segunda-feira, 14 de março de 2016

Chuvas desalojam no distrito do Lago

A chuva que está a fustigar a província de Niassa desde Dezembro do ano passado, com maior incidência na zona norte, está a fazer muitos estragos. Com efeito, cerca de 160 casas de populares e instituições públicas e privadas foram destruídas, há dias, pela força das águas, deixando mais de 40 famílias desalojadas, nos arredores da vila municipal de Metangula, no distrito do Lago, em Niassa. Ainda não foram reportadas vítimas humanas.
O governador de Niassa, Arlindo Chilundo, que recentemente esteve naquela parte do país, visitou algumas vítimas, com as quais ficou a saber que grande parte da população que vivia no leito do rio Lunho, foi afectada pelas enxurradas, as quais foram acomodadas na Escola Primária de Michumwa e, mais tarde, receberam do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades, INGC, material de primeiro socorro, velas de iluminação,baigon, entre outros utensílios domésticos.
Face a este triste cenário, Arlindo Chilundo instou alguns moradores dos bairros de Thungo, Michumwa e Messumba, locais ciclicamente vulneráveis às chuvas, a procurarem zonas seguras para a construção das suas residências definitivas.
De referir que só em Thungo, 100 infraestruturas foram afectadas, das quais cinco convencionais e as restantes 95 de construção precária, sendo que destas, 10 estão completamente destruídas e as restantes, em vias de desabar.
Igualmente, segundo dados tornados públicos, em Michumwa, 40 casas foram atingidas, das quais 15 se encontram totalmente destruídas, enquanto no último bairro, em Messumba, 19 casas estão submersas, das quais 13 estão totalmente destruídas. As pessoas afectadas nestes três bairros foram prontamente acolhidas por parentes e amigos, esperando que o apoio do INGC chegue o mais depressa possível.
Enquanto isso, no encontro que teve com as vítimas das enxurradas, Chilundo tranquilizou-as, prometendo que o governo estava a fazer tudo o que está ao seu alcance para prestar ajuda aos afectados. Aconselhou, entretanto, para não voltarem a construir nas zonas baixas, propensas às inundações para evitar que, todos os anos, o governo tenha que se ocupar a problemas evitáveis.
“É importante que as pessoas afectadas se organizem em torno das suas lideranças comunitárias e governo, evitando que outras pessoas possam  se aproveitar da situação para dela tirar dividendos à custa do sofrimento dos outros”, pediu o governador de Niassa, para quem as pessoas acomodadas em escolas e outros locais devem ser reassentadas o mais rapidamente possível, para além da disponibilização de produtos alimentares e de materiais de construção.
De referir que as escolas, centros de saúde e casas de construção precária estão entre as insfraestruturas que foram destruídas.
CASA DESABA
SOBRE CIDADÃO
Ainda na sequência das enxurradas, no distrito de Mavago, também em Niassa, Santos Assane Chibuana, de 30 anos, foi surpreendido pela fúria da chuva, quando, em plena madrugada, viu a sua casa desabar sobre si, provocando-lhe ferimentos ligeiros.
A vítima, que reside a pouco mais de 15 quilómetros da vila sede do distrito de Mavago, foi prontamente socorrida e encaminhada para o Centro de Saúde local, onde, depois de receber os primeiros socorros, regressou ao convívio familiar.
Salomão Filipe, enfermeiro que tratou Chibuana, disse ao nosso jornal que o paciente deu entrada naquela unidade sanitária nas primeiras horas do dia, com algumas lesões na zona lombar, na região da omoplata do lado direito e no membro inferior direito, próximo do joelho.
Salomão Filipe deu ainda a conhecer que nesta altura chuvosa as doenças diarreicas e a malária constituem patologias que mais pessoas levam aos centros de saúde naquele distrito que faz limite com a República da Tanzania.

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