terça-feira, 8 de março de 2016

Timeo danaos...

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CARTA A MUITOS AMIGOS
Helena esposa de Menelau rei grego foi rapatada por Páris, principe troiano. Menelau quiz-se vingar e recuperar a esposa raptada ou conivente com Pá­ris, e com os seus aliados gregos desencadeou uma guerra contra Tróia. Contavam também os inte­resses económicos dos reinos gregos para o con­trolo da comunicação entre o Mar Negro e o Mediterrâneo através dos estreitos de Bósforo Dardanelos. O negócio também fomenta guerras, desde sempre!
Dez anos esteve a cidade cercada e sem resultados, alguns heróis como Aquiles e Heitor aí tombaram. Conta Virgílio na Eneida, que após esses longos anos de cerco, os gregos desesperados e fracassan­do na tentativa iam desistir.
Acontecia que gregos e troianos cultivavam o culto de Apolo. Odis­seu um grego astuto sugeriu que construíssem um enorme cavalo de madeira, símbolo de Apolo e o transportassem para as portas de Tróia.
No enorme bojo do animal encontrava-se uma centena de guerrei­ros gregos escondidos e silenciosos.
Os gregos fingiram preparar-se para abandonar o projecto da conquita depois de colocarem o cavalo dentro da cidade. Começa­ram a embarcar nos seus navios e a recolher os soldados que faziam o carco.
Os troianos levaram o cavalo para dentro da cidade contra o aviso sagaz de um dos seus conterrâneos que afirmou TIMEO DANAOS UT­QUE ET DONA FERENTES (tenho medo dos gregos SOBRETUDO quando nos dão prendas).
Enquanto bebiam e festejavam a vitória, os soldados escondidos no bojo do cavalo saíram, abriram as portas da cidade e ela foi conqui­tada.
Trata-se pois de presentes envenenados. Nada a ver com os gregos, gente boa, martirizada pelos nazis, e mais tarde com o beneplácito da OTAN pelo regime militar tirânico e que muita gente chacinou.
Tratamos pois de presentes envenenados.
Muitos deles recebemos no passado e no presente de quem manda no mundo e nas instituições financeiras multilaterais.
Lembram-se?
1. da nossa indústria florescente do cajú?
2. Dos pneus da MABOR?
3. Da construção de vagões na COMOMETAL?
4. Da indústria têxtil?
Para proteger as indústrias e transnacionais ligadas ao regime con­denado do apartheid, tudo nos mandaram fechar.
Um ilustre Director do FMI ousou dizer-me que dariam uns dinhei­ros para converter os operários em artesãos. Literalmente mandei-o fazer isso na terra dele.
Uma imprtante directora do Banco Mundial formalmente deu-nos um ultimato para encerrarmos a indústria do cajú que acabava de ser privatizada.
Numa reunião no Hotel Polana o Director-Geral do Banco Mundial mostrou-se surpreso e chocado porque jamais o haviam consultado sobre isso.
A senhora de Directora para a Àfrica foi despromovida para repre­sentante num país qualquer do continente.

Quem está e porquê a fornecer novas armas e viaturas a um grupo terrorista em Moçambique?
Quando a polícia deteve os guardas armados que estavam à volta da casa do chefão e lá entrou não encontrou armas e munições? Cla­ro que armas, munições tudo ilegal. Se desejassem liquidar o manda­-chuva poderiam fazer, tal como em várias outras ocasiões.
Obedecendo às ordens superiores do Estado não prenderam, não algemaram, não levar à Procuradoria ou ao Tribunal um terrorista notório e demais apaniguados.
Em Paris invadem casas de suspeitos, tal como em Londres, Berlim, Amestardão, Estados Unidos.
Se fazem lá, porque nos criticaram de desarmar bandoleiros? Quando criticam os assassínios que estão a ser cometidos nas estra­das, nas povoações, os carros, camiões e machimbombos alvejados? As escolas e maternidades saqueadas?
Talvez esses crimes sirvam o objectivo de dividir o país para melhor extorquirem aos moçambicanos os seus recursos naturais, terras e voltar a reduzir-nos ao xibalo.
Estou com terror das prendas que nos querem ofertar a troco da submissão.
Os criadores do terrorismo internacioanal, Al Qeda, Exército Islâ­mico, os fomentadores das horríveis primaveras árabes que só destruí­ram países inteiros, os cúmplices e aliados dos regimes mais funda­mentalistas e primitivos qurem-se afirmar como os melhores amigos da África?
Cá por casa o que se passa? Que roubalheiras ocorrem impunes e negócios sujos, por baixo ou ao lado da mesa? Recordemos algumas dessas coisas.
1. Uma empresa que nunca sequer construiu um passeio na sua ter­ra de origem, recebeu a concessão da construção do prolonga­mento da Julyus Nyerere. Passou-se uma década sem algo acontecer. Anulou-se a concessão. Muito bem e depois?
a. Devolveu o recebido?
b. Deram-lhe nova obra onde por desleixo notório na instalação dos andaimes morreram sete trabalhadores?
c. A empresa, os fiscais, os que fizeram a concessão responderam perante o Gabinete de Luta Contra a Corrupção, a Procuradoria?
d. A nova concessionária do mesmo país há quanto tempo está a fa­zer a obra?
e. Alguém se dá ao trabalho de comparar o tempo levado a cons­truir a Marginal, as pontes daCosta do Sol, a Circular, a Estrada para Marracuene, a Rua da Linha (baptisada da Igreja? Qual? Também há mesquitas e outros locais de culto no percurso).
A China e a Índia mandam satélites para o espaço e também ven­dem porcaria. Quem controla a qualidade dos produtos ordinários que se importam e para nada servem? Porquê recorrer sempre ao antigo colonisador para colaboarar connosco, quando coitado vive nas ruas da armagura, e até agora tenha um Chefe de Governo com ancestralidade próxima moçambicana (pai, avós maternos bem cá da terra).
Honradez, seriedade, eficiência rogamos que o Presidente Nyusi imponha, queremos apoiá-lo, mas faça!
P.S. Vigaristas da INATER, INSS, etc quantos julgados? Aviões a 7 milhões de dólares? Onde sem compram?

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