Caracas - O presidente da VenezuelaNicolás Maduro, afirmou neste sábado que não renunciará e que a oposição pode fazer "o que quiser", mas fracassará na tentativa de encurtar o mandato do atual líder, que também anunciou a expedição de um "carnê bolivariano", um documento para que seus militantes estejam devidamente identificados.
Em discurso a milhares de apoiadores no centro de Caracas, pouco após a oposição concluir um comício em outra região da capital no qual pediu a saída do governante, Maduro disse que o chefe de seus opositores é o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
"Quando Obama assina o decreto - que considera a Venezuela uma ameaça para a segurança dos EUA, motivo para seu comício de hoje - está dando sinal verde aos terroristas daqui para que fiquem loucos", disse em alusão à ativação por seus opositores de todas as opções constitucionais para tentar encurtar seu mandato.
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Essas alternativas são: pressionar para que o presidente renuncie voluntariamente, tentar ativar um referendo revogatório de seu mandato e motivar o parlamento promulgue uma emenda à Constituição que reduza de seis para quatro anos o período presidencial, tudo ao mesmo tempo.
"Façam o que tiverem vontade. Eu estou aqui para lutar e Maduro vai estar aqui até o último dia!" (de seu mandato, que finaliza o ano 2019), ressaltou o chefe do Estado.
Maduro pediu confiança a seus militantes e aconselhou a terem "a segurança de que (ele) jamais" vai se "entregar à oligarquia".
"Não me importa a circunstância que a vida me coloque, confiem sempre em mim como eu confio no povo batalhador e guerreiro", ressaltou Maduro.
O governante aproveitou a ocasião para anunciar que "chegou o momento" das pessoas estarem plenamente identificados e que cada um porte um documento com "um chip do século XXI", capaz de receber instruções em tempo real.
De acordo com o anúncio, no dia 1º de abril será iniciada "uma grande inscrição nacional, um grande censo de patriotas, de bolivarianos e chavistas autênticos".
Maduro disse que o carnê a ser expedido não se limita ao militante do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) nem a outro partido aliado a seu governo, mas a "todos os bolivarianos, além dos partidos".
"Vocês estão de acordo?", perguntou à multidão, que respondeu afirmativamente com a já tradicional frase governista: "Assim é que se governa". EFE
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