segunda-feira, 7 de março de 2016

Comer raízes e erva para sobreviver à seca no sul de Angola

Luanda - Na Kahama, um pequeno município no sul de Angola, não há família que não crie animais ou não viva da agricultura, cenário que a seca prolongada, de três anos, alterou drasticamente levando muitos, em desespero, a comer as próprias sementes, mas também raízes ou erva.
Fonte: Lusa
Os relatos são conhecidos e o próprio soba - autoridade tradicional - da comuna principal daquele município, o mais afetado pela seca na província do Cunene, confessou à Lusa que o povo ainda hoje "desespera" por comida.
E a chuva que começou a cair, timidamente, no final de 2015, ainda não permite aliviar o receio.
"A fome ainda não foi. Muitos foram parar nos hospitais por comerem raízes e assim", admite o soba da Kahama, Moisés Varanda, confessando que o povo "sofreu bastante".
Em conversa, conta que a agricultura, com a seca extrema dos últimos anos, "finalizou" naquela comuna e que mais de 200 cabeças de gado se perderam em 2015.
"No meu curral perdi 18 cabeças de gado bovino, fiquei com cerca de 30", confessa o soba, sem esconder as suas próprias dificuldades.
"Eu passei muita fome, todos passamos", atira, explicando que a população chegou a racionar a comida, com as refeições apenas à noite. Também por isso, aos 63 anos e habituado a dificuldades, não tem dúvidas em afirmar: "Desta vez, a seca foi mais dura".
Ao fim de três anos, a chuva voltou a cair em novembro, ainda que longe das necessidades, menos de 100 milímetros face aos habituais 500 milímetros. Já surgiu algum pasto para os animais, mas na agricultura faltam as sementes para relançar a atividade, nomeadamente as tradicionais culturas de massango, massambala e milho.
É que sem mais nada comer, restaram as sementes para garantir algum alimento durante a seca.
"Precisamos de oito toneladas de sementes de cada para começar já a produzir", explicou à Lusa o diretor municipal de Agricultura da Kahama, João Zua, resumindo também ele, da mesma forma, os últimos três anos: "Foi uma seca terrível, muita fome".
Em terra com cerca de 70.000 habitantes, a generalidade dedicada à agricultura de subsistência, além do gado, nem a cultura massango, mais resistente à falta de água, sobreviveu.
"Não houve culturas, todas foram afetadas e constituem a dieta básica da população. As pessoas viram-se obrigadas a consumir as sementes", reconhece Zua.
De uma produção anual acima das 30.000 toneladas de cereais, Kahama viu os campos não terem qualquer produção e mesmo em 2016, apesar da chuva que começou a cair, não se esperam grandes mudanças, tendo em conta a falta de sementes, apoio que antes era também prestado pelo Estado e que deixou de chegar. Aliado a isto, a crise económica no país também afeta os agriculturas locais, sem dinheiro para comprar sementes.
Por isso mesmo, João Zua admite que "não se espera uma grande produção agrícola" este ano. Já a criação de gado poderá começar a recuperar, mas os efeitos da seca ainda estão bem presentes localmente, tendo afetado 150.000 animais.
Em concreto, os criadores das duas comunas que constituem a Kahama viram morrer mais de 2.400 bovinos e 115 caprinos, só em 2015.
"Uma seca terrível, foi a pior que vivemos no município", garante Zua, também engenheiro agropecuário, de 53 anos.
No curral de Luciano dos Santos, criador de gado e agricultor na comuna-sede do município, perderam-se, só no último ano, 14 bovinos. Com 12 filhos para alimentar, confessa que foram três anos "muito difíceis", em que a fome foi o cenário habitual em casa, olhando para campos sem comida.
"Cultivo mais massango e um bocadinho de milho e umas abóboras, mas no ano passado não deu nada", admite, à conversa com a Lusa, mas sem esconder confiança, agora que a chuva começou a cair.
"Acho que esta colheita já vai ser aceitável", conta, num misto de convicção e de fé.
Por estes dias, a população da Kahama, tal como outras localidades do Cunene, segue de olhos fixos no céu, à espera que a chuva, com maior ou menor intensidade, pelo menos não pare.
"Esperamos que a natureza nos dê essa felicidade, de termos as quedas pluviométricas normais, que permitam a nossa atividade", remata o diretor municipal de Agricultura, João Zua.

 Secreta Militar sem salário

Lisboa – Soldados do Serviço de Inteligência e Segurança Militar liderados pelo general António José Maria  estão a três meses sem receber os seus respectivos salário. A razão é justificada como sendo reflexo da crise financeira que assola o país e que tem se estendido a vários sectores do aparelho do Estado.

Fonte: Club-k.net

Na mesma condição está também a Procuradoria Geral da República cujos funcionários (expceto aos magistrados e os de regime de carreira especial) ficaram cerca de três meses sem salário. Recentemente terão recebido o ordenado correspondente ao mês de Janeiro

FLEC revela acções militares entre FAA e seus guerrilheiros

Paris - Condenamos energicamente o comportamento e os actos bárbaros do governo angolano que pratica a lei selvática da opressão contra as populações indefesas no território de Cabinda.
Fonte: FLEC
COMUNICADO  DE  IMPRENSA
Mais uma vez alertamos a comunidade internacional e especialmente os Estados Unidos da América, França, Grã‐Bretanha, Alemanha, Portugal e a União Europeia, União Africana, sobre o maior risco de represálias que as populações indefesas de Cabinda atravessam neste momento, depois das acções militares que tiveram lugar ultimamente no território entre as Forças Armadas agressoras angolanas e os guerrilheiros da FLEC/FAC.
A repressão agravou após a viagem a 29 de Fevereiro do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas angolanas, o general Geraldo Sachipengo Nunda, com um aumento dos raptos, desaparecimentos e brutais detenções em Cabinda. Às 3 horas de madrugada do dia 1 de Março 2016, as Forças da segurança angolana cercaram a residência do cidadão, Eugénio Chiveve onde uma série de detenções arbitrárias foram efectuadas por falsas acusações de serem membros da FLEC.

A direcção político‐militar da FLEC/FAC reafirma a sua inabalável vontade política da busca de uma solução pacífica ao conflito, por via de negociações políticas baseadas num diálogo, franco, aberto, transparente e inclusivo entre as autoridades, angolanas e cabindesas com a supervisão da comunidade internacional.

Nós cabindas não somos senhores de Guerra, esta guerra é imposta pelo regime militarista angolano que ocupa ilegalmente o nosso território, mas estamos hoje prontos para fazer face a qualquer provocação das forças de segurança angolanas. Reiteramos ao presidente angolano José Eduardo dos Santos que deve assumir a sua responsabilidade e solucionar o conflito que dura 40 anos por via de diálogo entre as parte. Acreditamos que relançando o diálogo entre o governo angolano e a FLEC/FAC, é possível encontrar uma solução pacífica. 
Paris, 07.03.2016

Jean Claude Nzita Porta‐voz da FLEC‐FAC

José Van-Dúnem próximo governador provincial da Huíla

 Lisboa – Informações de meios habilitados dão conta que a Presidência da República reserva ao Ministro cessante da Saúde, José Vieira Dias Van-Dúnem a missão de nos próximos tempos vir a ser despachado para a Huíla como governador provincial em substituição de João Marcelino Typingue.
Fonte: Club-k.net
Cálculos com vista as próximas eleições 
A decisão segundo se aventa esta relacionado a cálculos voltados as próximas eleições de 2017, na qual a Presidência da República receia que sejam depreciados pela continuidade do actual governador João Marcelino Typingue, a quem esta a ser atribuído uma nota de “mau desempenho” decorrente das suas debilidades, em matéria de governação.


As autoridades segundo se alega tencionam nomear nas próximas mudanças o ministro José Vieira Dias Van-Dúnem, uma vez que esteve vários anos a trabalhar nesta província como delegado da saúde, onde lhe terá apanhado os confrontos do 27 de Maio de 1977. Joga também a seu favor, a aceitação e predicados identificados nele pela população local.

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