terça-feira, 8 de março de 2016

Por Favor Controlem as Vossas Emoções

(Elementos de Autocrítica)
Por, Capitão Manuel Bernardo Gondola
É possível pensar inclusive do ponto de vista filosófico que a mente é responsável pela criação dos pensamentos. O processo do pensamento é a base de todas as emoções, desejos, e sensações. É através dessa faculdade, que num instante os nossos pensamentos podem “alcançar” algum lugar, reviver uma experiência passada, imaginar uma experiência futura e produzir felicidade ou tristeza. E então, através da mente, a alma imagina, sente, pensa e forma ideias.
Destarte, o controlo das emoções é algo muito distintas e significa compreende-las e, logo, utilizar esta compreensão para transformar em nosso benefício.
Todos nós temos duas mentes. Uma que pensa a mente racional e outra que pensa a mente emocional. A primeira é mais desperta, mais pensativa, mais reflexiva, e somos mais conscientes dela. A segunda (intelecto) possui um tipo de conhecimento mais impulsivo e mais poderoso ainda que as vezes seja ilógica. É usada para avaliar os pensamentos. É a capacidade de entendimento. Junto com o entendimento, o intelecto raciocina, discerne, avalia e toma decisões. E então, o intelecto como as outras duas faculdades da alma, é subtil e espiritual. Não é físico, e por isso, não deve ser confundido com o cérebro. O cérebro é meramente a central física do sistema nervoso e funciona como um painel de controle para a alma, capacitando-a a experimentar e actuar no mundo físico. 
A mente emocional, é muito mais veloz que a mente racional e está permanentemente em funcionamento, sem se deter em considerações sobre o que está fazendo. A sua rapidez torna impossível a reflexão analítica deliberativa que constitui o traço da mente pensante. As emoções que brotam da mente emocional, transmitem uma sensação forte de certeza, um subproduto da forma simplificada de ver as coisas que deixa, absolutamente, perplexa a mente racional. Quando as coisas voltam depois á normalidade, perguntamo-nos por exemplo: Por que fiz isto? Sinal de que a mente racional está começando a activar-se com uma velocidade mais lenta que a mente emocional.

Gerir a inteligência emocional significa enfatizar o emocional ou o racional nas relações interpessoais e não nos comportarmos como seres primitivos, cedendo aos nossos impulsos, uma vez que a informação carregada de conteúdo emocional pode nublar a nossa mente consciente e faze-la incapaz de emitir uma resposta racional. 
Dispormos da capacidade de controlar as emoções é a chave para manter e promover o bem-estar emocional. Você vê, a vida social actual é pródiga (fecunda) em sentimentos como, pessimismo, a cobiça, a inveja, a raiva, e a ansiedade que nos minam emocionalmente e a que se pode dar luta eficaz para erradicação saudável. 
Para tal, há que partir do pressuposto de que todos somos poucos para fazermos muito e, cientes deste facto, precisamos de nos envolver de forma empática procurando perceber a importância do papel que os outros sentem. Nestes termos, necessitamos de reconhecer as nossas próprias emoções isto é, ser autos conscientes, com o objectivo de sermos capazes de ler as dos que nos rodeiam.
Toda acção desempenhada deixa impressão na alma na forma de hábitos, tendências, memória, traços de personalidade e talentos. A personalidade é determinada por estes registos. Acção que realizamos cria uma impressão ou força uma existência, é assim que se forma hábitos. Você vê, se uma acção é repetida frequentemente, ela torna-se uma impressão profunda. E, quanto mais profunda a gravação, mais difícil será apaga-la. Você vê, é por esta razão que antigos hábitos dificilmente morrem. 
Então, compreender esta irracionalidade do cérebro humano, é essencial para saber como as pessoas se relacionam entre si. 
Você vê, a capacidade de fazer isso é justamente o que está em questão; uma vez que, somente esse despojamento permite que a discussão das opiniões se encaminhe para o estabelecimento dum resultado, que é um resultado público desse confronto de opiniões. E assim, teremos condições de discutir o destino do país em condições de isonomia isto é, de igualdade perante a lei. Nestas circunstâncias, e eu me apoio em Hannah Arendt, cada um pode realizar o «deslocamento», que consiste na consideração da opinião do outro em igualdade de condições com a minha própria opinião sem que isso signifique adoptar o ponto de vista do outro. Mas, simplesmente compreende-lo a partir de sua própria autonomia deliberativa e, da minha própria autonomia deliberativa. 
Uma prática básica é a experiência do eu no seu estado verdadeiro, original e eterno. Ou seja, manifestar as qualidades mais profundas e belas que possuímos, qualidades originais do ser. De forma natural começa-se a experimentar paz, pureza, amor, felicidade e o poder espiritual.
Num primeiro nível, elas são vivenciadas internamente, onde se aprende a dar vida novamente a estas qualidades que nos proporcionam grande conforto e bem-estar interior. Num segundo momento do estágio, elas passam a ser transmitidas aos relacionamentos e interacções diversas, existindo aquilo que nós na Filosofia chamamos de denominamos de consciência da alma (mente, impressões, intelecto, observação e expressão). 
Essa devia ser a condição da experiência política. E como todas as opiniões são consideradas dessa mesma maneira, nesse círculo nessa dinâmica do eu e do outro, do conhecimento mútuo das opiniões cada uma a partir da autonomia subjectiva das opiniões. Enfim, vamos acreditar que isso possa acontecer no país.
n/b: Professor Brasão Mazula. Eu só gostaria de dizer o seguinte: Que o tema «MOÇAMBIQUE E OS DESAFIOS PARA MANUTENÇÃO DA PAZ» que o senhor analisou e abordou e a sua análise no dia 18/02/ 2016, aquando da aula de sapiência no Instituto Superior de Estudos de Defesa, é tão clara ou foi tão clara que não deixou margem nenhuma de dúvidas. Eu só gostaria era de ver sentados ali todos esses candidatos que estão aí; o presidente Nyusi, o presidente Dhlakama e o presidente Deviz, para lhe ouvir junto dos seus partidários, essa sua explanação que foi tão erudita e luminosa. 
Quem cultivou o marxismo, como a teoria de conflito social e os Camaradas estão aí. Nós achávamos que o conflito de classes se dava directamente. Essa era a postulação. Cansamos de ouvir isso, sobretudo para quem fez ciências humanas. Acontece, que o conflito de classes não se da na fábrica. O conflito de classes se da na política. É pela política, que o conflito de classe se estabelece. Portanto, foi pela política, que se criou a capacidade de opor-se àquilo que são as determinações mais automáticas do sistema capitalista. 
Marx, observava, que a relação social de contrato, de trabalho, apenas dá a base material; mais a invenção do conflito é também uma invenção da política. Então, ao tornar impotente a política, na verdade, nós não apenas não estamos mais intervindo nos negócios do Estado, como somos incapazes de nos tornar-mos também incapazes de intervir, e até nos conflitos privados. Todo isso, tem alguma importância para além. Tem porque, o sistema não parou de crescer. E, não vai parar. Terá crises conjunturais, pode até ter ciclo longos de pequeno crescimento como temos vindo a observar desde, a epifania da descoberta dos recursos naturais. Mas, estamos condenados a não crescermos mais. Será conjuntural? Dependendo dum conjunto de factores muito complicado internacional, não é o menos importante. 
Então, os frutos desse crescimento qualquer que seja, será que pode ser repartido, simplificando de duas formas. Ou haver crescimento mais equitativo desde que a política seja capaz de produzir esse resultado. Ou na ausência dela, haverá a tendência de concentração própria do sistema, se instalará e se afirmará. 
Na ausência da política, da capacidade da política de contra arrastar essas tendências o que, que acontece? Acontece o que nós estamos observando. Uma sociedade de mónadas. Ou seja, o que existe não é sociedade existe indivíduos, sem vontade e nem capacidade de intervir. E talvez apenas servem para contagem. 
Na verdade, a política, tornou-se uma contabilidade de mónadas. Você vê, ela só soma, dividi, subtrai, multiplica. Mas, a invenção política foi retirada da sociedade. Ela defrontasse com o paradoxo. Portando, de como pensamos muito de passado, haveria uma espécie de acompanhamento do desenvolvimento político, acompanhando par e passo, corrigindo o “desenvolvimento” (crescimento) económico. 
Você vê, se entendemos essas palavras no sentido que elas tinham lá para os anos 70 a 80 do século passado, agente observa hoje com muita tristeza o contrário. Eu tenho vergonha de dizer, mas vou dizer. Há um “desenvolvimento” (crescimento) da economia e um desdesenvolvimento da política. 
Ou seja, ela (a politica), se anulou a esse imperialismo da economia. E, para não ser chato, e ser um pouco leve como consequência de alto abaixo isso reflectisse nas principais instituições públicas do país. 
Manuel Bernardo Gondola
(Recebido por email)

Sem comentários: