sábado, 19 de março de 2016

Preço do pão vai subir




O actual preço do pão, que vem sendo aplicado nos diferentes pontos do país, desde ano passado, 2015, sobretudo nos centros urbanos, será agravado brevemente, segundo apurou o domingo de fonte autorizada.
O agravamento do preço do pão resulta das dificuldades que as panificadoras estão a enfrentar nos últimos tempos para manter o nível de produção, devido ao aumento dos preços da matéria-prima, na sua maioria adquirida fora do país, como é o caso de fermento, vitamina e outros produtos derivados.
Acredita-se que a medida não vai solucionar os problemas, mas ela servirá para equilibrar a balança e manter os produtores de pão em actividade.
As panificadoras ainda não determinaram a percentagem e a data exacta da entrada em vigor dos novos preços, mas garantem que o aumento dos preços é inevitável e estão a ser finalizadas negociações com outras entidades para a fixação do novo preço.
domingo sabe que está em curso o processo de negociação entre o Governo e as panificadoras de forma a encontrar uma saída que possa evitar que o preço do pão sofra um agravamento significativo.
O presidente da Associação Moçambicana dos Panificadores (AMOPÃO), Victor Miguel, revelou que caso não se encontre uma solução nas negociações em curso, os produtores do pão não terão outra alternativa senão agravar os actuais preços.
A subida do preço do pão é uma acção concertada, o pão não é um alimento qualquer. O que vai acontecer é que se não reajustarmos o preço do pão ou se não haver outra saída, como a reactivação dos subsídios, as padarias vão encerrar porque não terão capacidade para continuar a funcionar, disse.
Acrescentou que aspróprias moageiras vão deixar de fornecer a farinha de trigo às padarias que se debatem com dificuldades para liquidar as dívidas que contraíram.
Não podemos precisar quando é que será, mas seguramente nos próximos dias vamos anunciar a conclusão do diálogo em curso. As padarias estão a conter despesas e prossegue um diálogo com o Governo para encontrarmos uma saída da actual situação, que sufoca os panificadores, referiu Victor Miguel.        
De referir que caso se efective, será o segundo reajuste num intervalo de seis meses, o primeiro, que não satisfaz os empresários do ramo de produção de pão, aconteceu em Outubro do ano passado, 2015. O mesmo aconteceu depois de o Governo ter deixado de subsidiar a aquisição da farinha de trigo.
Aliás, as panificadoras contam que o recuo do Governo fez renascer o problema que no passado foi evitado quando se tomou a primeira medida de subsidiar o preço do trigo. 
O sentimento dos produtores de pão é que o negócio não está a dar proveitos. Em consequência, há relatos segundo as quais existem empresários que já encerraram as portas das suas fábricas e outros ainda que ponderam em seguir o mesmo caminho, alegadamente porque os prejuízos são insustentáveis.
Neste momento os custos de produção são elevados. No actual preço, a nossa margem de lucro é quase nula. É igual a comprar um produto de 100 ir vender também a 100 meticais. Se estou a fazer uma actividade como empresário, o que eu preciso é lucrar. Então, se não estou a ter esses ganhos, naturalmente vou preferir mudar de actividade. Ainda temos esperança de que situação vai melhorarestamos a fazer ginástica em termos de redução dos custos, disse.
Num outro desenvolvimento, Victor Miguel disse a situação é tão alarmante que até existem estabelecimentos que já estão a falhar o pagamento regular de salários a seus funcionários, havendo aqueles que pagam por prestações.  
MANUTENÇÃO
DO EQUIPAMENTO
Victor Miguel disse que actualmente o processo de manutenção dos equipamentos é extremamente complicado. Ultimamente, a manutenção que é feita serve apenas para garantir o funcionamento das máquinas e do sector.
- Estamos a fazer a manutenção para apenas funcionar, mas não estamos a fazer investimentos para trazer novos equipamentos. Não há condições para fazermos isso. Algumas pessoas investiram neste mercado mas encaram sérias dificuldades.
Refere que neste momento a situação está complicada para aquele sector, daí que “nós que trabalhamos no ramo há longos anos estamos empenhados em estratégias de conter as despesas para conseguir suprir as necessidades”.
Virgínia Mussuruco*




Das coisas de que não me acostumo é não “ rou­bar” uma esferográfica na mesa de um colega ou ser vigilante para que nenhum colega ma “roube”.
É um exercício interessante esse de ouvir várias vozes clamando: “desapareceu-me a minha cane­ta”; “também não vejo a minha” e todos procuram a sua, para num outro dia descobrir-se que há tantas numa gaveta ou mesa, simplesmente porque há mo­mentos em que todos estão tontos e a esferográfica torna-se o objecto mais procurado, embora não se ache rapidamente em lado nenhum.
Se acaba sendo divertido e provoca risadas opor­tunas, não é o mesmo que desaparecer uma pessoa - como parece ter acontecido há cerca de 14 dias com um empregado de um deputado da Assembleia da República, que sumiu literalmente das mãos do Estado - seja com que motivos depois nos vierem a justificar.
A verdade, segundo a notícia não desmentida e profissionalmente elaborada, um deputado do nos­so parlamento sentiu a não presença de um valor, que para a condição da maioria dos moçambicanos, é avultado, e desconfiou que fosse o seu empregado a surripia-lo.
Fez queixa à esquadra (a notícia diz que o em­pregado foi levado pelo deputado) onde ficou a ser, provavelmente, interrogado com o fim único de lhe avivar a memória para que “se lembrasse” aonde teria deixado o dinheiro do digno representante do povo. Podemos abrir um parêntesis para duvidar se houve ou não algum mandato de condução ou se a queixa foi formal. No dia em que exibirem esses do­cumentos legais, fecharemos os parêntesis.
O que aconteceu - tal e qual com as esferográfi­cas duma redacção - foi que o empregado desapare­ceu entre as secretárias da esquadra e as portinho­las existentes, de tal sorte que o nosso deputado não o achou mais, mesmo na companhia de familiares daquele.
Isso, convenhamos, é diferente do que acontece com uma esferográfica, a lenda está a saber acre, porque na redacção acabamos “roubando” uma de um colega e no fim ou início de semana acabamos encontrando muitas numa ou duas secretárias, o que dá gozo.
O empregado desaparecido nos obriga a também saber se foi solto. Aqui abrimos novos parêntesis para dizer que tal acontece mediante um documento cujo apelido é soltura. Depois que o exibirem fecha­remos os parêntesis.
Se os primeiros e os segundos parêntesis não fo­rem fechados vamos procurar novas hipóteses que convidam ao deputado e à polícia a aproveitarem a oportunidade de serem sérios, dizendo de facto o que é que aconteceu, para evitar alongar o tempo, visto que a elasticidade temporal acaba sendo res­ponsável pelas conclusões que convém a cada gru­po e fazem com que as más interpretações corram mais rápido que as verdadeiras verdades (passe o que parece repetição)!




Não será por matar moçambicanos, ameaçar bloquear uma ou outra estrada, ou promover ataques e fugir às FDS,  que alguma vez o partido Frelimo irá convidar a Renamo para lhe fazer companhia, no arco da governação.
Não será por tirar desforço das limitações inerentes de desenvolvimento, bramir toda a sua raiva contra a Constituição, baseando-se numa tese, que se confirmou opinião jurídica falida, nem ao pressionar para uma revisão imediata da constituição, que a Renamo vai escamotear a derrota eleitoral, e contribuir para o espírito de reconciliação.
Se a Renamo pretendesse participar na democracia e não atear fogo,não deveria tentar reiventar a história, nem reescrever a Constituição,mas obedecer às regras da democracia, e entregar voluntáriamente as armas ao seu fiel depositário, as Forças de Defesa e Segurança.Esse seria o manifesto da vontade de diálogo, e não a chantagem de colocar a vida das pessoas em jogo.
Entetanto enquanto o tal de António Muchanga nos entretinha com as suas mentiras corriqueiras, alegando desconhecer quem efectuava os ataques, veio o próprio Afonso Dlhakama  gabar-se de que era ele o terrorista-mor, responsável dos ataques perpetrados contra Moçambique e os moçambicanos.
Ele éum foragido da justiça, e para as FDS  um alvo militar legítimo, e a pergunta que se coloca é, atéquando irárefugiar-se na mata, e continuar a atentar contra o estado de direito, e contra a vida dos moçambicanos?
Moçambique éuno e indivisível, e em qualquer parte do território estáláo povo, e as Leis da república.E caso Dlhakama esteja na diposiçãode levar ávante a sua ameaça, o presidente da república estaria no seu direito de declarar guerra, e teria  o seu  povo a apoiá-lo.Éque está fora da questão a lenga lenga de  transformar hipotéticas zonas de influência étnico tribal, em feudos de influência  político económico regionais como no Iraque, com zonas curdas, xiitas e sunitas.Temos a lei eleitoral, e quando temos eleições presidenciais todo o Moçambique é transformado em mapa político eleitoral em disputa, e não haverá nenhum constitucionalista importado a reverter a constituição na matéria.
Éinadmissível aproveitar as fragilidades da democracia, para tentar fracturar a  sociedade, arremessando o tribalismo como arma politica e ideológicamente orientada, para alcançar determinados objectivos.O estado tem suportado todo o tipo de arremetidas à sua estabilidade,e o governo um  pilar de paciência, mas chega.O estado tem de ser implacável na resposta.
Todos sabemos que  os recursos naturais descobertos em Moçambique em especial em Tete, Nampula, Niassa e zambézia, despertaram a cobiça fora do comum,galvanizando sectores da ultra direita, concentrada em organizações sombrias como a Bilderberg, que agrega interesses empresariais, que de certa forma explicam o comportamento actual  da Renamo.Sabemos o que a Renamo e essa gente pretende,mas  não serão  as forças externas a nos ajudar na solução dos problemas.Isso seria mostrar que nós não confiamos nos nossos quadros, nas nossas capacidades.
O que nos distingue em muito da Renamo para além da génese,orientação politicae muitos outros factores é patriotismo e a autoestima.Não hipotecamos a soberania de Moçambique a preço algum.O nosso capitalismo alienou muitas mentes, havendo pessoas em vários quadrantes de opinão servis aos estrangerismo.Num país ainda pobre segundo todos os indices  do desenvolvimento humano, parece que todos querem ser ricos, mesmo quebrando regras, e não olhando os meios.O dinheiro pode comprar pessoas, mas não a determinação do partido Frelimo de gerir o país, criando infraestruturas económicas, criar empregos que ajudem, e tirar da pobreza os milhões de cidadãos, e fazê-los catapultar na escala sócio económica, passando a integrar a classe  média.
Com falácias, cinismo e malabarismos, tudo colocado no mesmo saco de mentiras, por mera questão de sobrevivência financeira,Dlhakama agravou a identidade ideológica do seu partido, e enterrou-se no inferno do reacionarismo político, com laivos tribalistas.Não iremos hipotecar o país para que um Dlhakama truculento nos deixe em sossego.Temos uma  Constituição e as  FDS para  defender a soberania.
Em política tem de haver ética, e a ética quando a mim, é a obervação primeiro da Lei, e o uso da política para busca de pontes de consenso, para harmonizar política, e socialmente a sociedade.Sim porque se a política é a mais nobre das ocupações humanas, o empenho na realização do bem comum, do bem da colectividade, ao qual se aplica como a um propósito final, então devem ser respeitadas.
Em primeiro de tudo a imagem de um líder não se  cultiva através do ódio ,de  fazer rufar tambores de guerra, nem de promessas falsas, mas do que ele tem para oferecer, em benefício da comunidade, e quando isto acontece o povo e os necessitados estão em primeiro.Numa democracia quem coloca o povo em primeiro é aquele que respeita as regras, e bate-se por idéias sócio político económicas, basedas nos anseios dessa visão;não usa a mentira e o insulto para ofender aos que pensam diferente, ter uma visão  conciliatória, moderada e humanista, que visa o estabelecimento de pontes de entendimento com outros parceiros políticos O realismo político, ou seja, a busca de resultados a qualquer preço,que Dlhakama e a sua Renamo preferiram trilhar, subtrai os actos políticos a qualquer avaliação moral.
Alguns dizem ser o resultado da ausência de cultura política na Renamo, mas eu não concordo na totalidade.Toda a sua acção de desestabilização da Renamo, resulta de plano estratégico premeditado.Se a Renamo diz que lutou pela democracia, porque razão continua a resisti-la?Se diz que é um partido democrata, porque continua armado?Se diz que é pela paz e reconciliação nacional, poque continuar a matar moçambicanos,fazer rufar tambores de guerra, para obrigar o governo a fazer concessões político económicas?Se a Renamo vem beneficiando do sistema existente na educação, saúde,e justiça, assim como empregos, com empresários bem sucedidos,tendo os seus deputados a nível provincial e nacional, com gente  na CNE e Conselho de estado, e membros seus integrados nas FDS , porque continuar a fingir que continua a resistir, se é parte do sistema?
Como paradoxo a Renamo como nehum outro partido tem beneficiado do sistema, e beneficiado da paciência do estado, mais do que outro parceiro político.Essas notas sobre tentativas de assassinato de Dlhakama não passam de notas forjadas na mentira, e tretas de adversários do governo, e do partido Frelimo.Caso as FDS  quizessem liquidar Dlhakam já o teriam feito.Até há bem pouco tempo eram as FDS  responsáveis da segurança deste, até ele fugir para as matas, induzido por agentes de serviços secretos estrangeiros, de países identificados a operar em Moçambique.
O que se passa em  Moçambique é uma tentativa de recolonização.Esta foi sempre a história de Africa, e dos  africanos, desde os primórdios, situação que contribuiu para a escravatura dos negros para a América e à colonização de Africa.A Renamo no passado por motivos de sobrevivência aliou-se aos seviços secretos do regime de Ian Smith, e mais tarde aos serviços secretos do regime do apartheid, ambos caídos em desgraça, e hoje sabemos a quem está encostada.Moçambique é um pais de grande extensão, e os  adversários têm a noção de que qualquer um, munido de  uma AK47, pode criar pânico psicológico, roubar, destruir e matar , tal como o líder da Renamo costuma fazer;contudo no final quando as armas calarem a razão irá prevalecer, e Dlhakama desta vez não mais figurará entre os políticos da nossa praça.
O estado deve reforçar as leis e a segurança, para evitar a ocorrência de tentivas de bloqueio ao seu normal funcionamento.Mas será que o ocidente deseja de facto uma democracia genuína em Moçambique, ou um estado diktat como no Iraque?
Acredito na prontidão combatida das FADAM,Moçambique não está em guerra.Ir à tropa e fazer a tropa é uma coisa, agora entrar em combate é outra.Não estamos em guera, mas numa paz podre.Isto deve servir de matéria para os instrutores dos cursos militares de recrutas.Tem de haver mais teoria, não basta saber disparar.No tempo de Samora Machel apesar do monopartidarismo, tirando algumas excepções ,todos tinham orgulho de envergar a farda.Foi graças à juventude reinante nas FPLM, que apesar dos ataques primeiro das forças de Ian Smith e dos ataques do regime do apartheid e da Renamo, que conseguimos consolidar a soberania nacional.
 Inacio Natividade
PS.Quarenta anos desde a independência nacional, e várias fases difíceis ultrapassadas contudo em pleno multipartidarismo, continuamos vitimas de agressão, com origem em inimigos figadais do partido Frelimo, governo de Moçambique, e da soberania de Moçambique.Governo, partido e seus militantes inluindo eu, no meio de tanta hipocrisia,somos vítimas sistemáticas de tentativas de assassinato de carácter em redes sociais, tudo por darmos a cara pelo partido Frelimo, e o país que tanto nos devotamos.
Épor saberem que estamos no caminho certo, de mantermos inabaláveias as convicções , que os adversários de ontem se manifestam hoje com maior alarido, sem se importar em violar a ética e deontologia professional,copiando os meus  textos do jornal domingo,para dissecá-los em blogos nojentos, onde mora  a sua ideologia errante, ao serviço da intolerancia politica, ofendendo e denegrindo o autor, em vez deles próprios escreverem.
Uma gente errante e ignorante à deriva da história, onde militam antigos PIDES-DGS, alguns ditos retornados, e ultracolonialistas ressabiados,actuando a coberto de migalhas de certos serviços de inteligência, no entanto todo esse esforço dispendido para nos desestabilizar como cidadãos de Moçambique nosso país, resultará estéril.Por se tratar de matéria criminal o assunto está entregue ao gabinete juridico do jorna domingo em Maputo.
Se fui existante atépassado recente em mover uma acção judicial, foi em consideração a idade do proprietário dos blogs,um cidadão portugues já reformado devido a idade, e por este não dispôr de meios financeiros; Infelizmente pude verificar que a idade não pareceu remediar o carácter mau, ofensivo e a intolerância ideológica do mesmo, que continua inconformado e  sedento de vinganca por eu escrever para o jornaldomingo, defender os meus pontos de vista,  e o partido Frelimo ser o partido do poder em Moçambique,...  Frustrações do foro  psicológico e  estado de ansiedade criado do saudosismo colonial, é matéria que me transcende  e a exigir urgentemente a atenção de um psicanalista.Se foi para que desistisse  de escrever perdeu tempo.Continuarei fiel ao meu ideal, e a participar com os meus artigos de opinião no jornal domingo, sem o objecivo de acicatar ânimos,mas no meu direito de afirmação política e de liberdade de expressão e pensamento ``E que o meu espaço de opinião é sagrado, sendo consagrado a todos pela constituição da República do meus país.
Edificamos um estado de que tanto nos orgulhamos, e que tanto nos sacrificamos, e que ao mesmo tempo é orgulho de Africa.Temos a nossa identidade, passaporte próprio, e o manancial de riqueza de valor incalculável em recursos naturais, a luta contudo é  longa, e como povo não podemos esmorecer na unidade e vigilância.
Inacio Natividade




Envolvemo-nos, em Moçambique e no Malawi, durante pouco mais de uma semana a ver se entendíamos o burburinho à volta dos cidadãos ora concentrados no centro de Kapise, no Malawi, que sem provas, nem contagem independente, a ACNUR dizque são 10.668 moçambicanos.
Tentamos, nessa empreitada, acompanhar autoridades dos dois países para nos aproximarmos da realidade objectiva dos factos, bem como profissionalmente nos posicionamos, num exercício que nos levou aos seguintes pontos que podem ajudar a perceber o que está a acontecer.
Foi interessante saber que o campo de refugiados de Kapise não é novo. Já o foi durante a guerra dos 16 anos,movida pela Renamo, e até Junho de 2014 existiam 2000 pessoas, das quais, 246 eram moçambicanos, que as autoridades do nosso país dizem que haviam ficado por lá feitos meio-malawianos e meio-moçambicanos. Hoje ninguém diz onde estão estes. Quererá isto dizer que se juntaram aos actuais presumíveis 10.668 e será que somos proibidos de saber de que nacionalidades eram os 1754 restantes?
O ACNUR, mesmo em 2014, terá pedido que os 2000 refugiados em Kapise, fossem considerados refugiados moçambicanos, o que não foi aceite, por não haver, na opinião das autoridades do nosso país razões para que houvesse nacionais em tais condições, 22 anos depois de uma paz que se queria efectiva.
Informações em nosso dispor indicam que o centro de Kapise devia fechar até Junho do presente ano, por não haver justificação para a sua manutenção e havendo prioridades da Organização, noutras latitudes, em consequência da crise dos refugiados na Europa central e ocidental. É exactamente no período que antecede o fecho do centro que entra em cena a “fábrica de refugiados” moçambicanos para Kapise, que o ponto seguinte pode explicar melhor.
As hostilidades militares em Moçambique cessaram oficialmente em Setembro de 2014, mas a partir de Dezembro do mesmo ano se incrementam os ataques contra as FDS, no norte de Moatize, portanto depois das eleições. A reposição da ordem e tranquilidade públicas viria acontecer em Setembro de 2015. A última vez que foi disparado um tiro pelas FDS, na área de Nkondedzi, em particular, nas aldeias de Mondjo, Ndande, Macalauane, etc., para desalojar os homens armados da Renamo e desactivar os seus esconderijos em casas de alguns aldeões foi em Outubro de 2015. Mas a fuga em massa acontece neste ano quando dois fenómenos se anunciam: o encerramento do centro de Kapise e a governação da Renamo, a partir de 1 de Março corrente.
Oincremento de refugiados no centro de Kapise nunca foi notificado ao governo moçambicano pelo ACNUR, ate que, tal como outros, este soube através duma Imprensa seleccionada, que tratou de fazer um trabalho de reportagem, igualmente, selectivo, a quem se deu a instrução de não mostrar a cara dos entrevistados, facto que tem a seguinte logica: mostrando as caras, cedo se descobriria que a maioria das pessoas não era de Tete, mas sim, de Muxúngue e Maringué e de cidadãos malawianos, ou ainda saber-se-ia que os “refugiados” afinal são guerrilheiros que estiveram a montar as suas bases por aquelas regiões do norte de Tete.
O carácter selectivo da referida reportagem, que falava da fuga em massa de moçambicanos torturados pelasFDS (apesar de último tiro na região ter sido disparado em Outubro do ano passado), deixou dívidas nos professores que foram ouvidos a contradizer, já em Nkondedzi, que até agora estão à espera de ver publicados os seus depoimentos. Na verdade, é a reportagem que impressionou a todos atentos, para hoje concluir-se que se tratava duma encenação, que está a custar, entretanto, muito caro ao país.
Osobjectivos, porém, foram atingidos, designadamente (1) a ACNUR no Malawi não fechou, vai manter os postos de emprego que havia e, provavelmente, vai abrir novos, tendo para isso, valido a pena a mobilização feita no interior de Tete para que o número de pessoas aumentasse em Kapise (2), sendo que, por esta via, o ACNUR que já se tinha precipitado a pedir ao Malawi que os moçambicanos fossem declarados refugiados, a uma velocidade meteórica, com a mesma velocidade pede “ em principio” 15 milhões de Dólares, alegadamente para assisti-los, cujo número recusa que seja aferido pelos governos de Moçambique e Malawi ao mesmo tempo que pretende reabrir um novo centro, em Luane.
Aliás, já está em processo a transferência dos moçambicanos, de Kapise, distrito de Muanza, há escassos cinco quilómetros da linha de fronteira, para Luane, distrito de Neno, 60 quilómetros mais longe em relação à fronteira comum. Só pela transferência o ACNUR está já a pedir 2 milhões de dólares.
Aconspiração ficou completa contra o governo moçambicano, a partir, infelizmente, duma Agência das Nações Unidas, da qual Moçambique faz parte e cumpre com as suas quotizações, que tem que ser usadas contra si, com o uso duma imprensa dócil, numa situação em que o Malawi sai a ganhar, mas apresenta-se aparentemente inocente, na medida em que também não colabora para o esclarecimento definitivo do assunto, passando a mensagem de que também nada pode contra o ACNUR.
Éna verdade sintomático que tudo isso se faça à revelia do governo de Moçambique, que poderia e gostaria (não houvesse nada a esconder) de assistir os seus concidadãos, como o faz com os 269.192 também carentes por razões que não envergonham: seca severa, cheias e inundações.
Otempo a que se refere à violação dos direitos humanos, multiplica dúvidas quando se sabe que desde Outubro do ano passado, altura em que as FDS estavam a desmantelar as bases renamistas no norte de Moatize, não há confrontos militares, tendo ficado a accao silenciosa de caça aos secretários e outros elementos da liderança comunitária pró-governo, que a calada da noite são sequestrados para posterior execução ou convencidos a irem engrossar a lista dos “refugiados” no Malawi.
Oque é que a Human Rights Wacth, organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, disse no relatório que produziu? Resposta: recomendou que o governo moçambicano investigasse com urgência as alegacões de execuções sumárias, maus tratos e abusos sexuais supostamente perpetrados pelas tropas governamentais. O que é que o governo fez? Resposta: urgentemente foi investigar e concluiu que não há evidências. Afinal, alguns sectores não atinaram com a confiança que a tal organização deu ao seu governo, gostariam que fosse doutra maneira, de tal jeito que tudo querem fazer para que se fabriquem evidências.
Por fim, esta semana, foi possível ouvir que “ a situação no terreno é explosiva”. Fica estupefacta a pessoa que esteve há três dias na região aludida, fica surpreendido quem esteve com o ministro Joaquim Veríssimo (e não são poucas pessoas), bem como devia escandalizar a quem o diz, tendo em conta que faz passar a mensagem de ter passado por Nkondedzi (distrito de Moatize) e Tsangano, mais encostado à fronteira do Malawi, do lado onde também se diz terem saído alguns moçambicanos ora em Kapise. A pergunta que fica é: chegaram a esses pontos escoltados, ou a ordem e tranquilidade é aquela prevalecente desde Outubro do ano passado, quando as FDS desactivaram os esconderijos?
Pedro Nacuo




O Mercado Grossista do Zimpeto está irreconhecível. Às moscas. A seca que está a afectar a zona sul do país, a chuva que está a cair ininterruptamente na vizinha África do Sul e a oscilação do rand (moeda sul africana) são apontadas como as razões para a escassez de produtos naquele recinto e consequente agravamento dos preços no maior centro de consumo do país.
O Mercado Grossista do Zimpeto está a passar por um momento atípico. Aquele movimento de compradores, quase apinhados a regatearem preços está desaparecido. É como se tivessem retirado algumas bancas ou os comerciantes tenham desistido de vender, pois tem muitos espaços desocupados. 
domingoconstatou que por ali escasseiam produtos frescos, nomeadamente batata Reno e tomate. O que há em aparente excesso é a cebola, mas os preços estão longe de lembrar bons tempos. Cheiram a proibitivos. Pior porque, com a desculpa da crise do metical face ao dólar, rand e euro, os vendedores estabelecem os valores a pagar de forma aleatória. Justificações para tal é que não lhes falta.
Por exemplo, agarram-se à seca que está a fustigar a zona sul do país para elevar este e aquele preço pois, por estas alturas, aquele mercado é abastecido de tomate produzido a nível interno, nomeadamente de Chókwè, em Gaza e Catuane, na província de Maputo, o que não está a acontecer este ano.
Entretanto, a produção de tomate nacional não está a conseguir satisfazer as necessidades reais daquele espaço que, por sua vez, abastece outros mercados da cidade e província de Maputo e toda a zona sul. Por outro lado, a qualidade dessa produção é considerada, pelos comerciantes, a pior de todos os tempos e, por essa razão, preferem pagar valores altos, mas a comprar o tomate sul-africano.
Outros motivos para o agravamento dos preços e a respectiva escassez de produtos está relacionada o excesso de chuva que está a cair na África do Sul há algumas semanas e a oscilação da moeda daquele país que chega a custar 3.750 por cada rand.
Por causa da chuva, os camionistas dizem que levam tempo muito nas farmas, chegam a ficar entre uma e duas semanas a espera de produtos frescos. A espera tem um preço, o camião, idem. E ainda correm o risco de ver o preço alterar na hora da aquisição.
Os comerciantes garantiram à nossa Reportagem que a mesma quantidade de batata, por exemplo, que compravam a 60 rands há cerca de duas semanas, hoje varia entre 80 e 100 rands, o que dita os preços finais no mercado nacional.
Por outro lado, relataram que há alguns anos, os mesmos produtos eram adquiridos na província de Mpumalanga, na África do Sul, que é mais próxima de Moçambique, o que também contribuía para uma relativa estabilidade de preços. Aliás, é preciso recordar que por estas alturas do ano, em geral, os preços dos produtos frescos e a oferta costumam estar acessíveis para todos os bolsos tendo em conta o desgaste havido na quadra festiva e o regresso à normalidade em termos de procura.
Os comerciantes consideram o cenário que hoje se vive é anormal e receiam que se agrave cada vez mais, pois não se sabe quando é que as temperaturas vão melhorar ou o rand estabilizar. Entretanto, sabem que a produção nacional não vai ajudar a solidificar os preços como tem acontecido nos outros anos por causa da seca que vai no adro.
Segundo as nossas fontes, para abastecer em pleno o Mercado Grossista do Zimpeto são necessárias 30 viaturas de tomate, 20 a 25 camiões de batata de Reno por dia, no entanto, nos últimos tempos, a situação anda crítica. É que tem dias em que simplesmente não entram camiões, noutros podem entrar apenas seis. O resultado disso é que os preços oscilam de noite para dia.
Apurámos que esta situação está a acontecer desde o passado mês de Novembro mas, nas últimas semanas tem tomado proporções alarmantes. A título de exemplo, no mês de Dezembro houve problemas de abastecimento de produtos frescos, tanto que o tomate chegou a ser comercializado a 650 meticais o quilograma, com algum oportunismo à mistura, sublinhe-se. A batata tinha preços que variavam de 220 a 300 meticais e a cebola chegou a custar 200 meticais.
Refira-se que esta situação repete-se um pouco por todos os mercados da capital do país, com destaque para os Mercados da Malanga e Fajardo, onde os preços da batata variam de 180 a 320 meticais e a cebola de 200 a 280 meticais o saco.
PREÇOS
PROIBITIVOS
Não se sabe se a situação é motivada pela alta de preço, mas o movimento de clientes no Mercado Grossista do Zimpeto anda fraco, muito fraco mesmo. Pior porque os poucos que por ali circulam procuram regatear os preços sem sucesso.
Também se observa que os espaços que habitualmente são preenchidos por camiões carregados, hoje apresentam-se vazios. Nas bancas há alguma cebola, muita quando comparada com os restantes produtos. Porém, a maior parte tem sinais evidentes de podridão. Mesmo assim, os preços não são simpáticos.
Segundo constatamos no local, o preço da batata varia entre 280 a 320 meticais o saco de dez quilogramas. Muitas vezes, a qualidade da batata de 280 meticais deixa a desejar. Enquanto isso, é possível encontrar cebola que custa 180 meticais, mas esta chama atenção pelo cheiro a podre. Os comerciantes daquele local garantiram à nossa equipa que a melhor é a que está a ser vendida ao preço de 270 e 280 meticais.
Um facto curioso que a nossa Reportagem constatou no local é em relação ao valor desembolsado por caixa de 20 quilogramas de tomate. Em geral, na caixa tem um letreiro indicativo do valor que varia entre 180, 270 e 300 meticais. No entanto, aquele não é o preço real e muitas vezes serve apenas para atrair clientes com quem se vai entrar em negociações intermináveis.
A mesma caixa, de 20 quilogramas, que tem um preço de 250 meticais, por exemplo, o cliente deve perguntar qual é o preço real e este pode chegar a 350 meticais. Quando procuramos perceber a razão desta diferença, de cerca de 100 meticais, os comerciantes responderam que 250 era para os clientes que compravam acima de dez caixas.
Segundo Júlio Pedro, comerciante, os produtos frescos estão mais caros por causa da oscilação do rand e as taxas do mercado. “No momento temos carência de batata porque está a chover na África do Sul. O que existe demais é a cebola, mas os preços são altos”.
Júlio disse ainda que o preço de 270 meticais para o saco de cebola não dá uma margem razoável de lucro, dai que não aceitam pedidos de desconto. Na sua óptica, o preço real seria 280 meticais e mesmo assim tem ouvido muitas reclamações dos clientes.
É a primeira vez que vejo um fenómeno igual, esperamos melhorias nos próximos meses. Estamos a perder e sem contar que por causa da carência acabamos por comprar produtos com sinais de deterioração”.
Por seu turno, Laura Luís disse que os produtos estão a ser comprados em Johannesburg por causa da escassez.
Enquanto isso, Bernardo Maússe referiu que os preços agravaram ainda mais desde a última segunda-feira, porque entram entre três e quatro camiões por dia. “Temos camiões parados na África do Sul a espera da vez para comprar produtos frescos. Depois de tanta espera quando chegam aqui os preços variam de acordo com a qualidade, por exemplo a batata chega a custar 300 meticais o saco de dez quilogramas”.
Jaime Mário, que também aceitou falar ao nosso jornal, disse que esta é uma situação anormal e para piorar também tem falta de clientes. Para conseguir reaver o seu dinheiro disse que adoptou a ideia de vender metade saco de batata e cebola, assim consegue angariar alguns clientes.
Em relação ao preço e qualidade do tomate, Chimido João disse que entram no mercado entre três e seis camiões de tomate, quando na mesma altura entravam dez por dia. Segundo ele, o tomate de Catuane não tem qualidade, dai que tem preferido comprar na África do Sul. “Com o preço que estamos a praticar só sai dinheiro para continuarmos a vender”.
Por seu turno, Adzito Masswanganhe, que estava a procura de produtos frescos para revender no Bairro dos Pescadores, no Bairro Costa do Sol, tanto a batata como a cebola estão caras e os preços variam quase que diariamente, por isso reduziu as quantidades que comprava antes.
Um dia os preços são relativamente mais baixos e dentro da mesma semana agravam. Assim sou obrigado a vender o quilograma de batata a 40 ou 45 meticais. Quando procuramos saber o motivo para tanta oscilação alegam problemas do rand e as chuvas. Não sabemos se é verdade”, disse.
João Paulo saiu do bairro da Coop para comprar produtos frescos no Zimpeto porque os preços saem mais em conta se comparado com outros mercados, mesmo assim comprou uma caixa de tomate a 320 meticais.
Está a chover muito na África do Sul
- Fernando Matusse
Segundo o presidente da Associação dos Micro-Importadores (AMIM), Fernando Matusse, a escassez de produtos é resultado da chuva que está a cair na vizinha África do Sul de onde provém, sobretudo a batata Reno e a cebola.
Os camiões não conseguem chegar às farmas para adquirir batata, só na quarta-feira da semana passada tivemos mais de 50 retidos a espera que a chuva abrandasse para conseguirem adquirir os produtos que vão abastecer os mercados nacionais”, disse.
Na semana passada, na zona sul de Moçambique também choveu o que tornou as estradas que chegam a Catuane intransitáveis, isto acontece numa altura em que o tomate consumido é comprado naquela zona da província de Maputo.
Por outro lado, para além das chuvas os preços aumentaram, conforme garantiu Matusse, o que tem ditado a subida no mercado grossista. “O problema de escassez de produtos poderá ser ultrapassado dentro de dias, até porque os camiões já começam a entrar de forma tímida”.
A situação é péssima
- Moisés Covane, administrador do Mercado
O administrador do Mercado Grossista do Zimpeto, Moisés Covane, disse que está cada vez mais difícil quantificar o número de camiões que tem dado entrada no mercado, pois tem dias que entram apenas dois. Ultimamente, o dia é considerado bom quando entram pelo menos oito camiões, o que mesmo assim ainda está muito longe das reais necessidades.
A situação está péssima, os preços estão muito altos. A justificação é de que os produtos vêm do interior da África do Sul. Nos anos passados compravam em Mpumalanga que é relativamente mais perto, mas este ano foi assolada pela estiagem”, disse.
Segundo a nossa fonte, em os camiões tem apenas três campos para adquirir batata e a algumas vezes os importadores saem de Moçambique sabendo que o saco de dez quilos custa 60 rands, mas quando chegam no local, já na fila, descobrirem que aumentaram 20 ou mais rands.
Este tipo de situações não tem medidas administrativas imediatas. O problema de estiagem que afecta Moçambique também afecta a África do Sul. São fenómenos naturais”.
Para piorar, os produtos que chegam no mercado além de mais caros não tem qualidade desejável devido ao tempo que levam para chegar no país e porque os importadores acabam optando pelos preços mais baixo para compensar os custos.
Angelina Mahumane




Há um ditado que diz: “é de pequeno que se torce o pepino”. Que o diga Timóteo Cuche, saxofonista e professor de música na Escola de Comunicação e Arte (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Sentou-se em casa, respirou fundo, da mesma forma que o faz quando quer soprar, e imaginou a criação de uma banda feminina moçambicana… e assim nasceram As Marias!
Oprojecto da criação da banda também foi discutido com Nataniel Ngomane, ex-director da ECA e o professor João Cabral. “Mas eu pratica­mente é que criei”, diz Cuche. O elenco de criação havia atri­buído o nome de 7 Marias, em virtude de serem exactamente 7 mulheres. “Hoje são As Ma­rias”, diz.
Deve ser simples de imagi­nar o homem que foi o mentor da ideia ao assistir aos ensaios. Cogitamos o professor Cuche a dizer “aqui a nota está errada; você não pode soprar o saxofo­ne com demasiada força; que ela tem de dedilhar com mais sua­vidade; que a outra estaria a ar­ranhar a guitarra com tamanhos tons graves; que o violino estava a ser mal manuseado”. Mas Ti­móteo não o faz. Ele simples­mente toma um gole de água, nalgumas vezes dá uns sopros, ajeita aqui e ali e demonstra a maturidade que a banda tem para ensaiar sozinha.
DOIS ANOS DE ESTRADA
A banda já sentiu o sabor dos palcos e por conta disso a doçura da fama. Cauteloso, Cuche fala com serenidade quando o assun­to é sobre a produção artística da banda por ele comandada. Já com dois anos de estrada, a banda ainda não trouxe o fruto da relação que mantém com a fama e os palcos: “tem algumas obras, mas não estão prepara­das para serem apresentadas em público”, justifica-se.
Embora o professor Timóteo prefira dizer que já existem cer­ca de seis obras da banda, Júlia Manuel (22 anos), violinista e um dos primeiros membros da banda, prefere dizer que a banda ainda está a criar as músicas.
A banda foi sonhada para dar mais visibilidade às mulheres. Era preciso quebrar estereóti­pos. Cuche sublinha que “está­vamos a pensar na integração da mulher em todas as áreas profissionais. Tentamos in­cutir nelas que devem ser sociais, devem usar a música como meio de comunicação, olhar o que acontece no país e usar deste meio na constru­ção de uma sociedade”.
Mas como toda banda artísti­ca, sempre passam por adversi­dades, brigas e desentendimen­tos. Cuche, diz ser algo compli­cado, “são pessoas com carác­ter diferentes uma da outra e isso influencia na discussão das músicas.
Para Joyce Cármen (23 anos), violinista e líder da banda, dirigir mulheres é uma das tarefas mais complicadas que já assumiu. Com suor a escorrer pelo cor­po devido aos ensaios, Cármen conta que “a experiência é boa e sempre tenho de arranjar maneiras de gerir as meninas, mas é interessante”.
De sete, o número passou para onze. “Cada uma tem sua ideia”, realça Cármen. Jú­lia acrescenta: ”mas tentamos melhorar nesses aspectos sempre
SONHOS
Um dos planos que a banda tem é alargar o espaço da for­mação da mulher em termos musicais. Cuche explica ainda que pretende levar a banda aos estúdios de gravação. Para já, o plano do professor é fazer com que a banda produza suas pró­prias músicas.
Mas os sonhos são resulta­dos de muito trabalho. Que o diga Xixel Langa, que no momen­to em que acompanhávamos os ensaios ela também encontrava­-se lá. Xixel, embora reconheça a qualidade do trabalho que está sendo feito pela banda, toca na agressividade do mercado: “ Aposto nelas. Estão engajadas e têm tudo para dar certo”, co­menta com firmeza.
Para Júlia, a qualidade dos trabalhos da banda é que vai ditar o caminho. Crizalda Chi­rindza (24 anos), guitarrista da banda, sublinha que tudo não passa de uma questão de cons­ciência do que se faz: “a par­tir do momento em que nos consagramos como banda, no mínimo a procura de fazer uma nossa, já temos isso em mente que o mercado será agressivo e que não tocamos só para nós”.
A banda é meramente aca­démica e não tem um carácter comercial. Para Crizalda, o foco deve ser de criar uma banda mu­sical com excelência. A banda é constituída também por duas bateristas, uma percussionista, uma pianista, baixista e duas sa­xofonistas.




Onze funcionários do Instituto Superior de Ciências e Gestão (INSCIG) foram expulsos no mês passado de Fevereiro, por terem exigido que uma colega lhes pedisse desculpas por alegadamente ter servido de “pombo-correio” de informações difamatórias ao sócio-gerente da instituição.
Destes, sete são docentes e os outros estão afectos nos diferentes departamentos da instituição.
Tudo começou no ano passado, 2015, quando os funcionários desco­briram que a colega, conhecida por Olímpia, trocava correspondência elec­trónica com o sócio-gerente contendo informações relacio­nadas com os demais colegas.
Na altura, Olímpia desem­penhava a função de docente. Conta-se que no mês de Agosto, a referida docente terá enviado informações ao sócio-gerente e esqueceu-se de fechar o seu correio electrónico (e-mail).
Porque naquela instituição os computadores são partilha­dos por todos, depois de ela abandonar o local, um dos cole­gas sentou-se para usar o mes­mo computador e deu de caras com a correspondência e, pior, na qual constava o seu nome. Com a curiosidade ao rubro, o aludido funcionário apercebeu­-se de que as informações que ali constavam eram difamató­rias e que faziam referência ao dia-a-dia de cada funcionário, inclusive do director-geral.
Depois de tomarem conhe­cimento deste caso, os funcio­nários do INSCIG decidiram imprimir os e-mails para pos­teriormente assinarem e entre­gar à colega. Segundo eles, a iniciativa visava fazê-la enten­der que todos já sabiam e, por esta via, obriga-la a pedir des­culpas, uma vez que a sua ati­tude era tida como difamatória.
QUEIXA
Relatam ainda que aquela funcionária ter-se-á sentido desconfortável com a atitude dos seus colegas e terá conta­do o sucedido ao sócio-gerente que, de seguida, levou o caso à Polícia de Investigação Crimi­nal (PIC) e mais adiante para o tribunal. As duas instituições concluíram que não havia fun­damentos para incriminar os funcionários.
Mesmo assim o sócio-ge­rente não terá ficado satisfeito com o desfecho do caso e deci­diu, no último mês de Feverei­ro, suspender as actividades de todos os funcionários abrangi­dos, sem, no entanto, apresen­tar as suas razões.
Aliás, segundo relatos dos funcionários, o sócio-gerente chegou à instituição acompa­nhado pelo seu advogado e apresentou cheques referentes ao salário de um mês, para além de uma carta de rescisão de contrato.
Contam que naquela mesma ocasião mandou os funcioná­rios assinarem a carta, mas es­tes não concordaram com a de­cisão, porque judicialmente era ilegal, uma vez que, sendo fun­cionários efectivos, devia haver uma comunicação atempada e alguma referência à indemniza­ção. Mesmo perante tudo isto, aqueles funcionários foram interditos pelo sócio-gerente de entrarem no edifício onde a  INSCIG funciona.
DIRECTOR-GERAL
E OS FUNCIONÁRIOS
O director-geral do INSCIG, Vasco Lino, que reconhece a existência do problema, dis­se que foi ele quem apoiou a iniciativa dos funcionários, de fazer a impressão dos e-mails e obrigar a colega a pedir des­culpas.
Lino acusa o sócio-gerente de tomar medidas sem con­sultar os outros membros da direcção, talvez por ser sócio maioritário. Outro facto que, segundo nos afiançou, é que o tal sócio-gerente apresenta as suas decisões quase sempre de forma verbal. Raramente põe as suas decisões no papel.
O sócio-gerente está em Nacala e toma medidas sem, pelo menos, consultar aos colegas que estão a gerir as delegações. Ele contenta­-se com as fofocas que lhe chegam. Como resultado disso temos accionistas que já abandonaram o projecto, disse.
 Num outro desenvolvimen­to, Lino disse que depois de ter conhecimento sobre o que estava a acontecer naquela ins­tituição mandou a funcionária Olímpia suspender as suas ac­tividades, numa medida que vi­sava devolver um bom ambiente no seio dos funcionários, mas foi em vão, pois ficou a saber que a mesma, juntamente com uma outra que foi transferida de Nacala, continuam no activo.
Fiquei surpreendido quando soube que estavam a recrutar novos docentes por­que eu é que era responsável pela área académica. Mandei suspender o processo por­que não sabia quais eram os mecanismos que estavam a ser seguidos, disse.
Falando ainda sobre as con­sequências que o cenário está a trazer na instituição referiu que o instituto perdeu muitos estudantes. Actualmente é nor­mal encontrar uma turma com apenas nove estudantes, facto que não se verificava até ao ano passado.
A fonte revelou que recebeu, na última terça-feira, do sócio­-gerente, uma ordem verbal de demissão que, segundo ele, até veio a calhar. Fiquei satisfeito porque o actual ambiente da instituição estava apenas a manchar a minha imagem. Mas, exigi que fosse feito por escrito.
SALÁRIOS EM ATRASO
 O INSCIG tem a sua sede es­tabelecidana cidade portuária de Nacala e conta com três de­legações, sendo uma na cidade de Maputo, outra no distrito de Dondo, em Sofala, e a última em Monapo, na província de Nampula. Entretanto, o epicen­tro de toda esta trama é a dele­gação de Maputo.
Consta ainda que os do­centes afectos à sede e à de­legação de Dondo estão a en­frentar o problema de atraso de salários. Por exemplo, em Nacala, os docentes ainda não receberam os salários de 2014 e uma parte do ano de 2015, enquanto os de Dondo têm os salários atrasados desde o ano passado.
A situação está a contribuir negativamente para o prosse­guimento das aulas nessas ins­tituições, visto que uma parte dos docentes deixou de leccio­nar. Alguns destes ameaçam levar o caso ao tribunal, outros preferem continuar a exigir sem recorrer a outras instân­cias porque são funcionários públicos.
 É uma decisão de gestão
 - sócio-gerente, Pedro Tualufo
 O sócio-gerente do INSCIG, Pedro Tualufo, disse que o afastamento dos 11 funcionários na instituição é uma decisão meramente de gestão e não tem nenhuma relação com as alegadas trocas de correspondência com a funcionária de que tanto se fala. Aliás, sublinha que o afastamento daqueles profissionais está previsto nos estatutos da instituição. A medida vem na sequência das dificuldades financeiras que a instituição está a atravessar, diz.
Tualufo desmente que a mesma esteja relacionada com o problema gerado pela troca de correspondência entre ele e a docente Olímpia, visto que o mesmo foi resolvido pelas entidades competentes.
Realizamos uma reunião com os funcionários onde explicamos o que estava a acontecer na instituição, sobretudo na componente financeira. De seguida entregamos uma carta de dissolução de contrato para assinarem. À carta foi anexo um cheque com parte do valor de indemnização. O que surpreendente é que todos negaram assinar. Então, achamos melhor deposita-lo nas suas contas, assim no dia 16 de Abril vamos depositar a última tranche,disse.
Tualufo conta que antes de todas estas demarches dirigiu-se à Direcção de Trabalho da Cidade de Maputo para apresentar as dificuldades que a sua instituição estava a atravessar e terá sido aconselhado a se sentar com os seus trabalhadores e juntos discutirem a melhor forma de ultrapassar a situação, sem prejudicar as partes.
Foi o que fizemos, mas eles não quiseram ouvir. Abandonaram o encontro. Já tentamos convidá-los para, mais uma vez, explicar-lhes o que está a acontecer. Quando ligamos não atendem às nossas chamadas, apenas mandam mensagens com conteúdos que não posso citar em jornal ou em qualquer lugar público, disse.
Entretanto, falando sobre os problemas de salários que se verificam nas delegações, revelou que os mesmos se registavam em Nacala mas, segundo ele, já foram resolvidos. Confirmo que já tivemos o problema de salários em Nacala. Sentei com os docentes, conversamos e acordamos que a sua canalização devia ser por fases. Assim fizemos e já terminamos. Agora não temos nenhum problema relacionado com salários, concluiu.
Texto de Abibo Selemane
abibo.selemane@snoticias.co.mz

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