terça-feira, 5 de abril de 2016

Médica abandona tratamento de menino porque os pais da criança são do PT

Bandeira do PT em manifestação de apoio ao partido, em 16 de agosto de 2015


© AFP 2016/ Miguel Schincariol
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O acirramento dos ânimos por conta do confronto político-partidário chegou a tal ponto no Brasil que uma pediatra de Porto Alegre se recusou a continuar o tratamento de um menino de um ano e meio pelo fato de os pais da criança pertencerem ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), ambos da base governista.

O caso, que ganhou repercussão no Brasil e no exterior, está sendo investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CRM-RS), depois que a mãe do menino, a suplente de vereadora Ariane Leitão (PT), denunciou a pediatra Maria Dolores Bressan, que lhe comunicou, via Whatsapp, que declinava, de maneira irrevogável, de continuar o tratamento da criança, por a vereadora e o pai serem petistas – na verdade, o marido é filiado ao Psol.
A repercussão do caso foi ainda maior depois que o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo Mendes, disse que a médica tinha a admiração do Sindicato. “Ela foi extremamente ética e honesta”, afirmou.
Procurado pela Sputnik, o CRM-RS enviou a seguinte nota oficial: “O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) comunica que foi aberta sindicância para apurar a denúncia formalizada pela Sra. Ariane Leitão contra uma pediatra que teria se recusado a dar continuidade ao atendimento de seu filho. Se a Comissão de Sindicância considerar que houve indício de infração ética, será aberto um Processo Ético-Profissional, que pode resultar em absolvição da acusada ou, caso contrário, em aplicação de uma das penas previstas na Lei 3.268/57.”
Segundo o Artigo 22 da referida lei, as penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais a seus membros preveem as seguintes sanções: advertência confidencial em aviso reservado; censura pública em publicação oficial; suspensão do exercício profissional até 30 dias: ou cassação do exercício profissional “ad referendum” do Conselho Federal.
Também procurado pela Sputnik, o Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que, como instância recursal, só se pronunciaria após parecer do CRM-RS.
A seguir, o texto da mensagem que a pediatra Maria Dolores Bressan enviou a Ariane Leitão via Whatsapp:
“Bom dia Ariane. Estou neste instante declinando em caráter irrevogável da condição de pediatra de Francisco. Tu e teu esposo fazem parte do Partido dos Trabalhadores e depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem, onde houve escárnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do partido). Eu estou sem a mínima condição de ser pediatra do teu filho. Poderia inventar desculpas, te atender de mau humor, mas prefiro a honestidade que sempre pautou minha vida particular e pessoal.
Se quiser posso fazer um breve relatório do prontuário dele para tu levar a outro pediatra.
Gostaria que não insistisse em marcar consultas mais.
Estou profundamente abalada, decepcionada e não posso de forma nenhuma passar por cima dos meus princípios. Porto Alegre tem muitos pediatras bons. Estarás bem acompanhada. Espero que compreendas.”


Leia mais: http://br.sputniknews.com/sociedade/20160331/3983891/medica-deixa-de-tratar-crianca-porque-seus-pais-sao-do-PT.html#ixzz44ykO3IOM

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