quinta-feira, 21 de abril de 2016

Em torno de Dom Jaime...

A Frelimo, que ontem terminou a sua 5ª Sessão Ordinária do Comité Central, no Município da Matola, em Maputo, apelou aos órgãos da administração da justiça para responsabilizarem criminalmente a Renamo e o seu dirigente, Afonso Dhlakama, por se saber que são os autores das matanças de cidadãos indefesos e das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
A Renamo é igualmente
protagonista de todo o
clima de insegurança
que reina, principalmente
na região centro do
país, devido aos ataques que os
seus homens armados protagonizam,
cujas consequências são
hoje sensíveis na estabilidade
nacional, com custos económicos
elevados e na retracção dos
investimentos, quer nacionais,
como estrangeiros.
Assim sendo, o órgão de decisão
do Partido Frelimo no intervalo
entre os congressos, reitera
que todos os que à margem da
lei actuam criando pânico no seio
da população e das comunidades,
pondo em causa a livre circulação
de pessoas e bens, devem ser
responsabilizados, para o que
há instituições responsáveis que
não devem ficar passivas face aos
prejuízos elevadíssimos causados
pela Renamo.
Aliás, uma declaração da
sessão, respeitante ao clima de
tensão militar, causada pela Renamo,
lida no encerramento pelo
membro da Comissão Política da
Frelimo Alberto Vaquina, foi mais
clara ao endossar ao governo a
responsabilidade de continuar a
desarmar aquele partido político
armado da oposição e outros que
tenham artefactos de guerra de
modo ilegítimo, posição que resultoude uma análise da actual
situação militar e paz em Moçambique.
“Moçambique é um Estado
de Direito Democrático, tem
as suas instituições em pleno
e regular funcionamento.
Verifica-se a prevalência de
ataques armados da Renamo,
orientados pelo seu líder, em
algumas zonas do país. São actos
antidemocráticos, ilegais
e inconstitucionais, representando
uma flagrante violação
aos fundamentos do estado
de direito democrático. Está a
criar-se um ambiente de incerteza,
quer nas populações quer
nas instituições públicas, com
a consequente retracção do investimento
nacional e estrangeiro”
– lê-se no documento.
Segundo a declaração, o Comité
Central, inspirado nos debates e
contribuições, considerando que os
ataques da Renamo, desde 2013,
têm como alvo o Estado e as famílias,
com o objectivo de inviabilizar
o normal funcionamento do Estado
e provocar a desaceleração do desenvolvimento
do país e o retrocesso
das conquistas do povo moçambicano,
arduamente conseguidas
desde a independência nacional, ao
recurso ao assassinato de pessoas
e a destruição de infra-estruturas
públicas e privadas, condena com
veemência os ataques armados daRenamo como estratégia para ascender
ao poder.
“Encorajamos o governo a
reforçar das suas instituições
para garantir a sua soberania
e recolher as armas em posse
ilegítima, fazendo cumprir as
leis da República de Moçambique,
ao mesmo tempo que
encorajamos o Presidente da
República a continuar incansavelmente
o diálogo e pragmatismo
que sempre o caracterizou
e alargado a outras forças
vivas da sociedade, entre
as quais os partidos políticos,
confissões religiosas, organizações
femininas e juvenis,
artistas e outras formas de organização
da sociedade, para
que consigamos o alcance de
uma paz efectiva”, lê-se numa
das passagens da declaração.
XI Congresso na Matola em 2017
A 5ª Sessão do Comité
Central da Frelimo terminada
ontem na Matola decidiu
convocar o XI Congresso para
decorrer de 26 de Setembro
a 1 de Outubro de 2017, na
Escola Central do Partido, cidade
da Matola, província de
Maputo.
A convocação da magna reunião
do partido no poder foi ao
abrigo do disposto nos números
1, 4 e 5 do artigo 57 dos Estatutos
do partido e no âmbito do
cumprimento do calendário dos
eventos mais importantes desta
formação política.
Reunida em sede do Comité
Central (CC), a Frelimo exortou
os órgãos, militantes, simpatizantes
e organizações sociais
em particular e os moçambicanos
em geral a participarem
activamente nos preparativos do
congresso, fazendo com que se
torne em momento de reflexão,
de festa e de reforço do espírito
de auto-estima e inspiração
para o sucesso na luta contra a
pobreza.
O encontro terminado ontem
teve o condão de analisar com
frieza, dentre outros aspectos,
a situação político-militar, paz e
a crise económica, tendo-se tomado
importantes decisões para
reverter a situação.
A esse propósito e falando
em exclusivo para o nosso jornal,
o Secretário para a Mobilização e
Propaganda da Frelimo, António
Niquice, afirmou que a presente
sessão foi mais um momento de
aprofundamento, exaltação e reforço
da coesão interna entre os
membros do CC.
Segundo ele, os trabalhos decorreram
de forma aberta com
debates francos, tudo na perspectiva
de encontrar melhores
caminhos para os problemas
apresentados, sendo que no tocante
à paz, os militantes concluíram
que a solução passa por
um diálogo franco efectivo e sem
pré-condições.
“A Frelimo considera que
a paz não tem preço e sauda
os esforços do presidente do
partido na busca de soluções
através do diálogo. Condena
veementemente os ataques
da Renamo, que condicionam
a livre circulação de pessoas
e bens e matam civis e os
membros das Forças de Defesa
e Segurança (FDS)”, disse o
porta-voz do partido.
Relativamente à situação
económica, a 5ª sessão indicou
que a mesma não pode ser dissociada
da conjuntura económica
internacional, caracterizada
pela baixa da produção nacional,
baseada na seca e estiagem na
zona sul e centro e inundações
no norte, aspectos agravados
pela desestabilização protagonizada
pela Renamo.
Ainda sobre este assunto,
António Niquice explicou que os
membros do CC reconheceram
que a balança comercial é fraca,
com elevados índices de importações
e exportações deficitárias,
o que propicia baixos níveis
de produção.
Para reverter a situação e,
segundo António Niquice, o órgão
orientou o Governo no sentido
de potenciar a produção
nacional, sensibilizando a população
a produzir mais hortícolas,
bem como cereais.
“Para garantir a segurança
alimentar, o CC orientou o
Executivo a trabalhar no sentido
de apoiar a população na
produção de comida, incluindo
a capitalização de culturas
de rendimento, como, por
exemplo, castanha de caju, algodão
entre outras para assegurar
as exportações, permitindo
deste modo, a entrada
de divisas visando equilibrar
a balança comercial”, explicou
Niquice, para quem o investimento
nas pequenas e médias
empresas, bem como a aposta
na formação técnico-profissional
e nas tecnologias de informação
e produção são outros factores a
ter em conta.
Num outro momento, António
Niquice afirmou que a Frelimo
exorta o povo moçambicano
a se engajar activamente no processo
de desenvolvimento socioeconómico,
rejeitando quaisquer
tentativas de manipulação e desordem
defendida por algumas
lideranças política.
“A Frelimo é um partido de
realizações e transformações
profundas que vêm sendo desencadeadas
desde as constituições
de 1990 e 2004, com
destaque para o processo da
descentralização de competências
que vem sendo introduzida
gradualmente, como é
o caso das autarquias locais,
assembleias provinciais, aspectos
estes que estão a ser
introduzidos com a auscultação
da população”, disse o
porta-voz do partido.
Comité Central insta Governo
a dar informações públicas
O Comité Central da Frelimo, partido no
poder em Moçambique, instou o governo a dar
informações públicas sobre o “dossier” Ematum
e Pró-Índico, que têm estado a alimentar
muita polémica na sociedade política e não só,
pela aparente intransparência com que os dois
assuntos públicos estão a ser tratados.
Numa declaração lida por Esperança Bias,
membro daquele órgão e do respectivo secretariado,
a Frelimo orienta o governo a prosseguir
com o esforço para o alcance da paz
efectiva, que é condição fundamental para o
desenvolvimento do país, assim como se torna
imperioso continuar a mobilização de recursos
internos para o financiamento das acções
previstas no plano quinquenal do governo e
complementá-las com o financiamento externo,
respeitando porém a sustentabilidade da
dívida pública.
Informar ao público sobre a dívida da
EMATUM e a Pró-Índico, concluir a legislação
do conteúdo local para melhorar a participação
do empresariado nacional em vários
projectos de desenvolvimento do nosso país,
reestruturar e planear financeiramente as
empresas públicas e participadas, tornando-
-as mais eficientes, produtivas e lucrativas.
O Comité Central diz ter constatado que apesar
do crescimento que se verifica, a economia
tem estado a sofrer defeitos derivados de baixa
produtividade, problemas estruturais na balança
comercial com volumes de importações largamente
superior aos das exportações, o nível de
consumo acima da capacidade interna de produção,
redução das fontes de financiamento e atraso
no desembolso pelos parceiros de cooperação
internacional.
O aumento do endividamento externo,
secas e cheias, queda dos preços dos principais
produtos de exportação, abrandamento
de economia emergentes, implicando a redução
dos preços dos principais produtos
de exportação e diminuição de divisas que o
país devia encaixar, é outras das constatações
da Frelimo
Entre outras medidas o Comité Central
orientou o governo a melhorar a qualidade e eficiência
da despesa pública, racionalizar a despesa,
garantir harmonização dos instrumentos de
planificação com base nas quatro áreas de concentração
de modo a assegurar o cumprimento
integral e promover campanha de disseminação
das suas realizações junto das populações a
todos os níveis, antes, durante e após a implementação.
Na área de agricultura, o aumento da
produtividade da terra e insistência no uso
dos nossos regadios para garantir o emprego
e auto-emprego, segurança alimentar
e nutricional, promoção de exportações e
substituição de importações, priorização
das culturas de milho, mandioca, arroz, feijões,
hortícolas, incluindo tomate, cebola,
repolho, batata-reno, batata-doce, carne de
frango e de vaca que tem um grande peso
no custo de vida, bem como as culturas de
rendimento, com destaque para a castanha
de caju e algodão.
Na área do turismo, defende que se torne
o país verdadeiramente como o destino turístico
na região da SADC e do Oceano Índico,
apostando em pólos turísticos-âncora identificados,
como a Ponta de Ouro, cidade de Maputo,
Arco Vilankulo, Bazaruto e Gorongosa,
Arco Nacala, Ilha de Moçambique, Niassa e
Cabo Delgado.
Texto de Domingos Nhaúle
domingos.nhaule@noticias.co.mz
A proliferação de barracas ao nível da cidade de Maputo não é acompanhada pela observância de posturas camarárias. A título de exemplo, nos bairros de Maxaquene, Magoanine, Malhazine, Inhagóia e Polana Caniço há postes de energia eléctrica que estão no interior de barracas.
Indiferentes ao perigo, alguns comerciantes na cidade de Maputo constroem barracas em locais por onde passam postes de alta tensão.
Curiosamente, as construções são feitas com conhecimento do Município de Maputo, pois obriga os proprietários a pagar taxas diárias.
No Mercado Adelina, nos arredores da cidade de Maputo, um poste de alta tensão “espreita” no tecto de um estabelecimento comercial especializado na venda de roupas e bebidas alcoólicas, entre outros produtos. 
Em declarações ao domingo Fernando da Costa, dono daquele estabelecimento, disse que exerce actividade comercial naquelas condições há mais de cinco anos. Alegou que vários factores concorreram para que fosse parar naquele local. E apontou a falta de emprego como um dos motivos.
Construi nestas condições por ser um local tradicionalmente movimentado e por falta de um espaço melhorTenho consciência do perigo, mas fazer o quê? Não tenho outra opção. Claro que não queria que a minha barraca fosse atravessada por um poste de energia”, disse.
O mesmo cenário pode ser observado nas bermas da Avenida Julius Nyerere, na zona de Saul, entre os bairros de Maxaquene e Polana Caniço, onde um poste de alta tensão foi “cercado” pela parte da varanda de um estabelecimento comercial construído de forma convencional.
Na rotunda de Magoanine, domingo conversou com Clarice Sitoe, proprietária de uma loja nas mesmas condições. Contou-nos que paga, diariamente, uma taxa por estar a ocupar aquele espaço.
Clarice vende entre outros produtos, bebida alcoólica. Todos os dias, ao cair da noite, o local se transforma numa espécie de “discoteca” ao ar livre, onde automobilistas estacionam suas viaturas com música em volume alto.
Tenho licenças que me autorizam a vender não apenas produtos alimentares como também bebidas alcoólicas. As autoridades têm conhecimento desta situação. Gostaríamos que a Electricidade de Moçambique (EDM) retirasse os postes e não demolir as nossas lojas porque alimentamos os nossos filhos na base deste negócio”, disse.  EDM NÃO SE PRONUNCIA
Convidada a reagir em torno destas evidências, a empresa Electricidade de Moçambique (EDM) optou pelo silêncio.
Até ao fecho desta edição, nenhum dirigente daquela empresa pública se tinha dignado a abordar o assunto.
Idnórcio Muchanga
A Escola de Equitação da Tsamadhi, estabelecida na região de Chiango, cidade de Maputo, decidiu processar a Companhia Industrial da Matola (CIM) por suposto fornecimento de um tipo de ração que levou à morte de sete cavalos e gerou prejuízos no negócio daquela escola.
O desatino entre as partes reside na indemnização que a CIM disponibilizou àquela escola que, segundo os seus gestores, não é suficiente para devolvê-la ao estágio em que se encontrava antes do incidente, em termos de retorno financeiro e muito menos de satisfação da crescente demanda.
A estória começa em Dezembro de 2014 e se estende até Fevereiro de 2015, altura em que a Tsamadhi encomendou uma quantidade não especificada de ração à CIM que tratou de produzir e fornecer conforme acordado.
Porém, pouco depois, os gestores da escola observaram que parte dos 36 cavalos começaram a apresentar sinais de agonia, fadiga, arritmia cardíaca, cólicas, perda de peso, ataxia e depressão, entre outros que comprometiam o prosseguimento das aulas de equitação.
Sem elementos substantivos para compreender o que se estava a passar, a equipa que cuida dos cavalos naquele recinto assistiu impotente à morte de dois cavalos. Porque o quadro tendia a agravar, procedeu-se a uma verificação preliminar que concluiu que se estava perante o envenenamento dos animais.
Dados em nosso poder indicam que, na mesma época, outra empresa que também lida com cavalos, localizada em Marracuene, também foi afectada e, dos contactos estabelecidos entre estas duas, não foi possível apurar de imediato as causas, isto por meros constrangimentos de comunicação.
Poucos dias depois, as duas empresas orientaram as suas investigações para a ração fornecida pela Companhia Industrial da Matola (CIM). Foi então, que começou o controlo para apurar se a causa da intoxicação tinha origem na ração ou se se tratava de uma doença contagiosa.
O início do controlo alimentar dos cavalos coincidiu com uma altura em que decorria o fornecimento de mais um stock de ração e Lisa Alberts, que é uma das gestoras do projecto Tsamadhi, diz que se recorda de ter questionado os técnicos da CIM sobre a qualidade do produto. “Eles disseram que não havia problemas. Garantiram que estava tudo bem”.
Perante estas garantias, a Tsamadhi continuou a alimentar os cavalos com ração, até que no dia 7 de Fevereiro de 2015 se constatou que aquele produto continha grãos maiores do que o normal. “Naquele mesmo dia, chamamos a veterinária da CIM que disse suspeitar que se tratava de ração de cavalo misturada com a de galinha”, disse.
Perante este quadro, a escola decidiu suspender as aulas de equitação por falta de condições de trabalho. Segundo Lisa Alberts, a CIM comprometeu-se a enviar um especialista para avaliar a situação prevalecente no terreno.
Da apreciação feita pelo aludido perito, que efectou várias visitas e testes, chegou-se à conclusão de que a contaminação teve a sua origem na fábrica e que o problema era mesmo de ração. Para além deste especialista, a seguradora da CIM, a Global Alliance, também enviou o seu especialista.
Conta que na primeira avaliação foi confirmado que, dos 36 cavalos, 12 estavam contaminados e visivelmente debilitados. “Começamos a fazer exercícios e o especialista da CIM voltou no fim de Maio para fazer mais uma avaliação e, nesta altura, constatou que para além dos primeiros 12 doentes havia outros dois com a saúde a deteriorar, o que totalizava 14 cavalos visivelmente afectados”.
Destes 14, Lisa Alberts contou à nossa Reportagem que, mediante aconselhamento veterinário e de especialistas, foram sacrificados cinco cavalos e outros dois morreram por si, totalizando sete cavalos. “Temos mais dois cavalos que poderão ser sacrificados a qualquer momento, porque estão em péssimo estado de saúde”.
Entretanto, e apesar do desespero dos proprietários daquela escola, a peritagem efectuada concluiu que dos 22 cavalos que aparentemente poderiam ser aproveitados, há pelo menos 12 cavalos em razoável estado de saúde mas, que mesmo assim, apresentam outros sintomas que resultam indirectamente da contaminação, nomeadamente, problemas respiratórios, fraqueza, entre outros. Os restantes 10 cavalos ostentam sinais de fadiga que os impede de desenvolver a sua actividade normal que é correr e pular.
Dos exames efectuados em laboratório, Lisa Alberts conta que se chegou à conclusão de que a ração fornecida pela CIM continha grãos que são usados para fortalecer o crescimento rápido de pintos, incluindo salinomicina e menensina (antibióticos de pintos) que são considerados perigosos para cavalos.
Dados em nosso poder indicam que o recurso à ração fornecida pela CIM resultou de uma decisão recente tomada pelas Alfândegas de Moçambique que aumentou o valor das taxas aduaneiras aplicáveis a este produto, por entender que o mesmo se destina à alimentação de cavalos e, por isso, ser um produto não essencial (de luxo).
Assim, as taxas aplicadas passaram de 20 para cerca de 50 por cento pelo quea Tsamadhi decidiu reduzir a quantidade importada e passar a adquirir uma quantidade maior na CIM para depois proceder a misturas no local.
INDEMNIZAÇÃO: A DOR DE CABEÇA
Depois de se provar que o problema dos animais estava ligado à contaminação da ração dentro da CIM, iniciou-se uma longa jornada de negociações para se chegar a um entendimento entre as empresas envolvidas.
Apuramos que a proposta da Seguradora Global Alliance (seguradora da CIM), recebida em Novembro de 2015, indicava um valor de indemnização que não terá satisfeito às expectativas da Tsamadhi, pois, só serviu para adquirir oito cavalos não adestrados.
O entendimento dos gestores daquela escola de equitação é de que a indeminização devia ser suficiente para cobrir todas as despesas inerentes à aquisição de cavalos treinados, cobrir a sua importação, pagar impostos, seguro, garantia, licença, transporte, avaliação veterinária e também compensar pelo tempo de quarentena.
É que o adestramento de cavalos, por si só, pode levar até três anos. “O treinamento pode consumir entre dois a três anos. É verdade que para quem já sabe montar, em seis meses de adestramento já pode cavalgar, mas a nossa escola lida particularmente com crianças, jovens e adultos que nunca tiveram essa experiência antes, pelo que o adestramento é muito importante”.
Com vista a evitar um processo litigioso no judiciário, os gestores daquela escola revelaram que procuraram estabelecer negociações com a CIM com a finalidade de ultrapassar o impasse sobre o valor da indemnização, mas todos esforços redundaram em fracasso.
Por essa razão, a terá Samadhi decidido levar o caso para o tribunal, porque a indemnização recebida não corresponde às perdas, incluindo pelo tempo em que se viu forçada a paralisar as actividades. “O nosso recurso ao tribunal tem em vista recuperar a empresa, comprar cavalos treinados e voltar a oferecer serviços que tínhamos antes”.
A nossa interlocutora disse ainda que a escola poderá ser encerrada a qualquer momento por falta de cavalos. Aliás, recentemente teve que reduzir o número de trabalhadores por falta de capacidade financeira para pagar os seus honorários e cobrir despesas fixas mensais, tais como água, luz, comunicações, entre outras.
Antes da intoxicação dos cavalos, a Tsamadhi tinha cerca de 100 alunos de equitação e leccionava entre 700 a 800 aulas por mês. Porém, e derivado desta situação, o número de aulas foi reduzido para apenas 100 por mês.
De igual modo, as competições também reduziram de forma drástica. Se antes da intoxicação era comum realizar até nove corridas por ano, hoje a situação se tornou tão difícil que só estão previstas duas por falta de cavalos.
Para Lisa Alberts, os prejuízos não se resumem à componente financeira. Eles se estendem até para aspectos emocionais e educativos dos alunos, uma vez que esta prática auxilia no equilíbrio, na força e na coordenação motora das crianças, sobretudo as que tem necessidades especiais.
Um dos benefícios da equitação, segundo ela, é correcção da postura, além de oferecer noções de cuidados com os animais, o que faz com os petizes aprendam o sentido do companheirismo, do trabalho em equipa, entre outros.
Esta prática auxilia na concentração, tornando mais fácil a aprendizagem, o desenvolvimento da linguagem e comunicação. Melhora o desempenho do pequeno em actividades do dia-a-dia. Além disso, o facto de cavalgar em um animal manso, mas de porte avantajado, faz com que a criança experimente sentidos como independência e liberdade”.
Susana de Mayer é uma das alunas da Escola de Equitação Samadhi que pratica esta actividade há cerca de oito anos. Lembra que quando foi levantado o problema da intoxicação estavam a preparar uma competição e todos os alunos receberam uma mensagem que dizia que os cavalos foram envenenados e, por via disso, teriam que cancelar tudo.
Susana conta que a escola fechou oficialmente por sete meses. Alguns alunos vieram ajudar a treinar os cavalos que tinham passado no teste depois da contaminação para recuperar a sua condição física. “Houve um tempo que vinha só para escovar alguns cavalos só para matar saudades. Alguns dos que foram contaminados já não podem ser montados e é muito triste”, disse.
CIM e advogados não falam
A nossa equipe de Reportagem entrou em contacto com a veterinária da Companhia Industrial da Matola (CIM) que lidou directamente com o caso, conhecida apenas por Samira, que nos remeteu à empresa de advogados, denominada CGA para a obtenção dos esclarecimentos afins. Porém, dos contactos feitos, quer por telefone, quer por correio eléctrónico, a CGA simplesmente escusou-se de prestar qualquer depoimento até à data de hoje.

Angelina Mahumane
Como tem sido apanágio, as comemorações do dia da mulher moçambicana foram também marcadas pela beleza e ginga da mulher. Este ano, domingosubmeteu-se a uma missão quase impossível: fotografar e colher depoimentos de agentes do exército e da polícia que se destacam pela gracilidade de perfil.
Sob olhares um tanto ao quanto ameaçadores arrancou palavras destas mulheres valentes e convida os leitores a conhecerem o lado mais afeminado deste grupo social.
Lábios devidamente pintados, sobrancelhas no ponto, unhas perfeitas, cabelo devidamente cuidado já não é privilégio exclusivo da mulher modelo, escriturária, executiva, hospedeira, entre outras. Sem intenção de criar balizas temporais, arriscamo-nos a dizer que hoje em dia é notável a preocupação com a formosura no quartel e na esquadra da polícia.
Mais do que falar de constatações, domingo conversou com estas mulheres que, na primeira pessoa, confessaram o seu fascínio pelo batom, lápis delineador entre outros acessórios de beleza. “Eles são indispensáveis para qualquer mulher”, diz-nos Matânia Eugénio, agente da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Fazendo jus a sua propriedade, a nossa entrevistada confessa-se preocupada com a sua imagem. Tamanho cuidado fá-la levantar-se da cama “muito cedo” para que lhe reste tempo de consultar ao espelho se sai à rua em perfeitas condições.“Não me acho vaidosa ao extremo, simplesmente gosto de estar sempre elegante. Na minha bolsa não falta, pelo menos, um batom”.
Este hábito comum em mulheres coloca Isabel Chapo como parte integrante da lista. Também agente da PRM, sua beleza natural é colocada no ponto com recurso a enfeites fabricados especialmente para as mulheres.
De sobrancelha afinada, olho realçado pela ponta dum pincel e passos cadenciados que amalgamam a marcha militar com o balancear típico de mulher, a agente Isabel declara a sua queda por sapatos de salto alto “em ocasiões especiais, fora do meu trabalho”.
Trata-se, sem dúvida de mulher que, à semelhança de Elisabete Suluque, membro da PRM não descuida de si. Mas é tudo uma questão de escala. Mais comedida, Elisabete chama atenção para a necessidade de evitar excessos. “Não podemos nos expor demasiadamente”, de qualquer forma, a mulher deve refinar a sua aparência física. “Acerto a sobrancelha, cuido do meu cabelo, gosto de colocar mecha e extensões”, afirma. Ainda assim, uma fragrância fecha o conjunto. “Gosto muito de perfumes, nunca pode faltar na minha lista de recursos”, disse aos risos.  
Ora, assumindo o facto de que primar pela discrição é o sensato, Selma Augusto, militar, considera-se uma mulher vaidosa, mas com limites. “O meu trabalho não me dá muitas margens”. No entanto, como mulher que é“não saio de casa sem aplicar um lápis para realçar as sobrancelhas e as pestanas”. Com o mesmo recurso contorna os lábios e destaca a feminilidade. Dessa forma, declara Selma Augusto, “sinto-me mais bonita”.
Mas há quem não resiste a um pequeno adereço, aparentemente, pouco importante: o brinco. Essa é Rita Virgílio, membro da PRM. “Não dispenso os brincos porquerealçam a beleza do rosto. A mulher fica poderosa”. Ficou a dica e restou espaço para alguns acréscimos: “uso também umamaquilhagem básica quando vou ao trabalho. Uma boa aparência é passaporte para muita coisa. Portanto, não me permito sair de casa sem aplicar lápis nos olhos, batom nos lábios e sem passar um bom perfume no uniforme”, remata Rita Virgílio.
Texto de Carol Banze, Luísa Jorge e Maria de Lurdes Cossa
Fotos de Jerónimo Muianga
“Deixai os insensatos, e vivei; e andai pelo caminho do entendimento” Prov 9:6
Ainda bem que o Conselho Superior da Comunicação Social, (CSCS), já tem membros completos para começar a actuar. Porque cá na nossa Pátria Amada,ultimamente parece que todos os dias os grandes veículos de comunicação recorrentemente divulgam fotos e vídeos violentos para os seus leitoresparticularmente algumas televisões e alguns jornais, (sem nenhuma prévia chamada de atenção) e até com elevada dose de sensacionalismo, diga-se. São cenas chocantes de mortes violentas algumas causadas por assassinos e ou psicopatas, outras resultantes de acidentes de viação por incúria, negligência ou desleixo de alguns automobilistas mormente os famosos “Chapeiros”. Se é certo que a rádio, a televisão e os jornais devem cumprir o seu papel informativo, revelando para os leitores e/ou telespectadores esses acontecimentos, seria possível questionar a forma como é vista essa responsabilidade. O grande problema quanto a nós, é que algumas notícias lançadas pela imprensa, sem a necessária responsabilidade, muitas vezes acabam com a moral e dignidade. Sabe-se que, sobre algumas mortes causadas por assassinos e ou psicopatas, são praticadas após abusarem física ou sexualmente de quantas vítimas eles puderem capturar, (crianças, adolescentes, idosas indefesas ou suas próprias progenitoras), uns após balearem, outros esfaquearem e esquartejarem, e outros exumarem ossadas de defuntos, enfim, são cenas horripilantes e arrepiantes que ferrem gravemente a sensibilidade de muitos de nós, (menores portanto sem a devida maturidade e mesmo adultos com problemas de coração), que incautos são obrigados a presenciar e revivenciar tais cenas.Porque os psicopatas, de acordo com alguns Psicólogos, são pessoas com transtorno mental que dá desvio de carácter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para actos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições, esses crimes praticados por eles não deviam ser expostos de forma tão escancarada ou se quisermos “de bandeja” ao público, pois são imagens tão fortes que nem todos conseguem “fazer de tripas coração” como sói dizer-se para vê-las. Nós todos sabemos que as pessoas psicopáticas (também conhecidas como anti-sociais), negligenciam os direitos dos outros, actuando para a sua própria satisfação imediata e parecem esquecidas das consequências da sua conduta (para si e para os outros). Tanto os assassinos como os psicopatas são produtos do mesmo saco. A única diferença entre um assassino e um psicopata é que este último (o psicopata), pode estar bem perto de nós, sem sabermos, pois eles parecem ser pessoas normais, ao passo que o assassino todo mundo pode reconhecer um. Mas ambos praticam um crime comum:violam o primeiro e o mais elementar dos direitos humanos, o Direito à Vida. Nem o Estado nem ninguém têm o direito de tirar a vida a ninguém, muito menos dar lições de assassinatos. Mas eles passeiam a sua classe e semeiam dor tanto de dia como de noite. Com este andar, parece que veremos restabelecida no nosso País aquilo que na idade média ficou conhecido por “Ordem dos Assassinos”. Reza a história que, entre os finais do século XI e a metade do século XIII, existia no Médio Oriente uma terrível seita dos ismaelitas, minúscula no universo do Islão, mas que trouxe temor e, por vezes, pânico naquela Região. Tratava-se da” Ordem dos Assassinos”, assim chamada porque os seus integrantes, antes de praticarem os atentados, inalavam um estupefaciente, o “Hashishiyun”, (ou simplesmente Haxixe). Os seus seguidores caracterizavam-se pela entregada total à missão que lhes era atribuída por seus superiores e por não demonstrarem medo nenhum frente à morte que fatalmente os aguardava após terem praticado as suas acções terroristas. Onde é que queremos chegar? Que do mesmo modo que é assegurada a liberdade de imprensa, também deveria estar garantido àqueles que sofrerem danos de ordem moral ou material ou que são atingidos na sua intimidade em decorrência da actuação da imprensa, o direito de ressarcimento, independentemente da possibilidade do exercício do direito de resposta. Tenham piedade de nós.
Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com
O meu falecido pai era da Zambézia, de onde é originária toda a minha família da parte paterna.A parte materna é de Maputo.
Num certo dia em plena época colonial, eu ainda miúdo e de mão dada com o meu saudoso pai na cidade de Quelimane, caminhando numa rua empoeirada, vi várias pessoas a caminhar tristemente em linha indiana, com um ou mais indivíduos armados seguindo-os.A cara era triste e o rosto virado para baixo.O que havia de comum era a parte saliente da cabeça toda sem cabelo,e perguntei ao meu pai o que era aquilo.Ele respondeu-me da seguinte maneira.Filho estes homens são propriedade de um senhor branco.
Perguntei então pai porque razão estes homens têm todos uma marca na cabeça?
Ele respondeu-me que era a marca de propriedade do senhor colono branco.Explicou-me de seguida que era uma marca feita com tijolo ardente na cabeça.Mais tarde soube que naquela parte da cabeça marcada pelo tijolo a arder não nasceria mais cabelo.
Fiquei aterrorizado, e mesmo criança o sangue subiu-me,mas o meu pai apercebendo-se apertou-me a ele e confortou-me o quanto pode.
É difícil esquecer aquela imagem, e cresci como outras crianças, olhando o colonialismo com sangue nos olhos.Averdade inexorável, o colonialismo era cruel, racista, explorador e desumano,... E à medida em que crescia o tempo dava-me razão.Em todo o lado onde enxergava, o quadro era mais ou menos idêntico àquele:mulheres de lata de água ou cesta pensante na cabeça, e homens muitos homens suando e queimando ao sol, futuro sem esperança.Não tínhamos uma economia,...Tudo o que era nosso saía para para a antiga metrópole, para encher os bolsos e a barriga da elite portuguesa, e quanto mais nos esforçássemos,eramos espancados e psicologicamente humilhados, os nosso direitos humanos violados até à prisão ou à morte.E quando algumas vozes de direito se levantavam eram logo silenciadas.
A independência foi a consagração política da Nação moçambicana, liderada pela Frelimo, e um ponto de partida para outras etapas que nos levaram ao presente.
Os escolhos que tivemos de ultrapassar alguns são de ordem natural , outros herdados e outros impostos de adversários da soberania, que hoje derrotados pocuram a brecha de penetração ideológica, que lhes permita manejar o seu pivot, ao encontro do seu desiderato, a desestabilização sócio, político,económico e militar de Moçambique.O objectivo neocolonial continua ser provocar um guerra civíl, que gerasse um vazio no poder, mas o que tem conseguido são repetidas e inconsequentes querelas de fricção política, e uma consequente bipolarização do discurso, que deveria ser de reconciliação,neste momento acintoso e de confrontação.
Os tempos mudaram, a forma de viver a política evoluíu, Moçambique é um pais soberano,uma democracia representativa, com uma  economia sustentada em imensos recursos naturais, gerida de forma a produzir modelos macroeconómicos, capazes de produzir efeitos desejados na luta contra a pobreza, e construção de infraestruturas, mas há quem teime em não perceber isso.O líder da Renamo parou no tempo, agarrado a crenças intemporáis, entretido em fomentar  inutilmente o tribalismo e o regionalismo, a produzir distrações do tipo inusitado em democracias, mas  incapaz de impedir a vontade nacional de prosseguir rumo á paz e ao desenvolvimento.
Temos amigos no mundo inteiro, o que ignorava era da existência de um estrato social capaz de ressonar no goto ultracolonialista, ao  afirmar que o colonialismo era bom.Fizemos a guerra contra o colonialismo para libertar a terra e o homem, em nome daqueles mais de 90 %, que na época colonial nem sequer falavam português, e hoje sabem em quem votar.Ainda bem que confirmamos tratar-se de cidadãos portugueses,  e não de nacionais.Hoje em dia quanto a mim não existe pior negro do que aquele com complexos de inferioridade,e que se subalterna à Europa e aos europeus, devido à côr da pele.
Essas redes sociais activas em Portugal contra o partido Frelimo e o seu governo, expressam o sentir ínfimo remanescente num sector da sociedade,ao mesmo tempo que os ataques estimulam o ressurgimento do patritotismo nos moçambicanos, além de fazerem renascer feridas ainda purosas em alguns segmentos, que em nada benefeciam as relações bilaterais.É o mesmo que constar que a Pide-DGS apesar de extinta em Portugal, parece activa em Moçambique,onde num  último esgar de saudosismo ideológico  delira com os desmandos criminosos da Renamo, ao mesmo tempo que  perseguem articulistas conotados com o partido Frelimo e seu governo, assim como ofendem os dirigentes; de Lisboa copiam textos de jornais para os seus blogs,  incluindo do jornaldomingo, que consideram para camaradas e afins, o que seria  motivo suficiente para os deixar em paz,mas  toca  a vituperar, perjurar, lançando propositadamente a suspeição sobre carácter e a integridade das pessoas, revelando pequenez de espírito, intolerância ideológica contra a linha redatorial, e acima de tudo, uma gritante falta de ética e princípios.A pessoa é livre de emitir a sua opinião e por mais redutora e distinta dos outros a sua ideologia, deve aprender a respeitar o espaço de opinião de outros.O motor de procura google nunca foi concebido para estar o serviço da intolerância politica, racial ou religiosa.

Nós que acreditamos no estado de direito, condenamos os actos criminosos da Renamo e do seu lider que ordena a morte de moçambicanos, contrariando assim um valor fundamental plasmado na Constituição, que é o direito à vida, bem como a agenda de desenvolvimento dos nacionais; e apoiamos as FDS e da justiça na prossecução do seu dever de usar a coerção para recolha de armas e de  perseguir  e punir o lider da Renamo neste momento a contas com a justiça.
Os que  semanalmente  atacam a integridade do jornal e copiam os textos sem autorização, o gabinete jurídico do Jornaldomingo está a par da ocorrência, e todos têm seguido com atenção por parte dos órgãos jurisdicionais competentes,..O clima de impunidade para este tipo de actividade deve acabar..
Uma das grandes dádivas da independência foi o readquir da auto-estima, reforço da unidade nacional, e o assumir do orgulho da herança bantu:de Rovuma a Maputo o povo passou a orgulhar-se  do mosaico cultural nacional, danças e cantares africanas,usar trajes tradicionais , história de Africa  e orgulho de ser  africano.Efectivamente o renascimento africano reencontra-se na arte e cultura do passado, no orgulho de ser africano, nas línguas africanas e na capacitação económica e financeira de Africa e dos africanos para melhor entendimentos sobre os seus valores.O partido Frelimo deve evoluir dos jovens , mas os jovens antes do mais devem aprender a história.

O nosso mural de patriotismo não pode ser indeferente a certo indivíduos que chegam a Moçambique com títulos de empresários,outros membros de organizações para fins no lucrativos, mas na verdade são artistas disssimulados, em busca de riqueza fácil, e para dedicarem-se em actividades subversivas, assim como compra de BI`s, falsificados para penetrarem o mercado de trabalho e outros,....Moçambique tem a Lei da nacionalidade.Estas pessoas são vítimas de um mal psiquiátrico, directamente relacionado ao clima social e político  e económico que se vive.Pretendem protagonismo quando nem sequer são moçambicanos.Falar de exclusão ou inclusão social e económica não é um simples cliché publicitário.O pluralismo de idéias está expresso em tudo quanto se manifesta, massificando o discurso directo, embora saibamos que todas as democracias têm a sua imperfeição, no entanto nenhum moçambicano se pode queixar de não estudar por pertencer a este o àquele partido, de não receber assistência médica, ou ter um emprego,ter um advogado, ou receber assistência financeira, ou benefiaciar de um empréstimo, por pertencer a um partido político.
Acredito na cooperação internacional, e no investimento estrangeiro, um elemento decisivo no apoio ao desenvolvimento económico.
Temos empresários bem sucedidos, que eu saiba ligados tanto ao partido do governo, maior partido da oposição e MDM e partidos extraparlamentares. A Africa será sempre vulnerável enquanto perder tempo em falácias, em vez de criar uma elite económica forte, capaz de competir de igual para igual com a elite económica internacional.Em minha opinião apesar dos imensos recursos naturais descobertos em Moçambique, o que conseguimos foi uma elite económica em formação, e não uma elite económica consolidada.E isto porque os recursos são apenas uma promessa, e enquanto  existirem multifacetadas nuances económicas, financeiras e jurídicas, nem uma tradição familiar de riqueza , quando uma crise  económica acontece , a tendência é abalar os alicerces da classe.O que pretendo dizer é que conquanto a economia de mercado fez emergir uma classe abastada que se distingue dos outros por ter sabido tocar os instrumentos, por enquanto não trouxe milionários.O nossos ricos ou abastados resultam de oportunidades de negócio pontualmente realizados como compensação financeira, pela exploração de recursos minerais e outros.A sustentablidade política e económica poderá  ajudar a cimentar o papel politico da classe abastada, desde que esta continue a participar activamente na economia,  continue decisiva  no abrir de espaços a outros nacionais a ascenção à classe média, através da criação de empregos, e tornar mais  visível o produto made in Mozambique.
Até neste aspecto os adversários do governo e partido Frelimo  acusam o partido de monopólio económico.Uma obervação absurda, por a economia de mercado não ser uma (closed facility), dependendo da habilidade de cada um .Ricos e pobres existirão sempre. No mundo virtual de hoje a imagem de gente rica é-nos oferecida como uma arte de magia, contudo gente rica não se fabrica. Não basta dizer que o país é rico, o importante é saber em que sector a pessoa tem capacidade de participar, e o que distingue uns dos outros é a capacidade de iniciativa,pesquisa e imaginação.Esses têm capacidade de obter dividendos necessários e fazer a diferença.
O desempenho da   economia moçambicana conheceu dias melhores, 4.8 %, portanto abaixo da meta estabelecida pelo governo que era de 7% e a taxa da inflação a previsão na casa dos 7.1.A conjuntura económica não é das melhores,contudo o período cíclico pode melhorar, desde que a produtividade aumente eo clima de incerteza seja dissipado,e que o recuo pontual de investimento estrangeiro volte a conhecer dias melhores.Dias melhores certamente virão, os recursos existem, e a sustentabilidade da divida soberana não pode esperar, todos temos de melhorar a visão que temos uns dos outros, na perspectiva de peças imprescindíveis no desenvolvimento salutar político e económico da sociedade.
Unidade, Paz e desenvolvimento
Inacio Natividade 
África recusa abandonar sua fama da pobreza e guerras
O continente considerado berço da humanidade está tramado. Foi colonizado e pilhado por europeus teimosos e avarentos durante centenas de anos e recuperou a sua independência a partir da década de 1960.
O balanço dos cerca de seis décadas de independência é uma salada de sucessos e fracassos. Em alguns casos a independência produziu resultados positivos, mas depois os políticos teimosos e avarentos transformaram grande parte dos países africanos em propriedade privada, tramando tudo e todos.
Antigas potências coloniais apanharam boleia gratuita de políticos africanos teimosos e avarentos para prosseguirem seu objectivo original de exploração dos recursos naturais.
Com a queda do chamado muro da vergonha em Berlin em 1990 permitindo a passagem livre do vento da democracia Made in Europe para África, o Mundo acreditava que a renascença africana consolidar-se-ia beneficiando a geração born free ounascida livre.
Entre 2000 e 2010 África progrediu nas frentes económica e política registando crescimento acima de 7 por cento ao ano e reduzindo significativamente o numero de conflitos armados intraestados. Mais de 30 líderes deixaram o poder nos seus países em processos eleitorais democráticos.
No entanto, com apetites individuais pelo dinheiro e pelo poder vitalício por parte de alguns líderes políticos africanos, África está em marcha regressiva acelerada.
Na África do Sul, o Presidente Jacob Zuma acaba de mostrar que o pais mais industrializado de África é afinal  igual aos outros do continente africano no qual líderes políticos não se demitem dos seus cargos mesmo quando se prova que violaram constituição e direitos humanos para benefícios pessoais.
Líderes do Congo Brazzaville, Ruanda, Burundi e Uganda mostraram recentemente que políticos africanos são corajosos na teimosia e na avareza que tramam africanos.
Em Moçambique, o radicalismo de alguns frelimistas e renamistas exacerbado por teimosia e avareza recuou o pais para os tempos de tiros, emboscadas e escoltas militares nas principais estradas.
Os ganhos dos 20 anos de paz que criaram eldorado para o bem estar de todos estão a desaparecer a olhos vistos.
Mais de 10 mil moçambicanos fugiram das suas zonas de origem para Malawi e dezenas de outros para Zimbabwe.
África recusa abandonar a fama de continente de guerras, pobreza, doenças endémicas curáveis e analfabetismo.(x)
Simião Ponguane

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