sexta-feira, 4 de março de 2016

Renamo acusa Governo moçambicano de estar a preparar "mega-ofensiva" militar

MOÇAMBIQUE

4/3/2016, 17:23

Gabinete do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, acusa o Governo moçambicano de ter mobilizado 4500 membros das forças de defesa e segurança para as províncias de Manica e Sofala, no centro do país.
ANDRÉ CATUEIRA/LUSA

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  • Agência Lusa

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A Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, acusou esta sexta-feira o Governo de estar a preparar uma “mega-ofensiva” militar nas província de Manica e Sofala, centro de Moçambique, ameaçando responder caso seja atacada.
Em comunicado enviado à Lusa, o gabinete do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, acusa o Governo de ter mobilizado 4.500 membros das forças de defesa e segurança para as províncias de Manica e Sofala, centro do país, região de forte implantação do movimento.
“A concentração tem como objetivo realizar uma mega-ofensiva nos distritos das províncias de Manica e Sofala para impedir a implantação do Governo da Renamo”, diz a nota de imprensa, aludindo à ameaça do principal partido de oposição de governar nas seis províncias onde reivindica vitórias nas eleições gerais de 2014.
A Renamo alega que o desdobramento do exército e da polícia moçambicana estende-se a outros pontos do país e considera que uma suposta ofensiva colocará em risco vidas humanas e bens materiais.
“A presidência da Renamo reitera a sua disponibilidade em dialogar com o Governo da Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique, partido no poder] de forma séria e responsável de modo a ultrapassar a atual crise político-militar, que já provocou milhares de refugiados”, afirma-se no texto.
A situação político-militar em Moçambique tem vindo a deteriorar-se nas últimas semanas, com ataques a colunas de veículos civis escoltadas pelos militares atribuídos à Renamo, em dois troços da principal estrada do país, na província de Sofala, centro.
Apesar de o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reiterarem a sua disponibilidade para o diálogo, o processo negocial entre o Governo e o principal partido de oposição continua bloqueado há vários meses.

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