões, e por isso deve acelerar para quase 13% durante este ano, o que representa um recorde face aos últimos cinco anos.
“A inflação deve depois abrandar gradualmente a partir daí devido ao aumento dos preços do petróleo e dos alimentos em 2017 e 2018”, acrescenta a EIU, concluindo que “a inflação deve cair para uma média de 5,1% em 2020, ajudada pelo progressivamente menor défice orçamental e por uma moeda mais estável”.
Fonte: Lusa